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Capítulo 07

Os dias que se seguiram ao jantar com Ruy Savath, pareceram muito iguais para Marie, pois a única coisa que ela fez de diferente de seu novo cotidiano, foi visitar a livraria com seu tio Eugene — que finalmente encontrou um tempo para cumprir a promessa feita à sobrinha. Todavia, naquela manha em questão, enquanto se sentava embaixo de uma macieira e lia um delicioso romance medieval, a garota passou também a observar o casarão antigo que havia do outro lado da rua, pois dali daquele ponto era mais fácil notar os seus detalhes arcaicos.

Contudo, enquanto memorizava mentalmente todas as ranhuras que haviam ali naquelas paredes centenárias, Marie não notou a aproximação de Susan, que se sentou ao seu lado no banco de madeira, fazendo-a dar um salto e derrubar o livro que estava sobre o seu colo.

— Vejo que tem estado muito interessada no muquifo que fica do outro lado da rua... — Susan deu uma pequena risada maldosa. — E sabe que você tem mesmo tudo a ver com aquele lugar decadente?!

Marie estava fervendo de ódio, mas engoliu a raiva e se pôs a olhar fixamente para a macieira à sua frente, mantendo-se muda, afinal a moça não queria cair nas armadilhas de Susan, que bem queria que ela fizesse um escândalo e fosse chamada de grosseira.

— Você bem merecia ir morar em um lugar cheio de ratos, como é aquela casa feia... — Susan se ergueu e espanou o pó de seu vestido caro. — Já eu irei morar em uma das melhores construções de Luxor, pois é claro que o filho do prefeito irá me pedir em casamento no dia do meu baile...

Marie então direcionou os seus olhos grandes e dourados para a prima, abrindo um sorriso sarcástico em sua face.

— Boa sorte, Susan — ela disse em um tom baixo e moderado, mas era possível perceber que a sua voz estava embebida de acidez.

Susan logo fechou a expressão, pois percebeu que Marie estava zombando intimamente de si.

— O que quer dizer com esse seu "boa sorte", hein? — A morena se aproximou da prima e a encarou de forma ameaçadora. — Se estiver tramando algo contra mim, eu irei arrancar todos esses seus cabelos louros e farei uma peruca para um vudu com todos eles!

Marie revirou os olhos, pois a prima pregava tanto sobre bons modos, mas muitas vezes tinha falas bastante vulgares.

— Eu apenas desejei boa sorte mesmo, Susan... e eu não tenho nenhuma pretensão em atrapalhar seus planos, pois não sou a sua rival... — Marie suspirou profundamente, pois estava cansada dos chiliques da prima. — Eu já te disse que não pretendo me casar nem tão cedo... Eu tenho outros planos para mim...

— E que planos seriam esses? — Susan colocou a mão na cintura, encarando Marie com desconfiança.

— Eu apenas quero voltar para a casa do meu pai e assumir todos os negócios que ele deixou para mim... — Marie disse, sentindo-se subitamente triste ao se lembrar de Walter.

— Acontece que você ainda não tem vinte e um anos e nem é um homem, então se contente em nunca ver os seus planos dando certo! — Susan sorriu com satisfação ao ver que aquilo afetava a prima. — O seu destino então será se tornar uma velha solteira e cheia de gatos fedorentos... Então não há mesmo com o que eu me preocupar, pois nenhum homem gosta de mulheres maltrapilhas.

Em seguida, Susan saiu com a cabeça erguida, como se fosse a rainha de alguma coisa. Ela passou a andar de maneira requebrante, enquanto balançava seus cabelos negros de um lado para o outro. Marie, por sua vez, suspirou profundamente e apanhou o livro que estivera lendo, e que ficou caído na relva quando a prima lhe assustou. E a garota estava triste sim, mas ainda não estava disposta a desistir de seus planos, então apenas voltou a ler as páginas amareladas daquele romance histórico que tanto estava lhe agradando.

Durante a tarde daquele mesmo dia, a modista da família foi até a residência dos Badell, carregando um lindo vestido de cor ciano em seus braços. A mulher elegante havia ido até ali uns dias antes para tirar as medidas de Marie, pois por mais que ela dissesse que não fazia questão de um vestido novo, Eugene havia insistido no fato de que ela merecia estar melhor vestida no baile de sua prima.

A estilista parisiense que se chamava Brigitte Durand se reuniu então com Marie em seu quarto,  para que ela provasse uma última vez o seu vestido — que na nem um pouco humilde opinião da mulher, havia ficado maravilhoso.

Brigitte então tirou da caixa um vestido de seda com o corpete justo e a saia godê, que pareceu se encaixar no corpo de Marie assim como uma luva. A garota não estava muito animada com aquele momento que lhe parecia tão sem utilidade, mas ao se olhar no espelho, logo percebeu que estava mesmo parecida com uma das princesas que eram tão comuns nos livros que costumava ler.

— A senhorita está magnifique! — a modista disse, misturando o idioma local com o seu francês nativo.

— Obrigada, senhora Durand. — Marie fez uma pequena mesura com o corpo, agradecendo a gentileza da modista. — Você tem mesmo um talento sem igual!

Oui, minha garota. — A mulher sorriu, pois amava um elogio. —Todavia, a maior beleza pertence a você mesma, pequena pérola.

Madame Durand então passou a mexer nas madeixas douradas de Marie, fazendo elas cintilarem diante dos raios de sol que vinham da janela.

— Você parece uma pequena pérola cintilante, senhorita... então tenha muito cuidado com homens mal intencionados, minha preciosidade. — Brigitte estava séria, pois sabia que muitas moças ingênuas eram corrompidas por homens maliciosos antes mesmo de se casarem. — Você é iluminada e não merece alguém que não a valorize.

— Não se preocupe, madame Durand, pois eu não tenho a menor intenção de me relacionar com ninguém por agora. — Marie sorriu, pois sabia que a modista estava sendo sincera em sua preocupação.

— Todas dizem isso, petit... mas basta encontrar uma louca paixão para mudarem de ideia... então tenha cuidado.

A mulher sorriu para Marie uma última vez e então se preparou para ir embora, pegando sua bolsa de luxo. Logo em seguida, madame Durand se despediu de todos, deixando Edwiges e Marie sozinhas no aposento da garota.

— Irei esconder essa preciosidade em um lugar bem secreto, pois não quero que a invejosa da Susan veja o seu vestido... Se ela ver essa belezura, é bem capaz de querer destruí-lo. — Edwiges falou, mostrando que tinha a moça como sua amiga de confiança.

Marie não aguentou e gargalhou, pois era claro que quanto mais próxima ficava da governanta dos Badell, mais a senhora se mostrava insatisfeita com as duas outras mulheres daquela casa, sempre soltando comentários ácidos sobre o modo de ser de Michelle e Susan.

— Cuidado, Edwiges, pois se meu tio ouvir você falando assim da filha dele, com certeza, pode querer te demitir... — Marie falou em um misto de brincadeira e seriedade.

— Não me importo que ouça, pois até mesmo meu patrão sabe que sua filha é histérica. — A senhora deu de ombros, pois tinha a certeza que não seria qualquer governanta que aceitaria trabalhar naquela casa, e, sendo assim, Eugene não a demitiria por aquele pequeno fato.

Marie elevou uma mão aos lábios, tentando conter o riso, pois era fato que Edwiges não havia dito nenhuma mentira. Todavia, como as duas não queriam problemas com Eugene Badell, ambas logo se dispersaram, indo resolver outros afazeres que tinham para aquele dia.

A noite finalmente chegou, e após aturar Michelle e Susan em mais um dos jantares enfadonhos que eram promovidos por Eugene Badell, Marie vestiu a sua roupa de dormir e caminhou até a janela, observando o casarão do outro lado da rua.

Tudo parecia sem movimento por ali, mas em um momento de distração da moça — enquanto a garota observava uma velha senhora enfeitando a frente de sua casa com luzes natalinas —, surgiu um rapaz alto e de cabelos escuros caminhando na direção do casarão. Ele tinha o andar altivo e estava de costas para Marie, mas mesmo sabendo que não importava quem era aquele sujeito, ela sentiu curiosidade de saber quem era um dos poucos moradores que a moça pôde avistar e que habitavam aquela construção antiga que havia naquela rua que era toda dominada por edificações modernas.

Contudo, quando Marie estava para ver a face do homem, ela ouviu Susan se aproximar de seu quarto aos berros, então fechou a janela rapidamente e apagou as luzes, a fim de fingir que estava dormindo.

— Eu exijo que ela me mostre o vestido, para que eu decida se é mais bonito que o meu! — Susan gritou e logo após esmurrou a porta do quarto de Marie. — Abra logo essa porta, roceira!

Marie cobriu a cabeça e abraçou Cherry, a fim de abafar os berros da prima histérica. A gata, no entanto, pareceu se incomodar com o berreiro, pois enrijeceu as orelhas.

— Não se importe com ela, Cherry, é só uma maluca qualquer dando o seu show... — Marie sussurrou de maneira quase inaudível.

A gata pareceu entender o pedido de sua dona, pois se enroscou em seu próprio corpo felpudo e voltou a dormir, como se nada mais lhe importasse no mundo. E em contrapartida, Eugene puxou Susan para perto de si e um pouco mais distante do quarto da sobrinha, pois não queria que os vizinhos pensassem que sua casa vivia de arruaças.

— Se continuar com esse escândalo, cortarei todas as suas regalias! — ele foi incisivo com a filha. — Não quero que a vizinhança pense que somos barulhentos como o pessoal do casarão decadente...

Marie então ouviu a prima bufar bem alto e sair marchando da porta do seu quarto, e logo tudo voltou a ficar silencioso, assim como a garota gostava. Ela então notou que ainda estava curiosa sobre quem era o morador do casarão que havia avistado há poucos minutos, todavia, como acreditava que ele já não estava mais por ali, apenas fechou os olhos e tentou dormir.

Contudo, ao de fato conseguir adormecer, sonhou que finalmente estava prestes a ver a face do sujeito da calçada, no entanto, quando ele se virava para ela, nada podia avistar, pois, na verdade, o homem estava mascarado, aumentando ainda mais o seu interesse por desvendar a sua identidade.

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