Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 01

Já se passava das vinte e duas horas quando Marie ouviu o barulho de cascos de cavalo se aproximarem da porta de sua casa, e como sabia que seu pai não esperava por nenhuma visita, ela correu até a janela de seus aposentos para ver quem se aproximava àquela hora tão tardia.

A garota se surpreendeu ao avistar a figura altiva de seu tio Eugene, que por morar na capital de Eudora, ela mal havia visto durante os seus dezoito anos de vida. Marie sentiu então uma má premonição percorrer todo o seu corpo, pois não esperava ver o seu tio arrogante e enigmático ali por aquelas bandas nem tão cedo; ainda mais em horário nada convencional para uma visita inesperada.

A mocinha que já estava deitada para dormir, vestiu um roupão felpudo por cima de sua camisola e correu para o corredor, para ver se seu pai já havia notado a presença do intrigante visitante noturno. Marie não se surpreendeu ao encontrar o pai de pé, com sua cabeleira grisalha toda alvoroçada.

— Marie, finalmente o seu tio Eugene veio me visitar! — Walter disse com alegria, mas a garota não estava tão otimista quanto ele, pois esperava que aquela aparição não significasse coisa boa. — Assim como o filho pródigo voltou para casa depois de suas andanças pelo mundo, finalmente meu irmão mais novo apareceu por aqui para me ver... Se apresse, vá logo acordar a senhora Margareth, para que ela possa preparar algo quente para o Eugene.

A garota revirou os olhos diante da animação de seu pai, pois era claro que seu tio não apareceria assim de repente se não estivesse precisando de algo. Afinal, Eugene nunca havia aceitado nenhum convite para passar o Natal em família nos últimos dez anos, então Marie concluiu que não era o amor familiar que o havia feito viajar até a Vila Valence durante aquela noite fria de outubro.

— Papai, a senhora Margareth é uma mulher idosa... e ela já está dormindo faz algumas horas, então deixe que eu mesma preparo algo para o tio Eugene. — Marie tinha total afeição pela funcionária de seu lar, tanto que preferia não acordá-la; ainda mais por conta de algo que ela mesma poderia fazer.

— Tudo bem, minha filha. É melhor que estejamos mesmo só nós três, que somos família. — Senhor Walter sorriu, mostrando que estava mesmo feliz com a presença do irmão. — Mas se apresse, por favor, pois não quero que o Eugene não se sinta bem recebido em nossa casa.

Marie revirou seus olhos cor de mel e se apressou a caminhar até a cozinha, a fim de atiçar as brasas do fogão à lenha. Enquanto ela via seu pai sumir apressado em direção à sala principal, a garota suspirou profundamente, pois não queria que seu tio fosse — por mais uma vez — o motivo da tristeza de seu genitor.

A garota logo conseguiu reavivar as chamas do fogão e então passou a cantarolar um hino, enquanto colocava a chaleira para ferver. Marie resolveu pagar para ver, enquanto ouvia a conversa animada que vinha da sala principal. Porém, não tardou muito e seu pai caminhou até a cozinha, com seu tio Eugene à tiracolo.

Antes mesmo que ela pudesse cumprimentar o irmão mais novo de Walter, a garota notou que o tio investigava a cozinha rústica de sua casa com olhos nada amistosos.

— Vejo que nada mudou por aqui... a não ser a minha sobrinha, que agora já é uma bela moça... — Eugene encarou Marie, que lhe lançou um olhar desconfiado, enquanto fingia estar muito atarefada com o fogão. — Aposto que já arrumou um bom partido para a Marie, não é mesmo, meu irmão?

— Ainda não, Eugene. Eu quero que a minha filha aprove o seu futuro marido... Então, por hora, nós ainda não temos ninguém em vista. — Walter sorriu, apontando uma cadeira para que o irmão pudesse se sentar. — E quanto a nada ter mudado por aqui... você sabe muitíssimo bem que eu gosto das coisas como elas são, sem precisar de muito luxo e extravagâncias.

— Não é questão de extravagância, Walter, mas sim, de se modernizar, assim como o mundo vem se inovando. — Eugene sorriu de maneira forçada, demonstrando que não gostava da decoração antiga da casa do irmão. — E, aliás, você não quer modernizar a decoração de sua casa, mas pelo visto anda se arriscando a inovar em coisas que não deveria... Se não arrumar rapidamente um marido para a Marie, você corre o risco de ter uma filha solteirona para sempre.

Marie revirou os olhos e quase se queimou no fogão, de tão indignada que estava com o comentário do tio. Mas como não queria atrapalhar a felicidade do pai, resolveu ficar calada e fingir que não havia ouvido as insinuações grosseiras de Eugene.

— Besteira sua, Eugene. — Walter fez um gesto com as mãos, indicando que o irmão dizia bobagens. — Minha filha é jovem, linda e inteligente, então não precisamos ter pressa, pois homens querendo se casar com ela é uma coisa que nunca faltará.

— Isso é verdade, mas não podemos dizer que sempre haverão bons partidos para ela... — ele disse, como se jogasse um mau agouro sobre Marie.

— Por falar nesse assunto... e a Susan, já se casou? Ela e a Marie têm pouquíssimos meses de diferença em idade... — Walter questionou, mostrando que também sabia jogar aquele jogo.

— Ainda não, mas já tenho vários bons partidos em mente. — Eugene fechou o semblante, pois sabia que não poderia mais atormentar o irmão com aquele assunto. — Mas e você, Walter? Não quis mais mesmo se casar?

— Você sabe que não, Eugene. — Ele fechou a expressão, mostrando que não gostava daquele assunto. — O meu coração será para sempre da Rosalie, mesmo que ela já tenha partido para a eternidade.

— Você sabe que não é bom que um homem ande só, não é mesmo? — Eugene questionou, tentando fazer o irmão se ver como um tolo. — A Rosalie morreu já faz dez anos, então já chega desse luto besta!

— Quem decide isso sou eu, e eu estou bem assim! — Walter ergueu só um pouco o timbre de sua voz, impondo a sua autoridade sobre aquele lar. — Mas mudando de assunto: o que te traz até aqui em um horário tão tardio? Aconteceu alguma coisa na sua casa?

Naquele minuto Marie caminhou até a mesa — totalmente em silêncio — e colocou um bule cheio de chá fumegante na frente dos dois homens ali presentes, e em seguida, serviu pão e biscoitos amanteigados, ainda sem proferir uma sequer palavra, pois ela sabia que se abrisse a boca, iria envergonhar o pai, pois iria colocar o tio em seu devido lugar. Então, como respeitava muito a figura de Walter, resolveu engolir a seco tudo o que queria dizer para Eugene.

— Eu fiquei sabendo que você se acidentou recentemente, então resolvi largar o trabalho um pouco de lado e vir ver o meu irmão mais velho. — Eugene sorriu, mas algo em seu semblante parecia extremamente forçado; Marie ainda só não sabia o que era. — Eu também fiquei sabendo que encontrou aqui na região uma mina de safiras totalmente intocada... e que também descobriu uma nova espécie de tulipas, tão azuis quanto um topázio.

— As conversas andam mesmo muito rápido... E, sim, eu me acidentei em meus trabalhos, mas estou me recuperando muito bem... e também é verdade que encontrei uma mina de safiras e uma espécie rara de tulipas azuis, tudo dentro da minha propriedade, que até pouco tempo atrás você julgou não valer nada. — Naquele minuto o tom de voz de Walter mudou de amistosos para ressentido. — Mas saiba que mesmo antes de eu saber da descoberta, eu sempre vi valor nesse lugar, pois o meu conceito sobre beleza e valor é muito diferente do seu, Eugene.

— Eu peço perdão pelas vezes que fui rude contigo, meu irmão. — Eugene tomou uma mão de Walter contra a sua, capturando o olhar magoado do irmão. — Eu amo o movimento da cidade grande, e queria que você gostasse também, mas jamais deveria ter julgado as suas terras, baseando-me unicamente em meus gostos pessoais. — Ao ver que o irmão prestava atenção em suas palavras, ele se apressou em prosseguir. — Eu fiquei tão preocupado contigo, ao saber do seu acidente, que resolvi vir até aqui para trazer um excelente remédio para você, pois esse avançado preparo medicinal é capaz de ajudar a cicatrizar até mesmo feridas de guerra! — Eugene estendeu um frasco âmbar para o irmão. — Por favor, Walter, aceite as minhas desculpas!

Marie estava decidida a se deitar e continuar a leitura que havia começado antes da chegada do tio, mas ao ver que a conversa tinha mudado de rumo, resolveu ficar um pouco mais.

— Eu aceito as suas desculpas, caso as suas visitas não voltem a acontecer uma a cada dez anos! — Walter falou, muito angustiado. — Eu não quero ver o meu único irmão somente quando uma tragédia acontecer. Eu quero poder comemorar as coisas boas contigo também, Eugene!

— Eu prometo que será assim, meu irmão! — Eugene disse, olhando fixamente para o irmão mais velho. — E é justamente a fim de me desculpar pela minha ausência, que eu resolvi tirar umas férias e passar um mês inteiro aqui ao seu lado.

Walter sorriu, pois esperava que Eugene não ficasse mais do que uma noite. Afinal, o irmão nunca havia gostado da vida pacata dos moradores da Vila Valence.

— Eu te perdoo, meu irmão... E a sua presença será totalmente bem-vinda aqui, a qualquer momento. — Walter sorriu, levantando-se e abraçando o irmão mais novo.

Marie resolveu se retirar e dar privacidade aos dois homens ali presentes, que pareciam ainda ter muito o que conversar. Todavia, enquanto caminhava em direção ao aconchego de seu quarto, ela sentiu que havia algo estranho pairando no ar, mesmo que as coisas aparentemente apontassem para outra direção. No entanto, ela resolveu ignorar a sua intuição e ir dormir, pois era natural que não confiasse totalmente em seu tio, depois de toda a sua ausência ao longo dos anos.

Porém, ao se deitar e pegar o seu livro, Marie sentiu que sua alma estava inquieta e que algo a incomodava profundamente, mas que sem saber exatamente o que era, não lhe restava outra alternativa a não ser dormir e esperar pelos acontecimentos dos próximos dias.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro