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|13| 𝘼𝙨𝙩𝙧𝙖𝙡

Aviso: Votar deixando sua estrelinha nesse capítulo e comentar quando e como quiser sem pressão alguma. Fica a critério de vocês, amores. Dito isso, boa leitura ♥︎








Era como se estivesse voando.

Quando Alex voltou trazendo consigo cinco seguidores armados da Ordem dos Antigos Mistérios - Ordem essa fundada por Roderick acreditando ser um exímio bruxo -, eles levaram Roderick para seu quarto e em seguida voltaram e esperaram que Isabella de fato adormecesse para carrega-la para o sótão.

Morpheus teve que assisti-la ser afastada e não pôde fazer nada. Aquilo gerou nele um tipo de déjà-vu estranho que não compreendia, mas enquanto ele refletia sobre isso, Isabella estava logo ali, ao lado do globo de vidro.

Era como se estivesse voando. Ela não tocava os pés no chão e seu corpo não parecia ser físico e meramente tocavel. Ela olhava suas palmas e seus braços, conseguia ver através deles como se ela mesma fosse um lençol branco e muito fino, o suficiente para conseguir vislumbrar tudo do outro lado. Era estranho porque assim que fechou os olhos esperava aparecer no Sonhar, como da primeira vez, mas estava ali.

Quer dizer, ela está em dois lugares ao mesmo tempo. Seu corpo físico deve estar nesse momento chegando perto de ser descartado no sótão enquanto sua... Alma estava ali.

Ela sabia que no momento que fechasse as pálpebras eles iriam leva-la, não precisou virar o rosto para vê-los esperando, mas enquanto fechava e abria lentamente os olhos com sua atenção focada naquelas íris azuis tão profundas e intensas, ela desejou ficar. Foi um ato não premeditado, porém forte.

E, bom, de alguma forma ela havia ficado.

Sentia seu corpo leve, como se a força da gravidade não se aplicasse mais para si. Moveu os pés de vagar, os balançando no ar. Isabella guardou aquele momento como um dos mais esquisitos que já teve, porém sua atenção mudou de foco quando um movimento chamou sua atenção. Dentro do círculo de vidro Morpheus estava voltando lentamente a sua pose original com os tornozelos cruzados e joelhos dobrados perto do peito.

Isabella molhou os lábios, estava ansiosa para se aproximar e descobrir se assim conseguiria quebrar aquele vidro. O que ela teve que fazer, no entanto, foi esquisito a nível base. Ela praticamente nadou como se o ar fosse o oceano calmo, e agora tinha as palmas das mãos contra o vidro. Ele não pareceu sentir sua presença e muito menos a viu, ficou com o rosto erguido e os olhos insondáveis em direção aos portões. Ela tateou as mãos no globo, girando e parando diante dele.

━ Morpheus. ━ Chamou.

Sua voz era como um sopro, um fraco sopro melodioso naquela forma, e ainda assim os olhos dele encaravam elgo além dela.

━ Ei! Morpheus! ━ Tentou de novo, batendo as palmas nos vidros.

Porém na primeira tentativa o vidro sofreu rachaduras. Com as sobrancelhas franzidas e lábios entreabertos, ela encarou a rachadura do tamanho de sua mão. Deslizou o indicador pelas dobras partidas, porém o que a deixava intrigada era que não houve som. Aquele som de vidro se partindo ou quebrando nunca chegou aos seus ouvidos e aquelas quebras eram diferentes. Não tinha como explicar.

Mas vou tentar.

Ao seu toque, elas se dobravam e sua mão passou pelas rachaduras até estar dentro do globo, mas não houve cortes e arranhões. Contendo um misto de assombro e curiosidade, Isabella retraiu sua mão a trazendo para mais perto. A avaliou em todos os cantos possíveis procurando por alguma deformação, mas nada, e quando ergueu os olhos, a rachadura não estava mais ali. Ela piscou, pensando que talvez estivesse em algum tipo de transe ou imaginando coisas, mas sempre se via ali, diante dele, encarando o vidro.

Isabella puxou o ar, pronta para fazer uma segunda tentativa. Bateu a mão contra o vidro e ele rachou com seu toque, em seguida passou sua palma para dentro do globo, mas apesar da experiência nova, seu foco tomou outro rumo. Seus dedos estavam próximos de tocar a bochecha esquerda de Morpheus e, acredite, as pontas de seus dedos se coçavam para sentir a maciez, contudo ela se conteve no último minuto. Os dedos se dobraram levemente até que lentamente foram se fechando contra a palma. Entretanto Isabella não tirou a mão de dentro, permaneceu observando o rosto do rei do Sonhar mais de perto. Ela se perguntava se teria outra chance e interiormente se sentia tentada a entrar lá dentro e aproximar-se mais, contudo esse tipo de pensamento fez seus olhos caírem do rosto dele para baixo. Sua boca se fechou, suas bochechas roborizaram, e no modo automaticamente invergonhada afastou seus olhos daquela imagem. Sentia-se uma mulher sem pudor, uma tarada atrevida.

Recolheu o mais rápido possível sua mão e a trouxe para perto. No momento ela agradecia por ele não estar a vendo agora, seria muito vergonhoso e desconfortável se tivesse que passar por esse momento com ele a observando como sempre tinha feito quando estava deitada no chão.

O chão, ela repetiu, virando-se de costas pela primeira vez. O chão estava com sangue, e não era pouco. Todo esse sangue de certo modo ocasionado em grande parte por Isabella, afinal, se não tivesse tentado trazer Jessamy de volta e não tivesse agarrado o pulso do vigia, seria sangue a menos.

Jessamy, seu peito encolheu, apertando-se. Porém as mãos de Isabella trilharam um caminho mais reto, em direção ao pescoço, e deslizou os dedos sem conseguir de fato tocar e sentir seu próprio toque. Seus olhos dispararam para o corpo moreno caído no chão de qualquer jeito, o rosto virado para o lado oposto. Isabella fechou fortemente as pálpebras, abaixou a cabeça, e soltou um suspiro entrecortado. Se pudesse tocar a si mesma, estaria com as mãos fechadas em torno de seu pescoço.

Sua intenção nunca foi matar, queria apenas manipular e usar Sykes ao seu favor, mas a chegada de Alex com o rifle atrapalhou tudo - de novo. Perdeu o controle por breves segundos e o contato com a mente de Sykes, agora ele estava morto. Isabella se sentia horrível com isso. Ela sabia que Sykes não era um ser humano exemplo para os demais assim como Roderick, mas ainda assim era um humano, tinha uma alma e junto dela uma vida, e não incubia a Isabella decretar quando, onde, e como ele deveria deixar essa vida mesmo que fosse por acidente. Ele foi e é a sua primeira morte causada por seus próprios dons, carregaria aquela culpa, aquela imagem, e aquele sentimento horrível consigo pelo resto de sua eternidade. Principalmente porque apesar de se sentir ruim, lá no fundo uma parte pequena dela havia apreciado o que causou.

Ela puxou o ar, enchendo os pulmões, e soltando alguns instantes depois. Abriu os olhos convencendo a si mesma de não ir até o corpo falecido de Sykes para olha-lo nos olhos e se torturar ainda mais. Já sentiu muita dor em tão pouco espaço de tempo.

Girando novamente, ela olhou mais uma vez para Morpheus, mas ele não havia se movido nem um milímetro apesar de seus ombros estarem tensos e seus músculos rijos. O olhar assassino estava se escondendo em algum lugar daquele mar azul e de repente Isabella se pegou perguntando-se o que ele achava dela agora, quais eram os pensamentos sobre ela que rondavam sua mente e se ele estaria intrigado sobre ela assim como ela está sobre ele. Talvez tivesse certeza de que ela era um monstro ou uma ameaça, talvez quando escapassem ela não devesse confiar tanto assim no Rei dos Sonhos e seguir seu próprio caminho sozinha. Parece igual ao plano de tantos anos atrás no qual bolou depois do sacrifício de Thalia, quando fora queimada viva em praça pública para que não chegassem perto de Isabella.

Ela balançou a cabeça, virando o rosto para esconder a tristeza em seu olhar. Tomou um tempo para se recompor, para pôr a mente em ordem novamente, então inclinou o corpo para frente o deitando de bruços no ar e começou a empurrar seu corpo, quase como nadar. Sua direção era o portão, sair daquele porão e ver o que estava acontecendo nos outros cômodos. Não ousou espiar os lados, não queria encontrar mais sangue e corpos inconscientes para que permitisse que a culpa a assolasse novamente.

Esse é o problema de ser empata.

Com extrema facilidade passou pelos portões, que Alex e os outros haviam deixado aberto, e virou, subindo em direção a porta. Contudo de repente ela foi aberta por dois homens fortes, de cara amarrada, e vestindo capuzes azuis escuros que pareciam ser de cetim pelo modo como contrastavam a pouca luz. Eles iriam passar por Isabella e no momento de apreensão, ela se jogou para o lado, abrindo um buraco - que assemelhavam-se a rachaduras e estilhaços de vidro - na parede e rolando até estar no centro de um corredor.

Buscando manter a postura, Isabella demorou um tempo até finalmente se ajustar, e quando conseguiu tratou logo de averiguar o lugar onde estava. Era o corredor que dava para o escritório e porão, justo o lugar de onde veio.

Bateu o indicador nos lábios enquanto se aproximava da parede e analisava para ver se encontrava alguma danificação permanente que durante sua tentativa de esquiva pode ter criado, mas tudo estava na mais perfeita ordem. Isabella esticou a mão, a parede se quebrou como vidro e afundou a medida que sua mão era empurrada contra ela e, quando a retraiu, as rachaduras foram desaparecendo como se nunca tivessem surgido.

Empolgada com a descoberta, Isabella não se deteve mais. Primeiro nadou para cima procurando o sótão, queria ter certeza de que ninguém ousaria tocar nela novamente, porém ao emergir somente a ponta da cabeça, ela ouviu uma conversa interessante...

━ O que pretende fazer enquanto Magus está se recuperando? ━ Questionou um dos homens.

O corpo de Isabella estava caído de lado, os olhos fechados, a expressão serena, a franja um pouco bagunçada, o cabelo desgrenhado e sujo, e os lábios entreabertos. Tão tranquila e pacífica que fazia das horas de mais cedo parecer apenas uma mera ilusão. Estava dentro do círculo, porém estava sujo com poeira e um pouco borrado, as correntes ainda estavam em seus pulsos e tornozelos que aos poucos se reconstruiam.

Alex desviou os olhos dela, um arrepio involuntário percorrendo seu corpo como uma fraca onda de eletricidade.

━ Refaçam o círculo de amarração e fiquem bem atentos. ━ Olhou para eles. Seu olhar era tudo, menos calmo e raivoso. ━ Enquanto Magus estiver incapacitado de fazer alguma coisa eu continuarei dando doses da areia com água no organismo dela. ━ Prendeu o lábio inferior entre os dentes e o puxou, sentindo deslizar até seu devido lugar. Seus olhos estavam perdidos em algum ponto escuro. ━ Depois do que ocorreu lá embaixo acho melhor que ela continue adormecida.

Os cinco anuiram em concordância. Gostaram da ideia do mais novo e sentiam-se menos aflitos embora saibam que essa solução é temporária até que Roderick volte a todo vapor a dar ordens e mais ordens com sua arrogância e prepotência.

Isabella não ficou surpresa, Alex era medroso e depois do que testemunhou no porão era certo que ele ficaria mais paranóico para o lado dela e que seu medo crescesse mais algumas centelhas, porém receber mais daquela areia em seu organismo significaria que seu corpo iria permanecer inerte e ela iria continuar naquela forma, aparentemente, astral durante todo esse tempo?

A resposta pode ser sim pois estaria prolongando um fato, mas também pode ser não se Isabella soubesse como de fato usar seus dons.

Para ela era estranho estar ali, desviou a atenção dos homens e focou no seu corpo inerte. Ela sentia seu coração, suas terminações nervosas, cada sentimento, sentia em parte o frio que nunca a incomodou, e por alguns segundos se deixou vagar, perguntando-se se estava morta. Claro que não fazia sentido, ela é imortal e já comprovou isso de tantas formas no passado....

Em todo caso, ela sentia como se estivesse sentada no muro, não estava á direita - seu corpo completamente inconsciente - e também não estava á esquerda - totalmente consciente. Ela sentia que poderia abrir os olhos como e quando quiser, que poderia ter dois pontos de vista, mas não queria provar essa teoria com pessoas demais por perto. Contudo era estranho. Ela sentia os grãos da areia de Morpheus deslizar por suas veias e dançar em torno de cada célula, então tecnicamente deveria estar dormindo não tendo hora ou dia específico para despertar.

Isabella ainda ficou mais um tempo ali até que os homens terminassem de redesenhar o círculo no chão e um homem e uma mulher entraram, arrastando as cadeiras atrás da mesinha do outro lado. Com certeza faziam parte da Ordem de Roderick....

E por falar nele...

Isabella estreitou os olhos. Saiu do sótão embora estivesse relutante quanto a sua partida e procurou o quarto de Roderick. Atravessou paredes, chãos, e imóveis até finalmente encontra-lo deitado em uma cama espaçosa sendo cuidado com delicadeza por ela: Ethel.

Sentia nojo apenas em olhar para ele, porém ainda assim se deixou flutuar ao lado da cama, o oposto onde Ethel estava.

Isabella a observou, não queria perder seu tempo memorizando cada traço daquele homem infame. Ela parecia de fato preocupada. Com um algodão em uma das mãos e um vidrinho em outra, ela limpava os ferimentos expostos no estômago de Roderick por culpa dos chutes. Haviam machucados com uma fina camada de sangue e um hematoma grande e completamente roxo com bordas beirando ao verde e em torno vermelho intenso. Estava feio, mas ele iria sobreviver porque Isabella não fez aquilo com intensão de matar, caso contrário os chutes seriam o de menos a temer.

Haviam mais marcas roxas que se alastravam por suas bochechas, nariz, queixo, e boca, sem contar as feridas que pareciam ter sido mais fundas naquela parte.

Com um impulso para cima e em seguida para frente, Isabella rodopiou sobre o corpo um pouco debilitado de Roderick e repousou um pouco atrás de Ethel tendo em vista que ela estava sentada na beirada da cama para conseguir cuidar dele. Ela, Ethel, era realmente linda. Cabelos curtos e louros, perfeitamente cuidados, tinha os traços delicados e olhos que transpareciam coragem. Então Isabella supôs que ela era corajosamente idiota por estar com alguém como Roderick e ainda se orgulhar disso.

Concluiu que ela merecia mais do que aquilo.

Isabella negou com a cabeça. Não sabia nada sobre o passado de Ethel, quando entrava em sua mente ela evitava pensar em seu passado a todo custo e Isabella não podia correr o risco de invadir suas memórias e Ethel acabar por contar isso a Roderick pois isso faria com que ele levantasse suspeitas sobre ela. Talvez Ethel não tenha ninguém, talvez só quisesse ter o conforto material que nunca teve, talvez só fosse alguém com grandes ambições em homens de bolsos cheios não importando o quão escrotos fossem, ou talvez estivesse cuidando de si mesma a sua maneira. As opções eram tantas, e Isabella só sabia pensar sobre elas.

Não sabia se naquele estado conseguiria usar seus dons mentais, mas quando se sentisse mais adepta e confiante com toda certeza tentaria.

Decidida a deixar o quarto para descobrir até onde conseguiria ir, Isabella estava pronta para dar meia volta e sair, contudo algo estranho a fez parar. Ou melhor, um barulho. Ela virou um pouco o rosto para o lado, apurando os ouvidos para focar com mais intensidade ao silêncio, até que pôde ouvir com mais nitidez.

O queixo de Isabella caiu. Aquilo sim era uma baita surpresa.

Ela se aproximou de Ethel, estava curvada, porém não a tocou. Seu ouvido esquerdo estava perto da barriga de Ethel e ali ela encontrou um quarto coração que batia saudável. Isabella podia ouvir seu próprio coração, podia ouvir as batidas de Roderick e Ethel, mas ouvir aquele era tão diferente, quase como se houvesse uma inocência no ar que todo bebê trazia consigo antes mesmo de nascer.

Entretanto Isabella sentiu pena.

Pena porque aquela semente dentro de seu ventre fazia parte de um homem monstruoso, orgulhoso, e ganancioso. Um homem sem escrúpulos que não se importa com o resto do mundo enquanto os problemas de fora não o afetarem. Isabella por dias a fio esteve na mente de todos e sabia que Ethel poderia vir a ser uma ótima mãe, mas Roderick seria o pior pai que já existiu.

E ela estava certa.

[...]

Olhar era tudo o que conseguiu fazer no momento. Nas pontas de seus dedos seu dom escarlate fazia cócegas, mas ela voltou a temer que se o usasse poderia vir a machucar mais alguém ao ponto de terem o mesmo destino de Sykes. Claro que Sykes não era um exemplo perfeito de como um homem deve ser e ter seu caráter moldado e embora Isabella esteja tentando convencer a si mesma de que o sangue frio e morto dele não estava manchando suas mãos, o peso da culpa estava em um dos seus ombros. Não poderia se dar ao luxo de ignorar uma morte para depois provocar outra e tentar novamente ignorar. Todo assassino começou assim, com uma morte para que sua sanidade aos poucos fosse distorcida e sua visão uma distopia do que é considerado lindo, belo, e vida.

Matar alguém era como ser uma assassina e Isabella tentaria, seguraria a si mesma para não usar seus dons como fez hoje a tarde com tanta precisão. Seu pescoço ainda tremia e arrepiava somente em recordar de como era ter o pescoço torcido e sentir toda a dor que aquilo envolveu.

Ela não faria de novo.

Pelo menos não inconsciente.

Mas ali estava, flutuando levemente sobre a terra recém escavada e tampada. Ali, estava o corpo de Jessamy, enterrada e sem ninguém para lhe prestar homenagens. Sim, ela era um corvo, mas era o corvo mais destemido, sentimental, e sublime que Isabella já teve o prazer de ver. Estava triste por não ter tido a oportunidade de conhece-la melhor, em saber como era sua voz, do que ela gostava e o que desaprovava, queria saber dela como era ser humana e após a morte renascer como um corvo falante e inteligente - mais que um ser humano.

Isabella fez o que queria, sair de dentro daquela casa, mas o que encontrou do lado de fora foi um ar frio e um tempo fechado com nuvens que tapavam todo o céu. Não havia sol e luz. Contudo, no fundo, Isabella sabia que era ali que queria saber se conseguia chegar. Era em Jessamy que estava pensando embora não tivesse percebido isso de início, somente quando se deu conta do caminho tão familiar que estava trilhando.

Ela engoliu o choro, impedindo que seus olhos marejassem e mais lágrimas fossem derramadas. Jessamy faleceu como uma guerreira que entra em um campo de batalha buscando lutar e dar sua vida se for preciso em nome daquilo e de quem é fiel e tem fé. Não merece ser tratada com lágrimas, apenas com os mais magníficos elogios e as mais doces lembranças para que nunca fosse deixada no esquecimento - embora Isabella não tenha cultivado nenhuma memória boa junto de Jessamy para ter alguma para recordar naquele instante.

Ela abaixou, curvando o corpo para baixo e estendeu seu braço. Seus dedos rasparam as pontas na terra - que se quebrou com rachaduras, como todas as coisas nas quais Isabella tocava estando naquele estado de espírito não-físico. Ela foi capaz apenas de exercer uma minúscula onda que partiu do centro de sua palma e escorreu como névoa invisível para dentro da terra e voltou, como se estivesse puxando algo dali. Isabella fechou os olhos e, naquele mesmo momento, cultivou algumas lembranças que deixavam seu coração mais tranquilo. De fato ela nunca teve nenhuma lembrança boa de Jessamy, mas agora havia agarrado uma para si, de quando Jessamy era humana. Uma mulher morena de cabelos curtos e cacheados que sempre estava preso em um coque forte no alto da cabeça, leal, confiável, doce, alegre, esperançosa e, principalmente, sonhadora.

Isabella guardou aquilo para si quando afastou sua mão prometendo nunca se esquecer dela.

Com um suspiro deixando seus lábios, ela ergueu os olhos para o alto e encarou os enormes galhos recheados de folhas verdes que fardalhavam de acordo com a melodia da brisa. Um tempo ruim estava se aproximando, mas a tempestade recairia sobre a mansão dos Burgess, não naquela terra.

Foi breve, como um relance, porém os olhos de Isabella se tornaram mais afiados que uma agulha, tão brilhantes e tão carregados de seriedade e ideias maquiavélicas que poderiam garantir sua diversão, por enquanto.

Roderick Burgess não esperava pelo o que estava por vir. Ela faria ele perder tudo que já conquistou até agora, e quando um pequeno sorriso brotou em seus lábios, ela já sabia qual seria a primeira coisa a se fazer. Faria aquilo como uma pequena vingança - para um - e ao mesmo tempo como uma brilhante ajuda - para o outro -, mas não utilizaria de todo os seus poderes.

Ela sabia o que queria, só faltava executar. Afinal, existem destinos piores do que a morte.


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