XII. Sua Personalidade É Um Cú, Atsumu
Akasuki não sabia dizer exatamente em que momento havia ficado tão acostumada com a presença de Atsumu em sua vida que agora que ele não estava por perto tudo parecia mil vezes mais sem graça, mais entediante. Mas, depois de praticamente dois meses com ele, Akasuki supunha que era normal sentir falta de Atsumu, principalmente quando iria completar uma semana que ela não o via e nem conseguia conversar com Atsumu direito. E, se ela fosse ser realmente sincera, era uma droga.
Não que ela fosse achar ruim o fato de Atsumu ter sido convidado para ir ao Acampamento de Treinamento Intensivo para Jovens do Japão. Na verdade, isso era algo que fazia ela sentir um estranho orgulho de seu estúpido e imbecil namorado.
Mas Akasuki não conseguia deixar de pensar no como era sem graça passar os dias sem ter Atsumu para a atormentar e implicar com ela, fazendo comentários completamente idiotas o tempo todo, irritando Akasuki ao extremo e ao mesmo tempo sendo carinhoso com ela de um jeito que apenas ele sabia fazer.
Sim, Akasuki estava completamente e totalmente condenada, principalmente pelo incrível detalhe que agora era impossível passar seus dias sem ter Atsumu junto com ela.
| Akasuki (18h59)
Quando você volta?
Ela provavelmente não deveria dar tão na cara assim o quanto sentia falta dele, principalmente porque sabia que Atsumu ficaria insuportável sobre o assunto, mas Akasuki não se importava; ela sentia a falta dele, queria estar com ele, e que se danasse seu orgulho estúpido, era a verdade!
A resposta veio mais rápido do que ela pensava, o que fez Akasuki torcer o nariz, ainda mais quando leu a mensagem dele, e Akasuki praticamente podia ver o sorriso cheio de malícia de Atsumu, mesmo que ele não estivesse ali para que ela o visse ao vivo e em cores.
| Atsumu (19h02)
Não vive sem mim,
né, suki? Saudades
do meu rostinho lindo?
| Akasuki (19h03)
Você é o tipo de cara
que todo mundo olha e
pensa "esse ai nunca vai
arranjar uma namorada"
Sua personalidade é um cú,
atsumu
| Atsumu (19h03)
Tá reclamando mas
queria muito estar me
beijando agora, não é?
| Akasuki (19h04)
eu te odeio
Akasuki ficou fitando a tela do seu celular, esperando por uma resposta. Ela viu Atsumu digitar e digitar e, por fim, desistir de falar o que quer que ele fosse falar. Akasuki torceu o nariz; será que ele tinha levado aquela frase ao pé da letra, afinal?
Ela estava prestes a mudar suas palavras quando o celular em suas mãos começou a vibrar. Akasuki piscou os olhos, surpresa ao ver o nome de Atsumu na tela, e ela não hesitou em atender.
-Você me ama que eu sei. - foi a primeira coisa que Atsumu disse para ela assim que Akasuki colocou o celular no ouvido, o que a fez revirar os olhos enquanto se sentava melhor na cama para poder conversar com ele.
-Você é muito narcisista, não é?- Akasuki disse com uma risada perplexa. -Me diga, Tsumu, quantas pessoas você já irritou ai?
-Ah! Isso é um absurdo, sabia? Eu sou um ser humano incrível. - Atsumu disse e Akasuki apenas riu, balançando a cabeça mesmo que soubesse que Atsumu não iria ver.
-Sim, claro que é, meu amor. - ela cantarolou. -Com certeza já deve ter soltado seu incrível "apenas um idiota não ia conseguir cortar um levantamento meu".
Silêncio; Akasuki sorriu, vitoriosa, pensando no quanto Atsumu conseguia ser óbvio.
-Mas é apenas a verdade! Apenas um completo imbecil não ia conseguir fazer isso, meus levantamentos são perfeitos. - Atsumu reclamou e Akasuki riu. Ela sabia disso; tinha plena consciência, afinal, se Atsumu não fosse tão bom assim, não estaria onde estava agora, treinando com pessoas tão boas quanto ele era. -E você me chamou de amor, é?
-Não sei se percebeu, mas eu fui completamente e totalmente sarcástica na minha frase. - Akasuki disse com um sorriso maldoso, mesmo sabendo que Atsumu não iria ver. Não era algo que ela conseguia conter, afinal; no fim das contas, todos tinham razão: Akasuki era tão podre quanto Atsumu era, e talvez fosse por isso que eles combinassem tanto.
-Hm? É mesmo, é? Nem percebi. Tava ocupado demais pensando que sou seu amor.- Atsumu retrucou, fazendo Akasuki revirar os olhos.
-Você é patético. Não está falando isso na frente de outras pessoas, não é? Porque se tiver, vou morrer de vergonha alheia por você. - Akasuki disse e Atsumu riu do outro lado da linha.
-Eu deveria ter motivos pra não falar isso na frente de outras pessoas? Sinceramente, Suki, que tipo de namorada é você?! Está tentando me esconder, é isso?!- ele zombou, fazendo Akasuki revirar os olhos.
-Claro que estou, Atsumu. Seria um escândalo se me vissem com você, entende? Como eu ia explicar que eu, uma pessoa tão inteligente e com vários prêmios, estou me envolvendo com um acéfalo como você?- Akasuki disse e sorriu vitoriosa quando Atsumu exclamou, indignado.
-A sua sorte, seu ser humano cruel e sem coração, é que não está no viva voz. - Atsumu disse e Akasuki revirou os olhos.
-Você não deveria estar, sei lá, treinando ao invés de enchendo meu saco?!- Akasuki disse.
Apesar de dizer isso, a verdade é que tudo o que ela mais queria era Atsumu enchendo o saco dela. Tudo o que sla mais queria era continuar ali por horas e horas ouvindo Atsumu falar, falar e falar, apenas para o sentir um pouco mais perto de si naquele momento.
-Eu estou com saudades. - Atsumu soltou, qualquer tipo de maldade ou provocação entre eles desaparecendo com apenas aquelas palavras. Akasuki suspirou, fechando os olhos por um instante.
-Eu também. Que droga, Atsumu, olha o que fez comigo!- ela disse e sorriu ao escutar ele rir do outro lado da linha. -Quando você volta? Ainda não me respondeu.
-Quando eu voltar você vai saber. - ele retrucou, fazendo Akasuki torcer o nariz em desaprovação. -Preciso desligar. Eu falo com você mais tarde.
-Tá bom, te amo, tchau. - Akasuki disse e não esperou uma resposta antes de desligar.
Por um tempo, ela apenas fitou o celular em suas mãos com o cenho franzido. Porque ela sentia que tinha dito algo...?
Akasuki arregalou os olhos quando se deu conta que tinha acabado de dizer aquelas três palavras, as três palavras que não tinha dito ainda em voz alta.
E tinha dito isso com naturalidade, e depois... Ah, Deus!
Como ela sequer encararia Atsumu agora?
Como sou estúpida, Akasuki pensou, se jogando na cama e afundando o rosto no travesseiro, respirando fundo.
Mas, de qualquer forma... Não importava; porque Akasuki sabia que Atsumu sentia exatamente o mesmo.
-Estou muito entediada. - Akasuki suspirou, tombando a cabeça para trás e fitando o céu azul. Ela praticamente podia escutar Mayumi revirar os olhos.
-Quando você ficou tão patética, Suki?- Osamu questionou, fazendo ela fitar o garoto com pura indignação. Osamu apenas deu um sorrisinho para ela.
-Sabe, você é tão ruim quanto o Tsumu. A diferença é que você esconde muito bem, Samu. - Akasuki disse, apontando para o peito dele, mas Osamu apenas deu de ombros, como se não fosse nada demais.
-Você tá assim porque tá sem o Atsumu ou porque perdeu no jogo?- Suna disse, arqueando a sobrancelha para Akasuki enquanto distribuía as cartas entre eles mais uma vez. Eles todos estavam na varanda da casa dos Miya, apenas aproveitando aquela tediosa tarde de sábado. Ela apenas revirou os olhos, fazendo questão de o ignorar, pegando suas próprias cartas e as observando em busca de evitar o olhar zombateiro de Suna e de Osamu.
No fim das contas, mesmo que Suna estivesse apenas sendo implicante com Akasuki, ele não estava exatamente errado. Akasuki já estava começando a sentir falta demais de Atsumu e suas idiotices, e isso a assustava; a assustava, porque tudo tinha se tornado muito intenso entre eles, e agora, era um saco ficar sem ele por perto. E se aquilo não desse certo? E se Atsumu a deixasse mais uma vez, o que diabos Akasuki faria agora?
-Está pensando demais. - Mayumi murmurou, jogando uma das cartas em suas mãos, o que fez Akasuki a olhar com pura irritação.
-Você deveria ser minha amiga! Amigos de verdade não bloqueiam os outros no uno!- Akasuki disse irritada, o que apenas serviu para divertir Osamu e Suna. Ela fuzilou os dois com o olhar. -Não sei porque ainda perco tempo andando com vocês, sinceramente.
-Você namora o Atsumu. Qual a sua moral?- Suna provocou e Akasuki ergueu o dedo do meio para o garoto.
-Vocês não tiram meu nome da boca, credo, nem mesmo quando estou longe conseguem ficar sem falar de mim? Sei que sou perfeito, mas podiam disfarçar. - aquela voz repleta de deboche disse, bem atrás deles, conseguindo assustar os quatro que estavam concentrados demais jogando para sequer perceberem Atsumu se aproximando.
Akasuki piscou os olhos, confusa e surpresa enquanto fitava os olhos castanhos de Atsumu. Ela sequer sabia que ele tinha voltado, e pela cara perplexa de todos, ninguém sabia.
-Seu idiota!- Akasuki disse se levantando, dando um tapa no ombro de Atsumu e o fazendo chiar, olhando com perplexidade para ela. -Porque não avisou que estava voltando?!
-Aí, que violência. - Atsumu choramingou, massageando o local atingido. -Era pra fazer surpresa! Mas aí chego e percebo que na verdade estão falando mal de mim!
-A culpa é sua por ser assim, Tsumu. - Osamu disse, sem sequer desviar sua atenção para olhar Atsumu, continuando a jogar uno com Mayumi e Suna como se a presença de Atsumu significasse nada. Akasuki queria muito rir da cara que seu namorado fez olhando para o irmão gêmeo.
-Quer saber, vocês todos podem ir para o inferno!- Atsumu disse, apontando para Suna e Osamu. -Menos você, MayMay.
-Obrigada pela consideração!- Mayumi disse com um suspiro. Akasuki riu.
-Vem. Vamos, vamos.- Atsumu disse, segurando a mão de Akasuki e a puxando para dentro.
-Eu estava jogando uno!- ela protestou, mas Atsumu a ignorou enquanto os guiava até o quarto dele e de Osamu.
Akasuki nem mesmo teve chances de dizer algo quando entraram no quarto antes que Atsumu a beijasse, puxando Akasuki para perto de si e a apertando com força em seus braços.
Ela afundou os dedos nos cabelos de Atsumu, suspirando enquanto o puxava para si, sentindo como se uma parte dela tivesse voltando ao lugar naquele exato momento.
-Eu senti sua falta. - Atsumu murmurou, deslizando a boca até o pescoço de Akasuki, distribuindo beijos que fizeram todos os pelos do corpo dela se arrepiarem.
-Eu também senti sua falta, Tsumu. - Akasuki disse com um suspiro, puxando o cabelo de Atsumu de leve e ele se afastou para fitar Akasuki nos olhos.
Atsumu esticou a mão, tocando a bochecha de Akasuki e fazendo uma carícia suave.
-Eu te amo, Akasuki. - ele disse, direto, e Akasuki piscou os olhos. -Não precisa dizer nada! Mas eu amo você.
Akasuki sorriu, se aproximando mais de Atsumu e passando os braços ao redor do pescoço dele.
-Achei que você amasse apenas a si mesmo. - Akasuki zombou e Atsumu abriu a boca para protestar, mas ela o beijou amtes que Atsumu pudesse dizer qualquer coisa que fosse. Está tudo bem fazer isso, ela pensou enquanto sua língua envolvia a de Atsumu.
Para Akasuki, não era exatamente fácil amar uma pessoa. Era ainda menos fácil dizer isso com todas as letras. Mas com Atsumu...
-Eu também te amo, Tsumu. - Akasuki murmurou e ele se afastou para a olhar. E apenas pela cara que ele fez, ela soube que Atsumu entendia o quanto ela dizer aquilo era significativo. Por isso ele a apertou com força em seus braços, o que fez Akasuki sorrir.
E no fim... Talvez Akasuki não fosse tão vazia assim, afinal. Não mais.
Data: 18/02/22
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