ESCORPIÃO
Um escorpião pousou em minha janela
Sujou suas patas no pó da minha aquarela
De asa quebrada e poucos sorrisos
Foi deixando seu veneno pelo caminho
De poucas pétalas e muitas marcas
Em meus versos recolhidos fez seu ninho
Entre manias, introspecções e embates
Em pegadas trocadas seguimos
A rosa branca em terras áridas
Nas alturas com esse rastro na estrada
Regou o veneno com carinho
A mistura concebeu combustível
Alçando suas trotadas rumo ao sol
Na obscura orquestra do roxinol
Traçando histórias pelas veredas
Por barro e canteiros cavalgando
O amor floresceu entre alamedas
Esculpido na ponta do tinteiro
Delineando a jornada literária
Com regalos, apoio e amizade
Inda que com abraços negados
Entre reescritas e sementes plantadas
A germinação ultrapassou as palavras
Ruflando seu canto por estados e telas
O outono deu a mão à primavera
E na negritude de olhos tão tristes
O vazio deu lugar à esperança
Na herança da retina em que brota a rosa
Nos sorrisos que vão sarando as feridas
E assim o escorpião encontrou abrigo
Em um coração que transformou cativo.
12/04/21
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro