XIII. E Quando Atsumu Não Faz Merda?
-Atsumu ainda está muito sentido por terem perdido os nacionais?- Mayumi perguntou, enfiando a colher de sorvete na boca. Akasuki deu um longo e dramático suspiro, se afundando mais no banco acolchoado enquanto Mayumi a fitava com a sobrancelha arqueada. Não era como se Atsumu estivesse sofrendo horrores por terem perdido para o Karasuno, na verdade, ele parecia mais ansioso para melhorar nos treinos e podrer retribuir o favor para Karasuno futuramente. O que irritava Akasuki era que Atsumu parecia só ser capaz de enxergar aquilo naqueles dias que se seguiram, esquecendo completamente de cuidar de si mesmo. -Pela sua cara, ele anda fazendo merda. - Mayumi cantarolou e Akasuki revirou os olhos para sua melhor amiga.
-E quando Atsumu não faz merda?- Akasuki disse olhando para Mayumi como se fosse óbvio, e aquilo só fez a garota de olhos escuros dar risada antes de assentir, como se Akasuki tivesse mesmo razão. -Só queria que ele não pegasse tão pesado às vezes. Sei que vôlei é a vida dele, mas também o deixa estressado. Por isso ele e Samu vivem saindo no soco, Atsumu não tem exatamente um limite e acha que por isso todos deveriam ser exatamente iguais a ele.
Mayumi pareceu considerar as palavras de Akasuki e, por fim, suspirou. Qualquer um que passasse tanto tempo com Atsumu como Akasuki e Mayumi já tinham passado se dariam conta disso. Não era muito difícil desvendar ele, afinal.
-Mas e vocês dois? - Mayumi perguntou enquanto Akasuki enfiava a colher de sorvete de creme dentro da boca, apreciando o geladinho e o gosto doce. A ruiva apenas fitou sua melhor amiga, franzindo as sobrancelhas em confusão para Mayumi.
-O que tem nós dois?- Akasuki perguntou, cutucando a massa do sorvete por um instante, um pouco distraída.
-Vocês estão... Sabe, bem? É que ainda é um pouco anormal ver vocês juntos já que tive aguentar anos de implicância e ódio. - Mayumi disse fazendo Akasuki rir. Já faziam meses que ela e Atsumu estavam namorando e, ainda assim, ninguém parecia saber exatamente como processar essa informação, o que sempre servia para divertir Akasuki.
-Sim, estamos bem. Melhor do que parece, se quer saber. - Akasuki disse, dando de ombros. Ela sabia muito bem que, para quem via de fora, o relacionamento dela com Atsumu parecia conturbado. Mas na verdade ele apenas era baseado em provocações divertidas entre eles e muito carinho também. Algo que, antes de vivenciar, Akasuki jurou que jamais teria com Atsumu Miya.
-Eu acho muito engraçado que você o odiava e agora parece não saber sequer como se respira sem Atsumu. Tão idiotas um pelo outro que dá até diabetes. - Mayumi zombou, fazendo Akasuki torcer o nariz para sua melhor amiga e revirar os olhos.
-Eu nunca odiei ele de verdade.- Akasuki resmungou, o que apenas serviu para fazer Mayumi dar uma alta risada.
-Ah, eu sei muito bem disso, Suki. Sempre disse que o problema de vocês dois era amor e falta de comunicação!- Mayumi disse, fazendo Akasuki torcer o nariz por saber que sua amiga estava coberta de razão.
-Ele me faz feliz, MayMay. Nunca pensei que isso pudesse ser realidade, ou que estaria dizendo que Atsumu Miya faz algo além de encher meu saco, mas ele me faz feliz.- Akasuki disse com sinceridade, pegando Mayumi completamente de surpresa. A melhor amiga dela apenas sorriu.
-Eu sei. - Mayumi disse com divertimento. -Eu vejo o jeito que você olha para Tsumu e o jeito que ele olha pra você. O que vocês tem um com o outro é muito verdadeiro, sabia disso? Nem todos tem essa sorte. Um péssimo enemies to lovers, isso é verdade, mas o amor de vocês é bonito.
Akasuki riu, empurrando sua amiga de leve. Mesmo que Mayumi estivesse implicando um pouco com Akasuki, não deixava de ser verdade o que ela havia dito.
O que Akasuki tinha com Atsumu era puro, era verdadeiro. Ela o amava de um jeito que nunca tinha amado ninguém mais, e Akasuki não precisava de outra pessoa que não Atsumu.
Eles eram diferentes e, ao mesmo tempo, iguais. Ela nunca tinha acreditado em almas gêmeas, ou no akai ito, mas, com Atsumu, Akasuki era capaz de acreditar até mesmo no impossível. E não tinha nenhum problema em ser uma idiota apaixonada.
Akasuki estava deitada com a cabeça contra o peito de Atsumu, e fechou os olhos por um instante, se concentrando em escutar o coração de Atsumu bater. Ele deslizou a mão distraidamente pelas costas dela, pelo cabelo, e Akasuki se deu conta que seria muito, muito fácil dormir ali, nos braços de Atsumu, principalmente pelo jeito que ela se sentia segura e confortável ali dentro.
Ela esticou a mão, percorrendonos dedos com calma pela bochecha de Atsumu, se inclinando um pouco para poder fitar os olhos castanhos dele, aqueles olhos que ela tanto amava. Atsumu suspirou, segurando a mão dela ali, o que fez Akasuki rir.
-Você tá acabado. - ela cantarolou e Atsumu fez uma careta engraçada que apenas serviu para divertir ainda mais Akasuki.
-Que coisa absurda para me dizer. - Atsumu resmungou, passando os braços ao redor de Akasuki e a puxando, o que a fez dar um gritinho antes de cair em cima de Atsumu, que sorriu inocentemente para ela. Akasuki apenas semicerrou os olhos, cara a cara com Atsumu, e ele esticou a mão livre para tirar o cabelo que caia no rosto de Akasuki, acariciando a bochecha dela de leve por um instante.
-Você é tão idiota, Tsumu.- ela murmurou e ele deu de ombros, passando os braços ao redor de Akasuki e a apertando com um pouco mais de força contra si.
-Você me ama mesmo assim, não é?- Atsumu disse com um sorrisinho e Akasuki riu.
-Infelizmente, cometemos alguns erros na vida...- ela começou, mas segurer teve chances de continuar quando Atsumu a jogou para o lado e ficou por cima dela, olhando feio para Akasuki, o que apenas serviu para fazer ela rir.
-Porque você é tão ruim comigo?- Atsumu choramingou e Akasuki sorriu para ele, segurando o rosto de Atsumu em seus mãos e o puxando até que a boca dele estivesse contra a sua.
Não importava quantas vezes Atsumu a beijasse, sempre faria com que o estômago dela revirasse, sempre pareceria a primeira vez, sempre faria Akasuki se sentir uma completa idiota apaixonada.
Ela deslizou os dedos até o cabelo de Atsumu, os afundando ali e o puxando para mais perto de si. Ele a beijava com calma, porque sabia que Akasuki não iria a lugar nenhum, porque sabia que ela não o deixaria nunca, não mais. Porque sabia que teriam todo o tempo do mundo para fazer isso.
Akasuki percorreu as mãos pelas costas dele e deu risada quando Atsumu estremeceu com seu toque, o que apenas serviu para fazer ele olhar feio para ela antes de abrir um sorriso puramente provocativo. Antes mesmo que ela pudesse processar, Atsumu já tinha descido a boca até o pescoço dela, fazendo Akasuki soltar um suspiro baixo quando os lábios dele tocaram a pele sensível dela e se arrastaram de forma completamente provocativa.
Akasuki puxou o cabelo de Atsumu, sabendo que se ele continuasse a morder o pescoço dela daquele jeito, ia deixar uma marca, mas não era como se ela tivesse forças para se importar demais com aquilo naquele momento.
Atsumu se afastou de Akasuki para a olhar nos olhos e ela o fitou de volta, as sobrancelhas franzidas em confusão.
-O que?- ela perguntou, confusa com a mudança repentina de Atsumu, e ele apenas suspirou, deitando a cabeça contra o ombro dela.
Akasuki franziu o cenho, levando a mão até o cabelo dourado de Atsumu e acariciando de leve, se perguntando o que diabos tinha acontecido para que ele, de repente, ficasse desse jeito.
-Atsumu? - ela murmurou, segurando o rosto dele e o forçando a olhar pra ela. -O que foi?
-Eu te amo, Suki. - ele disse de um jeito que fez Akasuki até mesmo perder o ar. Porque isso agora? Ela se perguntou, acariciando de leve a bochecha dele enquanto fitava os olhos castanhos de Atsumu.
-Eu sei, Tsumu. Também amo você. - ela disse e ele deu um suspiro dramático. -Mas não é só isso, é?
-Às vezes, nem parece que é verdade.- Atsumu disse, entrelaçando os dedos nos de Akasuki e observando as mãos deles juntas por um instante antes de continuar. -Às vezes sinto como se pudesse te perder a qualquer instante. E isso me deixa com medo.
-Tsumu...- ela suspirou, se inclinando na direção dele e se sentando no colo do garoto. Atsumu não demorou nada antes de abraçar a cintura de Akasuki, a puxando para mais perto de si. -Você não vai me perder. Nem hoje, nem amanhã, nem nunca.
-Você já me odiou antes. - ele retrucou. -E se me odiar de novo?
-Eu nunca te odiei de verdade, Atsumu. Eu só queria fugir do que eu sentia por você e da falta que nossa amizade fazia pra mim. Sim, você me irritava, mas o que irritava ainda mais era saber que eu não podia mais te ter perto de mim. - Akasuki disse, supresa consigo mesma com toda aquela sinceridade.
Era a verdade, afinal; ela sempre havia sentido coisas demais por Atsumu, e o problema sempre havia sido o fato de ela não saber o que fazer com isso. Mas agora, tudo estava resolvido. Agora, Akasuki sabia exatamente o que fazer com todo aquele sentimento que queimava dentro de seu peito, a coisa mais pura e mais verdadeira que ela já tinha sentido por alguém antes na vida. Ela sabia que não precisava se preocupar, pelo menos, não mais. Porque ela tinha Atsumu.
Akasuki se aproximou mais de Atsumu, deixando que seus lábios encontrassem com os dele com calma e suavidade, fazendo um carinho suave no cabelo dele, para que ele soubesse que não importava quanto tempo se passasse, Akasuki ainda assim estaria ao lado dele.
Ela nunca tinha se sentido assim por outra pessoa antes, e tampouco queria descobrir como era se apaixonar por alguém que não Atsumu Miya.
Atsumu suspirou, abraçando Akasuki com força quando se afastaram um do outro. Por um tempo, eles apenas se olharam, e ela sabia que não precisavam dizer nada para que soubessem exatamente o que sentiam um pelo outro.
-Como você acha que vamos estar daqui uns anos?- Atsumu perguntou com um sorrisinho que fez Akasuki rir.
-Boa pergunta. - ela disse enquanto Atsumu enrolava uma mecha de cabelo dela no dedo. -Mas tenho plena certeza que ainda vamos estar enchendo o saco um do outro.
-Talvez a gente esteja casado. - ele disse com um sorrisinho e Akasuki empurrou a cabeça dele para o lado.
-Para de ser emocionado, Miya. Ninguém deveria casar antes dos trinta. - ela disse e Atsumu riu, a jogando para o lado e deitando em cima de Akasuki, a abraçando com força.
-Vamos ver quanto a isso. - Atsumu cantarolou, fazendo ela rir.
Akasuki não sabia sobre o que o futuro reservava para ela, mas... Ter isso com Atsumu era algo que ela podia desejar. E nada difícil de acreditar, afinal.
O próximo capítulo vai ser o último :')
Espero que gostem!
~Ana
Data: 19/02/22
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro