Capítulo 40
Meu celular apitou e eu despertei do sono que estava muito leve.
Tateei pela cama, mas não encontrava ele no meio de tanto edredom. Sentei na cama e sacudi a coberta fazendo o celular voar direto para o chão.
Bufei antes de descer da cama para recolher o celular com medo dele ter se despedaçado. Por sorte, e milagrosamente, ele estava inteiro.
Sou eu, o Heaven.
Queria te ver.
- Olívia! - gritei alto demais.
Com certeza ela deve ter dado um jeito de passar o meu número pra ele, mas como?
Encarei as letras por um momento imaginando como responder aquilo. Ele estava sendo normal, teoricamente. Não invadiu minha casa, nem apareceu de surpresa.
Quis falar para ele vir em casa, mas quando ficássemos sozinhos, com certeza usaríamos o sexo e não as palavras. Tinha que ser um lugar público. Azar o dele de ser notório.
Amanhã.
Segue o endereço.
Depois que enviei, me senti péssima por ter sido tão grossa. Apoiei o rosto nas mãos um pouco arrependida. Mas eu não sabia como reagir em relação a ele. Ser ríspida tinha virado meu comportamento padrão.
Você vai gostar de lá.
Mandei logo em seguida.
Segundos depois obtive resposta.
Eu tenho certeza que sim!
***
- Sofia - Olívia me saudou quando me viu no hospital. Já era tarde, mas não tínhamos nos visto ainda.
- Tudo bem?
- Tudo - falou meio sorridente.
Achei melhor não perguntar, mas ela continuou.
- Então... parece que você está em alguns meios de comunicação novamente - sorriu ressabiada.
- Ai não... - soprei.
- Aqui - me mostrou a tela do celular.
Lá estava eu com o segurança ruivo espalmando minhas costas no meio da multidão.
- Joia - falei irônica.
- Estão dizendo que você é o novo affair dele.
Eu tive que rir debochada.
- Preciso trabalhar - falei dando um beijo nela e saí.
- O que temos aqui? - perguntei para Jéssica quando entrei no quarto da paciente.
- Julia, dezessete anos, um aneurisma... - mas ela não conseguiu terminar a frase.
- Você é aquela mulher que está saindo com o Heaven, não é? - Julia interrompeu como se um aneurisma fosse simples.
- Desculpe - a mãe me pediu.
- Sem problemas - falei para a mãe da paciente e ia pedir para Jéssica continuar.
- Não. Não quero ela como minha médica - a garota falou virando o rosto para não ter que me olhar.
Jéssica olhou para mim em desespero.
- Julia! - a mãe interveio. - O que é isso?
- Na verdade, Julia, a doutora Sofia é a melhor e... - tentou Jéssica.
- Não quero - ela continuou de rosto virado para não olhar para gente.
A mãe estava apavorada com o comportamento da filha.
- Está tudo bem - tranqüilizei as duas enquanto a menina ainda evitava contato visual. - Vou chamar o doutor Cristofer.
Saí do quarto um pouco inconformada. O que estava acontecendo era surreal. Chamei Cristofer e logo ele veio.
- Essa garota - entreguei o prontuário para ele - não quer ser atendida por mim.
- Como assim?
Suspirei.
- Ela não quer ser atendida pelo suposto affair do Heaven.
- Ela te reconheceu?
- Sim... tanto faz. Só me deixe atualizada. Ela não precisa saber que eu estou no caso.
- Sim, senhora.
Senti uma pontada de raiva crescer na minha barriga, mas tentei não deixar me dominar.
Sem minha última paciente, resolvi ir logo de uma vez para casa. Teria mais tempo para tomar banho e me arrumar para sair.
Nenhuma roupa parecia me deixar bem. Meu próprio rosto parecia não combinar comigo.
Não vou!
Sentei na cama hiperventilando e alisando os joelhos.
Alonguei meu pescoço e olhei para o teto.
Levanta logo!
Rosnei para mim mesma e me obriguei a seguir em frente com o nosso encontro.
Durante o caminho, minha mão suada deixava marcas no volante.
Estacionei perto do café e senti frio na barriga quando meu celular vibrou dentro da bolsa colada em mim enquanto eu estava andando até lá.
Já estou aqui.
- Obrigada por me deixar mais nervosa - falei sozinha enfiando o celular dentro da bolsa novamente. Não respondi. De qualquer forma, já estava perto também.
Respirei fundo antes de abrir a porta de vidro e entrar para atmosfera deliciosa com cheiro de café e glacê.
O café estava cheio. As vozes se misturavam e vez ou outra algumas risadas se sobressaíam.
Senti vontade de rir quando o vi sentado no balcão. Estava de costas, mas era inconfundível. O tênis de corrida, a calça e a blusa de moletom pretos e o boné.
- Você sabe. Com essa roupa ridícula, chama mais atenção ainda - falei para ele que se virou para mim surpreso.
- Você veio, mesmo.
- Sim - respirei fundo.
Muito triste quando você quer abraçar a pessoa, mas também quer agarrar o pescoço dela e apertar até ela perder a consciência.
- Vamos sentar em uma mesa? - pedi. Nem esperei por uma resposta e me encaminhei para uma mesa que estava vazia.
- Você está bem? - ele quis saber quando nos sentamos.
Que tipo de resposta será que ele esperava ouvir. Era tão óbvio.
- Estou. E você?
- Não, não estou - confessou esfregando os dedos longos no queixo, visivelmente desconfortável.
Fiquei em silêncio.
- Você sumiu do show e eu entrei em desespero.
- Precisei sair - falei distraidamente para trocar o assunto. - Como foi que conseguiu meu número?
- No hospital.
- Simplesmente te deram meu número? - minha paciência estava por um fio.
- Claro que não, Sofia - tentou me acalmar. - Eu te procurei e acabei encontrando com seu amigo Cristofer. O cara é duro na queda. Queria me dar uma surra - sorriu triste. - Mas antes que ele quebrasse meus dentes, consegui falar com ele e explicar o que estava acontecendo, então, ele me deu seu número.
- Cristofer!?
- Sim.
- Não acredito - me espantei.
- Boa noite - um rapaz apareceu para anotar nosso pedido, fez com que Heaven se apertasse contra a cadeira, evitando contato visual.
- Boa noite - respondi tentando soar natural.
- Já sabem o que vão querer?
- Duas madonnas e dois cafés, por gentileza.
- Ok - falou saindo.
- Espero que não se importe por eu ter pedido por você.
- Claro que não - falou como se aquilo fosse totalmente irrelevante. Olhou para os lados desconfortável.
- Não adianta ficar todo apavorado por estar aqui. Amanhã vai ter foto nossa nas revistas, na internet, numa faixa em um avião... - soei irônica.
- Sofia, quero te falar tanta coisa, mas nem sei por onde começar.
- Que tal começar me dizendo por qual nome te chamar?
Ele sorriu balançando a cabeça negativamente, visivelmente irritado, enquanto eu o encarava de forma desafiadora.
- Meu nome é Eduardo, Sofia.
- É mesmo? - continuei ríspida.
- Sim - suavizou a expressão e pareceu pesaroso. - Meu nome é Eduardo. Mas nunca fui muito fã. Quando comecei minha carreira, pude ter um nome artístico e fiz questão de que ninguém soubesse o verdadeiro.
- Sofia, oi! - Sofia apareceu com nossos pedidos.
- Oi! - falei um pouco surpresa. Era um momento tão estranho, eu precisava parecer normal.
- Aqui está o pedido de vocês, se precisar, me chame, por favor.
- Claro! Obrigada.
Sofia saiu enquanto ele logo pegou sua xícara e tomou um gole do café.
Eu permaneci olhando para ele que me olhava também. Os olhos murchos.
- Me perdoa, Sofia. Eu estraguei tudo.
- Sim, você estragou - falei tomando um pouco do meu café finalmente.
- Mas antes de sair por aquela porta e nunca mais falar comigo, preciso que escute tudo.
Olhei para ele com tristeza, até com vontade de chorar e esperei que falasse.
- Talvez você até me odeie ainda mais depois que souber de toda verdade. Mesmo assim, preciso falar, não quero esconder mais nada de você.
- Toda a verdade? Ainda tem algo que eu não saiba, Heaven?
- Não me chame de Heaven - pareceu sentir uma mistura de irritação com tristeza, mas atropelou o sentimento ao passar a mão pelo cabelo como sempre. Ajeitou o boné novamente na cabeça e continuou - Sim, Sofia. Ainda tem mais.
Mais verdades.
Senti um gelo percorrer meu corpo quando ele falou isso. Mas eu queria mesmo ouvir toda a verdade.
Engoli seco e respirei fundo para poder escutar o que ele tinha a dizer.
Mesmo diante de toda bagunça que ele tinha feito, eu ainda me perdia prestando atenção em detalhes do rosto dele, me desconcentrando completamente.
- Fale de uma vez - pedi.
Ele deu um gole longo no seu café, respirou fundo.
- Me apaixonei por você na primeira vez que te vi - começou e eu ergui minha sobrancelha, visivelmente descontente com a declaração barata.
Respirei tão fundo que soou mais como se eu tivesse bufado quando soltei o ar.
- Não faça essa cara. Eu tenho porque mentir para você?
- Não seria a primeira vez - rebati.
Ele balançou a cabeça negativamente e eu continuei.
- Me viu? Onde, Heaven? Num show? Como sabia onde eu estava quando foi me procurar na casa dos meus pais? - me exaltei.
- Não foi em show nenhum, foi no hospital.
- O quê?
Meus olhos se arregalaram e meu rosto começou a queimar.
- Eu não era uma alucinação, Sofia.
- No corredor? No dia que ficamos presos naquela ala... Era você? - meus olhos doíam.
- Sim.
- Você só pode estar brincando! - fiquei furiosa. Queria ter escolhido outro lugar pra eu poder gritar toda raiva que eu estava sentindo.
- Sofia! Te falei inúmeras vezes que eu era real e você debochou de mim o tempo todo!
- E depois? Você podia ter me procurado, podia ter me feito ver a verdade. Isso não é desculpa. Eu estava doente! Pelo amor de Deus!
- Eu sei! Eu sei! - olhou para os lados tentando falar mais baixo para não atrair a atenção para nós dois. - Mas ao invés disso, eu fugi. Fiquei mexido, mas fugi. Achei que ia passar e que eu ia ter sido um momento de, sei lá, magia na sua vida.
- Magia - bufei indignada olhando através da janela. Vi uma máquina mirando em nossa direção.
- Eu não sabia da gravidade da sua condição de saúde. E foi tudo tão maluco. Eu não pensei que eu fosse ficar tão paranoico por você.
Apoiei o rosto, o indicador na testa e o dedão próximo ao queixo tentando acalmar minha respiração
- Eu achei que ai te esquecer com o tempo, Sofia. Eu nem te conhecia. Eu não moro aqui. Eu nunca mais te veria. Mas continuei pensando em você. Uma coisa insistente que até me perturbava - esfregou a cabeça. - E então, você apareceu em um meet. - Sorriu olhando para a mesa. - Fiquei apavorado quando te vi. Achei que você fosse falar sobre aquele dia no hospital. Mas você não deu sinal algum. Inclusive, é a fã mais calma que já tive contato.
Revirei os olhos.
- Como eu daria qualquer sinal? Naquele show, você era o Heaven. Alguém num pedestal, e eu o idolatrava - sorri com a lembrança, um sorriso triste. - Você foi minha viagem de despedida. Era a última coisa que eu queria poder fazer antes de morrer e eu tinha certeza que eu ia morrer.
- Acontece que eu não sabia como reagir. Como eu podia te abordar no meio de um monte de fã? Eu não sei!
"O show continuou, eu não tive coragem de falar com você. Fiquei com ódio de mim mesmo. Nem cheguei a sair com o resto da banda como estávamos acostumados a fazer depois dos shows. Esperei toda coletiva e entrevistas acabarem e fui dormir, achando que teria um pouco de paz. Mas pra minha surpresa, te vi no hotel.
- No elevador - completei.
- Sim - ele deu uma risada estranha. - Estava linda. A maquiagem um pouco borrada, os olhos perdidos.
- Eu estava completamente bêbada - lembrei.
- Eu nunca fui uma alucinação. Sempre fui real, Sofia.
- Por que não me procurou no hotel?
- Eu não sei! Sou um burro. Você estava ali, e eu deixei você ir embora. Mais uma vez! E isso me consumiu por dias. Até que eu comecei a ficar maluco. Precisava falar com você. Talvez eu desencanasse se a gente conversasse. E só aí resolvi te procurar. Fui até o hospital e descobri que você estava afastada. Só isso que me disseram. Foi quando comecei a usar esse look lindo.
Sorriu olhando para baixo.
- Ninguém queria passar informações sobre você. Então eu contratei uma pessoa para investigar.
- O quê? - meu sangue deu uma fervida. As roupas que eu vestia de repente se tornaram quentes e apertadas demais.
- Não sou louco, mas você simplesmente sumiu! Bem quando eu resolvi te procurar. Só queria saber se você estava bem, afinal, eu sabia que a sua saúde não estava boa. Descobri que estava com melanoma. Acompanhei de longe cada etapa do seu tratamento, mas eu estava em turnê. Um ano inteiro passou e eu continuei pensando em você todo santo dia.
Meu Deus!
Eu estava estática.
- Quando finalmente terminamos os shows, você desapareceu novamente. Sabia que tinha feito cirurgia. Sabia de tudo, mas você parecia estar fugindo de mim. Não demorou muito para me informarem que você estava com seus pais - fez uma careta de desconforto por saber demais.
- Você consegue tudo que quer?
- Não, Sofia. Na verdade, não - me olhou triste. - Deixaram um buraco na sua história. Eu não sabia sobre a sua memória - me dirigiu um olhar preocupado. - Eu não tinha ideia desse fato. Fui pego de surpresa.
Eu estava com a testa apoiada em boa parte da minha mão esquerda, tentando esconder meu rosto enquanto ele me contava uma historia que eu tinha vivido, mas não parecia ter participado.
- Te encontrei andando na rua quando estava indo em direção à tua casa e não quis perder mais uma oportunidade de falar com você. Quando me viu, notei que algo estava errado pelo seu olhar. Não expressou nenhum sentimento, nem de raiva - riu. - Logo desabafou falando sobre a sua memória e eu fiquei desarmado. Todo discurso que eu tinha preparado eu fui brigado a engolir.
"Era uma chance de começar do zero. Confesso que não pensei direito antes de agir".
- Quanta informação - sussurrei esfregando a testa.
- Eu sei... - ele falou tentando encontrar alguma informação no meu comportamento.
- Você tinha que ter me contado de uma vez.
- Você acha que eu não quis? Eu quis. Na verdade, eu passei uma noite em claro quando soube que você estava com problema de memória. Decidi que era melhor ir pra casa e te deixar em paz. Foi no dia que você descobriu onde eu morava.
- Por isso você estava todo estranho - lembrei.
- Sim. Eu já estava com tudo pronto para voltar, mas você apareceu e eu não consegui partir.
Esfreguei minha testa lembrando de como ele parecia estar chateado naquele dia. Em como aquilo tinha de fato me magoado.
- Você tem que entender que não foi nada premeditado. Você entende?
- Você tinha que ter me contado - insisti.
- É óbvio que sim, e parece um absurdo que eu não tenha feito, mas eu me enrolei na minha...
- Mentira? - falei o interrompendo.
- Que seja - ergueu as duas mãos inconformado.
- Não se faça de injustiçado.
- Não estou, só quero que entenda que eu não quero teu mal.
- Eu fui até sua casa quando você sumiu sem dar muita explicação - seu rosto se recontorceu enquanto eu falava, provavelmente com a lembrança. - Em uma das vezes que fui, tinha acabado de lembrar de tudo. Um senhor estava lá, morava na casa ao lado e disse que ninguém morava na sua casa.
- Paguei para ele nunca dizer que eu havia comprado a casa. Não podia deixar que alguém da imprensa soubesse.
- Entendi - me sentia cada vez mais triste.
- Sofia, eu fiquei desesperado. Agi de forma estúpida.
- E eu fiquei desesperada quando você sumiu, Heaven. E o que eu encontrei? Nada. Nem sinal de que você fosse de verdade. Pensei que estava doente mais uma vez e entrei em desespero também. Você consegue entender a gravidade dos seus atos?
Ele ficou em silêncio sem saber como me responder.
- Depois você apareceu na minha casa! Teve mais uma chance de me contar tudo. Eu fiz sexo com você achando que você não existia. Aliás - comecei a atropelar as palavras - como você entrou na minha casa?
- Eu fui até lá para te contar a verdade e...
- Como foi que você entrou na minha casa? - perguntei mais uma vez asperamente.
- Entrei junto com você quando abriu o portão e entrou com o carro.
Como eu havia desconfiado.
- E como entrou para deixar o golden ticket?
Ele soltou todo o ar como se estivesse perto de explodir.
- Roubei suas chaves e um controle.
- Como é? - estreitei meus olhos. Eu queria bater nele. Eu queria muito.
- No dia que estive lá com você, enquanto dormia, vi suas chaves na porta e encontrei outra igual pendurada no claviculário da cozinha.
- Você está brincando, não está?
- Não.
- A troco de quê?
Silêncio.
- Você ia continuar entrando na minha casa como se fosse uma alucinação? - meu sangue estava borbulhando.
- Eu não sei, tá legal? Não sei! Só que fiquei desesperado com medo de não conseguir mais te ver.
- Heaven eu preciso arejar minha mente, você é maluco - levantei.
- Espera - levantou logo em seguida segurando meu braço com delicadeza.
Eu não disse nada. Olhei para a mão dele que me segurava e ele automaticamente me soltou ao notar meu desconforto.
- Desculpa - ele pediu.
Foi muito rápido, eu mal vi o movimento quando uma mão se enfiou entre nós dois e deu um tabefe na aba do boné dele que voou longe fazendo com que o cabelo dele caísse sobre o rosto de forma abrupta.
- Então é isso? Você me trocou por esse merda?
Gabriel estava vermelho e furioso. Os olhos estavam arregalados.
- Você perdeu o juízo? - perguntei olhando para os lados ao ver que todos estavam prestando atenção na gente. Um celular já estava virado em nossa direção, provavelmente gravando tudo.
- Parece que quem perdeu foi você - falou medindo Heaven de cima a baixo.
- Já falei para ficar longe de mim - avisei mais baixo, mesmo que furiosa.
- Escuta aqui, cara - Heaven advertiu.
- Escuta aqui o quê? - Gabriel enfrentou.
- Cala logo essa sua boca.
Gabriel riu e imediatamente depois levou um soco que faria com que ele ficasse sem rir por um bom tempo.
Meu deus!
Agora vários celulares estavam apontados para gente. Escutei alguém cochichar o nome de Heaven.
Sofia veio correndo ver o que estava acontecendo.
- Perdão, Sofia - pedi desesperadamente enquanto Gabriel tentava recuperar o equilíbrio.
- Por favor. O senhor pode ir embora? - ela pediu para Gabriel e logo depois se dirigiu a Heaven da mesma forma.
- Desculpa - Heaven pediu olhando para ela com arrependimento.
- Vocês dois que se danem - Gabriel esbravejou antes de sair com uma das mãos no nariz.
Bufei e olhei para Heaven que estava estático.
Me desculpei mais uma vez com Sofia e deixei dinheiro sobre a mesa.
Evitei olhar para Heaven enquanto saía. Só queria respirar um pouco do ar externo, mas quando cheguei perto da porta, Cristofer estava entrando.
- Sofia - saudou.
- Cristofer - respondi.
- Você está bem?
- Não.
- O que ele te fez?
- Você deu meu telefone para ele? Justo você?
- Eu dei sim - deu de ombros.
- Cristofer! - senti meu rosto todo se enrugar de raiva.
- Ele estava miserável, Sofia. Assim como você. Achei que talvez fosse melhor vocês serem miseráveis juntos - falou com calma.
- A gente se vê amanhã. Peça desculpas para Sofia mais uma vez - falei saindo.
- Pelo quê?
- Pergunte a ela - saí sem olhar para trás.
Mais fotos minhas foram tiradas. Sabiam meu nome. Perguntavam sobre Heaven. Me seguiram até que eu entrasse no carro.
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