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|52| 𝘼𝙟𝙪𝙙𝙖 𝙘𝙡𝙖𝙣𝙙𝙚𝙨𝙩𝙞𝙣𝙖

|Talvez eu seja o Sonho de mim mesma.
Criatura- ninguém
Espelhismo de outra
Tão em sigilo e extrema
Tão sem medida
Densa e clandestina|




   O que seria aquilo? Um momento de loucura? Talvez estar sozinha não faça tão bem para a saúde mental. Talvez ela tivesse sim uma parte humana que não seja apenas sua aparência física natural, pensou Morpheus enquanto assistia a cena de cabeça inclinada tentando entender o que estava acontecendo.

Isabella não estava eufórica, mas se esforçava para..... atravessar uma parede. Era exatamente isso que ele não entendia.

O que ela tem contra paredes?

Foi outra questão que surgiu na mente dele quando ela voltou para o apartamento e parecia mais uma vez frustrada por estar ali. Os cachos estavam uma bagunça, parecia que acabaram de sair de dentro de uma ventania forte ao ar livre; era uma revolta para todos os lados.

- Suponho que essa seja uma caminhada diferente - Murmurou.

Apesar do tom de voz normalmente baixo, para ele, Isabella saltou com os olhos arregalados e o coração martelando no peito. Encarou os olhos azuis de Morpheus como se quisesse matá-lo.

- O que, diabos, está fazendo no meu apartamento?

Dentre várias coisas que ele gostaria de pontuar - como por exemplo a legal apropriação do pequeno espaço no qual ela provavelmente poderia chamar de casa mas talvez não dê lar - o Sonho dos Perpétuos optou pelo direto, simples e reto:

- Pensei em vir oferecer ajuda. - Respondeu com sua costumeira calmaria.

- Não preciso de ajuda. - Isabella ajeitou a postura e arqueou uma sobrancelha, nem um pouco disposta a acreditar. Então franziu brevemente os lábios. - De que tipo de ajuda você está falando exatamente?

Sonho umedeceu os lábios: - É curioso o fato da sua existência nunca ter sido notado por mim. Sou o Sonho, sou um Perpétuo, existo desde que a primeira criatura sonhou, meu reino foi visitado por reis e deu origens a deuses de todos os tipos e crenças. Minha consciência existe a milênios e não há uma vida que não tenha um livro na biblioteca do Sonhar... - Parou tão de repente quanto começou.

As narinas de Morpheus dilataram brevemente, seu peito subiu como quem acabou de explodir e procura por ar, e seus olhos agora expandiram, as pupilas dilataram num mar negro engolindo o mar azul gélido de suas iris.

- No entanto, - Reguardou um suspiro, não queria parecer tão derrotado quanto já se sentia quando o assunto era ela. Justamente ela. - essa dúvida me corrói. Não saber de onde ou como você veio, sou eu quem sei de cada segredo da humanidade e aí está você. - Observou os detalhes do rosto dela por um curto período. - Respirando, usando magia, não tendo a mínima ideia de sua própria origem, dormindo, sonhando mas nunca pisando em meus domínios enquanto descansa seu corpo e mente. - Apertou os olhos. - O que é você?

Foi quase como um sussurro. Um sussurro de desestabilizou as pernas de Isabella por um tempo, o suficiente para deixá-las bambas - em parte por causa do pique de adrenalina. Ela deixou seu corpo cair para trás e as costas encontrar apoio na parede fina, mas dessa vez sem atravessar. Deus olhos, antes ácidos e afiados, suavizaram diante do questionamento.

- Não faça perguntas que nem eu mesma sei as respostas. - Retrucou, dessa vez menos arisca.

Eles ficaram se observando, apesar da boa distância considerável que Morpheus insistiu em deixar para ambos, Isabella estava plenamente consciente de que aquela parede na qual se encostava foi usada para fins nada inocentes e muito provocativo no passado, que provavelmente se guardasse alguma memória seria a mais devassa de todas; Isabella umedeceu os lábios e prendeu o inferior entre os dentes brancos antes de puxá-lo.

- O que você está fazendo aqui, Morpheus?

A voz soou calma, parecia uma brisa, ainda fria. Era claro que seu orgulho o feria, era claro que sua irmã lhe fizera aquele pedido em seu Reino dos Sonhos e Pesadelos, era claro que suas dúvidas o corroiam, era claro que seus devaneios o impediam de sequer prestar 100% de atenção em seus deveres como Perpétuo e governante de suas terras, e todo o mal que rondava seus pensamentos estava ali, o questionando o porquê de tanta obsessão, o porquê de tanta curiosidade sobre a miséria de vida que ela teve.

Morpheus puxou o ar pelas narinas e expirou pelos lábios levemente entreabertos.

- Sanar a curiosidade,.... talvez.

Aquilo de longe era uma certeza absoluta.

- Não - Negou ela. - O que te incomoda em mim? - O encarou com os olhos semicerrados. - Não quero segredos, não quero mentiras, passei minha vida inteira até hoje contando mentiras e guardando segredos. - Desencostou da parede, os olhos ainda nos dele. - Quero a verdade, nua e crua, como deve ser. - E cruzou os braços sobre o peito. - Se você sabe sobre cada verdade no universo, a mentira tem que ser sua última opção.

Nua e crua, pensou ele.

- Como deve ser? - Quebrou o espaço entre os dois e parou diante dela.

Sim, Morpheus era maior em altura, dava a sensação de que era pequena comparado a ele, teve até que erguer o rosto para conseguir enxergar seus olhos azuis.

Perto demais da parede, sua mente retaliou incapaz de formular outro tipo de frase no momento.

- Quero sanar, sim, essa curiosidade que me faz inclinar na sua direção. Creio que assim que souber, vou estar livre de quaisquer tipos de pensamentos que possa ter sobre você ou que eu esteja tendo nesse instante. - Foi sincero com olhos sérios e sombrios, porém com brilho estrelado. - Neste exato momento. - Baixou o tom de voz para um sussurrou.

Só então se deu conta de que pela primeira vez ele havia alterado o tom diante de si, Isabella soltou uma lufada de ar esvaziando o peito que, estranhamente, parecia estar cheio demais.

- E o que está pensando? - Questionou, seu estômago embrulhando como se diversos pares de asas estivessem batendo ali dentro. - Nesse exato momento.

Pareceram milênios, mas ele não respondeu. Automaticamente as mãos imaginárias que Isabella projetou em sua mente para tentar entrar na dele rasparam em uma barreira, não sólida, mas esfumaçada e escura; tão negro quanto seus cabelos. Ela recuou mentalmente. Mudou o foco.

- Você sabe como descobrir?

Ele demorou, dessa vez menos do que antes, um tempo para responder, mas dessa vez ambos estavam cientes da aproximação e parecia que foram apenas longos segundos até que Morpheus abrisse os lábios.

- Não exatamente, mas sei quem poderia saber.

- Alguém que eu já tenha ouvido falar? - Inclinou de leve a cabeça.

- Provavelmente não.

Aquilo foi o suficiente, bastava.

Depois de tudo que passou, depois de passar tempos ouvindo seu coração martelar em seu ouvido, Isabella estava pronta para cometer um erro que com certeza se arrependeria depois; ficou nas pontas dos pés e roubou um beijo numa velocidade nem tão lenta mas rápida o suficiente para impedir que ele se afastasse caso quisesse. Não poderia ser considerado um beijo, foi apenas um tocar de lábios, mas que fizeram seus pelos da nuca eriçarem.

Não se afastou, mas também não fechou os olhos. Encarava o azul voltar para seu lugar nas iris de Morpheus enquanto ainda lutavam por espaço contra sua pupila que insistentemente queria continuar sua expansão.

- Só por hoje, não quero ouvir mais nada. - Pediu ela, quase balbuciando, antes que ele falasse algo.

Mas ele não pareceu querer se afastar e nem esboçou uma reação exagerada.

Por alguns instantes, Morpheus viu mágoa e tristeza e desolação e tantas outras coisas naquela alma tão ferida pelo tempo que, não por dó ou por pena, mas por entender um pouco daquele sentimento, concordou.

Não precisava de palavras, apenas de gestos, e puxá-la pela cintura e realmente iniciar um beijo de verdade, ambos de olhos fechados agora, era a única coisa a ser feita de verdade naquele momento. Talvez ambos se culpassem depois ou talvez preferissem fingir que não existiu como fizeram da primeira vez, contudo Isabella sabia que se houvesse uma segunda vez, não tinha como ignorar uma possível terceira ou quarta. Já estaria envolvida até a cintura com tudo isso que Sonho era e é.

O que isso significava para seu futuro dali em diante, não sabia ao certo, mas enquanto podia, ia tentar apenas extravasar suas frustrações mergulhando seus dedos nos fios negros e sedosos de Morpheus como uma súplica de arrebatamento e perda temporária de memória.

Por enquanto.

[...]

- Eu encontrei um dos seus pesadelos. - Isabella desabafou, foi a primeira a falar depois de longos e gostosos minutos. - Na realidade, - Franziu as sobrancelhas. - foi ele quem me encontrou, não o oposto.

Morpheus, que estava deitado na cama de solteiro que havia no apartamento pequeno de Isabella com a cabeça dela deitada sobre seu braço estendido que vez ou outra os dedos acariciavam as costas dela, ambos de roupas, ergueu a cabeça para ela, os olhos sérios voltando.

- Qual deles e onde?

Um leve sorriso ladino surgiu na boca dela.

- Coríntio. - Deu de ombros. - Acho que ele pensou que eu seria uma aliada ótima para os planos dele de acabar com você.

- Nem um pouco sábio. - Revirou os olhos e deixou a cabeça cair no travesseiro.

Isabella o assistiu observar o teto, mas sabia que não era exatamente nas manchas que tinham ali marcado pelo tempo que ele estava pensando. Sua testa franziu diante da pose relaxada do Sonho.

- Não está preocupado? - Descansou a mão sobre o peito dele, sentindo subir e descer e, apesar da falta de cor na pele, sentindo também a quentura de sua pele a atingir e aquecer igualmente.

Afinal, pensou ela, um Pesadelo sem escrúpulos está a solta desejando pela morte de seu mestre criador.

- Com Coríntio? Não. - Negou brevemente, as carícias nas costas dela começando a ficarem lentas e distraídas. - Me preocupo com os seres humanos que vão estar por perto. Cada um deles não tem poder contra um pesadelo tão forte.

- Você fez ele assim.

As sobrancelhas grossas e negras de Morpheus franziram, Isabella não quis que suas palavras soassem como uma acusação, mas talvez já estivesse tão acostumada em acusar que não mediu o tom e as palavras corretamente antes de solta-las.

- Ele foi feito para ser esse pesadelo. - Murmurou, quase que, com certeza, se corrigindo.

- Ele foi.... A minha melhor criação. Era para ser perfeito, um pesadelo perfeito. - Parou e se mexeu um tanto desconfortável, mas logo balançou a cabeça. - Eu o fiz como nunca fiz nenhuma outro pesadelo. - E então ela soube, pelo tom de voz dele, que o assunto chegaria somente até ali.

O olhar vago, que antes estava no teto mas que agora estavam nela e descia para os seus labios, também dizia isso.

- No que você pensa quando está criando um pesadelo?

- Em como vai influenciar os medos de cada ser vivo. - Apesar de vago, foi direto e rápido antes de tomar os lábios dela para si, para antes de ter que sair daquele apartamento.

Suas mãos encontraram o corpo de Isabella e tatearam conforme seu próprio corpo inclinava para ela, assim como sua mente insistentemente insistia em teimosamente fazer e Isabella enlaçou seus braços em torno do pescoço dele, permitindo. Era diferente, não era humano, o gosto do beijo parecia ser doce e no entanto com uma saudade e um encaixe que somente amantes eternos experimentariam. Eles não eram amantes, Isabella não quis pensar nisso e menos ainda mergulhar nessa hipótese.

- Volta comigo. - Foi um pedido baixo entre beijos de lábios esmagados pelo calor macio.

Isabella não disse nada, sentiu a maciez, em como as mãos dele apertavam logo abaixo das suas costelas e pareciam ferver sua pele. Ela ansiava por mais.

- Vem para o Sonhar. - Tentou novamente, ousando descer beijos pelo maxilar quente, fazendo trilha pelo pescoço e deixando rastros.

Cada ponto era incendiado. Ela suspirou, abrindo os olhos para visualizar os emaranhados negros e deslizar suas mãos para agarra-los. Ele estava sobre ela agora.

- Eu vou pensar no assunto. - E inverteu as posições.

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