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Capítulo 37

Meu olho quase não abriu na manhã seguinte. Estavam inchados por ter chorado boa parte da noite.

Fiz um café forte, sem açúcar, para acordar, e tomei um banho não muito quente. Queria conseguir trabalhar, precisava estar desperta.

Coloquei os óculos mais escuros que eu tinha para sair, estava certa de que minha cabeça ainda iria doer, a sensibilidade nos meus olhos provava isso.

De pé na varanda, notei que a rua tinha mais carros do que de costume. Minha rua num bairro tranqüilo não era ponto de parada de muitos carros, a não ser em dia de festa na casa de algum vizinho.

Uma pessoa saiu do carro segurando uma máquina quando eu caminhei para o meu carro ainda dentro da garagem. Mais um homem surgiu também segurando uma máquina.

- Que ódio! - falei quando bati a porta do carro com certa força, agarrada ao volante.

Os caras meio que montaram um acampamento na minha rua, esperando ver Heaven. Não é todo dia que um astro da música se enfia numa casa de subúrbio. Mas eles não iam ter muito o que ver lá. Nos raros momentos que eu estava em casa, certamente, não teria mais visitas de Heaven. Com certeza ele nunca mais apareceria. Fato que me deu uma pontada no peito. Eu queria poder dar uma esbofeteada na cara dele.

Balancei a cabeça me livrando dos pensamentos envolvendo ele para me comprometer com o que de fato importava: meu trabalho.

***

- Não acredito que tinha gente de tocaia na sua porta de casa - Olívia falou e depois sugou o suco pelo canudo com força.

- Isso não faz sentido nenhum - Cristofer continuou depois que contamos para ele tudo que tinha acontecido.

- Eu estou furiosa. Queria matar alguém - confessei.

- Você pensou que estava doente de novo por causa desse cara - Cristofer ainda estava impressionado. - Eu não sei você, mas se ele aparecer na minha frente, eu quebro a cara dele.

- Isso não vai acontecer, Cristofer - assegurei terminando de tomar uma coca para me manter acordada. Me recostei no sofá da sala de descanso e suspirei. - Não agüento mais ficar sem fazer cirurgias. Se eu quisesse ser babá de paciente, tinha feito enfermagem.

- Maldosa - Olívia falou irônica.

- Por falar em cirurgia, eu tenho que ir - Cristofer anunciou.

- Também vou indo - Olívia se levantou arremessando o copo vazio no lixo.

- Isso. Vivam suas vidas enquanto eu fico jogada pelos cantos desse hospital.

Estava vagando pelo corredor que parecia especialmente calmo. Vi Jéssica fazendo um prontuário, me distraí prestando atenção no que ela fazia quando senti alguém segurar no meu braço. Não foi com força, mas envolveu todo meu antebraço e eu me virei calmamente para ver.

Os olhos arregalados de um tom esverdeado inconfundível me focaram.

- O que você está fazendo aqui? - soltei um pouco mais alto do que pretendia.

- Shiu... - ele respondeu com os olhos verdes ainda mais arregalados.

- Não faz shiu pra mim! Você está louco? - falei mais baixo. - Sai de perto de mim. Não quero ver sua cara.

- Preciso falar com você.

- Vai pro inferno - comecei a andar novamente, mas ele me segurou.

- Por favor - implorou.

Ainda contrariada, puxei ele para dentro de uma sala de suprimentos com certa grosseria. Tranquei a porta logo em seguida.

- O que você está fazendo nessa área? Como você entrou aqui?

- Suborno.

- Pelo amor de Deus... - fiquei indignada. - E esse boné ridículo de novo. Então era por isso que você vivia com essa droga! - bati na aba do boné que voou longe caindo no chão.

Ele baixou o rosto e os cabelos cobriram boa parte dos olhos.

- Eu já sei de tudo, Eduardo - falei o nome com raiva. - Você é um mentiroso! Você tem noção do que fez comigo? Me fez pensar que estava doente de novo! Até inventou um nome. Se aproveitou da minha falta de memória para me usar bastante. Por que eu? Por quê, Heaven? Com tanta gente por aí te querendo. Como me achou?

- Vim me explicar e pedir desculpas. Se você me deixar falar.

- Eu tô me lixando pras suas desculpas. Mal posso olhar pra essa sua cara.

- Não é verdade - falou voltando a olhar para mim como se pudesse ler minha mente.

- Eu odeio você - falei com a respiração acelerada.

O nariz dele se aproximou do meu rosto e eu acertei sua bochecha com um tapa tão forte que queimou minha mão.

Instantaneamente me arrependi. Meu rosto deixou transparecer o arrependimento, mas eu não queria dar o braço a torcer. Quando ele voltou o olhar para mim, exibia algo que parecia ser um sorriso. Me enfureci.

- Sai daqui! - meio que o empurrei, pois estava muito perto de mim.

Ele permanecia em silêncio, desobedecendo as minhas ordens.

- Quer me bater até sua raiva passar? - me desafiou.

A vontade que senti foi de acertá-lo novamente, mas ao contrário, avancei sobre ele e o beijei com a mesma intensidade do tapa que eu havia dado segundos antes. Mais que depressa ele correspondeu ao beijo sem jeito, meio tosco e bruto. Agarrou a parte de trás da minha cabeça com uma das mãos pressionando meu rosto contra o dele violentamente. A outra mão ele comprimia contra minhas costas.

Eu o mordi com força demais no lábio inferior, o que fez com que ele se afastasse momentaneamente. Os olhos escuros se estreitaram quando ele me virou de costas para ele e me prensou contra a parede. Puxou minha camisa e meu guarda-pó para o lado deixando meu ombro a mostra e devolveu a mordida com igual intensidade, talvez ainda mais forte.

Eu gemi com a dor ardida que a mordida causou, o que pareceu satisfazê-lo ainda mais. Espalmei minhas duas mãos na parede enquanto ele vasculhava sob minha camisa. Não tive a força necessária pra impedi-lo, na verdade, eu comecei a ansiar pelo toque dele.

Uma das mãos dele subiu pelas minhas costas até chegar no pescoço, onde ele enraizou os dedos entre meus cabelos, puxando de leve minha cabeça para trás deixando o acesso ao meu pescoço mais fácil para ele.

Beijou meu pescoço e minha orelha enquanto a outra mão desceu pelo cós da minha calça. Deu uma passeada pelo elástico e logo em seguida seus dedos escaparam para dentro dela.

Meus olhos se comprimiram quando eu senti o contato dos dedos dele. Meu corpo automaticamente se curvou para trás. Então ele soltou meus cabelos para abrir o zíper da calça dele.

Minha mão direita foi para trás e se prendeu nos cabelos dele esperando pela reação que eu já conhecia e que me fazia sentir saudade.

Meu cérebro estava prestes a entrar em combustão. Eu estava mesmo protagonizando um episódio de um filme pornô no ambiente de trabalho. Sufoquei todos os pensamentos que gritavam para que eu parasse e impedisse o que ele estava fazendo, pelo simples fato de estar gostando.

Nós dois descontando a raiva no sexo. Não era carinho. Mas não era agressão. Algo que beirava as duas coisas.

Abaixou o cós da minha calça e calcinha. Apoiou a mão sobre a minha na parede e eu pude senti-lo dentro de mim. A sanidade tinha sido varrida da minha cabeça.

Quando nossas respirações começaram a acalmar, a testa dele repousou no meu ombro por uns segundos.

Quando me afastei de lado colocando minha calça novamente no lugar, ele imediatamente começou a se ajeitar. Os cabelos estavam a mais perfeita bagunça e doía olhar para ele.

O tique usual dele se manifestou e seu rosto ficou a mostra por completo desta vez. Sua expressão estava suave, provavelmente acreditando que havia uma trégua entre nós.

Andei até a porta e segurei na maçaneta.

- Não se atreva a aparecer na minha casa. Não quero que você chegue perto de mim novamente. Eu falo sério - terminei quando ele fez menção a falar.

Seu rosto voltou a ficar confuso e os olhos se arregalaram quando comecei a abria a porta.

- E não esquece de levar o seu boné ridículo com você.

Minha máscara carrancuda caiu assim que fechei a porta atrás de mim. Fiquei paralisada por alguns segundos com a mão na boca pensando em toda merda que eu tinha acabado de fazer.

Fui andando com certa rapidez para o banheiro, uma vontade sufocante de chorar subindo por minha garganta. Sabia que ia precisar de um lugar mais tranqüilo, então subi pelas escadas, quatro lances e encontrei o banheiro que era menos freqüentado.

Entrei em uma das portas e sentei sobre a tampa do vaso com o rosto nas mãos, os cotovelos apoiados nos joelhos. Meu pulmão parecia vazio e por mais que eu puxasse o ar ele parecia não entrar.

Escutei duas pessoas entrando no banheiro. Conversavam e riam, o que parece extremamente irritante quando você está sofrendo tanto.

Esperei que elas saíssem para lavar meu rosto. Meu reflexo no espelho refletia bem o meu interior. Os olhos vermelhos e o rosto marcado por causa do choro. Os lábios estavam amortecidos pela intensidade dos beijos que tinha dado em Heaven.

- Desgraçado - sussurrei enxugando o rosto molhado.

Mandei uma mensagem para Olívia pedindo que assim que pudesse, me encontrasse em casa. Não podia mais ficar no hospital.

***

- Sofia - escutei meu nome juntamente com uma chacoalhada leve. Mas não me movi. Então, novamente fui chacoalha - Sofia...

Murmurei algo antes de acordar de verdade. E quando consegui abrir meus olhos, focalizei Olívia.

- Oi - murmurei novamente.

- Oi - falou me empurrando para o lado para deitar comigo na cama.

- Você demorou.

- Estou exausta - se virou para mim com os olhos enrugados nos cantinhos por culpa do sono.

- Eu também estou morrendo de sono.

- Você tomou calmante de novo?

- Sim - sussurrei.

- Me lembre de te encher de porrada quando a gente acordar.

- Uhum...

Nos encolhemos sob o cobertor e pegamos logo no sono. Só de ter ela ali do meu lado, eu já me sentia melhor.

Acordei antes dela. Vi que ainda estava em sono profundo, então saí da cama com cuidado para não acordá-la.

Fui até a cozinha preparar um café completo. Eu não sentia fome, mas conhecia o apetite de Olívia, e ela merecia depois de uma noite de plantão no centro cirúrgico. Ainda mais pelo fato de ter que me agüentar.

- Qual é? - perguntou só de camiseta parada sob o batente da porta ampla que dava para a cozinha.

- Oi.

- Eu vim pelo cheiro de café.

- Sabia que viria. Fiz suco, tem pão e até bolo.

- Minha nossa. Comida de verdade na sua casa?

- Eu comprei, não fiz nada. Mas sim, comida de verdade.

Ela caminhou até mim e se sentou na cadeira enquanto eu colocava uma xícara em sua frente.

- Então? - falou e em seguida deu um gole rápido e pequeno no café quente.

- Eu estou um pouco apavorada.

- O que aconteceu? - pareceu ter acordado.

- Ele foi no hospital ontem - disse num suspiro.

- O quê? Sério? Ele teve coragem?

- Teve.

- E como ninguém vê Heaven Strike zanzando por aqui?

- Ele usa umas roupas ridículas e um boné horroroso. E subornou alguém para ter acesso à parte restrita do hospital.

- Me Deus - pareceu inconformada.

- Nós transamos.

- Sofia! - soltou a xícara definitivamente na mesa.

- Na sala de suprimentos.

- Espera... o quê?

Coloquei as duas mãos no rosto.

- Você está maluca? - riu, mas estava brava.

- Ao que tudo indica, sim.

- Inacreditável.

- Mas não fizemos as pazes. Ele é um mentiroso aproveitador e eu mandei ele ficar longe de mim, ou vou à polícia.

- Isso é surreal demais. Você querendo ordem de restrição contra Heaven Strike. É simplesmente surreal.

- É bizarro, mas eu não consigo pensar nele sem querer vomitar... mas ao mesmo tempo. Ai!

- Deve ser confuso mesmo.

- Só que essa confusão não interfere somente na minha vida, Olívia. Eu não posso trabalhar enquanto eu estou desse jeito. Não posso colocar a integridade ou a vida dos outros em risco. E isso, meu Deus, isso me faz odiá-lo mais ainda.

- Talvez seja melhor trabalhar. Quem sabe você não se desligue disso enquanto trabalha? Funciona para mim.

- Não sei. Estou com medo.

- Acho que você deveria tentar. Se sentir que não funciona, você se afasta. Sofia - ela segurou minha mão - você acabou de voltar, era o que mais queria. Não deixe ninguém tirar isso de você. Nem mesmo um roqueiro idiota numa camisa floral.

Eu sorri para ela, mas com vontade de chorar. Ela estava certa. Minha vida toda eu dediquei ao trabalho e não ia perder tudo por causa de Heaven.

- E se ele aparecer de novo? O que eu faço?

- Minha opinião sincera?

- Sim.

- De verdade mesmo?

- Fala logo.

- Transa com ele, e bota pra correr de novo. É meu ideal de relacionamento.

- Boba.

- Quero só ver quando Cristofer ficar sabendo disso.

- Eu meio que já contei pra ele - fiz uma careta sabendo que ela ia ficar brava.

- Como assim? Antes de mim?

- Bom, você demorou e eu ia explodir, então liguei para ele.

- Eu sempre perdendo o posto pro Cristofer.

- Ah, que lindo o ciuminho. Mas foi com você que eu dormi.

- Tudo bem, tudo bem. Eu consigo conviver com isso. E o que foi que ele disse?

- Que se encontrar Heaven pela frente, mata ele.

- Imaginei - falou rindo. - Por isso que eu amo o Cristofer.

- É por isso que eu o amo também.

- Faço minhas as palavras dele - tomou um gole demorado de café e depois cortou uma fatia de bolo. - E vai se arrumar que nós vamos para o hospital.

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