Hey amoras e amores, voltei com mais um capítulo. Espero que gostem, não deixem de comentar e votar, adoro saber o que estão achando. 

─ Senhorita – sou acordada com um toque em meu braço

─ Sim – endireito-me no assento.

─ Chegamos ao destino final, peço para que siga até o final do corredor e vire a esquerda. – faço o que ela disse com um frio na barriga por não saber o que me esperava.

Apesar de ser confiante e determinada, dessa vez eu estava com medo. Medo de que eu não conseguisse me estabelecer neste lugar, medo de não ser suficiente para mostrar para as pessoas o meu potencial. Gostaria que meus pais estivessem aqui.

Parada no saguão do aeroporto, eu estava a um passo de uma vida totalmente nova e independente, o qual eu não tinha ninguém para ser meu suporte.

A alguns meses atrás eu já estava a procura de apartamentos para poder dividir as despesas, já que eu ainda não possuía um emprego fixo e muito menos condições para me aventurar e endividar. O receio de morar com alguém desconhecido era grande, mas a força de vontade para mudar de vida era maior e eu sentia dentro de mim que deveria tentar. Vi perfis de pessoas que pareciam ser boas, mas ainda não era o que eu queria. Até que me deparei com o perfil de uma garota que parecia ser gentil e animada. Falamo-nos algumas vezes por telefone, mas ela só diria seu nome quando eu chegasse.

Pego o primeiro táxi e sigo para o endereço que dei.

Já estava ficando escuro e a cidade estava ficando bem iluminada pelas luzes das boates e cassinos. À medida que passávamos por eles, eu me sentia mais preparada. Sim, eu poderia cantar em restaurantes, ou qualquer outra coisa relacionada. Meus olhos se prendem na beleza a cada rua que passamos.

─ Chegamos ao seu rumo, senhorita – o motorista vira e estende a mão e eu despejo alguns trocados. Agradeço e saio do carro trazendo comigo minhas malas.

Paro em frente ao prédio branco simples com janelas de alumínio. Provavelmente ela estava me esperando como combinamos. Resolvo entrar. Subo dois lances de escada já que o apartamento era no segundo andar. Paro em frente a porta 202, lugar o qual a partir de agora eu moraria.

Bato duas vezes na porta, que é aberta revelando uma loira alta e muito linda por sinal.

─ Ahh!! – ela grita, batendo palminhas – Você é a Camila Cabello, certo? – confirmo com a cabeça e ela me puxa para um abraço – Prazer Camila, sou Dinah Jane, sua nova companheira de casa – ela me olha bem.

─ Você é tão – ela faz menção para baixo com a mão.

─ Baixa? – pergunto.

─ Isso, baixa. – ela concorda – Por favor, entre.

─ Fiquei muito contente em saber que dividiria as despesas com você, estava precisando e as meninas do meu trabalho já tinham companhia – ela sorri e senta no sofá creme – Vamos, sente-se Camila.

Sento-me ajeitando a bolsa no sofá, que por sinal era muito macio.

─ Você já tem algum emprego em vista?

─ Pra falar a verdade, não – suspiro e me encosto – Mas amanhã assim que eu acordar começarei a procurar. Não se preocupe.

─ Sem problemas, mas tenho uma proposta, é boa, mas a decisão é sua. – ela ajeita o cabelo.

─ Pode falar Dinah.

─ Então, vamos até lá e eu te explico tudo. Você tem algum vestido?

─ Sim – sigo ela.

─ Bom, seu quarto. Infelizmente não é algo luxuoso e, grande. – ela dá um meio sorriso – É o que temos, espero que consiga arrumar suas coisas.

─ Não se preocupe, o tamanho é proporcional para as minhas coisas, eu amei – seu sorriso aumenta e ela segue em frente.

Já estava entrando no quarto quando ela me chama, dou um passo para trás e inclino a cabeça para o lado de fora.

─ Temos uma hora para nos arrumar e conseguir chegar lá a tempo.

Sorrio para ela e entro.

O quarto era branco, assim como provavelmente o restante da casa. Realmente, poderia ser pequeno para alguns, mas estranhamente eu já me sentia confortável. Os móveis e o piso eram em madeira, deixando o quarto com cara de rústico.

Coloco a mala em cima da cama, procuro o vestido e sigo para o banheiro que ficava no quarto, dando privacidade para ambas.

A decoração era do mesmo estilo, eu estava gostando. Simples e confortável.

Tiro a roupa da viagem e já me sinto mais leve. Era como se eu estivesse tirando um quilo de mim. As roupas eram pesadas para me aquecer do frio de Berlim. Entro no box e ligo o chuveiro, deixando a água cair por meu corpo todo. Me sinto limpa e oficialmente preparada para essa nova jornada.

Seco meu cabelo, ponho minhas roupas íntimas e o vestido. Olho-me no espelho, viro diversas vezes para analisar se eu estava correta para o local que iríamos. Mas como saber se ela não tinha dito? Bom, seria esse mesmo. Batia três dedos acima do joelho, de tecido confortável e decote em v na frente e canoa atrás. Eu gostava do modelo e de como ficava em meu corpo. Comprei-o para ir ao encontro com Dirk, aparentemente ele não sabia o que era um encontro com hora marcada já que chegou duas horas depois. Motivo? Estava ocupado transando com minha ex melhor amiga, Helene.

Falar que eu não sabia mexer em cosméticos femininos, mas precisamente em maquiagem assustaria alguém? Penso comigo mesma e chego a conclusão que sim. Atualmente era quase um crime uma mulher não saber se maquiar. Então eu era essa exceção. Passo o básico que aprendi com minha mãe, pego meu salto prata na mala, calço e logo fico pronta.

Saio do quarto e encontro Dinah sentada na mesa cheia de produtos de maquiagem. Ela era gentil demais, engraçada pelo o que pude perceber. Ela era o oposto de mim, não que eu não me achasse gentil, mas eu era mais reservada. Eu tinha gostado dela, seu sorriso era encantador.

─ Oi Mila – fico surpresa com o apelido, ela ri.

─ O que foi? – pergunto sem entender.

─ A sua cara foi engraçada. Sua sobrancelha levantou de um jeito estranho. Você não gosta do apelido? – ela volta a mexer nas coisas.

─ Pode me chamar assim, só fiquei surpresa porque geralmente as pessoas preferem Cami.

─ Entendi – ela entorta a boca – Mas eu não sou todos, e convenhamos que Mila seja melhor. Mesmo que soe estranho.

Rio com sua posição e sento. Quinze minutos depois ela acaba e saímos.

Entramos em um carro preto, o mesmo era utilizado para buscar as meninas e passar mais segurança. Segundo ela, eu entenderia tudo quando chegássemos ao local.

O carro para, e a porta é aberta revelando uma parede de mármore preto e um letreiro que dizia "Atractivo", em espanhol. Eu reconheceria minha língua em qualquer lugar. Mesmo tendo nacionalidade Alemã. Traduzindo, sexy.

─ Uma boate? – fico olhando.

─ Na verdade uma casa de shows, venha. – sigo ela – Nos apresentamos aqui, shows musicais, os clientes gostam. O público é bem variado, você não precisa ficar assustada. Aqui não é uma casa de putaria, mas as garotas que querem podem se deitar com eles, mas no anexo. Aqui é tipo a Broadway, só que em Las Vegas. – ela vira e sorri. – Vamos, elas já devem ter começado.

Passamos por um corredor pouco iluminado, e agora estávamos entrando no espaço. Wow, realmente era bonito e dava impressão de um teatro, como a Broadway. Era fantástica, a decoração inspirada em teatros e casas de shows. Provavelmente o dono do espaço apreciava.

O palco era grande e estava tampado com a cortina vermelha, aos poucos as luzes foram se diminuindo. Estava cheio, pessoas em pé no bar que tinha no final. Sentamos e logo o musical começa.

Tinham cinco meninas no palco, vestidas com um espartilho preto, meia calça com buraquinhos que eu não fazia ideia de como nominar e sapato altíssimo preto. Estavam lindas.

Dinah comentou que os figurinos eram mais atrativos, mas nada muito revelador. Tinha que concordar, estavam sexys. Elas cantavam Lady Marmalade, Christina Aguilera.

─ Meu Deus, elas cantam muito bem. – Dinah concorda.

─ Sim, mas por conta das coreografias, as músicas são gravadas antes. – ela da de ombros.

─ Qual a sua proposta? – pergunto curiosa.

─ Você gostaria de se juntar a nós? – ela me olha, viro minha atenção para o palco e concordo.

Essa era a minha chance.