Three
84 anos depois...
Desculpem os erros desde já!!
Espero que sintam medo....
Boa Leitura ♥
——————— L O S T • S O U L —————
Harry ⚓
Ainda estava no quase fim do dia, eu não consegui dormir depois do que aconteceu. Tive que me tocar no banheiro para que toda a tensão e o fogo entre as minhas pernas se dissipassem. Louis me fez uma visita mentalmente e mesmo não sendo o meu garoto, eu estava sentindo falta dele. Ela é insana e loucamente.... Como eu disse, ninguém nunca entenderá! Ainda eu tinha mais algum tempo para ler suas folhas do Diário.
Encostei as minhas costas na janela e encarei o sol que estava se pondo do outro lado e alguns vampiros perambulando pelo andar de baixo, voltando a minha atenção para o que realmente importava:
DIÁRIO 1
(Louis Tomlinson, atividades paranormais acontecendo?!)
Desde a volta da Selena, vem acontecendo coisas estranhas.... Algo maior que o maligno, pois eu sou o maligno. Vejo alguns moveis se movendo e meus sentidos captam a presença macabra em todo o lugar que ando. Isso não é somente queixa minha, mas de todos que aqui vivem. Não estou com medo, porque EU SOU O MEDO, de certo modo; SOU A ESCURIDÃO PRA AQUELES QUE BUSCAM A LUZ. Estou ficando de saco cheio porque essas pragas vivem – o que se é irônico de dizer, já que elas estão mortas – nos enchendo.
Mas não é somente isso que está, somente acontecendo aqui, eu sinto a luz de algum lugar, aonde tudo é escuro.
Estranho demais para um vampiro, para um demônio.
Dessa vez eu realmente me assustei....
Andava pelo meu jardim secreto, trazendo comigo as poucas lembranças da minha forma humana e vida, ao lado de meus pais. O jardim era encantador, me acolhia de certa forma, era aonde poderia recorrer aos meus vagos e tenebrosos pensamentos. Olhava para o canto dos girassóis, aonde costumava ficar sentado, escrevendo cada nome de cada rosa que minha mãe plantava, dizendo que rainhas não precisam ser as "perfeitas". Sempre admirei essa sua personalidade, papai dissera a mim, que eu puxei a personalidade dela e o modo de agir dele; sem piedade e duro quando tinha que ser.
Sinto falta deles....
Tive que me afastar pois eles inexplicavelmente morreram durante uma travessia para outro reino, fiquei com a herança, matei metade dos cidadãos e a outra ainda vive aqui, com medo. Mas vivem! Os dez por cento, fugiram mas morreram no meio do caminho – digamos que por um dos meus amigos.
Tirei meus sapatos, colocando meus pés naquela terra fria e úmida, Fechei OS meus olhos apreciando a sensação, passei os dedos sobre minha pele e subir para a minha nuca. Deixando toda a tensão dos últimos dias, esvaírem como pó ao vento.
Lentamente, meus olhos foram abertos, quando minha espinha estremeceu; eu não estava no meu jardim, e no começo já pensei: "Mas que porra é essa?", o lugar aonde me via; era uma floresta escura, sem lua estrelas... Nada. Caminhei um pouco desconhecido do que poderia ser, dois passos, vi corpos crepitando da lama mucosa abaixo de mim. Ouvia deles: "O escolhido"
— O que? – uma corrente fria passou por detrás de mim e me derrubou nos corpos dos meus pais.
No começo eu sentir um aperto no peito por ver as moscas, andando sob seus olhos e bocas abertas. Depois a raiva me dominar, tanto que minhas presas saíram como quando meus olhos captaram a escuridão.
— QUEM ESTÁ FAZENDO, ESSA PORRA? – gritei.
E com isso, garras ficaram na minha perna puxando meu corpo para trás e rasgava-me por inteiro. Com toda a minha força, não adiantou. Eu não sabia que merda era aquela, que combatia o meu maligno.
"Ele está aqui"
"Seu destino está traçado"
"Morte daquele que nasceu dos ricos"
"Destino! Destino!"
Era o que ouvia sem comboios, minha pele estava sendo rasgada a medida que era arrastada no chão, agora cobertos por cacos de vidro. Amontoados por lâminas afiadas. E se eu fosse, humano, não teria resistido.
Tudo parou quando eu avistei três portas de madeira. Estavam falhas e soltavam farpas. Apoiei as minhas mãos naquele chão, deixando meu corpo se curando aos poucos. Eu estava fodido, um verdadeiro estrago, até então.
Engoli em seco, o gosto quente do sangue, queimando a minha garganta porque eu precisava de energia.
O vento soprou tão diabólico, que o aspirei para dentro das minhas entranhas e permitir que ele me arremessasse contra uma árvore, pontiaguda com as pontas das espadas viradas para mim. Elas me cortaram e entraram dentro do meu corpo. Eu gritei, quando sozinhas, faziam uma curva nos meus tecidos corporais; começou pela palma da mão, arrancando a pele dos dedos, passando para meus ossos, elas o separava, quebrava as costelas sem piedade, podia senti-las saírem para fora.
Tentei me contorcer, mas era pior....
Continuava a ser rasgado e um flecha que apareceu no ar, parou perto dos meus olhos, minhas presas estavam para fora e afloradas, eu grunhia como um demente. Até, que elas estivessem perfurando as órbitas e sumindo com a íris. Rodava dentro do meu olho, como as espátulas de uma batedeira. Por mais que eu gritasse, ninguém ouviria.....
E depois de minutos sob tortura, ouvi um assobio na escuridão, rodadas altas de crianças e gritos apavorado das pessoas. Eu estava fraco, devido ao cheiro de verbena que impregnou o ar.
Mais a frente, havia uma silhueta medonha. Arrastava correntes pelos dedos e sorria esquisito para mim.... Tive medo! Pois eu a reconhecia, uma quando criança, estava dormindo em meu quarto. A chuva forte, deixava tudo tenebroso para o príncipe Lou, meus dedos estavam gélidos por conta dos trovejos fortes e os raios que faziam as formas em meu quarto.
Lembro vagamente de chorar para não ser pego por um monstro, assim que a porta do banheiro emite um ruído medonho de madeira velha, com cuidado, olhei para o banheiro, aonde ela bateu com força.
Corri para debaixo da cama, aonde encostei os meus pés na parede e olhei a escuridão. Para uma criança, aquilo era uma cena angustiante e que tirava o ar, pior que os contos de terror que o papai contava. Minha respiração fora ficando ofegante e levava as mãos para os lábios. Não queria ser pego.
Fechei meus olhos, rezando baixinho.... Quando ouvi, passos.... Não no chão mas no teto, passos que também em cima da cama. As paredes, podia ser ouvido claramente, três batidas. Sem parar. Várias mãos de uma vez!
Abri um olho, quando eles pararam, o som do tormento acabara. Ergui a minha cabeça vendo que não tinha nada. Talvez fosse apenas coisas na mente de uma criança medrosa. Então, querendo mostrar minha coragem, arrastei meu corpo com a ajuda dos meus cotovelos. Mordendo os lábios, eu olhei para cima.... Foi quando eu vi....
Meu quarto do jeito que estava. Suspirei aliviado, saindo de baixo da cama me sentindo tolo, arrumei meu pijama e estava prestes a me deitar novamente, quando um barulho de algo quebrando no chão do banheiro me chama a atenção. Enrijeci meu corpo, girando meu calcanhar para ir até ele.
— Não é nada! – repetia para mim mesmo. — É só o vento!
Trêmulo, segurei na maçaneta e a girei se mais precedentes, empurrando-a com tudo e vi meu carrossel de porcelana, quebrado no chão, ele emitia som, uma música por sinos. Ele estava tocando mesmo destroçado. Ela era lenta e eu costumava ouvir no banho, ganhei de uma amiga falecida e era um presente que significava muito para mim.
Me agachei, tomando em minhas mãos e assim a música acabou. Rodeia o brinquedo e senti algo úmido... Olhei para a tinta escura que dele escorria, logo me dando conta de que era: sangue fresco. O deixei cair, com isso a música continuou, não parava mesmo na minha tentativa de quebrá-lo. Uma voz feminina, cantarolava atrás da cortina aonde estava a banheira.
Prendi o ar, esticando a minha mão, puxando delicado a cortina e dando um pulo para trás vendo, Amélia tomando banho com uma camisola cheia de sangue, o rosto em carne viva e as mechas ruivas tapando metade do seu rosto. Ela estava rindo, cochichava baixinho e se quer me notava.
Fiquei sem reação, com o coração batendo forte demais, ameaçando sair pela minha boca. Dei um passo para trás, quando seus olhos negros me fitaram e da água que escurecera, saiu um ser desfigurado, que tinha sob os dedos – no lugar deles – correntes.
— Nós vamos foder com a sua vida! – diziam várias vozes.
Comecei a correr e conseguir sair, contudo a porta fechara na minha perna, quebrando os ossos do tendão de Aquiles. Lembro do pavor dos meus gritos e de cometer o erro de olhar para cima e aquele ser cair em cima de mim.
Até as velas vindo da lamparina dos guardas iluminarem o meu quarto e tudo estar, "normal". É claro que a minha história, não era de fazer alguém acreditar, nem meus pais conseguiam. Contudo, minha perna fora quebrada e isso me fazia ter a certeza de que não tive um pesadelo como diziam a minha pessoa. Quando criança todas as noites, aconteciam coisas macabras comigo, eu via seres quando estava em lugares sozinho. Eu passei a infância e parte da adolescência com medo. Aos meus dezesseis anos, tudo parou, não sei como e nem a explicação, mas acabou.
E agora, estou diante daquele que me fez tremer de medo, que fez chorar. Me fez colocar sal ao redor da minha cama para não se aproximar. Enquanto ele ficava de pé na minha frente, no escuro, arrastando suas correntes e tentando me pegar.
Ele era o meu "bicho papão", ele pode estar na casa de qualquer, inclusive agora, nessa noite fria pode estar no teto ao lado da cama de alguém, sorrindo para essa pessoa assustada com o frio na espinha o fazendo tremer. Ele é real!
Se eu respirasse estaria com ela ofegante e falha.
Pois o ser macabro havia sumido, e a qualquer momento iria aparecer. Ouvia ruídos e assobios, risadas, passos vindo de todos os lados. Queria sair daquele lugar. Pensei em desistir.
E agora vem o inevitável....
Uma luz forte, sai de uma das portas, ouço:
"Louis... Ei Louis.... Aceita ou não?"
Não sabia do que se tratava, mas era divino e sumiu com tudo que me prendia. Eu via asas e muita luz tapando a silhueta, dos meus lábios eu soltei:
— Quem é você? Santidade? – tive vontade de rir.
Meu corpo caiu da árvore, curado dos cortes e hematomas. A mão foi estendidas para mim.
"Um acordo? O que acha?"
Suspirei, meu eu, queria muito aquilo.
"Algo ruim futuramente, vai acontecer. Um apocalipse da escuridão, precisamos de você... Embora seja parte dela"
— Como?
"Aceite"
Sem saber o que dizer, segurei a mão, mas não a senti, eu só sei que ouvi: "Em breve, tudo se explicará. Ele vai lhe recompensar por essa união", disse e eu voltei para o jardim.
Não sei como todas aquelas coisas aconteceram, o que tudo significava mas eu temi e já comecei a me questionar, se vi, um... Anjo?! E ainda estou pensando sob esse "Apocalipse da escuridão". O que eles querem dizer com isso?
Mas sabe... Antes que mais tormentas me venham. Partirei daqui a um mês, atrás de um companheiro para mim. Sei que tive uma conversa com a Selena, mas precisava de alguém para chamar de meu.
Quanto ao acontecimento, prefiro esquecer e deixar como "coisa da minha cabeça".
Será que esse era seu predestino? Será que esse apocalipse estava acontecendo?
Pensei sobre isso, após ler as páginas do diário de Louis, estou preocupado, puto com toda essa merda e começando a entender certas coisas, que no passado não sabia por inteiro. Quero que ele esteja comigo, quero poder fazer alguma coisa de útil.
Droga, deveria ter o impedido, aquele dia em que se despediu de mim. Mas eu não fui capaz dessa porra e agora, aonde estamos!
Se eu precisasse respirar, se tivesse essa capacidade, iria fazer tal ato agora. Mordi os lábios, sentindo minha garganta, queimando e ardendo. Provável que seja sede. Contudo não irei sair daqui agora, não depois de ler mais algumas páginas daquele diário:
Diário 1
(Louis Tomlinson, conversa antes da minha ida e uma troca de farpas com um doente mental, acrescentando por uma bruxa branca confiável)
Não sei porque os nomes saíram tão grandes, mas vamos lá, não é?
Poderia abreviar para "conversa, troca de farpas e uma bruxa branca confiável", bem, foda-se! Que vá a merda, essas coisas certas...
Estou em um estresse, porque todos estão contra a minha partida, disse que não ia mais, contudo, menti em certa parte.... Ninguém precisa saber, não até eu aparecer com o escolhido.
Hoje, no começo da noite, após decapitar uns alicerces que passavam na floresta próxima da morada. Justin me levou para um lago aqui, pouco frequentado em Beaumont. Sentamos perto da borda e colocamos nossos pés na água, sem nos importamos com o fato de molharmos a barra da calça. Seu cabelo estava grande, tanto que ele amarrava para trás, parecendo um príncipe, hoje, ele aparentou cansaço – mas não aquele de ficar com cara de peixe morto, olheiras e corpo tão fraco que só precisa de cama. O cansaço se trata de Selena, o fato dela e sua magia negra estarem causando tormenta na vida de muitos ali. Tentei conversar com ela, mas simplesmente vi a minha amiga travando.
Quando digo que ela não é mais a mesma. Desde o tal dia, é porque realmente é.
— Estou apreensivo, com o que vai fazer, irmão! – Justin foi logo comentando, limpando o canto dos lábios e guardando suas presas. — E se não for uma boa ideia?
— É uma boa ideia.
— Mas e se não for?
— Por que vocês acham que não posso ter um escolhido? Qual é o problema? – a esse ponto me encontrava exaltado, porque já tinha ouvido do Zayn, as mesmas palavras.
Justin contraiu o maxilar, juntando as sobrancelhas ao me encara com um olhar duro, como o de um irmão protetor.
— Zayn, parece um bom pretende.
Suspirei.
— Sim, tenho que concordar. Mas não posso escolher a ele, pois se trata de um amor entre amigos, para mim é assim, entende? – coloquei a ponta dos dedos na areia úmida. — Zayn pode parecer o cara certo, eu gosto dele, trocamos beijos e transamos, mas não tinha aquele "toque". Estou procurando por ele e ninguém irá entender isso!
— Você sabe que não é bem assim... Estamos preocupados. Até mesmo a Selena.
Rir em ironia.
— Zayn, está com ciúmes. Selena, acho pouco provável, infelizmente minha amiga agora pensa somente em poder e você – encarei os pares de olhos caramelados que me observavam. — ... pode ser que você, esteja preocupado.
Fechei meus olhos, como fazia quando era humano, tentando inalar o ar para os meus pulmões — que infelizmente não funcionam mais.
— Eu preciso da minha metade e sei que ela precisa de mim, tanto quanto. – abri os olhos — Porque eu sinto que ele está mais perto do que imagino.
Justin ficou em silencio por algum tempo e em seguida, sorri meia boca.
— Tudo bem. Nunca te vi assim durante séculos! – exclamou.
— Pra você ver meu desespero...
— Vampiro que tem tudo mas ainda se sente carente. Devo pedir para que façam um cartaz?
— Vai se foder, Bieber.
Soquei o seu braço, com bastante força e rimos altamente, como nos velhos tempos. O que me fez lembrar do nosso primeiro contato, não era lá todo esse amor de irmão. Primeiro, foram trocas de farpas e depois sexo violento, passando para uma amizade e hoje, de alguma forma, irmandade.
Zayn, Justin e querendo ou não; Selena, eram a minha única família.
Ele envolveu os braços ao redor de mim e depositou um beijo na minha testa. E ficamos ali, como se fossemos pessoas comuns.
— Ele está vindo atrás de você! – dizia num sussurro.
Juntei nossas mãos, pois eu sabia muito bem de quem se tratava.
— Sei disso, prometo não demorar.
— Isso me preocupa da mesma forma, porque a bruxa nos contou o que vai acontecer, depois daquilo... De você ouvir sobre o apocalipse.
— Jus...
— Não se trata dos vampiros que já lutamos, é um pior, um Fire Soul, não descansará até tê-lo morto e sabe que somente a escuridão o move. – ele apertou nossos dedos. — Filho da puta nenhum irá machucá-lo! Sou incapaz de suportar perdê-lo.
— Não vai me perder para ele, sabemos quem fará isso...
— Shii! Por favor, não fala mais sobre o que descobrimos.
— Não podemos mudar o futuro!
— Podemos. – Justin me virou de frente para ele, pegando na minha cintura e me colocando em seu colo. — Farei de tudo para isso, portanto, peço que fique e deixe essa ideia para depois.
Olhei para os lados, nervoso e pensando em quanto o meu irmão se preocupava comigo. Droga! Ele ainda fica agindo com todo aquele jeito carinhoso e protetor que mexia comigo. Tudo que eu fiz, foi "concordar" com ele. Descaradamente, menti para meu irmão por um bom motivo.
(...)
Mais tarde, umas oito horas quando Justin conseguiu levar Selena para um lugar aonde os dois pudessem namorar e conversar. Aonde Zayn fazia sua caçada, sai da morada com o intuito de falar com a bruxa branca que morada no ponto mais sombrio da floresta para não ser caçada como a maioria. Ela mostrava sua cabana, para quem merecesse ver.
E eu era o privilegiado.
As árvores aquela noite, estavam me observando com tenebrosidade. Eu não tive medo mas sabia que significava que algo não estava certo e poderia piorar por assim dizer.
Dando dois passos a mais, sinto uma presença atrás de mim.
Eu sabia muito bem quem era, torci o pulso, girando meu tornozelo o vejo, aquele que Justin temia me encontrar, aquele que estava sendo pior que o próprio mal por assim dizer e que atormentava quem gostava de atormentar. Os olhos negros, na verdade a parte oca aonde deveriam estar e as presas pingando sangue de vampiro entre elas.
— Teve uma bela caçada? – indago, mostrando-me calmo a toda a situação. — E o que acha de bem, tapa olhos? Seria bom para que ninguém visse suas órbitas.
Com os músculos contraídos, ele arruma sua capa negra feita de pele humana – isso mesmo –, jogando o cabelo escuro para cima.
— Gosto que minhas vítimas sintam o pânico, quando as mato, olhando para eles. – respondeu secamente.
— Se essa é sua ideia, não opinarei mais. – ergui as mãos para cima — Soube que me procurava? Não venha me dizer que está carente de uma foda?
Ele solta uma risada fria.
— Por que a maioria dos vampiros, só te procuram para isso, não é mesmo?
— Não tenho culpa, se sou bom no que faço. – disse suavemente, arrumando a minha franja. — Tentativa falha, de rebaixar esse vampiro aqui.
— Nunca tive a intenção... – franziu o cenho.
Cético.
— Claro. – zombei em ironia. — Vou deixar claro para você, Mrs. Trevoso, eu não vou ser uma das suas vitimas, não vai me matar como quer, porque tenho cartas na manga.
Dessa vez minhas presas saíram para fora no modo ameaça, o vi fazer o mesmo, entretanto não ousou dar mais um passo a frente. Não estava com medo de mim, embora me ameaçasse com rugidos. Meus dentes trincaram ainda mais...
— Ainda não está na sua hora, mas vou ter meu momento, Louis Tomlinson.
Lancei a ele um olhar desafiador.
— Vai se foder, Shawn Mendes... [...]
.......
Como assim? Shawn Mendes? O mesmo que namorou o Louis desse século?
Então talvez, não houvesse morte, se esse Shawn for o mesmo que estou pensando, ninguém o matou na morada como pensado, mas de alguma forma tudo não passará de uma armação. E parando para pensar ainda mais, quem sabe, ele e a Selena não serão aliados?
Preciso ir atrás de respostas quanto a isso, ainda tinha muitas dúvidas e começando a desconfiar desse passado que de alguma forma, afeta o agora.
Em meio a tanta confusão, continuei lendo:
......
(...)
Ele sumiu quando o xinguei e pensei sobre suas malditas palavras. E não sei em que mãos estão esse diário; se comigo ou até mesmo com o próprio diabo, não se sabe até então. Mas vou explicar uma coisa:
"Quando um vampiro se torna um Fire Soul, quer dizer ser ainda maior que a própria escuridão, não importa se você seja parte dela, um Fire Soul, como o Shawn, alimenta-se de almas, vidas não vidas, canibalismo vampiresco, suga a forca demoníaca e somente os céus podem vencer esse tipo de vampiro."
E não sei o que aquele ali apronta mas quero que fique longe, quando tem que ficar. Não vou me intimidar também, porque sou mais que isso.
(....)
Cheguei na cabana da bruxa branca após o ocorrido, ela tinha um cachorro gigante que mata qualquer um, apenas engolindo o ser. Evitava que entrassem em sua residência quando ela não estava.
— Dark! – cumprimentei o mesmo. Jogando corvos mortos como petiscos a ele.
O animal devorou-os em um segundo e admirei tal cena. A porta de madeira se abre em um solavanco, saindo de lá a mais bela bruxa que poderia ter conhecido; cabelos enrolados até o peito, trançado apenas nas laterais, da cor castanha, os olhos azuis puramente como o céu, a pele tão branca quanto a neve – e não me refiro a garota dos contos, cujo possuí essa última característica –, os lábios vermelhos como o sangue e de estatura mediana, arrumava sua capa e vestido azul claro de algodão e branco camurça de manga longa e possuía os cílios tão longos que causava inveja nas damas da aldeia.
O que dizer das bruxas?
Elas podem ser o que são, mas a maioria, sabe sim, rodear beleza que encanta qualquer camponês.
— Louis, novamente me visitando! – ela sorri, nesse ato as maçãs do rosto estavam coradas e deixando seu rosto ainda mais encantador.
(N/A: Imagine a Constance assim como essa Imagem)
— Como vai, Constance? – indaguei, vendo a mulher de vinte e dois anos na minha frente e a abracei.
Uma bruxa que era um tanto passível quanto as outras. Tinha um vitalidade incrível e conquistou minha confiança desde do dia em que nos conhecemos um bar da aldeia. Ela me ajudou a não tomar a verbena que os camponeses colocaram na minha bebida, ou seja, antes mesmo de eu pedir a bebida e entrar no local.
Claro que quando fiquei sabendo, matei todos sem dó alguma.
Ela é uma boa amiga.
— Bem. O que devo a honra?
— Preciso falar algumas coisas com você, sobre o que me disse aquele dia.
Ela olhou para os lados, assentindo.
— Ben saiu, mas podemos tomar um chá!
Benice era o seu companheiro, também bruxo, não sei muito sobre a história dos dois, mas sei o bastante para dizer que a união de ambos é forte e bonita. Formavam um belo casal e uma grande dupla da magia.
Entramos na velha cabana e ela me esticou a taça de vinho, com sangue transbordando na borda, juntamente, trouxe seu chá para os lábios, quando de sentou ao meu lado.
— O que tem dúvidas? – suas sobrancelhas estavam franzidas.
— Sei que não tenho muito tempo, mas queria te pedir uma coisa e tirar uma dúvida. – A essa altura, Constance era a minha única opção.
— Prossiga.
Deixei a taça escorrer dos meus dedos para a mesa de centro e a encaro:
— Primeiro, quero pedir que quando tudo acontecer e eu não estiver mais aqui, que você cuide do Zayn e Justin, sei que é pedir para que seja uma babá deles, mas é que são importantes na minha vida. Segundo, quando meu corpo deixar de existir e minha alma sofrer a tormenta, dez vezes, quero que na décima, reencarne como um neto seu e de Ben, que me prepare para a profecia. Terceiro, seja a responsável pela maldição de Justin e desfaça no momento certo. Olho a olho. Quarto – Tirei do meu bolso um anel, com uma pedra safira vermelha. — Jogue sua magia aqui, para proteger meu escolhido.
Ela pega a joia e a admira com o olhar.
— Por que está confiando em mim? – indagou, sem olhar em meus olhos quando levantou e vagou os dedos em alguns potes.
— Você é a única bruxa, mais forte que eu conheço. Viverá o suficiente com Bem, antes de suas almas deserdarem a terra. Eu sendo o seu neto, estarei grande e seu carinho, irá me fortalecer.
— Sabe que sendo neto e filho de uma possível bruxa, herdara uma habilidade ainda maior do que de um ser humano. Não é?
Constante, passou verbena no anel que entreguei a ela, em seguida o pôs sobre a mesa. Abrindo a gaveta de madeira e tirou uma adaga pontiaguda e com a ponta do cabo com diamante que mudava de cor. Nesse momento, estava verde intenso.
— Sim, eu sei. Não me importo.
Ela balançou a cabeça, esticando sua palma pedindo a minha. Estiquei e deixei que ela fizesse o corte e as gotas do meu sangue pingando na safira vermelha.
— Tudo bem, se assim deseja meu amigo, eu farei.
Soltou minha mão e olhei para a mesma que se curava. Então, enquanto Constance profanava a magia no anel, continuei dizendo:
— Quando eu encontrá-lo, amá-lo e prepará-lo, quero que não permita que ela sinta muita dor quando me ver morrer dez vezes. E – rangi os dentes. — Na décima reencarnação, quero que o meu escolhido, receba tatuagens juntamente a mim, como prova de meu amor por ele e que ele não desista de mim e nosso amor.
Constance termina a magia, entregando me o anel e olhando novamente em meus olhos.
— As coisas deveriam ser diferentes, não deveria morrer para salvar a escuridão... Isso é um absurdo!
— Sou o único que posso fazer isso, já que de cerra forma, comecei a tormenta. Selena não era assim e tudo mudou aquela noite.
Foi quando ouvi as palavras de Constance que me fez/está fazendo pensar até agora:
— Quando uma bruxa branca recebe a magia negra tão rápido, como aconteceu com a Selena, quer dizer que essa bruxa procurava pela magia.
Suspirou.
— No fim, para que dê mesmo certo a profecia, terá que tirar a minha vida primeiro. Justin estará preso a mim e estando morta, isso o libertará. Ainda mais porque Selena vai achar que ela quem o amaldiçoou.
— Você... Não queria ter que fazer se sacrificar por conta de mim. Acho melhor-
— Louis, vai ser um prazer para mim, cometer tais artimanhas. – Constance sorri e aperta meus dedos. — Levarei uma vida humana e cuidarei de um garoto que é meu grande amigo.
Sorri.
— Sem retrocesso?
— Sem retrocesso.
Em seguida, assim que me encucou com tais palavras. Trocamos breves palavras sobre o plano, Constance iria garantir a minha existência fixa e conexão com meus passados, na última reencarnação. Me despedi. E agora estou aqui, rumo a encontrar meu grande amor eterno. Meu Eveda. (Eterna Vida Entre Devoção do Amor). Não vejo a hora de conhecê-lo e aproveitar meus últimos dias.
........
Louis sabia seu destino todo o tempo, preparou seu destino final e a vovó Constance fizera parte disso.
Estava surpreso e digerindo toda essa nova informação. Confesso que sem o ar imaginário na minha mente. Olhei para o anel sob meu dedo, para as tatuagens que existiam em meu corpo. Tudo ISS fazia parte do seu plano... De alguma forma, sinto orgulho da sua atitude de cuidar das coisas antes de morrer, agora não entendo.... Por que se sacrificar pela escuridão? Passar por tanta tormenta?
Quanto mais me aprofundou em seus diários, mais quero mergulhar de cabeça.
O céu estava nebuloso e escuro. Fechei o diário e o guardei na mochila. Levantei do meu lugar, procurando um lugar aonde ninguém mais poderia encontrar. Não conseguia confiar em ninguém, não até saber sobre tudo dentro daquele diário.
Vaguei meu olhar pelo cômodo e havia muitos lugares óbvios, parei ele em uma parede entreaberta, atrás da cama, não era um lugar aonde curiosos iram desconfiar de imediato, tanto que quando estivesse prestes a fazer tal ato, seria pego pois pretendo não ficar muito longe dessa mochila, certeza que esses diários tem as respostas para nossas perguntas no agora.
Louis sabia muito sobre esse futuro e quem sabe, as fraquezas de cada um...
Coloquei a mochila dentro daquele buraco e empurrei a cama de modo que pudesse não deixar muito visível o meu esconderijo. Seria temporário até que eu resolvesse o que fosse fazer.
Não posso ficar dando bandeira, me trancando nesse quarto, aliás, tenho que procurar por Louis. Querendo ou não, ele estava em perigo.
Depois de todas a coisas, juntei as roupas que foram deixadas para mim, tomei um banho demorado – mas não muito. Vesti minha blusa de manga preta, casaco longo da mesma cor e a calça. Nos pés, as botas masculinas e sai do quarto no mesmo instante em que Niall fechava o punho para bater na porta.
Ele recua, com as bochechas finalizando um vermelho nas bochechas, inalei seu cheiro humano e tinha certeza que ele estava envergonhado.
— Encontraram um corpo. – começou falando e meus músculos se contraíram. — Um jovem foi dilacerado e encontrado nu em um beco. Ian acredita que Louis foi quem causou a morte, pois o garoto morto, estava sem alma, possível que esse venha ser o alimento de Louis. Mas ninguém sabe dizer aonde ele está agora.
Relaxei, tranquilo pelo corpo não ser o dele. Ao menos, Louis se encontrava bem.
— Beaumont não é tão grande, vamos encontrá-lo logo.
— Espero que sim. – Niall soltou um suspiro.
Toquei no seu ombro como um ato solidário.
— Vamos encontrá-lo, confia em mim. Teremos nosso Louis de volta.
Quando disse essas palavras, fechei a porta, indo de encontro ao nosso grupo de amigos que nos esperavam.
Eu preciso do Louis de volta, se não vou ficar maluco.
—— L&Z ——
Vasculhando o local aonde estavam. Liam passou a mão sob os móveis velhos da casa abandonada. Depois de ver os guardas da Selena vagando as ruas da cidade, quis certificar se ela não havia colocado algo que espionasse ambos. Enquanto isso, Zayn juntava os punhos, com raiva por causa daquele holocausto todo estar acontecendo.
— Porra, como vamos encontrar o Louis desse jeito? – indagou com a voz rouca — Se esses putos verem nossos rostos, vai tudo foder!
— Tem como controlar a boca um pouco? – Zayn bufou, chutando a cadeira. Liam balançou a cabeça e certificou que dentro daquela casa velha não havia nada.
O dia estava se despedindo e a noite dizia "Olá". Liam caminhou até a pestana velha ouvindo os resmungos de Zayn a todo instante. Ele queria mandar o mesmo se calar, mas não fez isso, porque tudo lá fora estava bastante quieto e suspeito. Com a ponta dos dedos, ele puxou a pestana velha, mantendo o olhar vagando pelas ruas desertas – por pouco ele não vê o bolo de palha rolando pelo asfalto. Beaumont já não estava sendo a mesma cidade movimentada de antes, Liam sentia isso, tanto quanto algo perigoso e permaneceria em última estância.
As fracas janelas balançaram, emitindo os ruídos medonhos assim que o vento ousou beijá-las bruscamente. O céu estava se fechando, uma nuvem negra e sem muita vida aumentava o processo. Liam deu um passo para trás.
— Mas que porra! – Xingou assim que se virou e deu de cara com Zayn parecendo um zumbi atrás de si. — Qual é seu problema mental?
Tudo o que ele recebeu como resposta, fora um rolar de olhos.
— O que você espiona? – Zayn aponta para o outro lado.
— Nada.
— Hum...
Ambos ficaram se encarando, sem alguma mínima vontade de papo. Apenas aturavam a presença um do outro. Liam ainda estava sem camisa, atraindo o olhar de Malik pela linha da sua V-line, até as suas curvas. Esse ato, deixa Liam confuso sobre Zayn, que era um verdadeiro enigma. Mas procurou não deixar se afetar pela olhada e foi até a sua blusa, a colocando sobre a cabeça.
— Podemos nos disfarçar, igualmente os homens do FBI. – dizia, Zayn pareceu não acreditar no que estava ouvindo.
— Você não tem escrúpulos, Liam!
— Ora, as bruxas são boas em disfarces...
— Não vou deixar ne nenhuma demônia encostar em mim! Estou farto dessas pragas.
Zayn bradou, andando de lado para o outro. Liam por outro lado, apenas suspirou diante a teimosia do homem.
— Então vamos sair por essa porta e quem entrar no nosso caminho, destroçamos as vísceras e seja lá o que for.
— Sério isso? Essa são suas ideias patéticas? – Zayn zombou.
"Ele sabe ser chato, quando quer", pensou Liam.
— Ao menos que o sr. Revoltadinho tenha ideias por aqui, afinal tudo o que está fazendo até agora é só reclamar, mas fazer que é bom... Nada. – Liam retrucou. — Devo tomar nota para o Lou? Quando ele voltar a ser quem era?
Ele finge estar com uma caneta e uma caderneta em mãos.
— Querido Louis, vírgula, seu grande herói aqui passou metade das buscas reclamando que nem uma garotinha chorona e além do mais...
O corpo de Payne é arremessado contra a parede, sendo ela quebrada pelo baque e caindo algumas partes em suas costas. Zayn estava na sua frente com os punhos cerrados, o pegando pela gola, com as pupilas negras e as presas para fora.
— Ora, ele ficou nervoso! – Gargalhou Payne, rindo diante a situação.
— Cale a boca! – Zayn bateu suas costas na parede.
Em um movimento rápido, Liam inverte as posições, pressionando Zayn contra a parede e socando seu rosto. Com as mãos mantinha o corpo do vampiro imobilizado. Mas fora logo arremessado na escada, Zayn fica por cima de Liam, socando o maxilar do mesmo cinco vezes, até receber um em troca, Liam o pega pelo pescoço, batendo sua cabeça contra a escada e o jogando no chão.
Sentindo o gosto do próprio sangue, Zayn o cospe no chão, lançando um olhar de fúria ao Payne. Enquanto isso, curando suas feridas, Liam pula para o chão, sorrindo descarado para Malik, suas pupilas e presas estavam expostas. Ele não estava com raiva mas queria ensinar alguma coisa ao Zayn, que inverso a situação, queria acabar com Liam.
Ambos ficam em pé, com os punhos cerrados lançando o olhar mortal um para o outro. Os fios negros do cabelo de Zayn, estavam escorridos na sua testa, a medida que ele contraia os músculos do corpo.
— Você acha que é mais forte que mim, Payne? – indagou com a voz macabra.
— Estupido, quer medir força comigo... – rir o outro. — Pode vir que eu não tenho medo, essa briga será eterna!
Zayn travou o maxilar, rosnando novamente.
— Se prepare para....
Quando ia avançar, um barulho da porta no andar de cima, os impediu de continuar. Liam encarou o corredor escuro que provavelmente levaria aos quartos abandonados. Um choro de um bebê ecoou em um som alto. Claramente, fazendo com que o vampiro, fosse até o corredor deixando o outro para trás. Parando de andar, o vento sorrateiro que adentra a casa pela fresta da janela, entra sombrio. Por um momento, o choro havia cessado no momento em que Liam chegou no andar, aquilo não era estranho para ele, afinal de coisas sobrenaturais ele entendia bem, assim como tinha a vaga lembrança do que aconteceu na morada. Colocando a mão na maçaneta da porta aonde o choro do bebê veio, ele ouve uma outra porta batendo bruscamente.
— Que porra é essa? – indagou, olhando para o escuro.
Sentia a presença de mais alguém ali. Resmungou poucas palavras deixando de lado a porta e indo em direção a escuridão, logo quando se aproxima vê uma silhueta alta e que fazia barulhos estranhos com a voz e parecia mastigar alguma coisa crocante.
Liam parou com os passos e libera suas presas em defesa. A coisa que fazia barulho agora estava rindo macabramente e foi girando o corpo e andando na direção de Payne, indo para perto da iluminação para que o Vampiro pudesse ver o que ela era.
Ele não se mexeu, deixou que ela viesse, talvez ele estivesse presunçoso, mas não o suficiente para sair correndo como os humanos assustados. De repente a coisa correu na sua direção gritando pavorosamente mas Liam não se mexeu. E com isso, a silhueta alta desaparece na luz.
Liam olha perdido para os lados, contudo estava sozinho ali novamente.
Era o que ele pensava, até sentir uma mão sobre seu ombro e um vento gélido passar entre seu cabelo...
— O que? Ah vai se ferrar! – Gritou quando viu Zayn atrás de si.
— Ficou com medo? – Malik provocou com um trincar de dentes.
Liam apenas rolou os olhos.
— De você?! Só se eu fosse um idiota. – respondeu com a voz ríspida. — E temos que sair desse lugar, acho que estamos sendo vigiados.
— O que te faz pensar, que eu ainda vou a algum lugar com você, Payne?
— Porque você não tem muita escolha, e eu sei de um caminho para passar na cidade sem que nos vejam.
Liam pulou da janela após um aceno. Zayn bufou, mudando o caminho e parou perto dos degraus, aonde observou os guardas da Selena arrombando a porta da frente – cujo já estava aos pedaços. "Puta merda!", xingou mentalmente indo até a janela e pulando.
— Achei que ia fazer mais birra. – constatou Liam. — Ou que ia convidar nossos amigos ali para tomar um chá.
— Ainda vou dar um jeito de te transformar em pó, se continuar com essa porra!
—— J&J ——
Jay caminhou até o banheiro improvisado que fora feito naquele buraco de esgoto, olhando para seu reflexo em uma parte do espelho quebrado, perdeu sua família com um piscar de olhos, se pergunta se foi uma filha/mãe boa para Constance e Louis. Se sentia um lixo por não ter a certeza da resposta. Ela vivia sua vida tranquilamente por mais simples e monótona que fosse. Tinha um bom marido e um filho – sendo ele complicado – mas o tinha. Passavam os domingos na igreja pela manhã, seguiam para um almoço rápido na casa da sua mãe, depois na semana, trabalhava no hospital feliz por chegar paciente que ele tinha o prazer de cuidar. E Louis fazia o curso de Francês depois da escola, saia com o namorado – Jay não tinha muita simpatia pelo Shawn – mas respeitava o carinho pelo mesmo. Algumas vezes saia com Daniel para um jantar ou ficar de bobeira em casa, juntinhos e aquecendo um ao outro.
Ela não entendia o que tinha dado de errado com isso!
Tinha uma boa vida que foi desmoronando aos poucos, começando pela traição, alguns desentendimento com o filho e a morte dele com sua mãe. Foi como se tivessem soltado a granada sem se importar com o estrago que ela faria em sua vida.
Jay sabia desde pequena que seus pais possuíam poderes místicos e que como próprio sacrifício, aceitaram deixar parte da sua magia para poderem envelhecer como os humanos, passando metade do que tinham para ela. E negando a tudo, Jay não quis aquela vida, porém não tinha como fugir mesmo que tentasse. Agora ela já não sente isso, ela quer a magia na sua vida. Estava a aceitando.
Olhando para o vidro, sob a bancada improvisada de madeira, o tomando em mãos, aspirou o ar que tinha, enquanto as lágrimas moldavam seu rosto. Com a outra mão, cortou o longo cabelo e o deixou sobre os ombros, as mexas que caírem sob o chão. Em seguida, quando todo trabalho foi feito, lavou seu rosto e ergueu o olhar para o espelho.
Havia um rosto macabro sorrindo em suas costas, era ele meu confuso naquele espelho em partes. Jay ficou assustada, olhando para trás e não viu nada. Seu coração estava acelerado. A deixava assustado, o que era aquilo que apareceu para ela?
Olhando para a sacola que Justin, trouxera, ela puxa o vestido branco de manga longa que era da sua mãe quando praticava suas bruxarias do bem. Ela o veste e arruma o colar que sua mãe dera quando se falaram pela última vez – a pedra da lua original – colocou os braceletes e arrumou o novo cabelo que caia em seu rosto. Sentia-se pronta para seguir o que sua a deixou para fazer e procuraria a resposta para ajudar Louis a voltar a vida.
Seria a Bruxa Branca que sua mãe tanto quis que fosse!
....
— Ainda não conseguiu? – Justin apareceu com um mapa de Beaumont em mãos.
Jay lia o livro em Latim e o de magia que Constance havia posto em sua bolsa. Perto de si, um pássaro morto que ela tentaria reviver com a magia escrita por Constance no livro.
— Talvez eu precise de mais concentração. – suspirou, voltando a ler as coordenadas.
— Tudo bem, de qualquer forma tenho que lhe mostrar uma coisa e dizer novas sobre Beaumont. – O vampiro abriu o mapa na frente da iniciante de Bruxaria.
Ela deixou a magia de lado por alguns segundos. Olhando para as marcas vermelhas marcadas em cada canto da pequena cidade.
— O que são esses pontos?
— Os guardas da Selena, estão vagando pelas ruas e as pessoas estão amedrontadas, não saem das suas casas porque eles estão matando quem estiver em seus caminhos. Digamos que Beaumont se tornou um holocausto apocalíptico da Selena. – dizia apontando para cada um. — O mais peculiar, não são as queixas dos morados sobre eles, mas de um ser com olhos negros que vaga por ela, alguns dizem que esse ser foi quem matou um jovem ontem.
Jay sentiu um frio percorrer os braços, era como se sentisse a energia daquele ser. Fechou os olhos, se entregando a sensação que lhe abraçou e na sua mente, ela viu o ser, destroçando o jovem, olhos negros, tatuagens pelo corpo, quase todo, pincerg nos lábios e a franja bagunçada. Mais frio e diferente do que imaginou ver um dia, Jay encarava seu filho e uma presença diabólica dentro Louis.
— O Louis não morreu! – disse juntamente com Justin.
Ambos se encaram com um brilho no olhar mas entonando preocupação.
— Ele entregou sua alma para um demônio. – Jay contestou, sentindo tudo. — Uma aliança para fazerem alguma coisa que não enxergo...
A mulher suspira frustrada pois a sensação fora embora. O silêncio pairou naquele canto do esgoto.
— A Selena está atrás dele, vai querer finalizar com a vida do Louis. Por isso os guardas e as mortes, ela não vai parar até tê-lo em suas mãos.
— Não posso deixar que ela toque no meu filho.
Justin concordou com um aceno e tocou em sua mão.
— Vou encontrá-lo antes. Garanto. – o vampiro responde com firmeza na voz. — Enquanto você terá de treinar, para tirar aquele demônio do corpo do Louis e trazer sua alma de volta.
Jay mordeu os lábios, sabia que seria um longo trabalho, ainda mais por não saber muito sobre. Mas era seu filho e ela precisava fazer algo, não pode perder mais alguém. A sensação foi ruim quando achou que ele morreu, não quer tê-la novamente.
Ela coloca sua mão sobre a de Justin e aperta.
— Vamos salvá-lo.
—— Louis ——
Bar vazio perto da Morada
The Dark Night Dwelling
Um sujeito que agora estava com o amigo, indo para o próximo bar da esquina – o mesmo que estava abandonado após os guardas da morada passarem a perambular pela cidade de Beaumont. Os dois alunos que estavam marcados pelo símbolo dela, vagavam com os dedos sobre as garrafas de bebidas prontinhas para eles. Em risadas altas, optaram por duas cervejas geladas no ponto, jogaram suas bundas nas cadeiras de madeira e deixaram tocar Spider do Sistem Of Down, enquanto relaxavam.
— Michael, não acha a vida que levamos bela? – Josh levou a garrafa nos lábios, sentindo o gosto espumante do álcool.
Clifford simplesmente acenou com a cabeça.
— Agora que tem alunos fugitivos da morada, aquela morada ficou mais infernal do que o próprio inferno. – resmungou, puxando o maço de cigarro e o colocando nos lábios.
— Sabemos quem começou isso...
— O merdinha do Louis! Se eu pegá-lo, juro que ao invés de levá-lo para a Selena, vou fazê-lo sofrer. Porque aquele rostinho de merda me irrita, ele se acha a vítima quando na verdade é um monte de puta!
Rindo, Josh concorda:
— Quem vê, pensa que está apaixonadinho por ele, Mike!
— Deus me livre, eu não sou tão burro e cego como o Harry. Não sei aonde veem beleza nessa porcaria do Tomlinson!
Os amigos ficaram rindo, olhando para o nada, quando o vento forte e tenebroso adentrou o bar. As luzes começaram a piscar e a fonte de energia foi se esvaindo. O único som que podia se ouvir era da respiração de ambos, a única coisa a ser vista era a escuridão.
— O que está acontecendo? – Josh engasgava com a bebida, ficando de pé.
— Falta de energia, fica tranquilo que-
A porta fechou em um baque, trancando os dois ali dentro. Mike tenta arrombá-la mas era inútil sua tentativa.
— Vou tentar a janela! – exclamou Josh, indo na direção da mesma contudo ela se fechou, assim como todas as outras.
Por pouco a mão de Devine é fechada com elas. Nem a saída de emergência os ajudava. O pânico não demonstrado, era repetido em palavrões que saia da boca de ambos. Nem mesmos os aparelhos eletrônicos ligavam.
— Droga, isso não está acontecendo! – resmungou Mike desistindo de lugar o celular.
— Acho que descobriram a gente, Bro.
— Não acho que seja isso, no máximo seriamos punidos na morada, sinto que é outra coisa-
A presença de alguém o faz se calar, uma silhueta que era família, o assobio sombrio ecoo como um filme de terror quando lança aquela música clássica que arrepia os pelos do corpo do telespectador.
— Quem é você, porra? – Mike avançou mas a silhueta sumiu, muito antes dele piscar. — Merda!
— Quem é que está fazendo essa brincadeira? – Josh bradou.
Tudo que ouviram foi uma risada macabra ecoando por todos os lados. Objetos começaram a ser arremessados e não tinham ideia de como desviar no escuro. Josh começou a tremer porque não gostava de coisas que ligavam almas ou mortos, por mais que ele fosse se tornar um transformado.
Achando que algo pior estivesse prestes a acontece, o garoto se afasta do amigo, andando pela escuridão, não sabia-se onde mas ele andava. As mãos seguiam na frente, afinal ele também estava bêbado e a visão ficava turva quando o álcool estava fazendo parte da sua mente. Josh começou a transpirar, andando por uma parte extensa do bar – não tinha fim – era então um corredor?!
Seus pés bambearam e ele acabou caindo dentro de um porão. Rolou a escada por um minuto ao encontrar o chão empoeirado, tossiu constantemente percebendo que o cortara internamente seu lábio. A parede torácica estava dolorida e ardia. Gemeu de dor, tentando se levantar.
— Josh... – uma voz macabra o chamou perto do seu ouvido.
Trêmulo, Josh gritou e tentou atacar a coisa.
— QUEM É VOCÊ?
Outra risada como resposta. O silêncio pairou e no cômodo de baixo. O garoto estava assustado e começou a se arrastar pelo chão, querendo sair e com medo da morte.
Um, Dois, Três
Tommo canta pra você
Cantarolou a voz, e Devine é arremessado contra a parede. O som dos ratos roendo sua perna era agoniante. Eles arrancavam sua pele e por mais que chutasse, vinham mais.
— Socorro! – lagrimava, tentando tirar os roedores.
Podia sentir os dentes deles roendo o osso da sua panturrilha, assim como do tendão de Aquiles.
Quatro, Cinco e Seis
Do seu grito ele vai fazer doer
— Eu imploro para que pare! Por favor!
— Shiii! – a voz macabra sibilou.
Os roedores pararam com a tortura, Josh viu um facho de luz e arrastou o pé até o mesmo, curioso e ao mesmo tempo receoso para ver o que lhe aconteceu. Estava chorando e as lágrimas pareciam queimar. Fitando aquela parte de seu corpo, viu a perna em carne viva, os ossos expostos e as moscas pousavam naquele momento.
O garoto chorou ainda mais.
Louis passou correndo por debaixo da escada e continuou sua cantoria:
Sete, Oito, Nove e Dez
A morte bate na sua porta e arranca sua órbita
Josh viu a silhueta próxima de si, ele tentou com o cotovelo fugir da coisa mas em um só movimento. Ele o viu e se assustou, com as pupilas dilatas, sorrindo macabro para o Devine.
— L-Louis?!
— Sentiu minha falta, Josh? – rindo, Tomlinson desvia o olhar para a perna dilacerada do garoto. — Gostou do meu presente?
— O-O que você é, porra?
— O que eu sou? – indaga, olhando para algumas parafernálias que ali estavam.
Uma em especial, lhe chamou atenção, a trituradora usada para escavar e destruir asfalto, e outras coisas de construção. Louis estalou os dedos, fazendo-a funcionar, sorriu para o garoto assustado.
— Sou aquele que vai foder com a sua vida da mesma forma que fodeo com a minha! – Disse a voz demoníaca.
— Seu desgraçado! – gritou Josh, pegando o pedaço de vidro e acertando no olho de Louis.
Pode se ver o riso de vitória do Devine, quando a máquina parou e Louis cambaleou com a força. A respiração do mesmo estava ofega e os lábios estavam a todo tempo sendo puxados. Entretanto, arrancando o vidro dos olhos lentamente, Louis fez com que o sorriso sumisse dos lábios do garoto. Com as órbitas diluindo seu sangue para fora, Tomlinson molhou a boca e torceu o pescoço fazendo um estalo. Em seguida ela fez um percurso até seu pincerg no canto dos lábios.
— Tem boa força no braço... – ele rir, enquanto seu olho reconstruía. — Me acertou em cheio rapaz, a vagabunda da Selena treinou muito bem os alunos da morada dela.
Se agachou, ouvindo o choramingo de Josh.
— A menininha está chorando. Mas vou dizer uma coisa aqui, o Daddy Devil não gostou de você está me fazendo perder tempo, é! Tenho seu amiguinho para matar ainda e que coisa feia, foi muito errado machucar o Daddy Devil, agora – Com as garras passou-as sobre a barriga de Josh — serei obrigado a revidar seu ato carinhoso! Vai queimar no inferno junto com os outros, filho da puta!
Louis fincou as garras na barriga de Josh, na ponta do umbigo e começou a abri-lo. Gargalhava ao ouvir "Socorro, me mate logo", mas ele não fez, gostava da tortura, aquilo o deixava excitado. Quando alcançou o músculo perto das costelas, as destroçou quebrando-as devagar e abrindo mais a barriga de Josh, que se agonizava no chão.
Mas ainda estava ali, com o coração batendo, chorando e com dor, era isso que Tomlinson desejava.
— Me.... Me.... Ma-Ma-Mata! – implorava Josh, convulsionando.
— Seria muito fácil, não gosto dos fáceis.... – Louis lambe o dedo e sorri. — Se divirtam demoniozinhas!
Se virou quando os roedores carnívoros, faziam seu trabalho com Josh que gritava de dor, e assim ficaria até seu último suspiro.
......
Mike corria para o andar de cima do bar, ouvia gritos agonizados no porão. Mesmo não querendo, ele estava assustado e em pânico. Nada na sua frente era visível e seu quadril sempre estava batendo em algo. Os passos de pés por todos os lados, brincava com seu psicológico.
— Mike? Mike você está ai? – era a voz de Josh, que o fez parar com a corrida.
— Josh? Aonde você está?
Olhava com os olhos exprimidos para a escuridão, perto de um canto iluminado, viu Josh de costas. Mas não se mexia, parecia retraído e tremendo os pés. Engolindo em seco, o mesmo foi caminhando com as mãos esticadas para cima.
— Bro, que porra está acontecendo? – Falava com a voz tremida.
As luzes que ali iluminavam, começaram a falhar, a sensação de se estar sendo observado, arrepiava sua espinha. Era como está em um blecaute e você acaba entrando em um lugar arrepiante, simplesmente está vivendo aquele filme de suspense, aonde o personagem é você e anda em uma direção oposta da que deve ir. Você tem essa mesma sensação do agora, você está sozinho (a) em casa, acordado (a) de madrugada enquanto todos dormem, luzes apagadas ou acesas, não tem ninguém por perto, você sente que alguém está o observando agora, parado do outro lado da janela do seu quarto, sala, banheiro. Ele espera por você e acaba de sentir medo, porque seu psicológico está brincando com você.
Exatamente essa a sensação de Mike, porque sempre se aparentou o valentão, estava mais do que vulnerável. Nem sempre aqueles que aparentam ser, realmente são.
— Josh!
Gritou e quando a luz apagou e voltou, Josh já não estava mais lá. Correndo até aonde Define estava, Mike olhou para os lados, se perguntando o que aconteceu.
Virou para o lado, e o corpo de Josh caiu pendurado sob correntes, desmembrado e aberto. Um grito escapou pelos lábios do garoto e ele repetia: "Não, não".
— QUEM É VOCÊ? – gritou para a escuridão. — O QUE QUER DESGRAÇA?
A fúria e o medo se misturavam na sua voz. Mike segurava para não chorar. E isso deliciava Louis.
Estalando os dedos, arremessou Mike nas mesas do local e quebrando suas costas. Com o martelo, acertou no rosto espirrando sangue para todos os cantos. Mike se agonizava mas aquilo era apenas o começo da tortura de Louis. De dentro para fora, Tomlinson fez o garoto sentir sangue sugas arrancarem as entranhas do Clifford que começara a vomitar sangue junto com parte dos orgãos. E vendo a agonia do garoto, Louis se aproximou, com a furadeira de parede ligada.
Rindo ele some com as sangue sugas e sorri:
— Ora, Ora, Ora! – deu uma risada, vendo Mike chorando de dor. — Se não é aquele que disse que ia... Como é mesmo? – colocou as mãos nos lábios e franziu o cenho. — "Ia me fazer sofrer, porque não aguenta meu rosto de puta", hum.... Como disse uma vez, devo ser a puta mais sortuda! – gargalhou, passando as garras pelo rosto do garoto que um dia caçoou dele. — Parece que o jogo inverteu, não é mesmo?
Soltando as presas diabólicas ele se abaixa lentamente, tocando nos lábios de Louis e os mordendo com brutalidade, arrancando-os de Mike. Que não economizou nos gritos. Cuspindo os lábios no chão, Louis brinca com seu pimcerg.
— A pior coisa que você fez criança, foi ter achado que podia mexer comigo e sair impune. Mas eu sei – Louis segura o dedo de Mike, aproximando a máquina ligada na sua mão — Era ingênuo, todos achavam legal brincar com o novato. Engraçado como eu é quem vou brincar com cada filho da puta aqui!
Ele fura os dedos de Mike, de cima para baixo, de modo que arrancasse cada unha dele, deixando que ele sofra lentamente. Pela dor que Louis, um dia sentiu quando todos riram dele. Raiva e Ódio, era o que sustentava aquele demônio.
— Você vai morrer e será uma bela vadia para meus demônios!
E aquele era só o começo....
NoTAS FInais
9k de palavras....
Desculpem a demora contínuo sem internet
:-(
Gostaram? Digam o que acharam?
Obrigado por tudo♥
All the love, A.
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