Capítulo 9: Hey Jude
Sentia-me levemente mais feliz que o normal, era um dia de frio, os melhores dias são aqueles que a neve, e por mais que pudesse ser clichê, gostava de poder olhar a neve cair, de observar as crianças brincando na neve, e obviamente de poder passar o resto de meus dias deitado, em minha cama quente, apenas relaxar.
Mas, como sempre, os meus desejos não poderiam ser realizados, e logo ouvi o som esbravejante dos gritos de minha mãe para que eu levantasse, então em um pulo levantei da cama, andando em passos rápidos ao banheiro, retirando por completo minha roupa e tomando um quente banho, sentindo um leve pressentimento de que algo bom poderia vir a acontecer naquele dia.
Desci as escadas em uma certa rapidez, me enroscando um pouco nos degraus, mas permanecendo a desce-los com rapidez, a cantarolar uma das músicas que não conseguia retirar de minha cabeça; Hey Jude.
–Beatles? Não sabia que você era de ouvir Beatles. –Disse a minha mãe a rir levemente de minha voz completamente fora do tom.
–Eu não ouvia, um amigo havia me indicado, e confesso que gostei bastante.–Falei enquanto andava a saltitar para pegar a torradeira, que parecia esta cheia.
–Percebi que gosta dela.–Ela riu após dizer aquilo, retirando uma das torradas, e me entregando a outra.
Pretendia ter um dia, que mesmo demasiado, que fosse pelo menos uma porcentagem considerada grande.
Havia crianças saltitando por todos os cantos, pareciam sair de dentro dos boeiros quando há neve, e principalmente em excesso, para elas poderem jogar ao adultos que saiam tarde para irem aos seus serviços.
Lá havia uma a me esperar sair de casa, mas antes que pudesse arremessa-la em mim, arremessei uma no pequeno garoto de cabelos claros que tentava esconder-se em uma moita, mas que por rir descontroladamente era nitidamente notável.
Passei alguns minutos rindo da cara do garoto após receber uma bolada em seu ombro, mas logo retomei a cantar repetidamente aquela musica.
Senti uma mão fria tocar em meu braço, confesso que fiquei levemente assustado com tal ato, mas logo ri após ver que era Jungkook, a me olhar a rir.
–Para um garoto que nem ao menos conhecia, você está bem fã, não é?–Disse o mesmo, a rir levemente, logo acompanhando-me na caminhada em direção a entrada da escola.
–Olha, eu conhecia, apenas não havia parado para presta atenção em uma musica.–Sua risada foi minima, mas perceptível, logo entrando juntamente a mim na escola, e logo reparei em seu olhar, ele parecia mais animado do que geralmente parece.
. . .
Passei boa parte do dia repetindo o pequeno trecho que lembrava da musica, cantarolando em tom baixo, o minimo para que não pudesse ouvir minha tão desafinada voz, até que finalmente o sinal tocou, dando o horário do intervalo.
Por incrível que pareça, em ao menos uma vez na vida consegui ver o Jungkook fora do banheiro, sentado em uma das mesas.
Franzi o centro de minha testa ao ver o garoto parado, completamente solitário, algo que eu não esperava acontecer.
Ele estava ao lado a um grupo de garotos, que pareciam se divertir em uma conversa. Jungkook parecia completamente fora daquele local, pois sua expressão era séria.
Não sei se aquilo era o correto a ser feito, pois minha timidez e minha forma de sempre atrapalhar as pessoas com minha falta de assunto fizesse o mesmo odiar-me (Se já não odeia).
Tomei coragem, levantei-me de onde sentava e resolvi ir em direção ao mesmo, sentando-me ao teu lado e olhando fixamente a mesa, como o garoto ao meu lado fazia.
O silêncio era estranho, não sabia exatamente o que dizer ao garoto, então simplesmente fiquei em silêncio, apenas ouvindo atentamente sua respiração.
Sentia-me feliz naquela manhã, e para mim, até mesmo os mínimos detalhes daquela cantina era reconfortante para mim.
–Você já parou para pensar o quão é bom não falar nada?–Disse o garoto, a olhar ao lado, olhando-me. Confesso que de primeira não entendi muito bem a proposita de tua fala, mas logo concordei com a cabeça, em afirmação.–O que mais gosto nesse lugar, é como consigo ouvir tudo de fora, sabe? Dos mínimos detalhes, ao som das árvores, aos dos carros, para mim, todos os sons são perfeitos.
O silêncio voltou novamente, o garoto fechou seus olhos e encostou sua cabeça na parede, a fechar seus olhos.
Não entendia muito do que ele estava a dizer, mas logo fiz o mesmo, suspirando fundo e ouvindo. Por mais que fosse difícil, ouvi algumas coisas, como o som dos pássaros a cantarolar, o som de alguns aviões, por mais que achasse aquele garoto completamente louco naquele momento, eu consegui entende-lo, saber o quão bom poderia ser apenas um som dos ventos nas árvores.
Como coisas simples podem mudar completamente um dia, não é?
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