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Capítulo 29

Batidas na porta me acordaram. Era quase hora do almoço.

Eu estava me habituando a dormir.

Nem pensei muito e desci.

- Oi.

Era ele.

- Oi! Veio para o café da manhã? - brinquei abrindo a porta. Um pouco de excitação correndo pelas veias.

- Eu vim rapidinho. Tive um imprevisto - coçou os cabelos que esta manhã estavam livres do boné.

- Teve? - desfiz o sorriso.

- Preciso ver meus pais. Me ligaram e estão precisando de mim.

- Está tudo bem? - me preocupei um pouco.

- Está... está. Não fique preocupada. Só preciso dar uma força para eles - falou descendo pela varanda enquanto eu o acompanhava até o carro.

- Vai ficar quantos dias fora?

- Não sei ao certo... sabe como são esses encontros de família. Mas volto para o seu aniversário.

- Promete?

- Prometo - parecia desconfortável.

O sol do meio-dia estava me cegando, e não conseguia ver o rosto dele perfeitamente.

Estava dentro do carro quando me debrucei na janela e o beijei pela última vez.

- Vá com cuidado. E volte também.

- Pode deixar - sorriu despertando as covinhas.

Quando deu a partida, acenou para mim e seguiu em frente. Andei até o meio da rua, onde pude vê-lo até desaparecer completamente.

Foi estranho. Senti uma dor no peito, angústia, um pressentimento ruim. Queria conseguir afastar esses pensamentos, mas era como se eles pesassem uma tonelada e eu não fosse capaz de movê-los.

Um dia antes ele estava no meu quarto com intenções suspeitas e no outro estava viajando para longe.

Nem cheguei a perguntar para onde estava indo.

Três dias se passaram sem que eu tivesse notícias dele. Foi a primeira vez que senti falta de ter um meio de comunicação moderno para saber por onde ele andava. Não conhecia ele há muito tempo, mas a falta que ele já me fazia era grande.

Passei a maior parte do tempo lendo e estudando meus livros antigos, para clarear as ideias, já que eu não tinha mais esperanças de recuperar a memória.

Sem Eduardo, sobrou tempo para eu pensar a respeito de Gabriel. Todo dia antes de dormir eu falava com a foto dele.

- Você me amava? Ainda me ama?

Talvez eu tivesse perdido não só a memória, mas a sanidade também.

Rolei na cama por cerca de uma hora sem conseguir pregar o olho. Irritada, levantei e resolvi descer para comer alguma coisa.

- E se esse rapaz também for uma alucinação? Você acha que estamos fazendo a coisa certa?

Escutei minha mãe dizer algo no quarto deles, mas não entendi. Parei no meio do caminho para ver se falariam mais alguma coisa.

- Você pensou no melhor para ela, querida. O que acha de esperarmos o aniversário? - meu pai sugeriu.

Então eles ainda estavam de segredinho? Pensei que o segredo fosse Gabriel, mas tinha mais coisa.

Continuei parada esperando para escutar o que mais viria, mas os dois ficaram quietos.

Quase entrei de supetão no quarto dos dois para confrontá-los, mas não tive coragem. Fiquei parada na metade do caminho, por fim, vencida, segui pelo corredor e desci para assaltar a geladeira. Fui direto no sorvete para receber o conforto que eu precisava, não falhava nunca.

***

- Sofia! - minha mãe falou na porta do quarto depois que viu que eu já estava acordada guardando algumas roupas - Parabéns, meu amor! - entrou seguida pelo meu pai.

- Trouxemos um presente para você - meu pai falou sentando na minha cama.

- Vi que você encontrou a nossa caixa de memórias lá no jardim - minha mãe falou apontando para a latinha sobre minha penteadeira. - Então, trouxemos outra para você começar novas memórias.

A lata era linda. Tinha arabescos vermelhos e dourados, e era um pouco maior dessa vez.

- Obrigada - falei surpresa. - Eu adorei.

- Pronta para preparar uma festa? Estamos esperando lá embaixo.

Os dois saíram para que eu pudesse me trocar, mas eu permaneci estática e pensativa. Estava preocupada. Quase uma semana havia se passado e Eduardo não tinha voltado. Já era o dia do meu aniversário e ele tinha prometido que voltava a tempo.

Parecia egoísmo a sensação que eu estava sentindo. E se ele tivesse tido algum imprevisto? Afinal, estava com a família.

Com a cabeça fervendo, fui tomar um banho para tentar suavizar as ideias.

Lá embaixo, minha mãe já estava com uma panificadora praticamente montada.

Meu pai auxiliava saindo vez ou outra para comprar mais ingredientes, enquanto eu ajudava minha mãe. Vê-los tão felizes aliviava o sentimento que eu estava tendo em relação a Eduardo.

- Vou para a floricultura ajudar o pessoal a arrumar tudo por lá, meninas. Nos vemos daqui a pouco - meu pai se despediu beijando minha mãe e a minha testa.

- Até já, querido - minha mãe falou com os olhos brilhando.

Eu estava confeitando um cupcake quando minha mãe chegou do meu lado com um sorrisinho de lado.

- E então, Sofia? Hoje vamos conhecer o Eduardo - afirmou feliz.

Suspirei um pouco, mas ainda estava esperançosa.

- Acho que sim - sorri para ela enquanto espalhava glacê sobre o bolinho.

- Não vejo a hora - falou erguendo os braços andando em direção ao forno.

Mal sabia ela que eu estava desesperada para que aquilo realmente acontecesse.

O telefone tocou me fazendo voltar a realidade. Como ela não se moveu para antender, fui até o telefone na sala.

- Sofia? - era Cristofer.

- Oi! - me alegrei ao reconhecer a voz do meu amigo.

- Parabéns!

- Obrigada. Estou com saudades.

- Nós também - falou enquanto eu escutava Olívia ao fundo. - Volte logo - ela dizia.

Ele me perguntou se eu esta a bem e contou sobre um paciente que estava tratando, foi uma conversa breve.

***

Tomei um banho para tirar toda farinha e açúcar que estava em mim, mas a desconfiança de que Eduardo não apareceria, não saiu com água e sabão.

Ele prometeu. Ele virá.

Pensei enquanto me vestia. Coloquei um vestido rodado de flores coloridas e de fundo preto. Queria combinar com a atmosfera da floricultura. Como estava fazendo bastante frio, vesti meias pretas grossas também e um casaco da mesma cor.

Olhei no meu relógio de pulso umas dez vezes enquanto carregávamos o carro. Nem sinal de Eduardo.

- Droga - suspirei antes que minha mãe saísse de casa e pudesse me ouvir.

Com o carro carregado de guloseimas e com minha mãe, dirigi com as pernas trêmulas. Eu tinha dito para ele onde era a floricultura, mas será que ele se lembraria?

Minha esperança era a de que ele já estivesse lá quando estacionei, mas não.

- Sofia! Você está uma visão - meu pai falou assim que desci do carro.

- Obrigada, pai. É genético - falei apontando para minha mãe.

Descarregamos toda a comida e eu fiquei maravilhada com o que eles tinham feito. Estava perfeito.

Decoraram a entrada com uma árvore de flor vermelha e pequenas lanternas de vela. Lá dentro, cerca de dez mesas também estavam decoradas de forma parecida. Havia luzinhas por todos os lados, parecia mágico.

- Está lindo - falei para os dois que estavam sorridentes e recepcionando todo mundo cheios de orgulho.

Eram poucas pessoas, não passávamos de vinte. A maior parte do pessoal era da familia, o restante eu conhecia desde a infância, então não me causou estranhamento. Era como estar em casa depois das férias.

Três danças com meu pai e uma com o tio Alfredo, eu já estava sem um pingo de esperança.

Tentei não ficar emburrada, mas para minha mãe devia estar um pouco óbvio.

- Não fique com essa carinha. Ele deve ter um bom motivo - passou batendo no meu queixo de leve. Me senti como uma criança.

Sentei sozinha no balanço que tinha flores ornamentando as correntes, odiava a sensação de balançar, me dava enjôo, mas era o único lugar vazio e quieto.

Senti uma gota cair na ponta do meu nariz, mas não me importei. Depois dela, outras atingiram meu rosto, a única parte descoberta do meu corpo.

- Sofia! - meu pai apareceu na porta de vidro. - Saia da chuva! Que mania nova de se molhar é essa? - gritou.

- Estou indo - respondi voltando para dentro.

Chegamos em casa perto da meia-noite. Tentei parecer bem, mas estava quase começando a me sufocar, como se eu tivesse sendo enforcada pela sensação que sentia de decepção.

Agradeci aos dois pelo amor e tudo que tinham feito. Foi uma festa maravilhosa. Eu nem tinha o direito de estar tão triste, mas não podia evitar.

Me despedi desejando boa noite e fingindo cansaço ao bocejar.

No quarto, parei na janela e fiquei encarando os pingos da chuva que começavam a ficar mais suaves. Apesar do frio que fazia lá fora, por dentro eu queimava.

Olhei para a porta fechada e a tranquei. Então voltei a olhar na direção da janela. Me aproximei dela e a abri com cuidado para não fazer barulho. Segurei no batente com as duas mãos na lateral e olhei para baixo.

Tirei meus saltos e empurrei os dois para longe e peguei um tênis.

- Se ele consegue descer, eu também consigo - falei colocando uma perna para fora e depois a outra.

As pedras na parede facilitavam, mas era desconfortável e pontudo. Quando estava quase chegando no chão, senti um das pedras rasgar a carne da minha mão. Reclamei baixo e pulei atingindo a grama fofa.

Olhei para minha mão que já começava a sangrar. Parecia fundo. Mas ignorei. Olhei lá para cima focando minha janela e avaliei o que estava fazendo. Dei de ombros e continuei.

O céu não parecia estar de acordo com a minha escapulida e começou a chover novamente, mas não me importei. Comecei a caminhar na chuva gelada que já começava a ensopar meu cabelo.

A rua estava deserta e eu sabia que não era muito recomendável ficar vagando por aí, mas nenhum tipo de pensamento razoável era capaz de me frear.

Desci a rua enquanto meu cabelo já começava a pingar. O tênis que eu tinha colocado no lugar do salto, já estava encharcado.

Finalmente eu tinha como camuflar as lágrimas.

Andava rápido como se estivesse fugindo de alguma coisa, mas eu estava era indo em direção a ela. A casa dele.

Tirei meu cabelo que estava colado no rosto e vi um vulto subindo em minha direção. Tremi por dentro, senti medo e até vontade de voltar para trás, mas congelei no meio da rua que, iluminada por postes de apenas um lado, parecia uma penumbra.

O vulto foi acelerando o passo. Estava vindo na minha direção. Comecei a andar para trás aos poucos, de forma instintiva.

Ao mesmo passo que eu andava para trás, o vulto parecia acelerar ainda mais. Então me virei para o caminho de volta e comecei a correr.

Escutei o barulho dos pés que começaram a correr atrás de mim também. Nem ousei virar para trás. Comecei a chorar mais intensamente por culpa do medo quando fui envolvida por dois braços que me seguraram com tanta força que me ergueram do chão.

- Me solta! - gritei e me debati com toda força. Mas os braços não afrouxaram

- Sofia! Sofia! - eu reconheci a voz.

Parei de me debater e desmoronei.

- O que está fazendo debaixo dessa chuva a essa hora, no meio da rua... e sozinha?!

Virei para ele e derreti no seu abraço. Comecei a chorar aliviada e tremendo por causa do susto. Chorava copiosamente enquanto ele tentava me acalmar.

- Se acalme, por favor. Desculpa se te assustei.

Assustar? Eu quase morri do coração!

Me inclinei de leve para trás e recobrei um pouco da lucidez.

- Você quase me mata do coração. O que estava pensando? - perguntei um pouco ríspida me afastando dele.

Estava ensopado, com uma camisa preta que parecia de veludo, mas não tive certeza já que ele estava encharcado. O cabelo estava preso num coque. Ele estava diferente. Usava o jeans justo novamente e as botas de bico fino.

- Eu te reconheci, Sofia, vi que estava fugindo de mim e tive medo que... caísse? Não sei!

- Por que não me chamou? Por que agiu assim?

- Não sei porque, só agi. Mas o que você está fazendo aqui sozinha?

Eu quis dar uma murro nele, mas ao invés disso, me virei e comecei a fazer o caminho de volta pra casa.

- Não te interessa.

Ele me seguia um pouco impaciente.

- Me desculpa pelo atraso, Sofia.

- Tanto faz.

- Por favor - deu uma corridinha para me alcançar.

- O que aconteceu? - parei de repente ficando de frente para ele enquanto a chuva encharcava ainda mais meu casaco pesado.

Ele coçou a cabeça, parecia estar pensando numa desculpa.

- Tchau, Eduardo - na ausência de resposta, me enfureci ainda mais e continuei em frente.

- Espera - voltou a me seguir.

- Me deixa em paz! - pedi erguendo a mão.

- Não! - falou segurando um dos meus braços.

- Me solta - pedi com calma, mas queria explodir.

- Você está machucada! - virou minha mão para olhar mais de perto, mas eu a puxei com tudo.

- Quer me deixar ir, por favor?

- Eu queria te desejar parabéns, estava indo para a sua casa.

- E ia subir pela minha janela como sempre? Você prometeu! - falei apertando meu indicador no peito dele. - Me fez esperar por uma semana, e aparece desse jeito. Agora já não é mais meu aniversário. - terminei e continuei andando.

- Ei! - me alcançou parando na minha frente. - Eu sei disso, caramba. Me perdoa, Sofia. Fiz o que pude para chegar a tempo, e estou aqui agora. Você queria me ver. Estava indo até minha casa, não estava?

Sim.

- Não importa, Eduardo.

- Claro que importa!

- Sabe o que importa? Você me contar a verdade. Está sempre se escondendo com aquele boné ridículo, nunca me diz nada sobre você, e agora isso. O que é que você está me escondendo?

Silêncio.

- Você é casado? - a frase saiu embargada.

- Não! - respondeu desesperado. - Não, de jeito nenhum.

- Então por quê, Eduardo? Por que tanto mistério?

- Eu juro pra você que tenho meus motivos, mas não sou casado, nem... assassino! Só... - se perdeu nas palavras e no pensamento - eu só quero estar perto de você, Sofia.

Balancei minha cabeça indignada com a confissão vazia dele. Quis sair andando mais uma vez, mas não consegui. Coloquei as duas mãos no rosto e chorei.

- Você está me torturando - confessei.

Ele se aproximou e tirou minha mão do rosto para me abraçar.

- Eu sou uma pessoa horrível por isso, e nunca foi minha intenção, Sofia. Eu queria poder te explicar tudo, mas não sei se tenho como, só confie em mim.

Quanta estupidez.

- Não sei se posso - confessei.

Seu desespero era nítido. Eu só queria saber o que tanto atormentava ele e porque ele não era capaz de me contar.

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