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Capítulo 22

O despertador tocou às sete da manhã. Ao contrário dos outros dias, eu tinha acordado com um meio sorriso. Estava entusiasmada demais para reprimir sorrisos às sete da manhã.

Meus pais estavam zanzando pela cozinha quando eu cheguei lá.

Abri o armário e peguei uma xícara para mim, enchi de café e peguei um pedaço de pão.

- O que está fazendo acordada, Sofia? - meu pai quis saber com um sorriso surpreso.

- Vou ao mercado.

- Mas, são sete horas da manhã, querida - minha mãe retrucou.

- Eu sei, mas - me sentei dando uma mordida no pão - acordei disposta hoje. Vou até fazer almoço.

- Que maravilha. Quer que a gente venha para o almoço?

Não!

- Eu sei que gostam de ficar por lá pela floricultura - tentei parecer imparcial. - Mas faço o suficiente para jantarmos.

- Tudo bem - ela aceitou feliz.

Terminei meu café e peguei o carro do meu pai na garagem. Pedi instruções para eles de como chegar ao mercado maior e em menos de dez minutos eu estava lá.

Dentro do lugar, fiquei um pouco desesperada.

O que eu vou fazer para o almoço?

Devia ter pensado nisso antes, mas talvez andando pelos corredores alguma ideia surgisse.

Entrei num corredor que tinha alguns itens estrategicamente lado a lado. Corri os olhos pelos tipos especiais de arroz para risoto e alguns molhos. Até os vinhos para acompanhar estavam dispostos ali.

Peguei o arroz especial e um vinho. Depois escolhi alguns cogumelos frescos. Lembrei que minha mãe sempre fazia, e era algo que eu ainda sabia como fazer.

Também comprei uns brownies prontos na delicatessen do mercado para a sobremesa. Eu ia ficar devendo uma grana pros meus pais, tudo gasto em comida.

O que será que eu já aprendi a cozinhar?

Tanta coisa que eu já devia ter feito e que não fazia a menor ideia.

Chacoalhei a cabeça para voltar meu pensamento para o almoço e, com tudo que eu precisava, voltei para casa.

A primeira coisa que fiz foi preparar os cogumelos porque sabia que ficaria um cheiro forte de tempero pela casa. Liguei o exaustor e com tudo meio encaminhado, fui tomar um banho.

Estava terminando de vestir minha blusa de lã cor de creme quando ouvi a campainha tocar.

Desci os degraus em pulinhos como costumava fazer quando tinha dez anos, um frio na barriga me percorrendo por dentro.

Quando abri a porta, senti vontade de rir.

Ele usava uma calça e uma blusa de moletom pretas, bem largas, muito diferente do que ele tinha usado nos outros dias. O boné enterrado na cabeça e um tênis de corrida.

Cadê as botas cafonas?

- O que foi? - ele perguntou notando minha avaliação.

- Nada não - ri.

- Não posso andar mais confortável? - falou passando por mim sem ser convidado para entrar.

- Pode entrar - eu disse brincando quando ele parou atrás de mim.

Tirou o boné imediatamente dos cabelos (compridos os suficiente para fazer um coque) e eu me preparei para o evento que era toda vez que ele mexia nos cabelos.

- Está confortável o suficiente agora?

- Agora sim.

- Então venha. Vou te mostrar minha casa.

Ele me seguiu enquanto eu andava pela sala e chegava até a cozinha.

- Você está cozinhando? - pareceu espantado.

- Sim. Não vou pedir comida. Não sou preguiçosa.

- Não sou preguiçoso, sou prático. O cheiro está bom.

- Fiquei com medo de ficar muito forte na minha roupa, então preparei algumas coisas mais cedo e tomei um banho - falei passando a mão pelo cabelo ainda molhado.

Por que eu contei isso pra ele?

- Não me importaria com isso - deu de ombros. - Mas o que está fazendo?

- Risoto de cogumelo. Gosta?

- Hmm. Gosto sim.

- Trouxe um vinho também - contei colocando duas taças na pia da cozinha para servir a bebida.

Ele se sentou à bancada onde meus pais costumavam tomar café da manhã todos os dias. Quando entreguei a taça cheia para ele, ele a ergueu em direção a mim.

- A todas as Sofias.

Eu sorri feliz com o brinde que ele estava propondo.

Bati na taça dele e fui ver como estava o almoço enquanto dava uma golada.

- Então você lembra como se cozinha?

- Isso eu já sabia fazer antes de, você sabe... - sentia dificuldade de falar com todas as letras o tempo todo que eu tinha perdido a memória.

Coloquei mais vinho na minha taça e me sentei de frente para ele.

- Fico pensando em todas as coisas que eu sabia fazer e que agora não sei mais. Em todo mundo que eu conheci e agora não conheço mais. Os lugares para onde já fui.

- Você pode ver pelo lado bom.

- Ah, Eduardo. Não me venha com essa. Vai dizer que você é desses que fica tentando tirar coisas boas de desgraças?

- Não, calma - sorriu estampando as covinhas. - Você esqueceu os dias em que chorou, em que sofreu por uma gripe muito forte, um amor não correspondido, qualquer tipo de dor. Simplesmente sumiu.

Fiquei olhando a convicção dele falando essas palavras e lá no fundo senti um pouco de conforto com o fato.

- Mas eu não sei como foi ter algum amor correspondido. Será que eu tive um?

- Você ainda pode ter vários - falou como se fosse simples.

- Não é tão simples assim - me levantei para desligar o fogo.

- Mas essa é a graça do amor, Sofia.

- Estamos fugindo do tema.

- Faz parte do tema.

- Sei, sei... - respondi pegando os pratos que eu tinha deixado sob a pia para a gente.

Servi um pouco para ele e coloquei o prato sob seu nariz.

- Come e para de falar besteira.

- Não é besteira! É só a verdade. Aceite.

Sentei com meu prato e balancei a cabeça negativamente.

- Vou tentar ver o lado bom da minha desgraça, prometo. Mas me diga, gostou?

- Está ótimo. Acho que não vou mais pedir comida - brincou.

- E vai fazer o que a partir de agora?

- Te contratar para cozinhar para mim - sorriu com a boca cheia.

- Engraçado - falei fazendo careta.

A garrafa de vinho já estava com apenas um dedo, a sobremesa tinha sido devorada quase que na mesma velocidade que o almoço e nós ainda estávamos rindo da minha vida problemática, já que ele se recusava a falar da dele.

- Você está com chocolate no queixo - avisei.

- Algumas coisas na vida a gente sabe que fez direito pela sujeira que fica depois.

- É mesmo?

- Sim.

- Tipo o quê?

- Concerto de rock, sobremesa e sexo.

Olhei para cima para poder pensar em todas as coisas que ele tinha falado e realmente fazia sentido.

Sexo... com quem será que eu já tinha feito sexo e nem me lembrava!

- Faz sentido - respondi.

- Eu sei - sorriu maliciosamente.

Revirei os olhos.

- Vai fazer o que agora? - quis saber.

- Lavar a louça?

- Não... Nada disso. Vem comigo.

Levantou me puxando pela mão.

- Mas eu preciso escovar meus dentes.

- Depois você escova.

Parou perto da porta.

- E é bom você deixar um bilhete para os seus pais.

- Onde vamos? - perguntei pegando o bloco de notas na cozinha.

- Surpresa.

Saí com o Eduardo. Volto logo.

O jantar está no forno. Limpo a bagunça quando voltar.

Sofia

Saímos da minha casa em direção a um carro estacionado ali na frente.

- Você veio de carro?

- Sim.

- Mas são só três quadras!

- Eu sei.

- Você já estava de caso pensado?

- Sim - riu abrindo a porta para mim.

Entrei com cara de inconformidade, mas estava adorando.

- Você vai me matar?

- O quê? Não... - respondeu rindo enquanto o cabelo dele voava por causa do vento da janela.

- Esqueceu seu boné - avisei.

- Merda... - sussurrou.

- Fica melhor sem. Na verdade, ele é ridículo.

- Muito obrigada pela honestidade.

- De nada. Consultoria de moda grátis.

- Talvez eu te mate.

- Não estou com medo.

Ele me dirigiu um olhar que poderia até me causar medo, mas reagi de outra forma. Quis poder tocar nele, como se ele fosse chocolate e eu TPM.

Voltei meu olhar para frente novamente e vi que a gente estava na rodovia.

- Pra onde você tá me levando, Eduardo?

- Pro mato.

- Não tem graça.

- É verdade.

Neste momento deu a seta e entrou por uma estrada de chão que realmente era rodeada de muitas árvores.

- Ah, que ótimo. Você realmente vai me matar.

- Você assiste muita televisão? Que influenciável.

- Aff - bufei.

Logo chegamos a uma clareira e ele parou o carro.

- Venha - falou descendo.

Contornou o carro pela frente e abriu minha porta pegando minha mão. Senti seus dedos me pressionando e me distraí. Nem a roupa ridícula dele o deixava feio.

Fomos andando por uma grama que não estava muito alta. As árvores eram de folhagem espessa, quase tapavam a luz do sol que estava no horizonte fazendo o lugar ficar um pouco fresco, já que o dia não estava dos mais quentes.

- Quais são suas últimas palavras?

- Para - pedi um pouco desconfiada.

- Vem aqui - me posicionou na frente dele e tapou meus olhos. - Ande - pediu me guiando com as mãos no meu rosto.

Coloquei minhas mãos sobre as dele para me equilibrar enquanto andávamos. Passos pequenos e lentos.

- O que está fazendo? - perguntei sorrindo, era excitante e um pouco amedrontador.

- Você já vai ver.

Andamos mais alguns passos.

- Pronta? - perguntou quando paramos. Seu rosto chegou muito próximo à minha orelha, pude sentir sua respiração quando falou comigo.

- Sim... - falei como num sussurro, sentindo o ar quente que saía do pulmão dele tocar minha pele do pescoço.

Então dele descobriu meus olhos e pude ver um lago enorme rodeado de árvores. Todas elas refletiam na água tornando a paisagem hipnótica.

- Meu Deus - fiquei maravilhada.

- Eu falei que ia te trazer pro mato.

- É lindo! Como eu nunca tinha vindo aqui na infância?

- É meu esconderijo.

Enquanto ele falava, tirei minha alpargata para sentir a grama nos pés.

- Você vai ficar com frio - alertou sentando ao pé de uma árvore.

- Não importa, eu preciso sentir só um pouquinho - falei dando alguns passos para frente, para os lados e para trás.

Era um final de tarde fresco de outono. Alguns dias muito frios e outros muito quentes tinham marcado a estação.

Respirei o ar puro me sentindo revigorada e então me lembrei.

- Eduardo!

- O que foi? - se assustou

- Você bebeu!

- Sim...?

- E dirigiu!

- Putz... - fez uma cara de culpado.

- E eu bebi demais também para não notar isso - sentei ao lado dele.

Ele olhou para baixo e ergueu uma sobrancelha.

- Que pé horrível.

- Não tanto quanto teu boné.

- Touché.

Ficamos um tempo em silêncio olhando para a lâmina de água que algumas vezes se ondulava com o vento.

- Eu tenho uma melhor amiga - comecei abraçada nos meus joelhos flexionados que tocavam meu peito. - Mas não sei quem ela é. Parecia uma completa estranha me abraçando e me dizendo coisas que não faziam sentido - permaneci olhando o horizonte enquanto notei que ele entendeu do que eu estava falando.

"Eu fiz faculdade de medicina. Anos e anos de sofrimento. Me tornei neurocirurgiã, mas hoje só me lembro das matérias do primeiro ano. Comprei uma casa, enorme, mas só me lembro de ter alguns trocados na minha conta bancária. Não sei as senhas dos meus cartões, não faço ideia de qual era o numero do meu celular, o endereço de casa, quem eram as pessoas que eu conheci, os namorados que tive, os filmes que assisti, os lugares pra onde já viajei, as coisas que eu tinha planos de fazer. Não sei nada." - e então me voltei para ele que me olhava com carinho e tristeza.

Ele inspirou profundamente e se voltou totalmente para mim enquanto eu ainda tomava fôlego para continuar falando.

- Não tenho lembranças, Eduardo. Não sei com quem me sujei em shows, comendo sobremesa ou fazendo sexo.

Ele se curvou um pouquinho para frente e tirou uma mecha de cabelo que estava meio enroscada nos meus cílios e que balançava com o vento.

- Eu te falei, Sofia. Você pode criar as lembranças que quiser a parir de hoje - falou deslizando o polegar pela minha bochecha.

Seus olhos eram verdes. Seguramente verdes. A pouca distância entre nós permitia que eu pudesse ver com clareza.

Os olhos dele pareciam o sol de verão, só que verdes. Da pupila, raios mais claros se irradiavam até o contorno da íris que era de um tom muito mais escuro.

A pouca distância também permitia que eu sentisse o hálito de morango que vinha do chiclete que surgia misteriosamente na sua boca o tempo todo.

- Deixa eu te ajudar com essas novas memórias - pediu tocando os lábios nos meus.

Fechei meus olhos instintivamente quando ele fez isso. Senti que ele recuou alguns centímetros e logo em seguida tocou os lábios no meu novamente, mas com mais intensidade. A maciez me fez sentir vontade de saber que gosto tinham. Com nossos lábios juntos, passei minha mão pelos cabelos dele que eram finos e macios, até alcançar a sua nuca. Então fiz o mesmo com a outra mão, o trazendo para mais perto de mim.

Ele também me puxou para ele. Colou as duas mãos na minha cintura e abriu as pernas me puxando ao seu encontro. Esfreguei minha calça no chão, provavelmente a deixando totalmente manchada por causa da grama úmida. Não me importei apesar do pensamento ter passado como um relâmpago pela minha mente.

Estiquei minhas pernas também abertas passando-as por cima das dele. Assim, ficamos pertinho um do outro.

A intensidade do beijo foi tomando uma proporção muito grande. Eu queria morder ele até arrancar um pedaço.

Será que isso é comum para a nova Sofia?

Ele desceu as duas mãos pelas minhas costas e encontrou a barra da minha blusa de lã. Enfiou as duas mãos por dentro dela e da camiseta que eu usava por baixo. O contato dos dedos dele com a minha pele me fez gemer em sua boca.

- Sofia... - ele falou como se fosse um aviso, afastando sua boca da minha.

Eu não me importei. Dei um beijo suave em seus lábios e depois nas bochechas onde as covinhas costumavam aparecer e fiz o caminho até seu ouvido.

- Eu vou adorar poder pensar nessa lembrança - eu disse sussurrando.

- Eu também - respondeu voltando a me beijar.

- Aqui é um bom lugar pra gente se sujar... - falei entre seus beijos.

- Você é que vai me matar - falou sorrindo e eu pude finalmente beijar suas covinhas.

- Quem é você? Onde esteve esse tempo todo? - perguntei.

- Tanto faz, o que importa é que agora a gente está aqui.

O sol já estava quase que completamente engolido pelo horizonte e me preocupei com a hora como se eu tivesse dezesseis anos.

- Temos que ir - olhei para cima e vi o céu escurecendo.

- Eu sei, mas não quero - respondeu olhando para minha boca como se ela fosse algum doce muito gostoso de confeitaria.

- Não me olha assim, Eduardo - pedi e fechei os olhos para interromper a imagem tentadora dele.

Ele beijou meu olho esquerdo que estava fechado, depois de leve a minha boca.

- Pode abrir os olhos, prometo que parei - garantiu e eu pude sentir suas mãos se afastando.

Quando abri os olhos, ele estava com as duas mão para o alto, como se estivesse rendido. Pesarosa, tirei minhas pernas de cima dele que pôde levantar.

- Vem - estendeu a mão para mim.

Me ajudou a ficar de pé e continuou segurando minha mão.

- Minha bunda deve estar encardida - reclamei.

- Deixa que eu confiro para você.

Deixei que ele olhasse, quis rir de seu comentário tendencioso.

- Realmente, está imunda. Você devia tirar isso. Não vai sentar assim no meu carro.

- Ah, vou sim - sorri em resposta.

O caminho de volta foi agradável, mas eu estava eufórica com o sentimento que estava pulsando dentro de mim. Talvez fosse uma boa ideia trocar algumas lembranças velhas por essa.

Permanecemos a maior parte do tempo quietos, mas com sorrisos bestas trocados. O típico momento que faz a gente querer ter uma máquina do tempo para poder voltar vez ou outra e vivê-lo novamente.

A velocidade que ele andava era muito baixa. Eu sorri com a desconfiança que fosse para passar mais tempo junto comigo.

- O que foi? - ele quis saber.

- Você toma sorvete de velho e parece uma velhinha dirigindo.

- Eu não dirijo assim normalmente.

- Não?

- Não. Eu só quero passar mais tempo com você.

- Eu desconfiei - sorri convencida.

- Você tem sorte de eu estar no volante.

- Pois saiba que essa ameaça me pareceu uma promessa que eu gostaria de te ver cumprir.

Ele me olhou de canto de olho, os cabelos revoltados de sempre sobre o rosto. Uma imagem que eu jamais poderia perder na minha mente. Jamais.

Estacionou na frente da minha casa e se recostou no banco suspirando.

- Fim - falou parecendo triste.

- Estranho. Pra mim parece só o começo - falei dando um beijo em sua bochecha. - Fique bem, Eduardo.

- Eu estou ótimo - sorriu.

- Boa noite - desejei já saindo do carro. - E desculpa pelo banco do carro - pedi pela janela.

- Te mando a conta da lavagem.

- Vou ficar esperando.

Esperei ele ir para entrar em casa.

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