Prólogo
Olá, meu nome é Aurora. Não que muitas pessoas realmente se importem em saber. Para a maioria, eu sou apenas uma sombra passageira nos corredores da escola, uma nota de rodapé na narrativa das suas vidas "importantes". E é exatamente assim que sempre fui tratada.
A escola é um lugar onde todos deveriam se sentir seguros, certo? Mas para mim, sempre foi um campo minado de olhares cruéis e risos zombeteiros. Meus colegas populares têm uma habilidade impressionante para arrancar qualquer pedaço de autoestima que eu tentei manter. Eles não precisam dizer nada, seus olhares e risinhos são suficientes para me lembrar de que eu não pertenço.
Minha aparência parece ser uma afronta ao que é considerado "normal". Meus cabelos cacheados, esses cachos que eu costumava achar lindos e únicos, agora são o motivo das piadas mais dolorosas. "Cabelo de leoa" é o apelido que eles gostam de usar, como se minha juba fosse um motivo de escárnio.
Minha pele, que é de um tom lindo e profundo, é alvo de olhares de desaprovação. Eles nunca hesitam em me lembrar que sou diferente. Como se eu pudesse esquecer. Minha roupa, sempre discreta e sem graça, é uma tentativa de não chamar atenção. Mas, mesmo assim, eles sempre encontram uma razão para me ridicularizar.
Eu tento, eu juro que tento não me importar com as palavras deles. Mas a verdade é que essas palavras têm o poder de penetrar na minha armadura frágil e atingir meu coração como flechas envenenadas. Eu me encolho, tentando me tornar invisível, mas o veneno deles já se espalhou por dentro.
Não sei o que fiz para merecer esse tipo de tratamento. Talvez seja minha timidez, minha incapacidade de reagir. Mas não importa o quanto eu tente me esconder, eles sempre encontram uma maneira de me puxar de volta para o olho da tempestade.
Hoje, porém, algo mudou. Uma sombra de determinação que nunca senti antes começou a se formar dentro de mim. A dor que eles me causaram não pode ser apagada, mas talvez eu possa usar essa dor para algo diferente. Talvez eu possa encontrar uma maneira de me vingar, de mostrar que não sou apenas uma vítima indefesa.
Enquanto escrevo estas palavras, algo dentro de mim queima com uma intensidade silenciosa. Talvez, apenas talvez, seja a faísca de coragem que eu precisava para finalmente enfrentar o terror que sempre me assombrou. Porque, por trás desses cabelos cacheados, dessa pele escura e dessa aparência quieta, há uma força que eles jamais imaginaram.
Preparem-se, populares cruéis, porque a tempestade que vocês desencadearam está prestes a voltar. E eu, Aurora, não serei mais apenas a sombra nos corredores. Serei a tempestade que tudo consome.
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