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Capítulo 14

- Nossa, quanta hospitalidade – disse quando entrei no meu quarto do hospital.

- Não é? – Cristofer respondeu logo atrás de mim.

- Até lembra o hotel cinco estrelas que ficamos recentemente – ironizei.

- A comida aqui é melhor – falou piscando.

- Cadê Olívia?

- Está em cirurgia, assim que terminar, sabe deus quando, vem aqui te fazer uma visita.

Assenti com a cabeça e sentei na cama que seria minha pelos próximos meses?

Quanto tempo eu vou ficar aqui?

Suspirei quando pensei no fato.

- Você vai ficar bem? – Cristofer quis saber ao ver minha expressão.

- Vou sim – respondi desanimada.

- Logo eu volto para iniciarmos o tratamento, ok?

- Sim, senhor doutor.

Então ele se foi me deixando com a coisa que eu mais tinha medo na vida. Meus pensamentos.

Carter entrou pela porta assim que Cristofer saiu.

- Tava demorando – falei me jogando para trás na cama.

Ficou parado de sua forma usual me encarando com aquele cabelo démodé e a mesma jaqueta de sempre.

- Você podia, pelo menos, fazer turnos alternados com Heaven. É maníaco da minha parte querer ver ele? É. Mas se eu tenho que alucinar, que seja com Heaven!

Ele não se moveu.

- Podia dar um recado para ele? Que eu estou bem louca por ele e que vou sentir saudade quando eu estiver curada? Você me deve isso.

E então comecei a gargalhar sem parar.

- Curada! Você escutou o que eu disse? – falei sem fôlego. – Como se fosse mesmo possível. Adoro que eu ainda tenha senso de humor, mesmo numa situação como estas.

- Não tem a menor graça, Sofia – Olívia me repreendeu da porta me dando um baita susto.

- Isso, vá em frente, me mate de susto e me poupe dessa morte lenta e horrível.

- Você merecia uma surra.

- Tá esperando o quê?

Ela me olhou de canto De olho.

- Sabe – falei me ajeitando na cama – eu fui esses dias no mercado. Estava lá pensando nas coisas que eu queria comer pela última vez quando passei pela área de higiene. Coloquei automaticamente dois frascos de xampu no meu carrinho! – exclamei como se tivesse acabado de contar o maior absurdo da minha vida.

- Sofia... – me repreendeu.

- Eu, justo eu que não vou ter mais que me preocupar com isso em pouquíssimo tempo. Mas olha o lado positivo: economia – terminei fazendo um sinal de jóia.

- Não vou discutir com você logo hoje – falou respirando fundo para se acalmar quando Cristofer e os outros médicos chegaram ao meu quarto.

- Olá, Sofia – o neuro me saudou como eu sempre fiz com meus pacientes. Sem perguntar "oi, tudo bem" como as outras pessoas estão acostumadas a fazer, pois obviamente, eu não estava nada bem.

- Oi – respondi cordial.

- Já conversei com Cristofer e estamos à par de sua decisão. Hoje começamos com o IL 2¹, tudo bem?

- Sim – respirei fundo fechando os olhos. – Vamos logo com isso.

Virar paciente é exatamente o oposto do que a palavra sugere. Que vontade de sair correndo e gritando. Paciência era o que eu menos tinha, mas mantive as aparências.

Enquanto recebia o medicamento pela primeira vez, Cristofer e Olívia permaneciam do meu lado, atentos.

- Preciso pedir mais um favor para vocês. Foi tudo muito rápido e não pude passar isso para os outros funcionários e enfermeiras. Os pacientes que estavam sob meus cuidados, já estão avisados. A questão é que eles sabem apenas que estou uns dias fora. Caso qualquer um pergunte, eu quero que digam que eu estou de férias. Ok? Não quero que eles saibam absolutamente nada sobre isso. Não quero que saibam disso caso eu volte.

- Por que não? – Olívia quis saber.

- Vou perder minha credibilidade, vão me achar frágil... eu não quero. Prometem?

- Tudo bem – Cristofer assentiu.

Umas cinco horas haviam se passado desde que eu tinha começado o tratamento. Mas eu me sentia bem. Estava lendo um livro que minha mãe tinha me dado na última visita. Eu falei que tinha muita pesquisa para fazer sobre neurologia, mas ela me proibiu, mandou que eu lesse coisas amenas.

Senti uma zonzeira quando cheguei numa parte emocionante onde a investigadora está prestes a descobrir a identidade do criminoso que ela tanto procurava, as letras se embaralharam. Fiquei momentaneamente surda. O quarto pareceu estar dentro do olho de um furacão, e eu vomitei.

Tomei fôlego com rapidez enquanto arfava e vomitei mais uma vez. O enjôo era fortíssimo. A sensação de tontura muito forte. Finalmente. Eu estava vivendo a alegria dos efeitos da medicação que eu estava tomando. A festa só estava começando.

- Merda – resmunguei enxugando os lábios.

Carter surgiu do meu lado sem uma fagulha que fosse de sentimento.

- Some.

Ele permaneceu estático.

- Some!

Gritei muito alto e indignada. Jéssica escutou e veio correndo até o quarto.

- Você está bem?

- Não – confessei derrotada – estou vomitando.

- Efeito da medicação – me contou como se eu não soubesse. – Mas você sabe de tudo isso... - Percebeu logo em seguida com um sorriso amarelo. – Precisa de algo?

- Um cérebro novo? Um corpo novo? – brinquei.

Ela fez um olhar de pena como eu sabia que iria acontecer com freqüência daqui pra frente.

- Não queria que me visse nesse estado – falei enquanto ela fazia uma expressão de confusão – Sou sua professora. Não é certo.

- O fato de você estar doente não muda o fato de ser uma excelente professora, e eu sei o meu lugar. Isso não vai mudar – respondeu de forma educada, mas eu entendi o recado.

- Tudo bem, tudo bem.

- Vou avisar Cristofer que você não está bem, posso?

- Claro, avise sim. Obrigada.

Não levou nem quinze minutos para ele surgir pela porta. Eu queria morrer por culpa da sensação horrível que eu sentia, mas me fiz de forte.

- Olha só! Você participou de alguma experiência científica? Porque tá verde!

- Seu besta – sorri.

- Como você se sente? – quis saber monitorando meus batimentos.

- Ah, estou ótima – disse engolindo a ânsia.

Então ele me olhou com desconfiança.

- Estou péssima – resolvi falar a verdade respirando fundo para conter a ânsia. – E esse imbecil não some! – falei me referindo a Carter.

- Eu sinto muito, Sofia.

Então eu chorei. Vomitei logo em seguida e então voltei a chorar.

Já era noite quando Olívia entrou no meu quarto com um sorriso sincero e olhar carinhoso.

- Olívia – falei tentando me sentar e falhando um pouco na tentativa. – Queria justamente falar com você.

- Jura? Nossa que coincidência – ironizou. – Já que raramente nos falamos.

Eu ignorei e continuei empolgada.

- Raspa meu cabelo?

Sua cara de espanto substituiu a cara de engraçadinha em fração de segundos.

- Eu sei que vai acontecer de qualquer maneira e eu não quero lidar com aquele drama de passar a mão pelos cabelos e ver o primeiro tufo caindo – dramatizei o momento com ironia, fazendo beicinho e enxugando lágrimas falsas.

- Eu queria te dar uns tapas, mas mesmo assim você consegue me fazer rir. Vou fazer isso por você. Deixo atrás um "me chute" contornado pra ver você apanhar nos corredores.

- Você sabe que esse aviso não duraria muito tempo.

- Ok. Cala essa boquinha e veja o que eu trouxe pra você.

Ela colocou uma sacola grande que carregava a tiro colo sobre a minha cama.

- Livros! Mas – forjou um tom de suspense – Não livros quaisquer...

Então virou a bolsa e caíram três livros sobre a cama. Um deles era uma biografia que eu já tinha do Heaven, mas não falei nada, os outros dois, também eram livros sobre a carreira dele, mas eu nunca tinha visto.

Espalmei minhas duas mãos sobre as bochechas e abri a boca surpresa.

- Onde você conseguiu isso? Meu deus!

- Eu tenho minhas fontes – sorriu convencida.

- Nossa!

- Gostou?

- Amei – respondi olhando para ela que tinha os olhos marejados, mas parecia não querer ser vencida pelas lágrimas.

Suspirou enquanto sentou na minha cama.

- Você vai me prometer que não vai se entregar um dia sequer.

Vacilei quando olhei nos olhos dela. Não tinha certeza se teria tanta força.

- Sofia? – chamou minha atenção para que eu voltasse a olhar para ela

- Eu vou dar meu máximo – respondi sem muita certeza.

- Se não for por mim, que seja por ele – apontou para Heaven e então nós duas rimos entre lágrimas.

DOIS MESES DEPOIS

Minha cabeça doía quando meus olhos abriram, então os fechei imediatamente. Não queria mais abrir os olhos. Não queria mais falar. Não queria mais nada. De olhos fechados eu não via Carter. Era um alívio. Toda vez que eu abria os olhos e via ele lá, sabia que eu ainda estava doente e que o tratamento não estava tendo resultado algum.

- Sofia?

Era Olívia. Escutei o doce som da sua voz, mas ignorei tombando minha cabeça para o lado desejando não existir.

- Sofia. Por favor... – suplicou.

Suspirei com um misto de raiva e tristeza enquanto passei minha mão por minha cabeça lisa e levemente gelada.

- Estou com frio – resmunguei sem abrir os olhos.

Então, senti o conforto de um gorro, provavelmente de lã, sendo colocado em mim. O alívio foi imediato.

Pude escutar a respiração dela, se sentia contrariada com a minha atitude. Queria que eu lutasse, mas eu já estava quase que vencida. Nunca havia me sentido tão péssima em toda minha vida. Debilitada demais, com meus músculos tão fracos que eu quase não conseguia me sentar sozinha. Meu estômago vazio doía, mas eu não conseguia mais colocar nada para dentro. Minha sonda me incomodava, o acesso da medicação irritava. Eu estava exausta. Só queria que tudo acabasse.

Mais uma vez Olívia se movimentou e desta vez eu a senti colocando um fone de ouvido em mim. A voz familiar de Heaven invadiu minha cabeça perturbada e fatigada como um bálsamo.

Uma lágrima quente e um pouco ardida se acumulou no canto dos olhos.

Ainda se fosse ele que eu visse o tempo todo...

Abri os olhos e focalizei Olivia que chorava. Carter, obviamente, estava lá.

- Eu preciso da cirurgia – minha voz saiu tão fraca e horrorosa que nem eu a reconheci.

O alívio em seu rosto foi imediato. Segurou minha mão e assentiu com a cabeça.

- Aquele imbecil do Carter. Não agüento mais ver a cara dele. Preciso me livrar disso.

- Tudo bem – ela riu entre as lágrimas.

- Eu quero hoje, agora – disse com medo de me arrepender logo em seguida da minha decisão.

- Tudo bem, vou avisar teu médico e ligar para Cristofer. É a folga dele hoje – disse se levantando enquanto enxugava o rosto. – Eu volto logo, está bem? Não fuja!

Ergui minha mão com dificuldade e fiz um sinal de jóia enquanto Heaven ainda tocava baixo nos meus ouvidos.

Estava cansada, mas sabia muito bem dos riscos que eu corria. O de morte era o maior. E para ser sincera, era meu desejo. Me reconfortava esse pensamento. Seria a cura para todo meu sofrimento. Já as seqüelas, me apavoravam. Mexer no cérebro não era fácil. E dentre tudo, perder minha memória era o que mais me deixava amedrontada. As marcas na pele também me deixariam com cicatrizes pra sempre.

Sempre quis esquecer uma quantidade enorme de coisas. O dia em que todo mundo riu de um vestido meu numa festa na infância. O dia em que eu vi o meu primeiro amor com outra garota. Minha primeira nota baixa. Meu primeiro beijo (que foi uma derrota). Meu término com Gabriel. Os últimos meses... Mas a possibilidade disso acontecer de fato é apavorante.

- Sofia – Jéssica falou através dos meus pensamentos medrosos e a voz de Heaven.

- O que foi?

- Gabriel. Bom... ele está aqui e se recusa a ir embora desta vez. Na verdade, já faz dois dias que ele está aqui no hospital.

Eu tinha proibido qualquer um de mencionar Gabriel para mim. No fundo, meu maior medo era de que ele nem chegasse a aparecer, então, eu preferia deixar todo mundo ciente dessa regra para que eu não sofresse. E todos tinham cumprido bem a minha imposição, até o momento.

- Não quero vê-lo, Jéssica.

- Eu sei, me desculpe, mas sei que vai fazer a cirurgia, e pensei que talvez quisesse falar com ele antes disso.

Ela estava certa. Mesmo que eu não quisesse dar o braço a torcer.

Suspirei com pesar. Nem força para suspirar eu tinha.

- Tudo bem. Pode chamar ele para mim?

- Claro que sim! – disse saindo.

- Garota engraçada... – resmunguei para mim mesma quando ela já tinha saído.

Um tempinho depois Gabriel entrou no meu quarto com um olhar cansado. A barba estava crescendo, raras vezes o vi com o mínimo de barba que fosse. O casaco estava amarrotado, e segurava um café.

Queria decifrar o sentimento que ainda nutria por ele. Amor?

- Oi – falei enrolando o fio no fone de ouvido.

- Oi – respondeu cansado. Parecia assustado com a minha aparência. Magra, sem cabelos, com olheiras profundas e pálida.

- Você está bem?

- Quem deveria perguntar isso sou eu, Sofia.

- Não parece um pouco óbvio? – perguntei abrindo os braços.

Caminhou em minha direção, mas não se aproximou muito.

- Estava tão preocupado com você. Mas ninguém me deixava te ver. Comecei a pirar. Fiz um escândalo lá embaixo. Hoje, por algum milagre, resolveram me liberar.

- O milagre fui eu.

- Você?

- Sim. Na verdade, duas vezes eu.

Seu olhar confuso quase me divertia.

- Eu que pedi para que te barrassem.

- Por quê? – queria ficar furioso, mas o cansaço impedia.

- Porque sim. Mas hoje tomei duas decisões. Fazer a cirurgia para remover esse monstro da minha cabeça, e deixar você entrar.

- Ah. Muito obrigada. Muito tocante da sua parte – ironizou. – Então, eu quase fico sem saber que você faria uma cirurgia tão importante? É isso?

- É isso sim, Gabriel. Você me abandonou. Nada mais justo.

- Não quero começar com essa discussão infantil de quem começou primeiro.

- Ok – respondi indiferente.

- Volta para mim.

- O quê? – perguntei rindo.

- Fica comigo de novo...

- Nem pensar. De jeito nenhum.

- Por favor, Sofia.

- Nem comece. Não faz isso comigo. Não agora.

Fechei os olhos inconformada. Se eu tivesse forças eu levantava da cama e enchia ele de porrada.

- Você não me quis quando eu te procurei. Por que agora? – não esperei pela resposta. – Não me venha com isso justo agora! Ficar comigo por pena? Você acha que eu me sujeitaria a isso? Jamais. Eu não te quero mais.

- Você está falando um monte de absurdo!

- Tanto faz. Não vamos ficar juntos e pronto.

- Não é por pena! – se irritou.

- Eu nunca vou saber. Agora é tarde.

- Não é nada!

- Eu quero que você vá embora. E não quero que volte.

- Tenho o direito de saber como você vai ficar depois da cirurgia. É o mínimo, não acha?

- Claro. Você pode conversar com Cristofer – continuei irredutível. – Aliás, a aliança está lá em casa. Você pode passar lá para buscar quando quiser.

- Tá ok, Sofia. Se é assim que você quer...

- É assim que eu quero.

- Mas a aliança é sua. Fique com ela.

Falou um pouco contrariado bebendo um gole do copo que carregava. Olhou para mim mais uma vez e então se foi.

- Desgraçado! – amaldiçoei com as duas mãos no rosto.

Talvez eu quisesse perder a memória, afinal.

- O que foi que aconteceu aqui? – Cristofer entrou assustado.

- O de sempre quando se trata do Gabriel.

- Como ele entrou?

- Eu deixei.

- Bom, ele saiu muito perturbado, nem me cumprimentou.

- Você contou que eu estava com câncer?

- Desculpe. Ele estava desconfiando que algo estava errado e...

- Pedi para ele não voltar nunca mais – interrompi.

- Você está bem depois disso?

- Eu não estou bem de maneira alguma. Tanto faz.

- Mas vai ficar bem. Estamos preparando tudo para a cirurgia.

- Você teve que abandonar sua Sofia? Ela vai acabar me odiando.

- Vai nada. Fica quieta e poupe energia.

- Eu já não tenho mais nenhuma, Cristofer – sussurrei.

Foi quando um pelotão entrou em meu quarto me avisando dos procedimentos. O médico me avisou mais uma vez dos riscos e eu quis mandar todo mundo à merda, mas assenti boazinha.

Olívia entrou logo em seguida e caminhou ao lado de Cristofer e os demais junto com a minha cama pelo corredor.

- Nos vemos daqui a pouco – ela disse.

- Vai passar rápido – Cristofer falou do outro lado.

Fiz o meu costumeiro sinal de joia para os dois quando eles foram deixados para trás pela equipe médica ao entrarmos no elevador.

Em pouco tempo eu já estava prontinha para que tudo tivesse início (ou um fim). Estava sentindo frio. Meu corpo todo estava arrepiado. Carter estava parado no canto da sala de cirurgia.

Fechei os olhos para não vê-lo.

Queria ver Heaven apenas mais uma vez.

¹Interleucina 2 é um medicamento anti-cancerígeno conhecido comercialmente como Interleukin. Também fortalece o sistema imunológico das células.

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