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PARTE II - PAIXÃO QUE CALA


Capítulo 6 - Um Beijo Que Marca


O fim de semana foi recebido com sol, e prometia fazer bastante calor. Nem parecia que estavam no meio do inverno. Os termômetros marcavam trinta graus, e não havia previsão de chuva ou frente fria.

Simone foi para o litoral no carro do namorado, e Elizabeth havia combinado de ir com os amigos. Dividiu o banco de trás do carro de Marcelo, namorado de Clara, que ia com ele na frente, com o primo Eduardo e com Cassiano, um amigo de todos, afilhado de tia Adelaide, e melhor amigo do primo.

No caminho, uma conversa animada distraiu Elizabeth de seus problemas. Os rapazes contaram inúmeras piadas, e nisto ela os acompanhou. Eduardo estava bem falante, muito diferente dos chás na presença da mãe, quando ele se mantinha calado a maior parte do tempo, com o rosto vermelho de vergonha, e antes de ir embora sempre se desculpava com os pais de Elizabeth e com as duas primas pelas loucuras da mãe, e quase suplicava que não levassem em consideração as histórias bizarras e constrangedoras que ela contava sobre ele na infância.

Ao chegarem ao Guarujá, instalaram-se num bangalô que pertencia aos pais de Marcelo. Elizabeth viu a mala de Simone sobre uma das camas do quarto que dividiriam, e concluiu que ela já estava na praia com o namorado. Marcelo tinha lhes entregado uma cópia da chave justamente para o caso de chegarem primeiro.

Já estava com o biquíni por baixo do vestido. Apanhou o protetor solar, a canga e a toalha, pôs tudo numa sacola de lona, pegou as lentes escuras, que ficariam presas à armação de seus óculos através de imãs nas laterais, e acompanhou os amigos até a praia.

Estivera lá outras vezes, mas nunca aquele lugar lhe pareceu tão bonito. Queria libertar seu pensamento definitivamente da nova imagem do amigo que reencontrara. Porém, o plano foi por água abaixo assim que colocou os olhos sobre Simone sentada na areia nos braços do namorado.

– Alessandro! – surpreendeu-se Elizabeth.

Não era coincidência: o namorado de Simone era Alessandro, seu amigo de infância, o homem que não deixava seu pensamento em paz há dias, e não o Sandro que ela havia pesquisado na secretaria da escola. Talvez por isso ele conhecesse Simone tão bem, já que participou diretamente de seu círculo de amizades.

Quis correr de volta para o bangalô de Marcelo, quem sabe até pegar um ônibus e ir embora, fugir daquela cena que lhe fazia doer o coração como se tivesse um espinho cravado na alma. Mas por que doía tanto? Será que estava realmente apaixonada por ele?

Não. Não podia estar apaixonada... Não pelo namorado da irmã! Simone não podia ser a garota a quem ela tão secretamente odiava.

A sacola caiu de sua mão. Ouviu Clara balbuciar algo como um "o que há?", mas não conseguiu responder. Estava chocada demais para mover qualquer músculo. Não compreendia sequer como conseguia manter seus pés firmes no chão, sustentando seu corpo em pé, pois a mente se desligara completamente; e se dependesse de suas forças, certamente já teria caído com o rosto na areia, exatamente como a sacola que sumiu de suas mãos.

Foi então que os olhos de Simone lhe encontraram, e ela lhe chamou fazendo sinais com a mão. Elizabeth se aproximou, quase arrastando os pés, que queriam correr na direção contrária. Alessandro se ergueu e a cumprimentou, meio sem jeito, possivelmente sentindo-se culpado por ter beijado a irmã da namorada, ou com medo de que ela o denunciasse. Na verdade, foi exatamente esta a primeira intenção de Elizabeth ao vê-los juntos. Mas depois de pensar por um segundo, compreendeu que apesar de ser seu dever, como irmã e melhor amiga de Simone, impedir que ela fosse enganada, no momento em que revelasse a traição de Alessandro, Simone ficaria magoada, e Elizabeth não teve coragem de admitir que fosse ela mesma a causadora dessa mágoa.

– Que bom que finalmente você está nos vendo juntos, Liz – disse Simone, enlaçando seus braços no pescoço de Alessandro.

"Eu preferia não tê-los visto", pensou Elizabeth, dissimulando um sorriso.

– Espero que não esteja chateada porque eu não disse que estava namorando a sua irmã – disse Alessandro, com a maior de todas as caras de pau. – Achei melhor lhe fazer uma surpresa.

"Chateada? Eu? Imagine... Acho que você estava muito ocupado naquela tarde... Me beijando!", pensou Elizabeth, mordendo a língua furiosamente, quase a ponto de cortar um pedaço.

– Por que eu me chatearia? – perguntou, sugestivamente, para Alessandro, mas não o bastante para que Simone percebesse o cinismo. – Ela é minha irmã, e você... Meu amigo.

– Quem imaginaria, vendo como todos nós éramos amigos na época da escola, que um dia poderíamos protagonizar uma história como esta? – comentou Simone, com a voz radiante. – Você devia escrever sobre isso, Liz... Dá um bom enredo.

Forjando um sorriso a custo, Elizabeth olhou cinicamente para Alessandro, e respondeu:

– Claro. É uma ótima ideia, Simone.

Sua alma gritava por socorro. Já ia dar alguma desculpa para se afastar deles, quando Eduardo chegou, praticamente arrancando seu vestido para pegá-la no colo e correr para o mar.

Elizabeth não exalou sequer uma exclamação de surpresa. Estava passada demais para ter qualquer reação. Na verdade, mal percebeu o que estava acontecendo. Só sentiu de repente os braços de alguém apoiando seu corpo, e levando-a para longe de Alessandro e da dor que a presença dele lhe causava. E quando seu amado e sua irmã não eram mais que dois vultos baços cortando as lágrimas que se formavam em seus olhos, ela finalmente conseguiu encontrar o rosto do primo, bem próximo do seu, tentando ignorar o fato de ela estar chorando em plena praia.

"Ah, Eduardo... Não sabe o favor que me fez...", ela pensou.

Naquele dia, Elizabeth fez de tudo para não notar a presença de Simone e Alessandro. Passou a tarde toda arrastando Eduardo de um lado para o outro, para mergulhar, ver o movimento no cais ou surfar, e ele estava adorando as aventuras dela.

Simone e Alessandro foram os últimos a retornar ao bangalô de Marcelo, cheios de novidades. Souberam que haveria um luau naquela noite, e estavam animadíssimos para ir, e todos os outros foram contagiados por essa vontade. Elizabeth não queria ir, mas sabia que se não fosse, a irmã iria querer saber por que, e ela teria que inventar alguma coisa, e não conseguia pensar em nenhuma desculpa boa o bastante para convencer Simone, porque ela sabia perfeitamente que Elizabeth adorava esse tipo de festa. Então se arrumou e foi.

A festa estava bem animada. Tinha uma banda tocando ao vivo, e muita gente dançando. Elizabeth observava Alessandro falando algo ao ouvido de Simone, enquanto ela fazia questão de se manter envolvida pelos braços dele. Tinha a impressão de que não seria capaz de suportar assistir àquela baixaria por muito tempo. Principalmente se ele continuasse a agarrar Simone, com os olhos fixos em Elizabeth, como uma provocação.

Logo, porém, ele a soltou e começou a caminhar em direção à mesa de bebidas. Simone estava longe, e a multidão não permitia que ela tivesse uma boa visão de onde ele estava. Elizabeth estava parada só a alguns metros, e Simone certamente não suspeitaria de uma conversa de dois minutos entre os dois.

Então Alessandro se aproximou da cunhada, com dois copos de refrigerante nas mãos, estendeu um a ela, e disse com sua voz sedutora de sempre:

– Não fique com a garganta seca.

Elizabeth não precisava olhar para ele para saber qual era sua expressão. Sempre que ele falava com tanta sedução, sua voz vinha acompanhada de um sorriso divino.

– Não quero – respondeu, rispidamente.

Ele deu um suspiro baixo e frustrado, mas não recolheu o copo.

– Eu compreendo que esteja zangada – disse, agora sem nenhuma sedução na voz.

Então Elizabeth olhou em seu rosto. Estava sério.

– Beba – ele insistiu. – Eu não vou te machucar.

"Claro que não", pensou Elizabeth, ressentida. "Já me machucou".

Ela apanhou o copo de má vontade, tendo o cuidado de não tocar a pele de Alessandro, e o segurou, mantendo os braços cruzados à frente do peito, o fundo do copo apoiado no cotovelo direito, e não quis beber.

– Eu queria te pedir desculpa pelo outro dia – disse Alessandro, a voz ainda séria, e ligeiramente encabulada. – Eu não sei o que deu em mim...

Ele não precisava concluir o pensamento para ela perceber que ele se arrependera do beijo na porta da cantina.

"Tudo bem, não vou criar caso", pensou Elizabeth.

– Eu vi você, o quanto mudou, como ficou tão incrivelmente linda, e não consegui me controlar – admitiu Alessandro, floreando a justificativa para tentar dissuadir uma discussão exaltada. – Foi um impulso idiota! Eu devia ter imaginado que você ficaria zangada quando descobrisse que eu estou namorando a sua irmã.

– Você não devia ter me beijado – disse Elizabeth, a voz seca.

– Eu sei, foi uma estupidez. Pode me perdoar?

Elizabeth não respondeu, e fitou o chão, ainda com a expressão furiosa.

– Acha que ainda podemos ser amigos? – propôs Alessandro, parecendo meio sem jeito.

Elizabeth suspirou. Não ganharia nada brigando com Alessandro publicamente. Se fingisse que nada havia acontecido, talvez pudesse evitar que Simone saísse magoada desta história.

– Claro – respondeu, a voz ainda indiferente, os olhos fixos na areia, mas já desarmada de agressão. – É o que sempre fomos... – As palavras se arrastaram na garganta, quase como um lamento.

– Obrigado – disse Alessandro, retorcendo os lábios num sorriso estreito. – Eu prometo que não vai se repetir.

"Só comigo, ou isso vale para as outras também?", pensou Elizabeth, sentindo as narinas arfarem de raiva.

– Assim espero – disse, antes que ele perguntasse qualquer coisa.

Outras mulheres não eram problema seu; mas com certeza seriam problemas de Simone. Talvez fosse melhor deixá-la saber sobre o pequeno deslize de Alessandro. Depois pensou melhor e decidiu, como antes, que não contaria. Esqueceria o assunto, e torceria para que ele cumprisse sua promessa com relação a ela e a qualquer outra mulher.

Alessandro deu um suspiro baixo, que Elizabeth não conseguiu interpretar se era de satisfação ou frustração, e tornou à mesa de bebidas. Logo ela o viu com Simone novamente, entregando a ela um copo de refrigerante, com uma vodca na outra mão, e assim que beberam, saiu conduzindo a namorada pela areia, dançando aquela música agitada. E quando começaram a dançar música lenta, Elizabeth não quis estar lá para ver aquela canalhice. Atirou o refrigerante intocado no chão e foi se afastando do luau.

Eduardo puxou a prima pelo braço, querendo dançar com ela, mas Elizabeth rapidamente se esquivou, tentando não parecer grossa.

– Eu não estou sendo uma boa companhia hoje – disse.

– Por quê? – perguntou Eduardo. – O que há?

– Nada... Eu só preciso encontrar um banheiro.

Saiu-se bem com aquela mentira, mas não convenceu o primo.

– Ah, olha! – disse Elizabeth, apontando com a cabeça para algum lugar atrás de Eduardo. – Aquela garota está te olhando há um tempão. Vai dançar com ela.

E saiu andando. Eduardo não se convenceu, mas conhecia Elizabeth o bastante para saber que ela precisava de um tempo sozinha. Além disso, ele estava bastante animado naquela noite, resultado das duas vodcas que tomou assim que chegou à festa, e foi logo puxar a tal garota que a prima apontara, para dançar.

Elizabeth caminhou pela praia escura, afastando-se cada vez mais do luau. Pensou em voltar para o bangalô de Marcelo, mas estava sem as chaves, e não teria como explicar porque queria ir embora se fosse lhe pedir. Poderia até inventar alguma coisa, mas não queria parecer a chata que não sabe aproveitar uma festa. Tampouco queria que notassem sua tristeza.

Mesmo longe muitos metros, ainda conseguia ouvir o som alto da banda tocando. Parou e ficou olhando o mar. De repente ouviu uma voz atrás de si.

– Oi... Tudo bem?

Ela se voltou para o dono da voz. Era um rapaz bem bonito, mas ela estava tão mergulhada naquela tristeza por não poder estar com Alessandro, que nem prestou atenção nele. Só ficou quieta, fitando o nada, exatamente onde ele estava.

– Meu nome é Cristiano... E o seu?

– Elizabeth.

– O que está fazendo aqui sozinha?

Ela sorriu, quase ironicamente, e respondeu:

– É que eu sou um fantasma, e estou aqui procurando alguém para assombrar.

– Você me parece bem viva para um fantasma – ele disse, sorrindo. – E como é bonita... É sem dúvida a garota mais bonita desta praia.

Elizabeth bufou.

– Eu acho que você não prestou atenção na festa.

– Ah, eu prestei sim, e você ofuscou todas as outras – disse Cristiano, com a voz sedutora. – Onde está o seu namorado?

Elizabeth baixou os olhos e disse, quase lamentando, o pensamento vacilando na lembrança do beijo de Alessandro:

– Eu não tenho namorado.

– Ponto para mim! – comemorou Cristiano, fechando o punho e puxando o braço para si, na direção da costela, como quem comemora um ponto marcado num jogo.

– Não se anime muito... – disse Elizabeth, quase conseguindo forjar um sorriso.

– Tudo bem, Senhorita Fantasma, eu vou buscar um refrigerante para você... Ou prefere algo mais forte?

– Não... Refrigerante está ótimo.

– E depois eu vou te convencer a dançar comigo.

– Não aposte sua vida nisso.

– Eu vou me arriscar mesmo assim. Volto já...

Olhou-a por um instante, como quem admira uma obra de arte, e sibilou:

– Não saia daqui.

Elizabeth esperou o rapaz se afastar e voltou a caminhar pela praia, embrenhando-se cada vez mais na escuridão. A música diminuía à medida que se afastava. Olhou para trás e quase não via mais as pessoas dançando. Só pequenos feixes de luz dos holofotes ligados por uma gambiarra direto no poste de força. Estava certa de que ninguém podia vê-la. Então largou os óculos na areia e caminhou para o mar, enxergando apenas imagens turvas à sua frente, indiscerníveis.

Fechou os olhos e ficou sentindo as ondas se chocarem levemente contra seu corpo, como se quisesse que as águas lavassem sua alma e levassem para bem longe seu desejo por Alessandro, deixando as lágrimas correrem fartas por seu rosto.

De repente sentiu que alguém lhe agarrava pela cintura. Continuou com os olhos fechados e ignorou o dono das mãos que a tiraram da água e a colocaram em pé sobre a areia. Ainda sentia o mar se chocando em seus tornozelos conforme as ondas subiam e desciam na praia.

Abriu os olhos e se colocou de frente para o dono daqueles braços que ainda a envolviam, mas não conseguiu ver direito o rosto dele. Estava escuro demais para quem já não enxerga muito bem. Suas mãos apalmaram-se no peito dele e se enroscaram numa correntinha.

Então seus lábios, gelados por causa dos salpicos do mar, foram encontrados por outros quentes, num beijo profundo e inebriante. Diferentemente daquela tarde na cantina do Pepe, ela não precisaria se martirizar por aquele beijo. Aliás, poderia até usá-lo para substituir a lembrança do beijo de Alessandro.

Nunca havia experimentado aquela sensação, de se permitir estar aos beijos com um completo desconhecido, mas naquele momento não importava. Nada poderia fazê-la se sentir pior do que saber que o último homem a tocar seus lábios fora o namorado da irmã, e ela precisava fazer alguma coisa para mudar isso. Naquele instante, ela decidiu que sufocaria a paixão por Alessandro, e se prenderia a qualquer outra. Talvez pudesse se apaixonar pelo homem que a tinha agora em seus braços...

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