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Capítulo 39

- Ele o quê? – Olívia quase cuspiu o café.

- Estou tentando processar até agora.

- Você está bem? – segurou minha mão.

- Não. Na verdade estou péssima – esfreguei meu rosto com as mãos. – Eu vivi com esse homem por quanto tempo, Olívia? Por anos, e nunca percebi quem ele era. Estou chocada. E eu tentei voltar pra ele no começo.

- Mas ainda bem que você não voltou. Estou aqui do seu lado e vou te ajudar a não fraquejar.

- Jamais. Eu não tenho porque fraquejar. Não sinto absolutamente nada por ele. Já desconfiava disso, mas ontem eu tive certeza.

- Fico mais aliviada.

Suspirei e inalei o ar com força.

- Às vezes... – me interrompi.

- Às vezes o quê?

- Eu penso que talvez eu devesse ter continuado com meu plano inicial de não me tratar.

- Está falando sério?

- Estou sim, Olívia. Eu jamais me mataria, mas confesso que viver não está sendo prazeroso no momento.

- Meu Deus, Sofia – falou ao me abraçar.

Nos distanciamos um pouquinho depois que ela finalmente me soltou.

- Só vamos manter isso em segredo. Não quero mais gente sabendo desse episódio horrendo, ainda mais Cristofer.

- E por falar nele  – ela resmungou como um ventríloquo quando ele se aproximou.

- Sofia.

- Recebeu minha mensagem?

- Sim.

- Eu assumo. Você é quem descansa agora, Cristofer. Até mais tarde, Olívia – acenei e ela respondeu com um sorriso preocupado.

- Sexta. Show do The Odds! – escutei uma das enfermeiras comemorando no corredor.

Bufei.

Entrei imediatamente no banheiro para dar uma molhada no rosto e acordar.

A guerra interna estava me deixando exausta. Eu queria ver ele, mas pra quê? Mesmo que tudo terminasse bem, ele era um idiota e nosso relacionamento não tinha futuro.

Relacionamento?

Eu tinha perdido o juízo.

***

- Já está indo pra casa? – Jéssica quis saber quando me encontrou no vestiário.

- Estou. Chega de plantão.

- Você está bem?

- Estou – parei de vestir o sapato para olhar para ela. Por quê?

- Só verificando – respondeu sem graça.

Sempre fui um pouco dura com ela, não por mal, mas para ela "crescer" profissionalmente.

- Estou bem – sorri. – Obrigada, Jéssica – me levantei pegando minha bolsa e saí.

Tirei os sapatos enquanto subia as escadas e me joguei na cama. Estava tão confortável que parecia me abraçar. Mas fechei os olhos e vi Heaven.

Estava imóvel como se eu visse uma fotografia. Os cabelos perfeitos, os olhos transparentes.

- Eu vou ter que ir nesse show – resmunguei antes de pegar no sono.

***

- Jaqueta de couro para um show de rock? Tão inédito como flores para a primavera – torci o nariz falando sozinha. Mas estava frio e eu estava satisfeita com a jaqueta.

Tirei e coloquei meu anel algumas vezes enquanto olhava no espelho, um ritual típico de quando estava ansiosa. Ainda estava ponderando se estava fazendo a coisa certa ou não.

Seria tão bom se eu pudesse ir sem que ele me visse.

Peguei meu convite dourado sobre a mesa e o encarei por alguns segundos antes de sair.

O taxista parou bem em frente à casa de show. Um mar de gente se aglomerava como sempre. Dessa vez eu estava sentindo mais nervoso do que de costume. Não sabia como eu ia entrar, nem o que ia acontecer depois disso.

Uma observação no meu ingresso dizia para eu me apresentar para qualquer segurança próximo à casa de show, e foi o que eu fiz.

- Oi? – me aproximei do ruivo de quase dois metros de altura com cara de dor de barriga. O olhar que ele me dirigiu de cima para baixo foi a indicação de que eu devia falar o que eu queria de uma vez.

- Eu recebi esse ingresso aqui, olha – estendi para ele que ergueu uma sobrancelha.

- Senhorita Montenegro! – seu tratamento mudou radicalmente e ele sabia meu sobrenome!

- Sim.

- Um momento – pediu pegando o rádio.

Falou em códigos com outro segurança que logo se aproximou.

- Olá, senhorita Montenegro. Vamos, eu te levo até lá.

- Até onde, meu deus? – eu quis saber seguindo pelo caminho que ele me indicou com a mão espalmada nas minhas costas.

E por que todo mundo sabe meu nome?

As pessoas iam abrindo o caminho diante de um homem tão grande e, ao mesmo tempo, ficavam intrigadas olhando para mim de forma estranha, como se quisessem reconhecer se eu era famosa ou algo do tipo.

- Por aqui – o grandalhão me lembrou que eu tinha que segui-lo.

- Ah, sim.

Andamos até uma entrada estranha, uma porta de metal bem feia que só abriu depois que ele usou seu crachá. Mais seguranças estavam espalhados. Logo, entramos na parte bonita. Eu conhecia o estilo daquele lounge. Algumas fãs que pagaram bem caro por um ingresso vip se espalhavam pelo local. Eu costumava fazer parte daquele grupo.

Eu estava distraída quando notei que uma delas me olhava feio.

- Venha – ele pediu e então mais uma porta se abriu com seu crachá mágico e estávamos diante de uma escada metálica que certamente não era permanente.

- Por favor – indicou para que eu fosse na frente.

Subi lentamente e logo comecei a escutar os gritos. Eu estava subindo no palco. Era uma lateral que não podia ser vista pelo público, mas ainda assim, era o bendito palco.

- Você pode andar por onde quiser. Menos no palco de fato. Aqui atrás está liberado – falou quando terminamos de subir pela lateral esquerda da estrutura.

Continuei estática olhando para ele.

- Aqui é o espaço reservado para você. Ninguém vai te incomodar. E pode pedir o que quiser para a Monalisa – apontou para a japonesa de uniforme ao lado da poltrona provençal que era "minha".

- Mas o quê? – perguntei para mim mesma olhando em volta.

Heaven enlouqueceu de vez!

Pra que todo esse circo?

- Você vai conseguir ver todo show por aqui – ele finalizou e eu só consegui fazer um sinal de joia em resposta.

Pessoas passavam o tempo todo pelos bastidores, correndo, gritando e falando nos seus rádios enquanto eu estava sentada como uma rainha no meu trono.

- Quer beber alguma coisa?

- O quê? – estava distraída com tanta informação.

- Quer beber algo? Sinta-se à vontade para pedir o que quiser.

- Não, eu estou bem. Obrigada.

- Se precisar, pode acenar que eu te vejo, escutar eu sei que vai ser impossível – sorriu voltando para trás.

Assenti suavemente enquanto um sorriso estranho atravessava meu rosto.

Eu pensei que ia chegar aqui e ia encontrar o maldito do Heaven de uma vez, e agora, isso?

Me apoiei nos braços aveludados da poltrona preta para me levantar e sair. Eu estava me sentindo patética. Mas todas as luzes se apagaram e eu paralisei.

- Merda – resmunguei sentando minha bunda novamente.

O show estava começando. As luzes piscavam e todos gritavam na platéia como se o mundo estivesse prestes a acabar. Então, os três surgiram no palco como se uma fumaça tivesse levado eles até lá. Devem ter saído do chão ou algo do tipo.

- Desgraçado! – falei mais alto do que pretendia e uma pessoa da produção olhou para mim com a cara confusa.

Começou essa merda de show e nem teve a delicadeza de falar comigo antes?

Passei as duas mãos pelo rosto e permaneci sentada enquanto eles tocavam a música da abertura.

Meu instinto era levantar pra pular e cantar junto com a letra que eu sabia de cór. Seria ridículo. O que imperava era a vontade enorme de me levantar e sair correndo.

Quando a música finalmente terminou, ele olhou para mim e sorriu. Pareceu aliviado. Ficou parado olhando para o lado tempo suficiente para causar estranhamento nas pessoas, eu pude notar. Então, voltou a falar com o público que gritava a cada sílaba que ele pronunciava.

- Hoje é uma noite especial. Uma das melhores na verdade. Eu posso sentir – olhou para mim novamente com um sorrisinho de lado todo cínico que mal estampava as covinhas. Parecia muito com a aquele sorrisinho que Elvis Presley dava e matava uma por uma do coração numa platéia. 

Eu baixei o olhar. Senti vontade de mostrar a língua ou o dedo do meio pra ele. Mas fiquei quieta.

Ele continuava papagaiando sem parar enquanto sua camisa preta de tecido um pouco transparente colava em sua pele fazendo as tatuagens aparecerem. Revirei os olhos.

- Agora a gente vai cantar uma música nova para vocês. É inédita. Não estamos em fase de criação de um álbum novo, mas fizemos um single.

Antes da música começar, ele olhou para mim mais uma vez, me deixando desconfortável.

Me ajeitei na poltrona quando os primeiros acordes começaram e eu não sabia o que viria a diante. Minha respiração começou a ficar complicada quando percebi que a letra falava sobre poder voltar no tempo e ser outra pessoa.

A melodia era um pouco triste. Eu não esperava nada diferente.

- "Porque nenhum fascínio dura para sempre. Amor sim" – escutei ele cantar como um lamento.

- Meu Deus  – eu levantei meio que automaticamente.

Eu lembrava de uma conversa que tivemos em falamos sobre o que ele acabava de cantar.

Ele tinha escrito a música para mim?

Engoli a saliva que parecia arame farpado e saí em direção à escada.

- Sofia? – Onde vai? – o ruivo quis saber, mas eu não olhei para trás.

Lógico que ele facilmente me alcançou e perguntou se estava tudo bem.

- Estou, mas preciso ir para casa.

- Heaven pediu para que ficasse até o final – pareceu confuso.

- Olha, eu imagino que sim, mas tenho que ir.

- Tem certeza? – parecia inconformado.

- Sim. Obrigada pela recepção. Agradeça à Monalisa também – falei me virando para sair pela porta metálica feia.

- E o que eu falo para ele? – gritou fazendo sua voz ecoar pelo corredor.

- Diga para ele não carregar todo o peso do mundo nos ombros.

Corri para fora do lugar e pude escutar a voz de Heaven ecoando pela rua, a garantia de que ele não estava vindo até mim.

Porque nenhum fascínio dura para sempre. Amor sim.

Eu podia ver que tinha estrelas no céu pela janela traseira do taxi quando o refrão da música se repetiu sem parar na minha cabeça. A voz de Heaven reverberava silenciosamente dentro de mim enquanto eu não conseguia parar de pesar que eu já tinha ouvido aquilo antes. Uma tortura doce que só passou quando peguei no sono.

Senti a cama se afundando e despertei completamente quando alguém entrou sob meu edredom.

Abri meus olhos um pouco assustada mesmo que sonolenta. Era Olívia.

- Olívia, pelo amor de Deus – resmunguei.

- Te assustei? – sorriu se cobrindo ainda mais.

Apenas resmunguei em resposta voltando a fechar os olhos, virando para o outro lado.

- Já é quase meio-dia, você sabia?

Não obteve resposta.

- Foi dormir tarde? – insistiu.

Eu estava muito sonolenta e ignorá-la não estava sendo nada difícil.

- Ah meu deus! – senti um movimento brusco. Provavelmente estava sentada agora. – Sofia! – me chacoalhou com uma das mãos. – Foi ontem, não foi? Que amiga mais relapsa. Como eu fui me esquecer disso?

A cama sacudia enquanto ela tinha uma crise de consciência embalada por seus gestos bruscos.

- Anda! Me conta o que aconteceu! – agarrou a lateral do meu corpo com as duas mãos e me balançou.

- Olívia – resmunguei pela segunda vez.

- Vocês fizeram sexo no camarim dele? Sua selvagem.

- Cala a boca só um pouquinho, por favor – pedi, mas senti vontade de rir.

Cocei os olhos com força enquanto me virava para ela que estava ajoelhada na cama.

- Não.

- Não o quê? – ela quis saber com os olhos arregalados.

- Não teve sexo dessa vez.

- Prrrr... – ele emitiu um som desanimado voltando a sentar.

- Desculpa desapontar, mas não é toda vez que acontece.

- Então você não foi até lá?

- Fui – sentei me recostando na cabeceira de capitonê.

- Brigaram?

- Não exatamente – cocei minha cabeça. – Não chegamos a nos falar. Ele fez um circo todo para que eu pudesse ver o show de cima do palco, de uma das laterais.

- Caramba! – sussurrou.

- Foi um pouco exagerado, mas teria sido um sonho alguns meses atrás. Acontece que eu não esperei o show terminar para sair.

- E por que não?

- Não sei ainda. Acho que ele fez uma música pra mim.

- Jura? – sorriu.

- Sim – encarei a parede a nossa frente. – Eu entrei em pânico e fugi sem olhar para trás.

- Ah, Sofia– suspirou.

Também suspirei, mas não disse nada.

- Será que eles já foram? Tipo, pra outra cidade ou país?

- Eles não estão mais em tour. Então não sei – o pensamento me deixou muito triste. – Não sei o que fazer.

- Você quer que eu vá embora? Pensei da gente ver uns filmes e não levantar da sua cama.

- Claro que quero que fique. Cadê o Cristofer?

- Com a Sofia dele. Agora é assim.

- Deixa de despeito.

Ela ergueu as duas mãos como se se desculpasse.

Assistimos dois filmes dos anos oitenta e pedimos comida chinesa. Pegamos no sono por algumas horas até o celular dela tocar e ela ficar toda animadinha.

- Quem era, hein?

- Um amigo – falou num tom irônico.

- Amigo – repeti.

- Espero que evolua... a gente se conheceu na academia. Agora fazemos alguns exercícios juntos – riu.

- Sempre em forma – ri também.

- Sabe o que seria bom? – falou descendo da cama e se enfiando na calça jeans.

- O quê?

- Vocês trocarem algum tipo de contato da próxima vez. Eu sei que está louca para falar com ele e: adivinha! Vocês não têm como.

- Se tiver próxima vez.

- Você duvida?

Não respondi.

Ela piscou e pegou a bolsa já a caminho da porta do quarto.

- Cuida desse corpinho! – gritei quando ela passou sob o batente.

Escutei quando ela bateu aporta e me afundei na cama novamente querendo que ela me engolisse.

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