Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 20

A manhã nasceu e eu acordei com o cheiro de café vindo da cozinha. Foi a primeira vez que levantei cedo.

Quando estava quase ao pé da escada, escutei meu pai falando.

- Temos que contar isso para ela. A rotina de exames...

E minha mãe concordou com ele.

- Olha só quem resolveu dar o ar da graça – meu pai falou baixando o jornal um pouco assustado.

- Bom dia, querida – minha mãe saudou enquanto comia uma fatia de bolo tentando parecer indiferente.

- Acordei com fome.

Pergunto sobre o que estavam falando?

- Então, venha comer.

Sentei morrendo de curiosidade.

- Já estamos de saída – minha mãe saiu atrás do meu pai, dando tapinhas nas minhas costas.

- Mas hoje é domingo! – protestei.

- Estamos indo visitar alguns fornecedores. Voltamos de tarde.

Permaneci sentada digerindo o que os dois estavam cochichando.

Imaginei a quantidade de coisas que eles poderiam estar escondendo de mim.

Balancei a cabeça para espantar o pensamento. Respirei fundo e tomei duas xícaras de café. Queria ler e precisava ficar atenta.

Já tinha lido quase que um livro inteiro e feito várias anotações quando senti meu estômago roncar.

- O grande problema de voltar a sentir fome é ter que fazer algo para comer – reclamei indo à cozinha.

Juntei a sobra da janta e fritei um ovo. Era o máximo que eu estava disposta a fazer.

Depois de limpar tudo, abri o congelador e vi o sorvete lá dentro. Peguei uma colherada e lembrei do Eduardo.

- Maldição...

Não consegui me concentrar mais durante o dia todo. Escutei algumas músicas, assisti um filme infantil, e limpei a casa. Pareceu uma eternidade. Os outros dias não estavam sendo assim.

A noite também não foi das melhores. Passei o tempo todo me perguntando sobre o que meus pais falavam durante a manhã e pensando no Eduardo.

***

Escutei um pássaro cantando e notei que já era manhã novamente.

- Eu preciso voltar a ser um ser humano normal com um emprego e uma vida cansativa, ou vou morrer – falei levantando da cama.

Olhei no relógio da parede da sala e notei que já eram dez e meia da manhã.

Será que eu virei um vegetal?

Sou médica, médicos não dormem!

- Preciso agir como um ser humano normal.

O tédio começou a se apoderar de mim. Seria um bom sinal? A melancolia que estava sentindo nos últimos dias não me permitia notar o tédio. Talvez fosse sim um bom sinal.

Uma hora depois, enchi minha cara de maquiagem para espantar o ar de doente e fui procurar um lugar para almoçar. Comer resto não estava mais me satisfazendo.

No fundo, no fundo, o que eu queria mesmo era sair de dentro de casa. E mais lá no fundo ainda eu queria aumentar a probabilidade de trombar com o Eduardo.

Olhei pro carro do meu pai estacionado na garagem e pensei umas duas vezes em entrar nele para seguir o plano de procurar um lugar legal pra almoçar. Mas minhas pernas ganharam vida própria e eu segui descendo o lado direito da rua a pé.

Três quadras.

Vou andar três quadras. Se a gente se encontrar, é porque deveria ser assim.

E desde quando acredito nesse tipo de porcaria?

À medida que eu ia andando, meu coração se acelerava.

Quando atravessei da segunda quadra para a terceira, me perguntei de que lado seria a casa dele. Mas não demorou muito tempo para que eu descobrisse.

Do outro lado da rua, ele estava sentado na escada da varanda e eu pude ver através do portão. Ajeitava o cabelo que estava exageradamente comprido por debaixo de um boné. A camiseta branca era de um tecido horrível, tanto que eu podia ver parte do seu peito através dela. O jeans estava tão apertado que me senti claustrofóbica por ele.

Como não reparei isso no outro dia?

Fiquei parada olhando para ele já que percebi que ele não havia me notado.

Tinha uma expressão estranha nos olhos. A cabeça pendia pesarosamente. A boca estava voltada para baixo.

Vou até lá ou não?

Eu ainda estava no impasse quando ele tirou o boné e os cabelos despencaram cobrindo seu rosto. Fez um movimento estranho com as mãos, balançados eles, como se fosse para bagunçá-los ainda mais e então me viu.

Seus olhos se arregalaram sob o sol forte. Não tive outra escolha a não ser ir até ele que já havia se levantado em direção ao portão.

- Oi – falei ainda do meio da rua.

- Oi! – ele pareceu surpreso.

- Eu podia dizer que estava só de passagem, mas a verdade é que eu estava mesmo te procurando.

- Sério? – pareceu ainda mais assustado recolocando o boné quando saiu pelo portão.

- Sim. Uma estranha vontade. Só segui – sorri.

Então ele não me disse nada. Ficou me olhando com aqueles olhos esverdeados como se eu estivesse falando algo triste.

- Está tudo bem? – eu quis saber preocupada.

- Hoje não está sendo um bom dia – respondeu desapontado.

- Tudo bem. Eu... – dei uma pausa, pois não sabia o que ia dizer – só precisava matar a vontade de te ver, mas olha só, já matei – sorri mais uma vez, mas ele continuava com um olhar triste. - Eu vou indo – continuei extremamente machucada por dentro. – Se precisar de alguma coisa...

- Desculpa por isso. De verdade – pediu enquanto eu já dava uns passos para trás.

- Sem problemas – menti. – Cuide-se.

- Ok – escutei ele dizer quando eu já tinha feito meia volta.

Mas que imbecil que eu sou!

Não ouse olhar para trás! Não ouse.

Eu queria poder ter o dom de desaparecer, porque não lembrava de ter sentido tanta vontade de sumir antes. Não que eu me lembrasse de muita coisa.

Caminhei para casa em passos rápidos. Assumi um baixo astral que parecia ser minha mais nova e eterna companhia.

Passei a tarde toda deitada na minha antiga cama revivendo o momento vergonhoso que tinha passado, repetidamente.

Quando escutei o som dos meus pais conversando no andar de baixo, vesti um sorrisinho no rosto e resolvi fingir que eu estava bem. Eles não mereciam aturar minha infantilidade.

Ótima atriz! – pensei tarde da noite entrando no banho. Eles não notaram. Inclusive, dei tanta risada que pensei que eles pudessem desconfiar.

Demorei para pegar no sono. Demorei para parar de pensar no Eduardo, e sorri. Passei quase que vinte e quatro horas sem lembrar que eu era uma desmemoriada sem passado e sem futuro. Afinal, ele tinha feito algo de bom por mim.

***

O som de alguém batendo na porta invadiu meu sono. Sentei na cama com o susto que levei. Meus cabelos revoltados por ter dormido com eles molhados caíam sobre meu rosto enquanto eu tentava abrir os olhos com dificuldade. Meus pais já tinham saído pela hora, então deitei de novo e resolvi ignorar quem quer que fosse.

Mas o som de batidas continuou.

- Que ódio – bufei colocando os pés para fora da cama.

Desci as escadas com raiva, a passos lentos e pesados.

Abri a porta o suficiente só para que meu rosto passasse pela abertura.

- Oi.

- Eduardo? – meu coração que já estava acelerado pela raiva e pela corrida até ali simulou uma parada.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro