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all the things she said

Oikawa apertou os punhos sob a mesa, tentando ignorar a cena que se desenrolava do outro lado da sala.

De novo.

De novo aquele riso exagerado. De novo aquele brilho nos olhos que nunca estava ali quando ele olhava para ela. Kuroo gargalhava de algo que Kenma dissera, inclinando-se ligeiramente para mais perto dela, como se o mundo inteiro tivesse desaparecido ao redor deles.

Oikawa sabia que não deveria se importar. Kenma sempre foi a melhor amiga de Kuroo, e os dois tinham essa conexão que vinha desde a infância. Mas... por que ele nunca ria assim com ela? Por que ao lado de Kenma ele parecia tão genuinamente encantado? Por que ele parecia mais solto e confortável ao lado dela?

E então, aconteceu.

Tetsuro ergueu a mão e afastou uma mecha dos cabelos de Kenma, os dedos roçando a pele dela como se fosse algo natural, como se fosse íntimo.

Aquilo foi o suficiente para fazer Oikawa sentir um nó apertado no peito.

Engolindo seco, se levantou abruptamente.

— Vou subir e ficar lá em cima um pouco. — Murmurou, sem realmente esperar que alguém ouvisse.

Se virou antes que Kuroo ou Kenma pudessem reagir, caminhando apressada para longe da sala, sentindo o rosto quente de vergonha. Não queria dar uma de namorada ciumenta. Não queria ser esse tipo de pessoa. Mas naquele momento, se sentia pequena, insignificante, uma poeira esquecida em algum canto enquanto os outros seguiam suas vidas sem notar sua presença.

Subiu as escadas rápido, quase tropeçando ao entrar no quarto de Kuroo. Fechou a porta atrás de si, apoiando-se nela por um momento. Respirou fundo na tentativa de afastar o aperto no peito e a sensação sufocante de que algo estava escapando pelos seus dedos.

Lá embaixo, Kenma olhava para Kuroo com uma expressão séria com os olhos dourados carregados de julgamento.

— Qual é o seu problema? — Ela perguntou, a voz calma, mas afiada como uma lâmina.

Kuroo piscou, confuso.

— O que foi?

— Você realmente não percebeu o que acabou de fazer?

Kenma suspirou, passando as mãos pelos próprios cabelos antes de lançar um olhar rápido para a escada por onde Oikawa havia desaparecido.

[...]

O dia estava perfeito, e Tooru estava radiante.

Finalmente teria um tempo só com seu namorado. Tinha planejado tudo nos mínimos detalhes — o bolo que havia comprado, o presente que daria, o jeito que fingiria estar distraída só para que Kuroo a puxasse para perto e beijasse seu rosto com aquele sorriso preguiçoso dele que a deixava de pernas bambas.

Mas então ela desceu as escadas e viu ela.

O estômago de Oikawa revirou na mesma hora.

Kenma estava sentada no sofá de Kuroo com um Nintendo Switch em mãos, parecendo completamente à vontade, como se aquele fosse um dia normal. Como se não estivesse invadindo que não lhe pertencia.

Oikawa cerrou os punhos, respirando fundo para não deixar a frustração transparecer. Não era como se ela odiasse Kenma — pelo menos era o que tentava dizer a si mesma. Mas precisava mesmo estar ali hoje? Justo naquele dia?

E então, percebeu.

Não era só o fato de Kenma estar ali.

Era o jeito que ela estava ali.

O vestido tubinho azul se colava ao corpo dela de uma maneira que evidenciava suas curvas, que antes ficavam escondidas sob camisas largas. O bolero branco de mangas longas sobre os ombros dava um toque delicado. Suas coxas estavam descobertas, e suas pernas — que estavam enfeitadas por um par de meias brancas quase transparente — estavam cruzadas com elegância sobre o sofá, assim chamando atenção para a pele bronzeada que raramente ficava à mostra e constatando com a maneira desleixada que Kenma normalmente sentava enquanto usava calças largas.

O cabelo, antes jogado de qualquer jeito, agora estava preso em um coque que, apesar de parecer casual, tinha algo bonito. Algumas mechas soltas emolduravam seu rosto de forma quase estratégica. Até os característicos all star tinham sido deixados de lado para dar espaço a um par de saltos brancos.

Até maquiagem ela estava usando.

Tooru engoliu seco, sentindo o rosto esquentar de um jeito que não fazia sentido.

Não era para ela estar olhando tanto.

Mas seus olhos se recusavam a desviar.

Estava paralisada na escada encarando a garota que ela jurava estar tentando roubar seu namorado.

— Tudo isso é pra ele? — Finalmente Tooru conseguiu falar algo. Sua pergunta saiu afiada, coberta de veneno e desprezo.

Kenma desviou o olhar do jogo ao ouvir passos na escada.

Seus olhos dourados brilharam ao ver Tooru ali, parada no último degrau, iluminada pela luz suave que entrava pela janela.

Linda. Como sempre.

O vestido florido rodado balançava levemente conforme o vento que vinha da porta batia, as alças caídas revelando seus ombros de uma maneira delicada. A maquiagem leve realçava seus traços suaves, e os lábios tinham um brilho sutil, como se implorassem para serem olhados por mais tempo do que deveriam.

Mas foi o cabelo que mais prendeu a atenção de Kenma.

Solto, sedoso, caindo em ondas suaves pelas costas, parecendo tão macio que seus dedos quase coçaram para tocá-lo.

Ela piscou, voltando a encarar o jogo.

Mas seu coração bateu um pouco mais forte.

E dessa vez, não foi por causa da partida.

— Oi, Tooru. — Foi tudo o que conseguiu dizer, seu coração batia tão fortemente em seu peito que temia que Tooru pudesse escutá-lo.

— "Oi"? — Oikawa soltou uma risada sem humor, desacreditada que seu dia perfeito havia sido arruinado. — Você não tem nem coragem de me responder? Já não basta ficar enfurnada aqui o tempo todo? Agora tem que se arrumar pra ele também?

A mágoa e o desprezo se misturavam em cada palavra dita por Oikawa, deixando a outra garota confusa. Antes que Kenma pudesse se justificar, o som dos sapatos de Tetsuro nos degraus preencheu o cômodo.

— Kenma! Você está linda! — Tooru permaneceu parada olhando para Kenma enquanto seu namorado passava por si e ia direto para os braços daquela invasora. — Finalmente deixou de vestir as roupas do seu irmão, é? — Tetsuro brincou enquanto abraçada Kozume com força demais. Por tempo demais. Próximo demais. Íntimos demais.

Oikawa não aguentou mais um segundo daquela cena ridícula. Mais uma vez saiu do cômodo. Ela, a namorada, se retirou. Deixando seu namorado sozinho com a ladra de amores. As amigas de Tooru a repreendiam por isso, mas ela nunca conseguia fazer nada a respeito. Sentia-se sufocada com a conexão dos dois, que estava atrapalhando algo, que estava sobrando. Não queria chorar naquele momento, mas sua visão já estava começando a se embaçar pelas lágrimas que ameaçavam cair.

— Você também está linda, amor. — Tooru saiu de seus devaneios quando sentiu as mãos grandes de Kuroo em sua cintura. Observou Kenma andar em direção ao carro dele, agora tendo mais certeza do que nunca que ela iria sair com eles também.

— Gostaria que tivesse me dito isso antes. — Respondeu com frieza se desvencilhando-se do toque alheio.

Kuroo estranhou a hostilidade da namorada, porém não deu a mínima. Deu de ombros e entrou no banco do motorista.

Oikawa mordeu os lábios, segurando a irritação ao ver Kenma abrir a porta do passageiro.

"Sério? Até isso ela quer tomar de mim?"

Mas, ao contrário do que imaginava, Kenma não entrou. Apenas segurou a porta aberta e fixou seu olhar em Tooru, como se esperasse algo.

— Não vai entrar?

Oikawa piscou, surpresa. A voz de Kenma era baixa como de costume, quase preguiçosa, mas os lábios tingidos de vermelho carregavam um pequeno sorriso.

Ela limpou a garganta, sentindo um estranho aperto no peito pelo ato, afinal, Kuroo nunca fazia isso, e deslizou para dentro do carro, sentando-se ao lado dele.

Kenma fechou a porta com calma antes de contornar o veículo e ocupar o banco de trás.

Mas o leve perfume dela ficou no ar, incomodando Tooru mais do que deveria.

A última parada do passeio do aniversário de Tetsuro foi a sorveteria, mas o próprio não estava lá, o que deixou Oikawa descontente.

Outra coisa que ele faz com frequência. Deixa Tooru e Kenma sozinhas enquanto ele mesmo some por horas.

A loira bufou baixinho, estava feliz por estar com Tooru, mas irritada com Tetsuro.

"Enrole ela mais um pouquinho, estou ocupado"

Kenma leu a mensagem pela barra de notificação com nojo e irritação, havia um bom motivo para ela ter sido chamada, e não era para festejar o aniversário do amigo, assim como havia um bom motivo para ela ter se arrumado tanto, e esse também não tinha nada a ver com Kuroo.

Bom, quase.

O motivo é a namorada dele.

— Tetsu vai demorar um pouco. — Kenma avisou bloqueando a tela do celular. Pegou a pequena colher de plástico e voltou a tomar seu sorvete.

Isso irritou Oikawa. Ela é a namorada de Kuroo, mas foi para Kenma que ele mandou mensagem.

— Deve estar decepcionada, não é? — A voz de Oikawa foi carregada de sarcasmo, assim chamando a atenção de Kenma para si. — Se arrumou toda e ele nem está aqui.

Kenma não se moveu, seu olhar se manteve calmo, mas havia um brilho desafiador em seus olhos dourados.

— E quem disse que eu me arrumei pro Tetsu? — Ela respondeu com uma sobrancelha arqueada, desafiando a insinuação de Tooru.

Oikawa sentiu uma onda de raiva subir por seu corpo, uma raiva que sempre aparecia quando Kenma estava por perto, com aquele sorriso enigmático e o tom sempre tão confiante. Tudo o que ela fazia ou dizia parecia ser uma afronta, e Tooru não sabia mais como reagir.

— Levando em consideração que você nunca se arruma, e logo hoje, no aniversário dele, você está... assim — O olhar de Oikawa se tornou ainda mais frio e analítico, como se estivesse estudando cada detalhe da aparência de Kenma. — Não tente me enganar, Kozume. Eu sei bem o que está tentando fazer.

Kenma soltou um suspiro abafado e então se aproximou um pouco mais da mesa, com seus olhos fixos em Oikawa e um sorriso sutil, mas carregado de malícia.

— Ah, é mesmo? Então me diga, Tooru, o que eu estou tentando fazer? — Ela se inclinou levemente, sua voz saiu calma, mas mexeu diretamente com a paciência de Oikawa.

Tooru sentiu algo no peito apertar. Era estranho, ela era consideravelmente maior que Kenma, mas, ao vê-la tão próxima, ela se sentia... pequena.

A provocação no ar era palpável. Tooru fechou os olhos por um momento, tentando encontrar alguma razão lógica para o que estava sentindo, mas então, seu tom cortante voltou.

— Não se faça de sonsa. — Oikawa bateu na mesa com ambas as mãos antes de agarrar no vestido de Kenma, a puxando para mais perto - algo que deveria ter sido ameaçador, mas que apenas deixou a loira atiçada -. — Você sempre está na casa de Tetsuro, até quando ele não está. Onde quer que ele vá, você está junto. Sempre tá se jogando pra cima dele, mesmo na minha frente!

Kenma não se moveu, mas seu olhar se tornou mais penetrante. O silêncio que seguiu era tenso, mas foi quebrado com uma risada suave de Kozume.

— Tetsu sempre fala que você é meio burrinha. Eu o repreendo e te defendo, mas acho que ele não está tão errado assim. — O comentário de Kenma foi como um soco no estômago de Tooru, suas palavras a cortaram de forma direta e precisa, atingindo seu ponto fraco e a fazendo soltar Kozume.

A raiva começou a se acumular em Tooru, seu peito se apertando enquanto o sangue subia à cabeça.

— Como é que é?! — Oikawa levantou e bateu na mesa mais uma vez com incredulidade, pronta para soltar uma avalanche de palavras. Mas antes que ela pudesse disparar, Kenma se levantou com uma calma desafiadora e um sorriso travesso curvado em seus lábios.

— Se você fosse um pouquinho mais inteligente, saberia que não é comigo que você deveria se preocupar. — A voz de Kenma estava leve, mas havia um tom de provocação que fez Tooru parar por um momento. Kenma caminhou com passos lentos até ela, contornando a mesa e ficando ao lado de Tooru.

— E também já teria notado que caras como o Tetsu não fazem o meu tipo. — Kenma completou a frase com um sorriso enigmático, mas a verdadeira surpresa veio quando ela, de repente, posicionou sua mão na cintura de Tooru. O toque foi firme, fazendo o corpo de Tooru se tencionar. Kenma puxou Oikawa para mais perto, seus rostos agora bem próximos, mas as direções de seus corpos eram opostas, uma virada para o sul e a outra para o norte, um contraste de forças opostas que tornava tudo ainda mais intenso. Mesmo de salto Kenma ainda ficava mais baixa que Tooru, então ela levantou um pouco os pés, ficando ainda mais próxima. — Ou caras no geral.

[...]

Estava de madrugada, Tetsuro, claro, não estava em casa. Havia saído poucas horas antes afirmando que um primo precisava de ajuda e deixou a namorada e a melhor amiga sozinhas, algo normal para os três. Era sempre assim, Tetsuro chamava Kenma para sua casa, pedia para que ela ficasse com Tooru para lhe dar cobertura e saía para mais uma série de traições, o que deixava Kenma profundamente irritada, não só por seu amigo ser infiel e trair a namorada, mas porque ela gostaria de estar no lugar dele e receber olhares apaixonados de Tooru. Porque ela gostaria de chamar Tooru para sua casa e de fato ficar ao lado dela. Porque ela gostaria gostaria de exibir Tooru por aí, não por tratá-la como um troféu, mas por querer esfregar na cara de todos que ela tem a melhor namorada do mundo.

Mas o que ela realmente recebia, em vez disso, eram olhares de desprezo e indiferença de Tooru. Era como se a presença de Kenma fosse uma pedra em seu sapato, enquanto Tetsuro tinha toda sua atenção. E o pior era que Tooru não parecia perceber a dor que sua atitude causava. Ela a ignorava, tratava-a com frieza, achava que queria roubar seu namorado mesmo quando estava nítido que não gostava de homens.

Kenma saiu do quarto de hóspedes, que era praticamente seu, e desceu até a cozinha, e lá estava ela, o motivo de suas noites mal dormidas, a personagem principal de suas fantasias no chuveiro, aquela que fazia seu coração acelerar.

Tooru estava parada encostada na arquibancada da cozinha, mas sua mente estava longe, perdida em pensamentos turbulentos. Estava absorta no que Kenma lhe disse, tentando desvendar o significado das palavras da que ela achava então ser sua rival, que agora soavam como um alerta. As atitudes de Tetsuro começavam a tomar formas mais claras em sua mente, e ela não podia mais ignorar os sinais. O que antes parecia ser apenas uma coincidência ou pequenas manias dele agora parecia mais um padrão.

Tetsuro sempre se ausentava sem explicar direito o motivo, sempre tinha uma desculpa para sair sem ela. Algo que parecia inocente no início, mas agora, à medida que os dias passavam, estava começando a incomodá-la. Ela não conseguia mais desconsiderar o fato de que ele evitava conversar com ela sobre certos assuntos, especialmente quando ele apagava mensagens ou desligava o celular sempre que ela se aproximava. Ela se perguntava o que ele realmente escondia.

Tooru sentiu um nó se apertar em seu estômago. Ela queria confiar nele, mas Tetsuro não passa confiança alguma para ela.

Tooru se assustou, seu coração deu um salto no peito quando sentiu o calor do corpo de Kozume se aproximar.

Kenma estava tão perto que o corpo de Tooru se arrepiou ao sentir a pressão do corpo dela contra o seu.

— Você deveria estar dormindo agora. Ele não vai voltar antes do amanhecer. — A voz suave e rouca de Kenma soou como um sussurro no ouvido de Tooru, causando-lhe uma leve reverberação na espinha. Era uma voz que, ao contrário de Tetsuro, trazia uma sensação de tranquilidade, mas também despertava algo a mais dentro dela. Algo que Tooru não conseguia identificar completamente.

A loira estava nas pontas dos pés, tentando alcançar um item em cima de uma prateleira alta. Ao esticar o braço, seu corpo se aproximou ainda mais de Tooru, pressionando-a levemente contra a superfície da bancada. O movimento, aparentemente inocente, fez o calor de Kenma invadir ainda mais o espaço entre elas.

— Isso não é da sua conta! — Respondeu de maneira firme e virou o corpo para ficar frente a frente com Kenma, mas logo se arrependeu da decisão quando notou o quão próximo seu rosto ficou do dela. — Afinal, o que você tá fazendo aqui?! Tetsuro nem se quer está em casa pra você continuar aqui como se fosse uma parasita.

— Parasita? — Kenma riu, seu tom carregado de diversão. Apoiou suas mãos na bancada, fechando o espaço entre elas e deixando Oikawa encurralada. — Eu só estou aqui pra te distrair, como Tetsu tem me pedido nos últimos meses. Mas é tão cansativo ficar te vigiando e não poder fazer nada... — O dedo delgado de Kenma se enrolou na mecha de cabelo de Tooru, e apesar da raiva e desejo de se afastar, Tooru ficou imóvel. — É tão injusto que só ele possa se divertir.

— Me vigiar? Do que você está falando? — Oikawa franziu o cenho em confusão, não entendendo onde Kenma estava querendo chegar.

— Garantir que você não vá atrás dele enquanto ele mesmo se diverte com alguma puta qualquer que ele julgue ser melhor que você. — O estalo ecoou por toda a cozinha, e de repente, tudo ficou silenciosos demais, tendo apenas a respiração ofegante de Oikawa preenchendo o cômodo.

O dedo de Kenma já não estava mais emaranhado no cabelo sedoso de Tooru, ela o soltou quando recebeu o tapa.

— Nunca! Está me ouvindo bem?! Nunca mais ouse ensinar que o meu namorado está me traindo! — A raiva pesava na voz de Oikawa, mas por dentro estava magoada. A desconfiança que por tanto tempo sentiu se transformou em frustração e decepção. Não queria acreditar no que tinha acabado de ouvir. — Ele me ama!

Mais uma vez a mudez se fez presente entre as duas garotas, de forma que apenas a respiração de Oikawa fosse ouvida. A imensidão castanha de seus olhos brilhavam com as lágrimas presas, implorando para serem liberadas.

— Você é uma vadia mentirosa! — O silêncio foi despedaçado mais uma vez. — Invejosa! Você sente inveja de mim porque sou eu quem o Tetsuro namora! — A mão de Oikawa agarrou com força os cabelos de Kenma, forçando-a a encará-la. — Você não vai destruir o meu relacionamento! Não vai!

A tensão entre as duas era tão intenso que mesmo quem chegasse naquele momento o notaria. Mas para a surpresa de Oikawa, Kenma começou a rir e relaxou o corpo, aproveitando da proximidade das duas para envolver suas mãos longas na cintura fina alheia e colar seus corpos.

— Ah, docinho... Não me trate assim. Assim você machuca meu coração... — Na voz de Kenma não havia resquício de deboche ou sarcasmo, mas sim uma voz arrastada e melodiosa carregada de desejo e provocação. — É tão irônico me chamar de mentirosa quando você mesma desconfia que Tetsu te trai comigo. — Seu olhar felino encarou os raivosos de Oikawa, que apertava o cabelo de Kenma com ainda mais força em resposta a raiva que estava sentindo. — E eu não já te falei antes? Eu nem se quer gosto de homens. — A Kozume riu, parecendo se divertir da situação. Sua mão pálida foi de encontro a de Oikawa, a fazendo soltar suas madeixas descoloridas e em seguida levou até sua boca, deixando um beijo casto nas costas da mão com os olhos fechados. — Eu estou sim interessada por alguém dessa relação... — Kenma entreabriu os olhos, ainda segurando a mão de Tooru próximo aos seus lábios. — Mas  garanto que não é o Tetsu. — Kozume sorriu travessa, finalmente estava confessando para sua amada a atração que sentia a tempo demais.

Oikawa, em contrapartida, recolheu sua mão. Seu olhar sobre a menor era de desgosto, o que deixou um aperto no peito de Kenma. Tooru não se considerava uma pessoa preconceituosa, nunca se importou com a sexualidade alheia e sempre foi muito mente aberta. Mas saber que a melhor amiga de seu namorado sentia-se atraída por si causou um rebuliço em sua mente.

— Você... Fique longe de mim! — Tooru empurrou o corpo menor para o lado e saiu correndo de volta para o andar de cima, deixando um coração magoado para trás na cozinha. Mais uma vez estava fugindo, mas dessa vez por outro motivo. Não estava fugindo porque seu namorado e sua suposta rival estavam juntos, a excluindo, mas sim porque seu coração estava batendo mais rápido do que deveria, porque sua cabeça estava uma bagunça. Porque mais uma vez Kenma Kozume estava invadindo sua mente e deixando tudo uma bagunça.

[...]

Nos dias que se seguiram, Tooru evitou sua admiradora não tão mais secreta a todo custo, além de também estar mais dispersa que o habitual. Havia passado os últimos dias pensando no que Kenma havia falado, e a cada vez que a lembrança voltava à sua mente, um calor incômodo subia por seu corpo. Não era apenas raiva, frustração ou incredulidade—havia algo mais ali, algo que ela não queria admitir.

No entanto, evitar Kenma não era tão simples. A garota sempre estava por perto, seu olhar felino sempre analisando cada mínima reação de Tooru.

—...mas você vai ficar bem, pedi pra Kenma ficar com você. — A voz de Kuroo a tirou de seus pensamentos, a trazendo de volta a realidade.

— Oi?

Tetsuro parou de arrumar o guarda roupa e uniu as sobrancelhas, não era a primeira vez que sua namorada estava dispersa.

— Eu vou sair e vou voltar só amanhã.

— Ah, sim, claro. — Oikawa acenou em concordância, sua voz ainda estava distante e a facilidade com que havia concordado deixou uma pulga atrás da orelha de Tetsuro.

— Vai aceitar fácil assim? Então tá. Melhor pra mim. — Falou com um sorriso despreocupado, estava gostando de como Tooru não o perseguia mais. — Kenma já já chega pra ficar com você. — Avisou voltando a arrumar as roupas, não percebendo o quão agitada sua namorada havia ficado com a notícia.

— Não! Eu fico bem sozinha, não preciso dela pra ficar de babá! — De repente, Oikawa se lembrou do que Kenma havia dito. "Eu só estou aqui pra te distrair, como Tetsu tem me pedido nos últimos meses.". — Tetsuro, eu não quero ficar com ela.

— Não entendo o porquê dessa implicância, a Ken te trata tão bem, meu amor.

Oikawa se mexeu na cama, incomodada. De fato a Kozume a tratava muito bem, mas Tooru acreditava que o namorado estava alheio aos motivos que desse tratamento.

—...Você sabe que ela é lésbica, não sabe...? — A garota soltou a pergunta no ar, um tanto receosa por talvez estar tocando em um assunto delicado.

Kuroo olhou para ela com o cenho franzido, não entendendo a pergunta repentina e de resposta tão óbvia.

— É claro que sei, todo mundo sabe disso. Está bem óbvio, na verdade. — Deu de ombros e voltou sua atenção a tarefa.

Oikawa, em resposta, soltou um "ah" baixo, seu olhar estava disperso olhando para algum ponto não específico no quarto.

— E mesmo assim não liga dela ficar perto de mim? — Ela voltou a perguntar, agora esperando que seu parceiro notasse onde a mesma queria chegar.

— Não. — Respondeu desinteressado.

Oikawa voltou a ficar em silêncio. Sentia que estava dando muita importância a um assunto que talvez fosse totalmente banal.

— Mas... — O silêncio voltou a ser quebrado pela voz doce de Tooru, mas que naquele momento soava irritante para Kuroo, que revirou os olhos sem que ela notasse. — E se eu gostasse de mulher?

— E você por acaso gosta de mulher, Tooru? — O tom seco de Kuroo fez Oikawa se encolher, acuada e se sentindo um incômodo.

— Não, mas...

— Então pronto. Fim de papo.

— Mas e se eu gostasse? — Mesmo acuada, ela persistiu na pergunta. Kuroo bufou e se virou para vê-la novamente.

— Eu não daria a mínima.

A resposta pegou Oikawa de surpresa, esperava uma resposta diferente, mais enciumada e possessiva.

— E por que não?

— Não é óbvio? — Kuroo rio sarcástico, e ela negou com a cabeça devagar em um movimentou curto. — Se fosse com um cara, eu até ficaria com ciúmes, afinal, pra que você que iria querer outro cara tendo a mim? — Ele se aproximou da cama bagunçada, apoiando um joelho no colchão fofinho e as mãos perto de Tooru. — Mas agora mulheres? Eu não ligaria se você quisesse ficar com uma? Poderíamos até nos divertimos juntos.

E com um beijo na bochecha, Tetsuro deu um fim naquele assunto e voltou a falar sobre assuntos aleatórios e sem importância para Tooru.

Oikawa, por outro lado, voltou a ficar pensativa. Se sentiu incomodada com o que Tetsuro disse, não sabia o porquê, mas sentia que tinha algo de errado, só não sabia explicar exatamente o quê.

Mais tarde naquele mesmo dia, Kuroo saiu mais uma vez sem dar uma explicação concreta para Oikawa, e como ele havia prometido - e para a infelicidade de Tooru -, Kenma chegou assim pouco antes dele sair. Por conta do que Kozume havia dito, Oikawa prestou mais atenção na interação de ambos, desde a forma como Tetsuro tentando se aproximar demais e como Kenma sempre se afastava e dava tapas em sua mão quando ele a tocava de maneira muito íntima, até a maneira que ela olhava para ele com desaprovação e sussurrava broncas.

Agora elas estavam sozinhas em casa, e Kuroo? Sabe-se lá onde estava.

Oikawa estava inquieta, virava de um lado para o outro na cama, se perguntando se deveria ou não ir conversar com a mulher que estava no andar de baixo. Depois de muito ponderar, ela finalmente levantou da cama e seguiu em direção a escada de madeira da casa. Começou a descer, mas parou no meio do caminho quando viu Kenma no sofá da sala. Diferente do habitual, a falsa loira não estava tão coberta. Apesar de ainda trajar uma calma moletom cinza claro e seu cabelo liso estar solto, ela estava sem blusa, usava apenas um top preto de alça, o que deixava seus seios pequenos em mais evidência.

Tooru engoliu em seco, se perguntou se estava mesmo com inveja e se sentindo inferior em relação a Kozume. Afinal, ela estava bem mais arrumada. Estava usando um vestido verde claro de alça grossa e saia rodada, rodeando sua cintura estava um lanço de cetim em um tom de verde um pouco mais escuro que o vestido, e seu cabelo ondulado estava arrumado em um meio rapo de cavalo impecável. Então por que sentia aquele rebuliço dentro de si? Estava comentando a duvidar se estava mesmo com inveja ou se estava sentindo outra coisa.

— Isso! — Oikawa saiu de seus devaneios quando escutou a comemoração de Kenma ao vencer o jogo.

Tooru ficou ali parada por alguns segundos, observando Kenma se esticar no sofá com um sorriso satisfeito no rosto. A forma como seus olhos brilhavam diante da tela e como ela parecia tão relaxada a fez sentir um aperto estranho no peito. Ela tentou ignorar o incômodo, mas a sensação persistia.

Respirando fundo, Oikawa decidiu que já estava ali, então não fazia sentido voltar para o quarto sem dizer nada. Continuou descendo os últimos degraus da escada e caminhou até o sofá, finalmente chamando a atenção de Kenma, que por sua vez sorriu ao notá-la.

— Que bom te ver de perto novamente, Tooru. Pensei que fosse me ignorar por mais tempo. — Apesar do tom sarcástico na voz, Kenma estava chateada com a forma que Tooru a olhou naquele dia. Não esperava ser correspondida, mas também não esperava receber um olhar tão enojado. Seus olhos dourados acompanharam Tooru sentar ao seu lado de braços cruzados e feição amarrada, algo que ela achou adorável.

— Você sabe onde Tetsuro está? — Perguntou, ignorando totalmente a fala de Kenma.

Kenma deu de ombros e voltou a jogar.

— Por que está me perguntando? Se eu te disser, você não vai acreditar e vai me bater de novo. E por mais que eu goste de receber tapa de mulher bonita, prefiro receber enquanto ela me come com um strap. — A naturalidade de Kenma deixou Oikawa surpresa e sua fala a deixou constrangida, sentindo suas bochechas e orelhas queimarem.

— Kozume! — Oikawa a repreendeu, seu rosto estava mais vermelho do que a própria gostaria de admitir.

— Tetsuro sempre teve fama de cafajeste. Não sei se sua ingenuidade é adorável ou se sua burrice é patética. — A forma suave e despreocupada que Kenma falava deixava Oikawa irritada, principalmente pelo conteúdo da frase.

— Argh! Olha aqui! — Tooru arrancou o console da mão de Kenma e segurou o rosto alheio com uma mão, apertando as bochechas de Kenma e fazendo seus lábios formarem um bico. — Se você está falando isso pra tentar me separar de Tetsuro, pode parando! Eu não vou ficar com você, independente da situação! Eu não gosto de mulher! Então se estiver mentindo pra tentar ficar comigo, pode parando!

Kenma piscou algumas vezes, surpresa pela súbita agressividade de Tooru. Então, um sorriso divertido se formou em seus lábios bem desenhados quando se livrou do aperto da outra.

— Eu nunca disse que você gostava de mulher. — Murmurou, a voz como sempre tranquila. — Mas parece que você está bem preocupada com isso, né?

Tooru bufou cruzando os braços. Seu rosto ainda ardia, e o olhar provocador de Kenma só fazia a situação piorar.

— Eu estaria mentindo se dissesse que não quero que você largue aquele infiel que se acha muita coisa, mas na verdade não vale nem as prostitutas que come... — Kenma começou a falar, sua voz ainda suave e rouca, enquanto se aproximava lentamente de Tooru, cada passo um convite sutil. — Ou se dissesse que não te desejo, porque pode ter certeza, eu te desejo muito mais do que ele. — Com um movimento ágil, ela se debruçou sobre o corpo de Tooru, forçando-a a se recostar no sofá. As mãos de Kenma se apoiaram firmemente ao lado da cabeça de Tooru, criando uma barreira que a impossibilitava de escapar.

— O-o que você está fazendo? — Mesmo sendo mais alta, Tooru estava se sentindo pequena e acuada.

— Tetsu foi se encontrar com a Kaori, eles primeiro vão pro cinema do centro, e depois vão pra casa da praia da família dela. — O indicador de Kenma se enrolava no cacho aberto do cabelo de Tooru enquanto falava, sem se importar se o que havia dito iria abalar Tooru ou não, ela estava prendendo isso por tempo demais. — Eles estão tendo um caso a três meses.

Oikawa queria dar outro tapa em Kenma. Empurrar seu corpo magro, derrubá-la no chão e começar a agredi-la. Mas Kaori é do mesmo time de vôlei de Oikawa, e faz três meses que ela fala que está saindo com um homem misterioso e nunca fala quem é. Tooru lembrou que na última semana Kaori estava radiante falando de próximo seu encontro com seu príncipe misterioso. E o encontro é hoje. E ela havia falado que eles iriam para a casa de praia da família dela.

— Você é tão linda, Tooru... — A voz de Kenma a trouxe de volta a realidade, e para sua própria surpresa, ela não está triste ou chorando, apenas está decepcionada. — Tão perfeita... uma pena que Tetsu não te dá a devida atenção. — Kenma falava de forma mansa enquanto acariciava o rosto de Tooru com as costas dos dedos. — Ele sempre sai a procura de outras na rua sem saber aproveitar a beldade que tem em casa. — As palavras de Kozume fez Oikawa corar, e a aproximação de seus rostos fez seu coração acelerar.

—...Por que nunca me disse nada antes? — A voz de Tooru saiu em um sussurro fraco, quase inaudível. Seu olhar estava perdido na imensidão dourada dos olhos felinos de Kenma e em seus lábios cheios. Ela não gosta de mulher, então por que sua "rival" parecia tão beijável?

— E você acreditaria? — Oikawa não respondeu. Ela sabia que não acreditaria, assim como também não acreditou antes, e sinceramente? Ela nem sabe se realmente acredita agora, mas no momento seu foco não é esse, mas sim na mão de Kenma que descia por seu corpo, passando pela clavícula, peito, cintura e por fim coxa.

— Kozume...

— Eu posso te fazer sentir coisas que ele nunca fez. — O hálito quente de Kenma contra a pele macia do pescoço de Oikawa a fez arrepiar, e a mão passeando por sua coxa nua estava a deixando fora de si. O beijo molhado que Kenma deixou no ponto sensível de seu pescoço a fez estremecer.

Kenma subiu seus lábios, os roçando na pele de Tooru até se afastar ao chegar em sua boca.

— Mas você não gosta de mulher, não é mesmo? — O sorriso desenhado nos lábios de Kenma era de pura diversão e provocação, principalmente quando viu o rosto corado de Tooru e seu peito subindo e descendo. Ela afastou sua mão da coxa alheia e ergueu seu corpo. — Vou te deixar em paz.

— Não! — Em um ato quase desesperado, Oikawa segurou o rosto de Kenma com ambas as mãos e a puxou para um beijo sedento, fazendo com que Kenma voltasse a ficar debruçada sobre seu corpo.

Kenma sorriu contra os lábios de Oikawa, satisfeita com a resposta impulsiva. Sua língua deslizou pela boca da outra, explorando-a com uma mistura de urgência e provocação. Oikawa, por sua vez, agarrou os fios loiros de Kenma, puxando-a ainda mais para si e abrindo as pernas, fazendo com que Kozume se encaixasse perfeitamente ali.

As mãos de Kenma voltaram a percorrer o corpo de Oikawa, dessa vez sem hesitação. Dedos ágeis deslizaram por suas costelas e sua cintura, traçando um caminho lento e tortuoso que fazia Oikawa arfar contra sua boca. Kenma afastou-se minimamente, observando os olhos enevoados de desejo da outra.

— Você está tremendo — Kenma sussurrou, os lábios roçando os de Oikawa enquanto falava. — Tem certeza de que quer isso?

Oikawa lambeu os próprios lábios, os olhos fixos nos de Kenma, brilhando com uma mistura de hesitação e necessidade.

— Sim... por favor... — Oikawa buscou a boca de Kenma novamente, mas a mesma se afastou.

— O quanto você quer...? — Kenma levantou uma sobrancelha ao perguntar, em sua boca estava um sorriso provocante e divertido.

—... Muito.O sussurro suplicante de Oikawa foi o bastante para fazer Kenma voltar a possuir sua boca em um beijo fervoroso.

Rapidamente o clima mudou, agora tudo estava mais intenso. O beijo, os toque de Kenma sobre Tooru, o aperto da perna de Tooru em volta do corpo de Oikawa.

Oikawa arfou contra os lábios da outra, os olhos semicerrados e o coração disparado no peito. O calor entre seus corpos aumentava a cada segundo. Oikawa cravou as unhas nos ombros de Kenma quando sentiu os lábios dela descendo novamente por seu pescoço, mordiscando e chupando sua pele de forma provocativa. Ela sabia que aquilo deixaria marcas, mas naquele momento, tudo que importava era a forma como o corpo de Kenma se encaixava perfeitamente contra o seu, como cada toque e cada beijo pareciam acender um fogo dentro dela.

— Você é tão sensível... — Kenma murmurou contra sua pele, sorrindo ao sentir Oikawa se contorcer sob seu toque. Ela deslizou a mão por entre as coxas da outra, sentindo-a prender a respiração em antecipação.

Tooru mordeu o lábio inferior, sua mente estava distante. Não se passava dúvidas quanto sua sexualidade ou sobre como ela não estava sendo melhor que Tetsuro, mas sim como com tão pouco, Kenma estava a fazendo sentir mais do que Tetsuro em todas as vezes que fizeram sexo.

Sem perder tempo, os dedos de Kenma foram até o zíper da lateral do vestido, a antes de começar a abrir olhou para Tooru a procura de alguma hesitação, mas para sua felicidade, os olhos castanhos estavam brilhando de desejo a antecipação. Tooru sentiu o ar frio do ambiente tocar sua pele exposta enquanto Kenma abria o zíper de seu vestido. Kenma puxou o tecido e o fez deslizar suavemente pelos ombros, revelando mais da pele macia e quente da outra. Tooru não fez nada para impedir, apenas observou Kenma com olhos pesados de desejo, com sua respiração acelerada e o coração batendo forte no peito.

Kenma parou por um momento, apreciando a visão diante dela. Seus olhos dourados percorreram o corpo de Tooru com uma mistura de admiração e desejo, como se estivesse memorizando cada detalhe. Sua mão deslizou pelo ombro de Tooru, seguindo a curva de seu pescoço até o colo, onde seus dedos brincaram levemente com a alça do sutiã.

— Você é tão linda... — Kenma sussurrou, sua voz rouca e carregada de emoção. — Tão perfeita... — Seus dedos continuaram a explorar, indo lentamente até o seio médio de Tooru por baixo do sutiã, onde ela começou a acariciar com movimentos suaves e provocativos.

Tooru arfou, sentindo o toque de Kenma como uma corrente elétrica percorrendo seu corpo. Ela fechou os olhos por um momento, deixando-se levar pela sensação, mas logo os abriu novamente, fixando-os nos dourados de Kenma. Havia algo naquela intimidade, na forma como ela a olhava que a fazia sentir-se desejada de uma maneira que nunca havia experimentado antes.

— Kozume... — O nome escapou de seus lábios em um sussurro, quase como uma súplica.

Kenma sorriu satisfeita com a reação de Tooru. Ela se inclinou para frente, seus lábios encontrando os de Tooru em um beijo profundo e apaixonado. Sua língua explorou a boca da outra com uma mistura de doçura e urgência, enquanto suas mãos continuavam a percorrer o corpo de Tooru, acendendo cada vez mais o fogo dentro dela.

Kenma afastou-se ligeiramente, seus lábios ainda roçando os de Tooru enquanto ela falava, sua voz suave e carregada de desejo.

— Você quer que eu continue? — Ela perguntou, seus olhos dourados brilhando com uma mistura de desejo e cuidado.

Tooru olhou para Kenma, seus olhos castanhos cheios de emoção. Ela sabia que o que estava fazendo errado, mas céus, estava amando cada momento.

— Só cala a boca e me beija de novo! — Pediu com urgência e Kenma não pôde ficar mais satisfeita com a resposta. Rapidamente deu a sua amada o que ela queria, e com pressa, abriu o sutiã pela frente enquanto a beijava com desejo.

Oikawa ergueu o corpo para ajudar Kenma no processo de se livrar do sutiã, voltando a se deitar quando seus seios ficaram amostra.

Kozume lambeu os lábios, sentindo sua boca salivar com a visão dos seios perfeitos de Tooru, fazendo a mesma se envergonhar com o olhar nada sútil de Kenma sobre si.

Kenma não perdeu tempo, sua língua traçou um caminho lento e provocativo ao redor do mamilo de Tooru antes de envolvê-lo completamente com os lábios. A sensação quente e úmida fez com que Oikawa arqueasse as costas e um gemido baixo escapasse de sua garganta. A outra mão de Kenma não ficou parada, movendo-se com precisão até o outro seio, apertando-o suavemente enquanto seus dedos brincavam com o mamilo enrijecido.

— K-Kozume... — Oikawa arfou enquanto suas mãos apertavam os lençóis abaixo de si.

Kenma sorriu contra sua pele, satisfeita com a resposta que estava arrancando de Oikawa. Ela sugou o bico de Tooru mais forte, sua língua brincou com ele antes de soltar com um estalo suave. Sem perder o ritmo, seus lábios seguiram para o outro peito, repetindo o mesmo carinho, enquanto seus dedos, antes ocupados, começaram a descer lentamente pela lateral do corpo de Oikawa.

Os olhos de Tooru estavam semicerrados e seu peito subia e descia rapidamente conforme sua respiração mudava de ritmo. Quando sentiu a mão de Kenma deslizar até sua virilha, seu corpo estremeceu em antecipação. Kenma afastou-se apenas o suficiente para observá-la.

— Tão sensível... — Ela sussurrou, os dedos pressionando o clitóris alheio levemente sobre o tecido fino da calcinha de Tooru.

Oikawa engoliu em seco, sentindo a respiração entrecortada. Kenma ainda não havia a tocado diretamente, mas mesmo assim, seu corpo reagia como se já estivesse sendo devorada por ela. Kenma sorriu satisfeita com as reações que estava conseguindo arrancar de Tooru, e então começou a realizar movimentos circulares com os dedos na intimidade de Oikawa, ainda tendo o tecido da peça intimidade como barreira.

Gemidos sutis começaram a deixar a boca de Tooru, já imersa ao prazer que estava sendo proporcionado a si. Quando os dedos de Kenma invadiram sua calcinha e a mesma começou a lhe masturbar diretamente, Oikawa arfou alto. Não lembrava de uma única vez que Kuroo tenha feito algo para satisfazê-la sexualmente desde que começaram a namorar.

Kenma observou atentamente a expressão tomada pelo prazer, os lábios de Tooru entreabertos soltando gemidos suaves. A visão era hipnotizante. Com um sorriso satisfeito, Kenma deslizou os dedos pelo cós da calcinha de Oikawa, puxando-a lentamente para baixo.

Oikawa se mexeu levemente, ajudando Kenma a se livrar da peça íntima. Agora, completamente exposta, um arrepio percorreu sua espinha. Kenma jogou a calcinha para o lado, seus olhos dourados brilhavam com desejo enquanto apreciava a visão diante dela.

— Porra... Você é tão linda... — Kenma murmurou antes de se inclinar e suas mãos agarrarem as coxas de Tooru, afastando-as com delicadeza.

Oikawa prendeu a respiração quando sentiu os lábios de Kenma roçarem sua pele, distribuindo beijos suaves por sua coxa antes de finalmente se aproximar de onde ela mais precisava.

Então, Kenma passou a língua de forma lenta e provocante sobre sua intimidade, arrancando um choramingo alto de Oikawa. Os olhos castanhos se fecharam automaticamente com o contraste da língua quente e do gelado do piercing presente no músculo.

A língua de Kozume explorou cada parte sensível com precisão, enquanto suas mãos mantinham as coxas de Oikawa afastadas. O calor que crescia dentro de Tooru a consumia completamente, e cada movimento da língua habilidosa de Kenma a fazia se afundar mais no prazer, principalmente ela a penetrou com a língua.

Mas Kenma queria mais.

Sem interromper o que fazia, ela levou dois dedos até a boca de Oikawa, roçando-os suavemente contra seus lábios. Tooru abriu os olhos semicerrados, encontrando os de Kenma enquanto entendia o que ela queria.

Sem hesitar, ela entreabriu os lábios e envolveu os dedos de Kenma com a língua, chupando-os lentamente enquanto a outra a devorava entre as pernas. O gemido abafado que soltou enquanto sugava os dedos de Kenma foi suficiente para que a loira sentisse o desejo pulsar ainda mais forte dentro de si.

— Boa garota... — Kenma murmurou contra sua pele antes de continuar seu trabalho, intensificando os movimentos da língua enquanto sentia Oikawa se contorcer sob ela.

Kozume retirou os dedos da boca de Tooru lentamente, saboreando a forma como sua língua ainda tentava segui-los. Seu olhar ardia de desejo enquanto descia a mão, e sem qualquer hesitação, deslizou os dedos úmidos até a intimidade pulsante de Oikawa, mergulhando-os fundo em sua buceta em um único movimento.

— Porra! — Oikawa gritou, e seus olhos reviraram.

Kenma sorriu contra sua intimidade, satisfeita com a reação. Seus dedos se moveram dentro de Tooru em um ritmo firme e profundo, enquanto sua língua continuava a trabalhar em sincronia em seu clitóris.

Oikawa se agarrou ao forro do sofá com força. As sensações se misturavam em uma onda quente e intensa, cada toque, cada movimento dos dedos e da língua de Kenma a levavam mais perto do abismo do prazer.

— P-por favor...! — Oikawa arfou, sua voz já embargada em necessidade. — Mais...

Kenma ergueu levemente o olhar. Ela acelerou os movimentos, seus dedos agora deslizando com mais facilidade, sentindo o corpo da morena reagir de maneira desesperada ao seu toque.

— Você está tão molhada para mim... — Kenma sussurrou contra sua pele antes de chupar seu ponto sensível com mais intensidade.

Oikawa soltou um gemido estrangulado e suas pernas se fecharam ao redor da cabeça de Kenma. Seu corpo inteiro se contorcia, sentindo o clímax se aproximar rapidamente, uma pressão crescente no fundo do ventre que a fazia perder completamente qualquer noção do mundo ao seu redor.

— Kozume, eu...! — Sua voz falhou quando ela atingiu o ápice, a fazendo se arquer violentamente e suas coxas apertarem o cabeça de Kenma enquanto o orgasmo a tomava completamente.

Um gemido alto e desesperado escapou de seus lábios enquanto ondas de prazer percorriam cada fibra do seu ser.

Kenma não parou até sentir Tooru se desfazer completamente sob ela, aproveitando cada segundo da visão da outra completamente entregue a si. Quando quando os tremores começaram a diminuir, ela finalmente retirou os dedos de dentro de Tooru, lambendo-os lentamente com seu olhar predatório nunca deixando o de Oikawa.

— Você tem um gosto tão bom... — Kenma murmurou com um sorriso satisfeito, subindo pelo corpo de Tooru e capturando seus lábios em um beijo profundo, deixando-a saborear a si mesma.

Ela sentiu as mãos de Oikawa se moverem sobre seu corpo. A morena, agora recuperando um pouco do fôlego, não perdeu tempo. Seus dedos deslizaram pela cintura exposta de Kenma, subindo até encontrar a barreira do top que cobria seus seios. Com um movimento firme, Oikawa puxou o tecido para cima, quebrando o beijo ao tirar o top e expondo os seios de Kenma ao ar frio da sala.

— Eu nunca fiz nada do tipo com uma mulher antes... — Oikawa murmurou com sua voz trêmula enquanto olhava com desejo para os seios a sua frente.

— Eu vou te guiar no que você não souber. — Kenma pegou uma mão de Oikawa e a levou até seu peito e a fez apertar suavemente. A outra mão de Tooru se fechou ao redor do outro peito de Kenma, sentindo a textura macia e quente sob suas palmas. Ela massageou com cuidado, explorando cada curva, cada reação que conseguia arrancar da parceira.

Kenma soltou um suspiro baixo, fechando os olhos por um momento enquanto sentia as mãos de Oikawa se divertindo com corpo. Mas logo ela abriu os olhos novamente, seu olhar predatório fixo em Oikawa

— Tooru... — Kenma sussurrou com voz rouca e carregada de desejo. Ela se inclinou para frente, capturando os lábios de Oikawa em um beijo intenso e dominador. Suas mãos se moveram para os ombros dela, puxando-a mais perto, enquanto seus seios pressionavam contra os de Oikawa.

Oikawa, agora mais ativa, não se conteve. Ela quebrou o beijo por um momento, apenas para se inclinar e capturar um dos mamilos de Kenma em sua boca. Ela chupou com suavidade, sentindo o corpo da loira se arqueando sob seu toque. Circulou o mamilo com sua língua, provocando um gemido baixo e rouco de Kenma.

— Isso é bom... — Oikawa sussurrou contra a pele de Kenma. Ela alternou sua atenção entre os dois seios, deixando Kenma cada vez mais perdida em sensações.

Kenma, por sua vez, não ficou parada. Suas mãos desceram pelas costas de Oikawa, explorando cada curva, cada músculo tenso sob sua pele.

— Você está tão quente... — Kenma murmurou. Mesmo que Tooru fosse inexperiente, Kenma se perdia nas sensações provocadas pela mesma.

Já impaciente e consumida pela excitação, Kenma se afastou e tratou de se livrar de suas roupas baixas, agora ficando também nua.

Kenma, agora completamente despida, ajustou-se sobre Oikawa com um olhar carregado de desejo e intenção. Ela deslizou o corpo para baixo, alinhando-se de forma que suas intimidades se encontrassem, criando um contato íntimo e quente. A sensação fez Oikawa arfar, seus olhos se fecharam por um momento enquanto sentia o calor de Kenma pressionando diretamente contra ela.

— Vou te mostrar algo que você nunca vai esquecer... — Kenma sussurrou e começou a se mover lentamente, deslizando seu clitóris contra o de Oikawa em um ritmo provocativo.

A fricção era diferente de qualquer coisa que Oikawa já havia experimentado durante o sexo. Seus dedos se agarraram aos lençóis, enquanto suas pernas se abriam um pouco mais, permitindo que Kenma se aprofundasse no movimento.

— K-Kozume... — Oikawa arfou com a voz trêmula e carregada de necessidade. — Isso é... tão bom...

— Nada disso... — Kenma se debruçou sobre Tooru, ainda mantendo os quadris em movimento e a fricção entre as intimidades. — Eu quero te ouvir gemer o meu nome.

Kenma continuou a se mover. A fricção era intensa, e Oikawa se sentia perder no próprio prazer mais e mais a cada momento.

— Kenma... — Oikawa choramingou o nome da outra com manha. Virou a cabeça para o lado quando Kenma passou a deixar chupões e mordidas em seu pescoço, dando mais passagem a ela. — Isso é... tão bom...

Kenma sorriu, satisfeita com a reação de Oikawa. Ela aumentou o ritmo, suas virilhas se esfregavam com mais força e velocidade, enquanto suas mãos se moviam para os seios de Oikawa, apertando-os suavemente.

Oikawa sentiu o calor crescer dentro dela. Suas mãos se moveram para os ombros de Kenma, agarrando-se com força enquanto o prazer a consumia.

— Mais... — Oikawa pediu com a voz embargada pelo prazer. — Por favor, Kenma... mais...

Kenma não precisou ser pedida mais uma vez. Ela aumentou o ritmo enquanto tomava a boca de Tooru em um beijo fervoroso e desesperado. Seus movimentos eram intensos e a fricção a estava levando ao limite. Ela sentiu o corpo de Oikawa se contorcer sob ela, e os gemidos se tornaram mais altos e desesperados. Finalmente, com um grito abafado, Oikawa atingiu o ápice, e seu corpo se arqueou enquanto ondas de prazer a tomavam completamente.

Kenma continuou a se mover, prolongando o orgasmo de Oikawa e finalmente atingindo o seu próprio.

—...Tooru... — Kenma murmurou em meio a um gemido enquanto diminuía o ritmo lentamente, permitindo que Oikawa e ela própria se recuperassem.

Kenma desacelerou seus movimentos, permitindo que as ondas de prazer diminuíssem gradualmente. Ela se deitou ao lado de Oikawa, envolvendo-a em um abraço quente e aconchegante. Sua respiração ainda estava um pouco ofegante, mas o ritmo começou a se acalmar enquanto seus corpos se ajustavam um ao outro. Oikawa, ainda tremendo levemente com os resquícios do orgasmo, se aninhou contra o peito de Kenma, sentindo o calor e a suavidade da pele da loira.

— Isso foi... incrível... — Oikawa murmurou, sua voz suave e sonolenta. — Eu nunca senti algo assim antes...

Kenma sorriu, seus olhos semicerrados enquanto acariciava os cabelos de Oikawa com uma mão.

— Eu disse que seria melhor que ele. — Ela respondeu com a voz baixa. Ergueu o rosto e olhou para Tooru com carinho. — E ainda posso te mostrar muito mais. Você só tem que me dar uma chance...

Ainda ofegantes, as duas permaneceram entrelaçadas na penumbra da sala, enquanto os últimos resquícios do êxtase se dissipavam lentamente. O silêncio era interrompido apenas pelos suaves suspiros que preenchiam o ar. Oikawa fitava o teto, os pensamentos a invadiam com a intensidade do momento vivido. Jamais imaginou sentir tamanha entrega, e, agora, um turbilhão de emoções – prazer, confusão e uma pontada inesperada de culpa – a envolvia por completo.

Kenma, com os dedos ainda deslizando com carinho pelos cabelos de Oikawa, notou a inquietação que brilhava nos olhos dela. Em um sussurro terno, ela quebrou o silêncio:
— Eu sei que tudo isso é novo pra você... E que talvez você esteja arrependida e até continue com o Tetsu. Mas eu não menti em nenhum momento, eu realmente gosto de você...

A mente de Oikawa vagou por lembranças: os sorrisos e promessas de Kuroo, que agora se confundiam com os ecos amargos das traições que ela estava descobrindo. Uma lágrima silenciosa deslizou pela bochecha, misturando-se à sensação agridoce do prazer recém-descoberto.

— Eu… nunca imaginei sentir algo assim. — a Oikawa, a voz embargada pela emoção e pela dúvida. — Sempre acreditei que o amor que eu tinha era o suficiente por nós dois... mas agora, eu não tenho mais certeza disso...

Kenma apertou suavemente a mão de Oikawa.

Tooru respirou fundo e olhou diretamente nas íris douradas de Kenma.

— Não quero saber dele agora. — Oikawa disse com um sorriso travesso em seus lábios. — Passei tanto tempo competindo com a melhor amiga dele… e olha só, no fim, descobri que aparentemente ela é infinitamente melhor do que ele jamais foi.

Com um brilho malicioso no olhar, ela segurou o rosto de Kenma entre as mãos, os polegares acariciando suavemente sua pele macia. Então, sem hesitar, puxou-a para mais um beijo, que foi retribuído por Kenma na mesma intensidade.

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