Esperaram aquela criatura se retirar, até que finalmente saíram daquele local repleto de sangue e metal.
Conforme se afastavam, Felix percebia que estavam indo em direção a sua casa, outro motivo que lhe deixava apavorado, impossível que aquele ser que falava em Inca soubesse onde ele morava, a menos que fosse um stalker maluco ou algo assim.

Felix também não conseguia deixar de perceber, o idioma que ouviu o homem falar era bizarra. Não pareciam palavras, havia soado como uma cachoeira, o som de água batendo sobre uma pedra lisa. Era lindo, porém bizarro.

Okay, pensando bem, havia a chance dele não ser desse planeta. Na realidade, foi a primeira coisa que pensou, mas seria mais realista imaginar um criminoso do que um E.T. logo na floresta que caiu um OVNI, próximo da sua casa.

- እርስዎ በሚቀጥለው ቤት ውስጥ ይኖራሉ ፣ አይደል? መጠለያ እንፈልግ። - o homem murmurou, dessa vez era como se o vento soprasse folhas para longe, era bizarro o quão lindo soava, mas era ainda mais bizarro que não entendia porra nenhuma.

O Lee apenas o seguiu, notando que quanto mais andavam, mais de perto estava seu enorme sítio, percebendo finalmente a casebre de madeira ao fundo, porém não gostou muito quando percebeu algo terrível... Não se lembrava se havia trancado a porta.

A porta estava escancarada, porém havia escapado a imagem dele próprio indo até a fechadura e a trancando. Esteve tão assustado que esqueceu do que fez antes de sair.

O ar pareceu ter escapado de seu pulmão, enquanto suas mãos tremeram. Sentia o suor frio escorrer de sua testa, enquanto o estranho continuava a o puxar na direção de sua casa.
Ela estava iluminada, coisa que também não estava antes, isso ele tinha certeza. Havia saído num breu completo, segurando aquela maldita lanterna mixuruca, porém agora estava tudo aceso. Não ouvia o ventilador, nem o som dos animais, o que o deixou ainda mais apavorado.

Seus olhos saíram finalmente da casa acesa, para o redor, engolindo toda a sua vontade de vomitar ao ver seu galinheiro destruído ao lado de diversos cadáveres do que eram suas galinhas.

Lágrimas finas escorregam por sua bochecha, sentindo um soluço preso em sua garganta. A mão pequena do estranho encostou em seus lábios, assim que o estranho notou que o Lee estava a um passo de chorar. Não sabia se ele era do tipo que gritava ou não, só sabia que era o certo, principalmente quando ouviu os passos ocos cada vez mais próximos.
Cada passo mais alto que o outro, até um grunhido irritante ecoou.

Ele estava emitindo som para localizar sua presa, Felix tinha certeza disso. Porém o que mais lhe desesperava era saber que estavam na mira dele e não conseguia esquivar, não conseguia se mover e sequer conseguia segurar as lágrimas.

*Rick*