Capítulo 1
A delegacia estava uma loucura, policiais corriam pelos corredores carregando diversas caixa pesadas e velhas com evidências e materiais, outros apenas caminhavam calmamente até a sala de interrogatório, aquilo parecia uma colmeia infestada de abelhas, o clima estava tenso, os olhares sérios, os resmungos revoltados, o tremelicar de dedos e pés, todos ansiosos e ele estava tão indiferente com seu arredor, o segundo criminoso mais procurado de Seul em 10 anos, atrás daquele vidro com insulfilm não tão escuro, um homem orgulhoso, de cerca de 46 anos, com cabelos escuros levemente grisalhos, não se encontrava assustado por estar algemado na cadeira de metal, sua áurea era calma, ou até mesmo sonolenta, não perturbada como os demais criminosos que entravam naquela sala escura e pequena e observada por dezenas de câmeras. Para pessoas inocentes era como um trauma, porém para ele assemelhava ser "normal".
- Simplesmente, ele se entregou. - Resmungou Min Yoongi apoiado na mesa em frente a janela, assemelhava uma bêbado, talvez estava, mas de cansaço.
O meliante cantava uma canção clássica distraído, contudo sem tirar os olhos do lado de fora, Yoongi resmungava novamente informações aos demais policiais ali.
- Já se passou 1 hora, estou cansado de esperar, vamos começar, primeiro arrumem algemas mais fortes até uma criança de 7 anos conseguiria se soltar disso. - O criminoso encarava a câmera na sua frente seriamente, olhar penetrante, todos estavam curiosos e amedrontados pela sua presença, Yoongi me entregou sua xícara com café, repousando sua mão logo em seguida em meu ombro em uma carícia, sua expressão era apreensiva.
- Me chamo Jun-Seo, conhecido como o braço direito de Kwan, responsável pelo envenenamento dos reservatórios de água, e sequestro e assassinato de Jeon Junseok em 2012. - Uma angústia tomou meu peito, meus olhos lacrimejavam, era doloroso tratar desse assunto delicado.
- Vocês querem Kwan, porém antes de prender o capitão é preciso encontrar os marujos, ajudarei vocês a prendê-los, como ele me pediu, mas tenho uma condição. - Sua voz rouca ecoou pela sala.
- Qual? - Perguntou Yoongi ao ligar o microfone.
- Só falo com Jeon Jungkook e Kim Taehyung. " - Finalizou, minha boca secou, as pernas estremeceram, caminhei até a porta de ferro maciço, ouvindo sua voz ecoar pelo ambiente fechado.
- Jungkook...- Ele murmurou.
- Jeon Jungkook! - Corrigi, um sorriso travesso impregnou seus lábios ressecados, penteando seus cabelos com os dedos cumpridos
- Certo, Jeon Jungkook! - Debochou.
- Comece a falar! - Sorriu com a ordem, se remexendo desconfortável na cadeira enferrujada.
- O que quer saber? - Questionou calmo.
- Desde do começo, não tente brincar comigo Jun-Seo. - Rosnei revoltado.
- Vejo que em 10 anos você mudou muito garoto, não é mais aquele adolescente que implorava para que Kwan não matasse seu pai, chorou que nem um bebê naquela noite.-
Memórias maldosas começaram a brotar, meu coração se apertava, e cada fibra e músculo doíam, um choro melancólico era preso em minha garganta, Jun-Seo ri do meu sofrimento, era como uma cobra esperando o momento certo para dar o bote mortal.
- Não pense que vai conseguir me manipular. - Rosnei.
- Garoto, não é o seu físico que eu quero controlar e nem sua mente, porém sei tudo sobre você, especialmente seu passado com Kim Taehyung. - Riu escandalosamente.
- Seu passado é uma grande arma contra você mesmo, e bom eu estou com o dedo no gatilho, posso trazê-lo de volta em um passe de mágica, você cresceu, mas continua fraco como seu pai, não quer se tornar o monstro que ele era certo? - Levantou o tom de voz.
O mesmo se levantou batendo brutalmente suas mãos na mesa, se inclinando para frente, seus olhos habitavam um brilho egocêntrico, como seu sorriso de canto maldoso.
- 5 caminhões entraram nas cidades em 1 hora carregados com armas ilegais se não impedirem que elas cheguem ao destino, cerca de 15 dos maiores mafiosos terão elas em mãos. - Disse voltando a sua calmaria de antes.
Arregaçou as mangas do terno escuro e nobre que vestia, ajeitando a gola da camisa social, se aproximando do segurança à sua direita.
- Melhor vocês monitorem as entradas da cidade. - Sua fala parecia mais uma ordem.
- Para quem é esse carregamento? -
O maior se aproximou, resmungando pelo aperto das algemas recém colocadas, seus olhos intensos brilhavam com as luzes fracas do local.
- Prendam o primeiro carregamento, depois entregarei o primeiro "marujo!" - Se sentou novamente.
Atordoado caminhei elaborando planos, mesmo estando sufocado por sentimentos confusos, e com os nervos à flor da pele.
- Ah, uma última coisa Jeon Jungkook! -
- O que foi? -
- Não seja egoísta, não vai conseguir resolver esses casos sozinhos precisará da ajuda dele. - Gritou.
Então o bárbaro voltou a recitar sua bela canção, uma correria enorme acontecia fora daquela sala, já não existia mais o silêncio confortável e sim sons de digitação em teclados, telefones fixos e pessoas gritando umas com as outras, um ato rotineiro para qualquer policial.
- Jeon, já foram enviadas viaturas para fecharmos as entradas de Seul, se prepare para qualquer coisa, não podemos confiar nele. - Ordenou Yoongi.
Apenas concordei com um leve aceno, segui com o chefe até os vestiários solitários, ao longo do caminho era possível ver olhares discretos de cantos de olhos do Min querendo se assegurar que estava tudo bem.
Não estava tudo bem antes e não estaria no futuro próximo. Isso era fato!
- Se quer dizer alguma coisa diga logo, não tente ser discreto por quê isso você nunca foi! -
O menor entrou no vestiário depressa agarrando seu coleto com força, ignorando minha presença e minha fala, suspirei odiava esse comportamento do Min, ele sabia disso, mas fazia mesmo assim.
A vestimenta marcava bem a sua cintura fina, um arrepio percorreu meu corpo ao ver que ele me observava pelo reflexo do espelho do seu armário, sorriu de canto.
- Gosta do que ver "Kook" ? - ironizou.
[ 08:37 ]
(Entrada principal de Seul.)
Cidadãos gritavam palavras de baixo calão, furiosos, buzinas faziam acompanhamento de tais xingamentos, fileiras enormes de carros, ninguém saía ou entrava, todos estavam eufóricos.
- Inspecione os veículos! - Gritou o capitão.
Um grupo de policiais se deslocaram para o primeiro veículo com certa "moleza" , afinal eram novatos e não haviam entrado em conflito direto.
- Jeon Jungkook? - Yeon-Jun exclamou.
- Sim? - O pequeno garoto de cabelos azulados parecia extremamente irritado, suas veias do pescoço e braços estavam saltadas, pontas do dedos brancas pelo punhos cerrados com tanta força.
- Esse cidadão se recusa a sair do veículo para revistamos.-
- Não recebo ordens de um garotinho como você. -
- Senhor, vou pedir novamente para que o senhor se retire do caminhão por gentileza, e que tenha mais respeito pelo próximo! - Sentia meu sangue ferver, o desconhecido continuava a discordar xingando todos como suas palavras de baixo calão que sabia, com um gesto mínimo Yeon-Jun e seus colegas caminharam para o fundo do caminhão, é com facilidade quebraram o cadeado enferrujado, abrindo as portas.
- Ele está... - o Azulado disse abismado.
- Vazio.- Arqueio minhas sobrancelhas.
Sentia meus pulmões arderem, o motorista apareceu enfurecido, mas sua face se tornou confusa, atormentada, seus olhos estavam impregnados naquele vazio escuro.
- Por que o senhor não nos deixou revista-lo mesmo ele estando vazio? - interrogou irritado.
- Por que vocês foram intrometidos? - Debochou.
- Qual é o seu nome senhor? - Perguntei
- Lee.
- Bom, senhor Lee,creio que o senhor não sabia que o veículo estava vazio, certo? - Arqueei minha sobrancelha, suas mãos cobertas de suor denunciava seu nervosismo, respiração descompensada, corpo trêmulo, não conseguia ficar parado nem por um segundo sem se mexer, fazendo círculos com a ponta do pé esquerdo no asfalto.
- M-mas é claro que eu sabia que ele estava vazio, um caminhão vazio não tem o mesmo peso que um carregado não é!? - Rio sem graça.
Então o homem olhou para o chão pensativo, confuso de uma forma medrosa, seu corpo tremeu mais ainda ao ver me aproximar.
- Então por que está com tanto medo? Será que está nos escondendo algo? É sua primeira vez fazendo algo ilegal, senhor?
- Desculpe, e-eu eu nunca fiz isso, eles me obrigaram, se eu não transportasse essas armas, mataram minha família, só tô fazendo o que eles mandaram fazer.
Chocou suas costas contra a lateral do veículo, se encolhendo com uma criança chorando, às vezes se engasgando com o próprio choro pesado.
Caindo com tudo no chão soluçando, parou, e me encarou, pude ver em seus olhos o pavor junto ao medo tão submerso, era horrível.
- A-as a-armas estão atrás de um fundo falso no fim do baú. - Iluminei o fundo do caminhão, e sim lá estavam as armas num total aproximado 5.000 era um armamento pesado, Jun-Seo estava certo, seria uma massacre se elas chegassem ao seu destino.
- Certo, leve-o para delegacia, interroguem ele amanhã à tarde, tente descansar um pouco, se colaborar poderá sair ileso dessa confusão. - Ele apenas confirmou com a cabeça levemente sendo guiado até o carro, um pingarelho chamou a atenção de todos, Yoongi olhou todos atentamente suspirando.
- O que procurávamos foi encontrado, aqueles que tiverem plantão hoje podem voltar para delegacia, já os demais estão liberados para voltarem para suas residências, tenha uma boa noite, - Despediu-se, meu corpo doía como se estivesse amarrado com um arame farpado, psicólogo destruído e as ruínas que ainda restavam dele estavam virando o pó.
Seria um péssimo ano isso eu posso confirmar.
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