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Capítulo 5

Passei uma semana desesperadora em casa. Pareceram meses.

Estava louca para voltar ao trabalho quando a segunda-feira amanheceu chuvosa.

Não tinha visto Carter nenhum dos dias que passei descansando, e também não tinha ligado mais nenhuma vez para Gabriel. Mesmo que tenha adormecido olhando para o contato dele no celular algumas vezes.

Tomei um café bem forte e me arrumei com um pouco de exagero. Estava me sentindo bem como há tempos não me sentia.

Entrei no carro e coloquei The Odds para tocar cantando com eles até chegar no hospital.

- Nova? – Cristofer perguntou se referindo a mim.

- Parece que nunca aconteceu.

- Ótimo. Temos um paciente um pouco complicado para amanhã.

- Sério? Mas... a psiquiatra te liberou?

- Sim. Acredite. Estou liberado para voltar a operar.

- Aquela mulher te deu uma folga? – perguntei com muita empolgação na voz.

Abracei meu amigo com força, feliz de verdade por saber que os problemas pessoais que afetaram sua capacidade mental, agora estavam o deixando em paz.

- E você está se sentindo bem?

- Estou muito bem. Você sabe. Eu não faria nenhum procedimento cirúrgico se não estivesse confiando no meu cérebro.

- Eu sei. Eu sei – falei dando tapinhas nas costas dele.

Cristofer e eu passamos o dia todo avaliando a situação do paciente que tinha um aneurisma. Difícil de ser operado, mas não impossível. Ainda mais para nós dois.

No dia seguinte estava me alongando como sempre fazia antes de uma cirurgia demorada quando Cristofer se juntou a mim.

- Te vi no café esses dias.

- Café? – ele pareceu espantado.

- Sim. Aquele dos bolinhos deliciosos aqui perto.

- Ah...

- Também fiquei viciada neles. Quando for lá de novo, me chama – pisquei para ele que parecia desconfortável.

- Pronta? – ele quis saber?

Assenti com a cabeça e fomos para a sala de cirurgia fazer o que eu mais gostava na vida.

A música tocava ao fundo como sempre. Cristofer nunca se opunha às minhas músicas.

Foram horas de pé, mas o resultado não podia ter sido mais espetacular.

Estava começando a fechar quando olhei para o relógio na parede superior da sala e ele apareceu logo abaixo.

O cabelo loiro como ouro era reluzente como se tivesse luz própria. O sorriso também era radiante. A mesma roupa de sempre.

Pisquei umas três vezes seguidas para ele sumir, mas o desgraçado continuava parado ali, de pé e com aquele sorriso horrivelmente feliz.

- Jéssica – pedi.

- Sim?

- Pode fechar.

- Posso? – quis saber com alegria.

- Pode

Cristofer me olhou de relance, sabia que ela era capaz, mas não esperava por isso.

- Você pode assisti-la? – pedi a Cristofer.

- Claro, claro – continuou surpreso.

Saí da sala a passos apressados arremessando minhas luvas e máscaras no lixo sem nem ver se eu tinha acertado o lugar certo.

Entrei no banheiro e fechei a porta da minha cabine com força.

- Que ódio – resmunguei.

Respirei fundo algumas vezes e limpei o suor da testa. Abri a porta e quase caí sentada na privada quando vi Carter me olhando, ali dentro do banheiro.

Olhei em volta para ter certeza de que não tinha mais ninguém ali dentro além de mim... e de Carter.

- Sai daqui! – sussurrei gritando.

Ele nem se moveu.

- Sai daqui. Some daqui. Some da minha vida! Nem no banheiro eu tenho privacidade?

O garoto não se moveu. Nem falou. Se apoiou na pia e continuou me olhando.

- Você é uma versão jovem e muda? Que ótimo.

Pelo menos fica em silêncio.

Saí do banheiro furiosa da vida quando dei de cara com Cristofer.

- Está tudo bem?

- Tô bem – menti.

- Saiu de um jeito estranho.

- Eu estava apertada para ir ao banheiro. Deu tudo certo?

- Deu sim. Jéssica é das boas.

- Eu sei. Ela é, mas não deixe ela saber disso, é o único jeito deles se manterem bons.

Ele sorriu.

- Vou ver o paciente – disse saindo e deixando Cristofer com uma cara suspeita.

Andei pelo hospital e pude sentir a presença de Carter ao meu lado. Quando meu olhar se cruzou com o dele, eu bufei. Não podia falar nada. Sabia que só eu estava vendo ele.

- Seu filho está bem – falei para a senhora de cabelos brancos que aguardava a cirurgia do filho. – Vai ficar em observação e assim que acordar avisamos.

Eu parecia a mais confiável de todas as médicas. Mas no mesmo instante me lembrei que foi assim com Gabriele também e um medo estranho percorreu minha espinha.

Carter me seguiu o dia todo e a noite também.

- Bom trabalho hoje – Cristofer me falou quando me viu perto do elevador a caminho de casa.

- Você também. Agora nossa dupla finalmente está de volta.

- Está? – ele perguntou se aproximando de mim como se estivesse falando sobre algum segredo.

- Claro que sim – respondi me afastando e entrando no elevador como se ele estivesse louco.

Apertei o botão de fechar as portas umas trinta vezes até que elas me obedeceram. Olhei para o lado direito e o esquerdo de forma comedida e suspirei de alívio quando notei que estava sozinha. Carter tinha sumido.

Morri de medo que ele aparecesse no carro enquanto eu dirigia. Mas fiz o percurso sozinha também.

Quando cheguei em casa, abri a porta aos poucos e enfiei só a cabeça para dentro, procurando por ele, e mais uma vez, nada.

Entrei tranqüila quando vi que estava tudo bem.

Jantei e tomei banho sem maiores problemas. Já tinha vestido meu pijama quando eu fui escovar os dentes. Estava vendo meus cabelos amassados enquanto passava a escova com força pelos dentes. Abaixei para cuspir e quando voltei Carter apareceu no reflexo do espelho. Engasguei com o resto de pasta de dente que tinha na boca.

- Meu Deus! – falei entre tosses.

Virei para ele e ele continuou ali, a expressão um pouco diferente, mas basicamente o mesmo de sempre.

- Você quer me matar?

Silêncio.

- Mas que ódio! Ainda se fosse o Elvis – esbravejei saindo do banheiro.

Fui para o quarto pisando duro e ele me seguiu.

- Sai de perto de mim – mandei quando entrei no meu quarto.

Arremessei as almofadas e a colcha de cima da cama com força, mas nada acertava ele.

Sentei na cama choramingando.

- O que é, hein? Você morreu? É isso? Eu não vou te ajudar a terminar nenhum assunto inacabado. Pode procurar outra. Meu amor por você acabou quando você fez aquela tatuagem ridícula no braço.

Ele não se moveu.

- Grrrrrrrr – rosnei.

Que seja.

Deitei na minha cama e cobri minha cabeça. Se ele queria ficar me assombrando, tudo bem. No meu sono, ninguém se mete.

Acordei de madrugada com a bexiga explodindo.

Sentei na cama e acendi o abajur ao lado da cama. Coloquei os óculos e olhei em volta.

Ele não estava lá.

- Graças a Deus – gemi correndo para o banheiro.

A noite passou tranqüila depois da minha ida ao banheiro e quando o despertador tocou eu nem lembrava mais de Carter.

Vesti um roupão e fui ferver água para fazer um café. Mas quando entrei na sala nem me assustei.

Lá estava Carter sentado no sofá da sala como se realmente fosse uma pessoa.

- Você já pensou em trocar essa roupa? – sugeri tentando domar meu cabelo, indo pra cozinha.

Quando eu terminei meu café ele não me acompanhou. Nem no carro apareceu.

A primeira coisa que eu vi quando entrei no hospital: Carter.

- Então quer dizer que você tem seu próprio meio de transporte? Poxa, podia me dar uma carona pra eu não pegar aquele trânsito todo. E ainda por cima chegou antes... – falei inconformada com a minha alucinação.

- Sofia... – Olívia surgiu e pareceu ter notado que eu estava falando sozinha.

- Oi, querida.

- Tá falando sozinha?

- Não, tava cantando.

- Aham – falou com uma sobrancelha erguida.

- Preciso verificar um paciente. A gente se vê mais tarde – saí antes que ela começasse a fazer perguntas. Eu e Carter.

- Bom dia – desejou Cristofer quando me viu.

- Passou a noite por aqui de novo – eu quis saber.

- Sim. Nosso paciente acordou – tentou mudar rapidamente de assunto.

Entramos juntos no quarto do paciente enquanto ele me dava a notícia.

- Bom dia – falei quando o vi deitado de olhos abertos.

- Bom dia – respondeu com a voz baixa. O alívio que senti quando ele falou foi imediato.

Fizemos alguns testes e exames de coordenação motora e ele pareceu estar bem. Carter esteve de pé ao fundo do quarto durante todo o procedimento.

- Vou ver um paciente na pediatria, você conversa com a mãe dele?

- Tudo bem – falei já me encaminhando para a sala de espera.

- Seu filho já acordou. Quer vê-lo? – perguntei e tive que me equilibrar porque tive uma tontura tão forte que a sala pareceu girar.

- Claro – ela respondeu de pronto, provavelmente tão emocionada que nem notou meu mal estar.

- Jéssica, leve ela até lá, por favor – pedi.

- Pode deixar... – me olhou com os olhos arregalados notando que eu não estava bem.

O dia todo foi passando e eu fiquei na sala de estudos com os livros, evitando contato com pacientes. Me escondi o quanto pude. Me ligaram, mas passei todos os pacientes para Cristofer.

- Toc, toc – ele falou parado na porta.

Olhei para ele e voltei a ler o artigo que já estava lendo.

- Ocupada?

- Um pouco – olhei de relance para Carter reprovando a presença dele.

- Passou o dia todo aqui.

- Quero me inteirar a respeito de novas técnicas – levantei.

- Ótimo – fingiu interesse.

- Você tá me vigiando? – mas não pude esperar pela resposta.

Ele foi desaparecendo da minha frente assim como Carter e as minhas forças. Pude sentir o momento em que meu corpo caiu no chão. Mas foi só. Depois disso, mais nada.

- Sofia? – uma voz distante me chamava. – Você pode me ouvir?

- Os batimentos cardíacos parecem normais, um pouco acelerados, mas nada grave – escutei também enquanto sentia uma mão no meu pulso.

- Sofia, querida – era Olívia.

- Ela está se mexendo – e Cristofer.

- O que foi? – resmunguei ao abrir os olhos. – Por que estão em cima de mim? – perguntei irritada.

- Você desmaiou de novo! – Cristofer pareceu nervoso.

Olhei em volta e notei que eles tinham me levado para um quarto.

- Que exagero. Eu não precisava ocupar um quarto no hospital.

- Qual é, Sofia? – reclamou Olívia.

- Eu tenho que atender um paciente, qualquer novidade sobre ela, me avise – pediu Cristofer à Olívia.

- Eu tô aqui ainda, eu posso te ouvir – mas ele fingiu que não me ouviu e saiu do quarto.

Olívia sentou na ponta da minha cama e respirou fundo.

- Você tá grávida?

Eu comecei a rir.

- Não tem graça, Sofia.

- Não estou. Não mesmo. A atividade com Gabriel não era muito freqüente. Não há possibilidade – sorri um sorriso triste.

Olívia abaixou o rosto compartilhando o sorriso triste comigo.

- Então você tem que ver o que está acontecendo. Nós já fizemos a requisição dos exames para você. Só estávamos esperando você acordar para comunicar.

- E se eu não quiser?

- Vai fazer.

- Vocês não mandam em mim.

- Sofia, não me tira do sério.

Bufei.

- Vou chamar uma enfermeira para ajudar e Cristofer também. Ok?

Olhei para o teto segurando minha vontade de mandar ela me deixar em paz. Eu sabia que era por amor que ela estava fazendo tudo aquilo.

- Ok – me dei por vencida.

Por cerca de uma hora, eles me lembraram de como era ser o paciente. O que na verdade é uma hipocrisia imensa, já que paciência é a última coisa que todo mundo tem quando está esperando num hospital.

O exame de sangue foi o que chegou primeiro, e, para a minha alegria, tinha alterações. Então, partimos para exames mais detalhados.

Comecei a ficar nervosa com a espera do resultado do restante. Fui à cafeteria e andei sem parar. Já tinha tomado uns três copos de café. Com o quarto copo em mãos, me encaminhei para um pedaço mais calmo do hospital.

Achei uma maca deliciosamente desconfortável e sentei lá.

Nossa, como minhas unhas estão horríveis.

- Oi. Você está bem...? – Era Cristofer com um prontuário nas mãos. Não deixei que ele terminasse.

- Não. Estou péssima e preciso falar de algo que distraia meu cérebro, ou vou ter um troço.

Ele respirou fundo ao sentar. Não esperava que ele fosse aceitar meu mini ataque, mas surtiu efeito.

Tirou os óculos e limpou as lentes na camisa que estava por baixo do jaleco enquanto eu o olhava.

- Estou com medo.

- E eu me apaixonei – falou de uma forma tão calma e espontânea que eu me assustei.

- O quê? – fiquei inconformada.

- Eu também sinto vontade de me perguntar "o quê???" o tempo todo...

- Bem que eu notei – dei uma cotoveladinha nele.

- Notou?

- Notei que sua tristeza habitual estava mais suave. Pensei que fosse o tempo passando, mas é ainda melhor.

- Estou com medo – confessou.

Eu sorri para ele.

- Se é do que eu estou pensando, não deveria ter.

- O que está pensando?

- Que você está se culpando por estar envolvido com alguém.

O silêncio dele me mostrou que eu estava certa.

- Ela é a dona do café – falou por fim.

- Dos cupcakes deliciosos? – arregalei meus olhos.

- Exatamente.

- E pensar que fui eu que te convenci a ir lá!

- Você salvou um pedaço da minha alma assim.

Uma lágrima gigantesca brotou no meu olho.

- E o nome dela, sabe qual é?

- Hmmm... Margarete – soltei para irritar.

- Sofia. O nome dela é Sofia.

- Mentira!

- Juro. E ela é uma pessoa incrível.

- Eu estou terrivelmente feliz por você, Cristofer. E sem essa de medo.

- Sem essa de medo – se virou para mim e me abraçou.

Então libertei algumas lágrimas.

- Eu queria dizer que vai ficar tudo bem – ele tentou me consolar.

- Só de desejar isso faz com que eu me sinta assim.

Então me olhou e fez um gesto afirmativo com a cabeça.

- Acho que já devem estar prontos. Vamos ver?

Reuni toda minha coragem para levantar daquela maca e seguir Cristofer pelo corredor.

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