DOIS
31 DE DEZEMBRO DE 2008
📍 Paris.
12 HORAS PARA O ANO NOVO
Três horas se passaram como se fossem minutos.
A conversa entre Alanis e Dick fluiu com tanta naturalidade que eles mal notaram quando o trem chegou em Paris.
Os assuntos saltaram de um para outro, como se fossem velhos conhecidos colocando anos de conversa em dia. Não era apenas o que diziam, mas o modo como diziam – a curiosidade pelo desconhecido, o mesmo humor que compartilhavam, e a honestidade que estampava cada palavra. Sem expor demais suas vidas, entendiam-se nas entrelinhas, como se já se conhecessem há muito tempo.
Havia algo raro ali, algo impossível de forçar. Era a leveza de se conectar com alguém instantaneamente por estar em momentos parecidos da vida. Era simples e intenso ao mesmo tempo.
Alanis ficou genuinamente surpresa quando ele revelou ser filho adotivo de um bilionário. Ricos hippies, pensou ela, quando o nome Bruce Wayne saiu da boca de Dick.
Uma vaga lembrança lhe veio à mente quando ele contou sobre a morte dos pais. Ela se recordou dos jornais estampando a tragédia que envolveu a principal atração do famoso Circo Haly, deixando um garoto órfão, e que logo depois foi publicamente anunciado sob a guarda do único herdeiro da família Wayne.
Ela, por outro lado, era uma cidadã estadunidense comum, sem uma linhagem de família famosa, e muito menos rica. Sua família sempre teve o suficiente para viver bem, mas estavam longe de serem considerados classe alta. Seus pais ainda trabalham duro para garantir que as irmãs mais novas tenham as mesmas oportunidades que ela: cursarem uma boa faculdade e conseguir bons empregos. A caçula tem 16 anos, enquanto a irmã do meio tinha acabado de completar 19.
Quando Alanis mostrou a Dick as poucas fotos que carregava da família, ele ficou impressionado com o quanto as irmãs não se pareciam com ela. Elas eram a cópia do pai: ruivas, altas e de olhos verdes. Alanis, por outro lado, era a cópia idêntica da mãe: morena, de olhos grandes e castanhos, altura mediana e lábios fartos. A única coisa que compartilhavam era a semelhança no sorriso.
— Já se perguntou se você é adotada? — Ele questiona, ainda segurando a foto de Alanis com as irmãs.
Quando ergue o olhar até ela, entrega que a pergunta que acabou de fazer não é séria.
— Você acabou de ver uma foto da minha mãe. Eu sou praticamente uma cópia dela.
— Isso não quer dizer nada. E quanto ao seu pai? Pode ser que seja outro.
Revirando os olhos, Alanis balança a cabeça. Óbvio que esse tagarela que acabou de conhecer está zombando dela.
— Você mal me conhece e já quer destruir a minha família?
Dick comprime os lábios, segurando a risada e tenta manter a postura séria, mas falha miseravelmente.
— Estou apenas fazendo meu trabalho de detetive.
— Então devo dizer que está fazendo mal.
Ela pega a foto da mão dele e guarda na mochila ao seu lado.
O longo caminho percorrido de Barcelona à Paris havia se encerrado. O trem estava começando a chegar na plataforma para começar o desembarque.
— Parece que chegamos à sua querida cidade do amor. — Dick anuncia, olhando pela janela.
— Lar doce lar. — Alanis verbaliza o pensamento mais para si mesma do que como uma resposta ao que Dick disse.
Eles permanecem em silêncio, observando o ambiente pela janela, enquanto o trem reduz a velocidade gradativamente até parar completamente na estação.
As outras pessoas presentes no vagão começam a se levantar para sair, mas Dick e Alanis continuam sentados em suas poltronas. Ela avista uma das gêmeas pegar uma mala grande no compartimento de bagagens à frente e Dick segue seu olhar.
— Será que elas são gêmeas? — Ele pergunta, também observando as duas mulheres loiras quase iguais. Quase.
— Também fiquei me perguntando isso — Alanis acena discretamente com a cabeça em direção a elas. — Mas olha só, uma delas é mais baixa. Parece uma diferença de mais de dez centímetros, então não sei.
— Eu chuto que sim, devem ser. Minhas suposições nunca falham — ele volta a encarar Alanis. — Afinal, eu sou um ótimo detetive.
Dick abre mais um de seus sorrisos convencidos.
— Você quer um exame de DNA meu e dos meus pais para provar que sua teoria está completamente errada?
— Isso seria interessante. Imagine só você descobrir que a sua linhagem familiar estava errada esse tempo todo. E melhor: descobrir isso por um estranho que acabou de conhecer em um trem.
Uma risada fraca escapa de Alanis e seus olhos viajam pelo rosto do rapaz. Ele estava ficando cada vez mais bonito à medida que conversavam. Ela realmente não gostaria de se despedir agora.
Dick não desvia o olhar e os dois permanecem em silêncio, apenas observando um ao outro, até se darem conta de que só sobraram eles no vagão. Alanis pigarreia, quebrando o magnetismo entre eles.
— Acho que precisamos sair — anuncia.
Ele concorda com os lábios comprimidos em uma linha reta.
Alanis se levanta e coloca a mochila nas costas, Dick faz o mesmo e seguem em direção ao compartimento de bagagens para pegarem suas malas.
Ao contrário da mala marrom de rodinhas dela, Dick carregava uma bolsa grande azul-marinho, que lembrava aquelas de mochileiros. E, certamente, ele estava parecendo um.
Após desembarcarem do trem, ambos caminham silenciosamente lado a lado em direção à saída da plataforma.
Alanis olhou de relance para Dick algumas vezes e o flagrou observando-a. Se perguntou mentalmente se ele sentiu a mesma atração que ela, se também gostaria de passar mais tempo naquele trem conversando com ela.
Ao chegar no portão de saída, eles param, virando-se um para o outro.
— Acho que é aqui que tenho que te desejar um feliz ano novo — ele apoia a bolsa grande azul-marinho ao lado de seus pés e ajusta a posição da mochila em suas costas. — Quer dizer, bons sonhos, já que você vai passar a virada do ano roncando.
— Eu não ronco — ela se defende. — E, sim, mal posso esperar para pegar no sono.
— Devo dizer que você perderá uma linda queima de fogos às margens do Rio Sena.
Alanis dá de ombros, mostrando-se pouco interessada em a ver a atração de fim de ano.
— A vida é feita de escolhas.
— Sei bem.
Ambos ficam suspensos no olhar um do outro por alguns segundos, sem dizer nada, mas parece que gostariam de dizer tudo.
Alanis é a primeira que voltar a falar.
— Bom, feliz ano novo, Dick. Espero que goste dos fogos de artifício... E dos ratos.
Ele solta uma risada rouca que faz Alanis querer ouvir de novo. Droga. Esse trem chegou muito rápido, pensa.
— Pra você também, Alanis. Foi legal conversar com você, queria ter te conhecido antes. — Ele comprime os lábios ligeiramente, surpreso com a própria confissão. — Sabe, no trem e tal. Poderíamos ter conversado desde Barcelona, a viagem teria sido bem mais legal.
Ele repentinamente parecia... tímido? Alanis não conseguiu identificar, mas pareceu fofo, de certo modo.
— Eu também gostei de conversar com você. E concordo, mas também devo agradecer por aquele casal ter gritado tanto no trem pra você rir da minha cara.
— Não vou repetir que não estava rindo de você — diz ele, repetindo.
Alanis balança a cabeça com um sorriso no rosto. Ela realmente não queria, mas sabe que tem que se despedir do estranho recém-conhecido que gostaria de conhecer mais.
— Boa sorte no seu novo emprego, na sua nova casa, e com todo o resto — ele diz, mesmo não sabendo os reais motivos de Alanis se mudar para Paris.
Ele não perguntou, ela mudou de assunto e ficou por isso mesmo. Mas, no fundo, Dick sentia que a entendia, ele sabe bem como é tentar fugir do próprio passado.
— Digo o mesmo. E que você finalmente consiga chegar em Gotham amanhã.
As curvas do sorriso fechado de Dick aumentam e ele estende a mão para se despedir de Alanis. Sem dizer nada, ela devolve o cumprimento, e dessa vez, o toque parece mais intenso, como se tivesse liberado uma carga de energia para os dois. Eles logo percebem e soltam as mãos.
— Tchau, Alanis. Ou au revoir, como dizem por aqui.
— Au revoir, Dick.
Alanis fixa o olhar nele uma última vez antes de se virar e seguir na direção oposta, onde havia um ponto de taxi.
Ela se pergunta por que gostaria de passar mais tempo com aquele estranho que acabou de conhecer em uma viagem de trem. Não fazia sentido. Eles conversaram bastante, mas ainda assim, ela não o conhecia de verdade. Havia algo nele que a intrigava. Seria o sorriso fácil? A maneira despretensiosa como ele falava, como se não estivesse tentando impressionar ninguém?
Por um momento, ela tenta racionalizar. Talvez fosse apenas o efeito de estar sozinha em uma viagem longa. Afinal, passou dois meses praticamente sozinha, e agora, deixou os pensamentos vagarem para qualquer distração que surgisse. Mas, mesmo assim, a ideia de se despedir dele parecia mais difícil do que deveria. Algo nela dizia que esse encontro com Dick parecia mais do que uma coincidência banal, mas isso é coisa de fantasia...
Ela ouve passos se aproximarem.
— Ei! — A voz de Dick a desperta dos devaneios, fazendo-a se virar em sua direção.
Ela franze o cenho, confusa por vê-lo ali.
— Talvez pereça loucura — ele dá um passo em direção à Alanis —, mas preciso tentar, eu iria me arrepender se não tentasse.
As sobrancelhas dela se franzem mais, o que faz com que o sorriso dele aumente mais.
— E se... — Ele volta a falar. — E se você viesse conhecer Paris comigo hoje? Melhor: você pode ser a minha guia turística, já que agora mora aqui. Sei que parece loucura e que acabamos de nos conhecer, mas sei lá, senti algo... diferente. Não sei se você sentiu isso também. E a verdade é que gostaria de passar mais tempo com você.
Alanis tentou conter o sorriso que queria se formar no rosto, mas não conseguiu. Ela também havia sentido aquela conexão, conseguia entendê-lo.
— Só vim à Paris uma única vez na vida, quando tinha 16 anos — ela argumenta. — Na verdade, duas, porque teve o dia em que cheguei com a mudança. Bom, três vezes com essa. Hoje, no caso.
Ela percebe que se enrola com as palavras e isso faz Dick soltar uma risada fraca.
— Melhor ainda, podemos conhecer juntos. — Ele dá mais um passo, diminuindo a distância entre eles. — Pense em você daqui a quinze anos, uma fotógrafa renomada, viajando o mundo, talvez casada, talvez com uma família. Mas aí, num dia triste qualquer, daqueles que as coisas não estejam dando certo e você deseja voltar para um momento do passado. Você lembra do dia em que conheceu um estranho no trem que te chamou para conhecer Paris. Uma memória boa, distante, mas que te faz sorrir, porque, como você me disse, são essas boas lembranças que fazem a vida valer a pena.
Por um instante, Alanis hesita. Ela havia prometido a si mesma que não se envolveria com ninguém por um bom tempo e sabe que se aceitar, há grandes chances da boca dela parar na dele em algum momento. Ela não era do tipo que ficava casualmente com alguém, mas, pensando bem, Dick parecia a escolha perfeita para quebrar essa regra. Ele logo precisaria voltar para sua cidade, e ela teria que ficar aqui em Paris, focada em recomeçar a vida.
Meu Deus. Ele só a chamou para conhecer a cidade e ela já estava imaginando coisas demais. Definitivamente, a carência estava batendo na porta de Alanis.
— Pensei que você conhecesse Paris, já que falou que é superestimada — ela alfineta.
— Vim uma vez e foi o suficiente pra pensar isso — ele dá de ombros. — Mas pode ser que eu mude de ideia.
O sorriso no rosto de Dick cresce e Alanis não consegue evitar revirar os olhos. Esse homem sabe mesmo como flertar com alguém.
— Tudo bem. Mas preciso comer alguma coisa, estou faminta.
— Quando descemos do trem, ouvi um casal dizer que aqui perto tem um restaurante que serve o melhor Boeuf Bourguignon da cidade, aquele que parece um ensopado de carnes, sabe? Não sei se você é vegetariana.
— Não sou. E você ouve muito a conversa alheia, né?
Ele dá de ombros.
— Não posso fazer nada se as pessoas falam alto.
Alanis balança a cabeça e os dois retomam o passo, caminhando lado a lado até a outra saída da estação, que dava acesso aos transportes públicos em direção ao centro da cidade.
Havia um brilho nos olhos de Dick por ela ter aceitado passar o dia com ele, e se agradece mentalmente por ter tido coragem de chamá-la.
— Podemos deixar nossas malas ali — ele aponta para um guarda-volumes no fundo da estação, próximo a saída.
Ela concorda, e ambos deixam seus pertences guardados. Dick pega apenas a carteira e uma jaqueta de couro preta. O céu estava parcialmente nublado, e o frio de dezembro prometia se intensificar ao longo do dia. Alanis pega uma bolsa pequena, onde guarda uma câmera instantânea e outra profissional, com dois tipos de lentes para trocar. Pega também os documentos e a carteira, e tira um casaco marrom da mochila para se proteger do frio iminente.
— Para alguém que queria passar o dia dormindo, você até que está empenhada pra sair andando por Paris. — Ele aponta para a bolsa que Alanis havia guardado as câmeras.
— Você observa muito também, sabia?
Ele assente com um sorriso fechado.
— Já te disse, sou um ótimo detetive.
— Então vamos e me mostre as evidências do porquê que você não gosta da cidade do amor.
Alanis sai na frente, mas ele leva breve segundos para sair do lugar. Dick estava começando a pensar que, talvez, consiga entender por que Paris é conhecida por esse motivo.
✨
10 HORAS PARA O ANO NOVO
A cidade estava coberta por decorações natalinas, iluminada por milhares de luzes que pareciam dançar nas fachadas dos prédios e nas árvores pelas ruas. Ainda era de dia, mas já era possível vê-las.
Paris estava agitada, repleta de turistas que escolheram celebrar a virada do ano na cidade que também era conhecida como a Cidade Luz, além de ser a capital do amor. E com razão – a cada esquina, as decorações encantavam a todos com a magia das festas de fim de ano.
Alanis costumava amar essa época do ano quando era mais nova. Ela e a família tinham a tradição de maratonar filmes natalinos até a virada do ano. Eles se aconchegavam na sala da casa e passavam os dias revendo os clássicos e também vendo os lançamentos recentes. Cada um tinha que classificar os cinco melhores filmes e justificar as escolhas. Era uma discussão intensa, mas eram os dias em que ela, as irmãs e os pais mais passavam juntos.
Sentia falta daquilo. É o segundo ano em que passa o Natal e o Ano Novo longe da família, e ela sabia que era por escolha própria. Pensou em ligar para eles, mas não conseguiu. É um ato muito mais complicado do que simplesmente digitar alguns números e iniciar uma ligação.
— É o segundo ano que passo as festas de fim de ano longe da minha família. — Dick diz, como se estivesse lendo os pensamentos dela e espelhando-os em suas palavras.
Alanis pisca algumas vezes com a coincidência.
Eles ainda estavam no restaurante que pararam para almoçar. E, de fato, serviam o melhor Boeuf Bourguignon de Paris. Quer dizer, eles não tinham repertório suficiente para afirmar isso, mas aceitaram como verdade já que amaram a comida.
Mesmo depois de terem terminado, continuaram ali conversando. Estavam em uma mesa para dois na calçada do restaurante, observando as pessoas passarem pelas ruas, a grande maioria animada para a celebração de fim de ano pela cidade.
— Mas por escolha sua? — Ela questiona, sem mencionar que também está na mesma situação.
— Mais ou menos. Esse ano sim, foi por escolha minha, apesar de eu ter dito a eles que estaria lá hoje. Mas certas coisas a gente não consegue controlar na vida.
— O acaso queria que você passasse a virada de ano com uma estranha por Paris. — Ela brinca, sem entender muito bem por que verbalizou um pensamento tão alto. Sente as bochechas corarem.
Dick se diverte com a timidez dela, deixando-a mais tímida ainda.
— Quer dizer que você desistiu mesmo de passar a virada do ano dormindo?
Rendida, ela dá de ombros.
— Já aceitei que meus planos foram por água abaixo.
— Então precisamos achar alguma coisa pra fazer.
Ele pega um panfleto que o garçom deixou sobre a mesa. Era a programação de alguns eventos festivos.
— Achei que você quisesse ver a queima de fogos.
— Falei aquilo porque é a única coisa que sei sobre a virada de ano em Paris.
Dick acena para um garçom próximo e pergunta, em francês, o que ele recomendaria. Ao contrário do espanhol, Alanis entende tudo o que estão conversando, pois domina bem o idioma.
O garçom indica alguns pontos turísticos baseado no que Dick disse a ele – que não conheciam a cidade muito bem – e ao que o garçom respondeu dizendo que a principal atração para se fazer em casal é um jantar velejando pelo Rio Sena.
Alanis entendeu bem quando ele disse que preferiam uma atividade mais movimentada, pois eram o tipo de casal que gostava de festejar. Então, o homem indicou uma festa grande que teria no Duc de Lombards, um clássico clube de jazz da cidade. Dick aceitou a indicação e pediu a conta para pagar.
— Eu sei falar em francês — revela ela. — E você disse que éramos um casal.
Ele dá de ombros, despreocupado.
— Imagine o tamanho da explicação que eu teria que dar a ele de que não somos um e que acabamos de nos conhecer em um trem. Viu só? Enorme. E a palavra casal é uma só.
Alanis apoia a cabeça em uma mão, encarando-o em um tom de julgamento, mas ainda com simpatia.
— Você sempre tem uma explicação pra tudo?
— Nem sempre.
— E quantos idiomas você fala? Em poucas horas você já colocou em prática o espanhol e o francês.
— Uns dez, por aí.
Ela abre os olhos em surpresa. Pensa em confrontá-lo falando que ele deve estar zombando da cara dela, mas antes que pudesse dizer algo, o garçom volta com a conta. Ela faz menção de perguntar o valor, mas Dick tira algumas notas da carteira e entrega ao homem, que agradece a visita dos dois ao restaurante.
Dick se levanta, mas Alanis permanece sentada, com os braços cruzados.
— Você não precisava ter pagado a minha parte. — Ela retruca.
— Mas eu que te chamei pra passear por Paris comigo. Então hoje é por minha conta.
— Agora vou ter que recusar o convite.
— Eu sei que não é isso que você quer. — Ele estende a mão para Alanis. — Vamos, você ainda tem que me mostrar porque Paris não é superestimada.
— Não lembro de ter dito isso. — Ela permanece imóvel.
— Mas eu disse agora, então está valendo.
Ele acena com a cabeça, chamando-a novamente. Alanis pega na mão dele, sentindo a mesma corrente de eletricidade percorrer sua pele. Ela tenta ignorar, mas é impossível quando ergue o olhar e percebe que Dick sentiu o mesmo.
Mas, dessa vez, eles não soltam as mãos. Começam a caminhar pela rua, prestes a conhecerem uma nova visão da cidade. Juntos.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro