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07 - Esclarecimentos


O dia amanheceu quente e agradável. Como se a noite passada não tivesse passado de um sonho ruim. Alice viu que, suas roupas estavam limpas e foram deixadas aos seus pés. O barulho de água num cômodo anexo ao quarto indicava que Catherine estava tomando banho. Uma fisgada no braço esquerdo de Alice a fez olhar para a dobra de seu braço. Deveria ter ferido o braço, acabara não vendo isso, mas alguém vira e fizera-lhe um curativo. Uma batida na porta. Selina entrou com uma bandeja de café da manhã. Um suco de laranja em uma jarra de cristal brilhante, alguns pãezinhos e uma maçã verde.

Sorriu e deixou sobre o criado-mudo. Abriu a janela e uma lufada de ar fresco invadiu o quarto. Ajeitou as cortinas e saiu. Catherine saiu do banheiro enrolada em duas toalhas brancas e comentando sobre como é tomar banho de tina, coisa pela qual ela nunca tinha passado. Terminou de secar-se e vestiu suas roupas, que também estavam limpas e os estragos haviam sido consertados, quase imperceptíveis. Catherine olhou para Alice que olhava para a bandeja sem piscar, pensativa. Estalou os dedos na frente de sua amiga trazendo-a de volta a realidade. Alice calmamente olhou para Catherine.

— Que loucura não amiga?! — Catherine riu passando uma escova em seus belos cachos. — O que será que estarão pensando lá em Itapeva? Será que estão nos procurando?

— É, espero que não fiquem muito preocupados — Alice disse, querendo parecer tranquila. Fez uma pausa. — Ah meu Deus, é claro que eles vão ficar muito preocupados.

— Então a minha amiga Alice é uma bruxa. Isso explica muita coisa não? — Catherine ironizou, como sempre. — Que tal me ajudar com os brincos agora?

— Ah, cala boca — riu Alice jogando um pedaço de pão em Catherine que se abaixou rapidamente. — Agora temos de nos preocupar em como voltar.

— Ou como impedir a Imperatriz! — Catherine parou e cruzou os braços, ficando séria.

— Isso é muito sério. Não temos certeza de com o quê ou quem nós estamos lidando! — Alice sentou-se na cama e jogou os lençóis para o canto. — Precisamos conversar seriamente sobre esse assunto.

— Certo, então conversaremos na sala, agora se vista e termine seu café ou o contrário se quiser — Catherine saiu do quarto dando algumas gargalhadas.

Era realmente inacreditável para Alice crer que sua amiga ria das mais diferentes situações, quaisquer que fossem elas. Tomou um banho rápido. Vestiu-se e foi até a sala. Otávio e seu irmão estavam conversando com Samuel. Ou melhor, o estavam interrogando. Queriam saber se as transformações não causavam qualquer tipo de dano a eles. Samuel negou. Dissera apenas que de vez em quando causava um pouco de desconforto, dependendo do animal que eles decidiam assumir a forma.

— Samuel, eu fiquei me perguntando, vocês disseram ontem que todas as criaturas mágicas existem. Vampiros e lobisomens estão incluídos nessa lista de seres fantásticos existentes? — perguntou Catherine com os olhos brilhando. Sempre amou as histórias que envolviam vampiros e lobisomens. Ainda mais aquelas histórias que via, que envolviam uma garota inocente e um vampiro ou lobisomem num romance.

— Vampiros sim, apenas os lobisomens que não! — respondeu Selina se juntando a eles.

— Mas porque não? — Otávio quem indagou.

— Simplesmente por isso. — Samuel ficou em pé, no mesmo lugar que sua irmã.

Aos poucos, sua pele foi se rasgando e pelos longos e cinzentos foram crescendo no lugar. Seus membros foram crescendo e dando lugar para patas enormes. Caiu de quatro. Grandes olhos azuis riscados com linhas de cor violeta brilharam. Ele se transformou num lobo imenso, devia ter uns dois metros de comprimento e aparentava pesar cento e cinquenta quilos, andou calmamente até Catherine, que estava com os olhos arregalados.

Samuel colocou a cabeça em seu colo, ela um pouco tímida coçou suas orelhas. Ele voltou para o lugar e foi ficando em pé novamente. Os pelos retrocederam. Em certo momento, o híbrido suspendeu a transformação. O rosto ainda continha alguns pelos, seus olhos ainda azuis, mas as pupilas estavam dilatadas. Seu corpo estava com mais músculos que o normal. Metade da cauda havia desaparecido. Dentes afiados e pontiagudos saltavam de sua boca.

Suas mãos adquiriram unhas grossas e afiadas, seus dedos pareciam fortíssimos. Ele sorriu para seus hóspedes que olhavam espantados. Seus caninos brilharam. Soltou um rugido, um uivo ou um ganido, acabou por misturar os três. Otávio dera um pulo. Selina riu com a expressão no rosto deles. Samuel terminou o processo de transformação, voltando à forma humana totalmente. Alex e Otávio aplaudiram e assobiaram. Alice revirou os olhos.

— Aí está o lobisomem minha cara — Samuel riu. — Mais uma vez as histórias geraram boatos. Um híbrido estava com seu filho em uma floresta, ele estava ensinando seu filho como se transformar num lobo. Um grupo de pessoas, que acampava ali perto, acabou vendo a cena e fugiu, assustado. Julgaram que aquela estranha criatura estava atacando o garoto e saíram por aí espalhando a notícia e assim surgiram os lobisomens.

— Agora entendi. — Acentuou Catherine. — Mesmo assim é uma coisa extraordinária.

— Bem, eu ainda estou confusa com essa história de ser uma bruxa — Alice falou olhando fixamente para Samuel.

— Você provavelmente já teve alguma visão ou fez algo que fosse incomum para outras pessoas? — ele levantou uma sobrancelha. Cruzou os braços e sorriu satisfeito ao ver a expressão pensativa de Alice.

— Visões? Alice, você se lembra do vale? Quando me salvou? Você me disse que havia tido uma visão — Alex lembrou-se do acontecido algumas semanas atrás, onde Alice evitou que um galho caísse sobre eles. Ela concordou.

— Alice... Naquela noite em que você dormiu na minha casa — Catherine olhou para sua amiga e deu uma piscadela, e rapidamente Alice lembrou-se da noite em que fizeram o pequeno feitiço, e que sem entender direito, conseguiu materializar um objeto ao qual tanto queria. — Você ficou envolvida numa luz rosada e o mesmo aconteceu naquela noite depois do circo. Quando...

— Quando Alex estava prestes a ser atropelado? — ela perguntou sem realmente ter certeza de tudo isso. Mas sim, ela talvez tivesse certeza. Lembrou-se de quando na sala de espera da escola fizera aquele vaso levitar. Sabia desde o começo, desde aqueles sonhos estranhos, de que algo de muito estranho havia com ela.

— Como vê Alice. Você começou a desenvolver seus poderes, deve estar com quase dezesseis anos? — ele dissera, ela alegou faltar alguns meses, seu aniversário era em outubro. — Entendo, a magia dos bruxos começa a aflorar nessa idade. Alguns até antes. Mas a regra é de quinze para dezesseis, é quando estão aptos para aprenderem a controlar a magia.

— Mas você tem de aprender diversos feitiços e coisas do tipo. Não entendo muito isso. Híbridos não possuem magia, apenas a capacidade de transmutar seu corpo — Selina observou.

— Mas os meus pais são pessoas comuns — Alice afirmou. Queria conciliar a razão de tudo isso estar lhe acontecendo.

— Alice, você não é filha de Alberto e Mônica Demerwick! — Samuel disse objetivo. As palavras atingiram Alice como uma flecha certeira e mortal. — Hã, pelo menos não biologicamente eu quis dizer — tentou desfazer o que havia dito, mas o estrago já havia sido feito.

— Eu sabia, eu sou adotada, minha vida inteira é uma mentira — sua voz misturou-se com o choro.

As lágrimas não mediam esforços em se manterem nos olhos de Alice. Alex abraçara sua irmã, que tremia muito. Selina correra para a cozinha. De lá trouxera um copo com água. Ou foi o que pareceu, pois, o líquido era azul-claro e espiralava dentro do copo.

— Tudo bem, é só um chá especial. Para acalmar os nervos — Selina disse, ao ver os olhos de Alex para a estranha bebida que ela tentava oferecer à Alice. — Alice, por favor, não foi isso que meu irmão quis dizer. O fato é que você foi transportada de um tempo a outro, através de magia. Eu não sei explicar como isso aconteceu, mas o que sei é que você acabou nascendo junto com Alex. Talvez fosse pra isso acontecer.

— Peço que aceite meus mais sinceros pedidos de desculpas Alice — Samuel ajoelhou-se diante de Alice, que havia cessado o choro graças ao chá de Selina.

— Tudo bem, isso não vai mudar minha situação mesmo — ela passou as mãos no rosto. Enxugando as lágrimas amargas. — Posso saber então quem são meus pais verdadeiros?

— Não sabemos muito a esse respeito Alice — disse Selina tristemente. — Há alguns documentos que mencionam alguma coisa sobre você, mas não é muita certeza. Sei que um dos conselheiros possui alguma informação mais precisa sobre o seu passado.

— O importante agora é levá-la até um lugar. Onde há uma pessoa que irá ensinar-lhe algumas coisas. Espero que você possa aprender rapidamente.

— Espera um pouco — Alice disse levantando-se e encarando todos. — Por que eu devo fazer isso?

— Porque é seu destino Alice. Já deve ter ouvido que o bem sempre vence o mal e nesse caso você é o bem. E há outro motivo, a Imperatriz ameaça não só o nosso mundo, mas o de vocês também — Selina olhou para Alice, num ato de súplica. Alice ponderou. — Ela quer expandir seu império, e não vai ser legal. Pelo menos não foi da última vez.

— Eu não sei se poderia Selina. Isso vai contra os meus princípios — ela disse. O rosto refletindo um sentimento que era difícil para Alice ter de esconder. — Ferir outra pessoa ou até mesmo algo pior.

— Alice. Você não precisa fazer se não quiser. Podemos procurar outros meios. — Samuel explicou. Seus olhos fitavam alguma coisa do lado de fora da cabana. — Mas temos de levá-los lá do mesmo jeito. Iremos nos mudar daqui.

Todos olharam de Samuel para Alice. Ela refletiu por um momento. Ficou pensando se essa era uma daquelas situações chamadas de chantagem emocional ou do fator culpa sobre ela. Não soube dizer ao certo qual das duas se encaixava agora. Mas queria descobrir mais sobre seu passado. Como fora parar em Itapeva. Pelo menos nos dias atuais.

Quem eram seus verdadeiros pais. Havia muita coisa para ser esclarecida. Ficou ali pensando, enquanto era aguardada por todos. Otávio batia os pés no assoalho de madeira. Catherine segurou as pernas dele, que se levantou e foi para a cozinha. "É isso Alice. Para saber quem você realmente é, deve fazer o que for preciso!" disse a si mesma. Levantou a cabeça.

— Tudo bem. Eu vou! — seus olhos brilharam, demonstrando confiança. Selina a abraçou e correu para um dos quartos.

— Certo então. Peguem suas coisas e, se puderem levar nossas mochilas, é muito difícil pra gente transportar esse tipo de objeto quando nos transformamos em animais de terra — Samuel exibiu um sorriso discreto. Eles riram também e concordaram.

Os jovens saíram primeiro e aguardaram Samuel e Selina que ficaram despedindo-se da casa onde viveram por tanto tempo. Desceram os degraus da varanda. Selina virou de costas, evitando ver o que seu irmão faria. Ele riscou um desenho no chão. Um pequeno círculo com linhas que o atravessavam de forma irregular. Com uma das lamparinas que iluminavam a casa em mãos, ele suspirou e virou aquele conteúdo sobre o desenho.

Alice viu que aquilo era uma pequena bola de energia esbranquiçada que, ao atingir o centro do círculo virou uma imensa chama vermelho-arroxeada. Ela rapidamente invadiu a porta, varrendo e queimando tudo o que havia no interior da casa. Subiu pelas vigas da varanda, incendiando o teto quase que instantaneamente. Samuel abraçou sua irmã que chorava muito.

Em poucos segundos, o que era uma bela casa de madeira envernizada, agora não passava de um amontoado de cinzas que o vento espalhava pela colina. Catherine passou a mochila de Selina por seu pescoço deixando-a de lado em seu corpo, Otávio foi encarregado de carregar a de Samuel. Alex ficou com uma cesta onde havia alguns mantimentos e Alice ficou com a mochila onde estavam suas roupas e a de seus amigos.

Limpando os olhos Selina deu alguns passos, afastando-se deles. Abaixou-se e foi transformando-se em um corcel. Um belíssimo corcel de pelos brilhosos e castanho-escuros, sua crina agitava-se com o vento. Ela relinchou suavemente, bateu uma das patas dianteiras no chão e indicou que montassem. Otávio e Catherine subiram em seu dorso e seguraram-se firmes. Samuel fez o mesmo, transformou-se em um corcel de pelos alvos e reluzentes.

Alex montou e agarrou-se no pescoço de Samuel, Alice cuidadosamente subiu e segurou-se firmemente em Alex. Ela nunca andara de cavalo, pois tinha muito medo. Samuel bateu fortemente com as patas no chão. Selina relinchou e os dois galoparam para longe da colina.

Eles desciam um caminho de terra que era ladeado pelo mesmo rio que era protegido pela Ninfa. Alice olhou para o interior do rio e pensou tê-la visto nadando e sorrindo em meio aos peixes coloridos. Ao passarem por uma das árvores, vários morcegos saíram voando sobre suas cabeças. Selina relinchou algo para seu irmão que respondeu relinchando novamente.

Ela então tomou outro caminho entre as árvores e desapareceu. Samuel continuou correndo sempre em frente. Alex ficou olhando para o local em que se separaram de seus amigos. Alice se agarrou ainda mais em seu irmão e fechou os olhos, pois estava ficando nauseada com todos aqueles solavancos. Eles pararam por um breve minuto para Samuel beber água.

Aproveitaram também para descansar um pouco, estavam viajando há horas e suas pernas ficaram dormentes. Já com a circulação sanguínea voltando ao normal se puseram a seguir seu caminho. No findar do dia chegaram a uma grande clareira. Uma imensa árvore estava no centro. Ao lado dela um lago refletia o pôr-do-sol. Samuel caminhou até a árvore.

Inclinou-se para que eles pudessem descer. Voltou ao normal espreguiçando-se. Estava um pouco abatido, devido à distância em que se deslocaram. Ele deu duas batidas na árvore que sacudiu seus galhos e folhas. O lago começou a ondular. Algo estava emergindo das águas. Uma bolha de ar flutuou até a margem. Samuel pediu a Alex e Alice que entrassem na bolha, eles se aproximaram olhando para a bolha fina e delicada. Tinham medo de estourá-la com um mínimo toque ou piscar de olhos. Para garantir que era seguro Samuel entrou primeiro. Ele mais pareceu ser absorvido pela bolha de ar e estendeu uma das mãos para Alice que entrou meio desajeitada, Alex entrou em seguida.

A bolha voltou para o ponto de onde emergira e começou a descer, como um elevador. Alice olhou para cima e viu que a superfície do lago ficava cada vez mais longe. O lago era escuro e muito mais profundo do que aparentava.

— É um feitiço que faz o lago parecer raso — Samuel pontuou, como se tivesse lido os pensamentos de Alice.

Ela assentiu e ficou admirando o lago. A bolha de ar os levou até uma pequena montanha no fundo do lago. Alice percebeu que estavam se aproximando da parede da montanha com muita velocidade. Seria um impacto arrasador. Samuel pousou a mão no ombro de Alice, ela olhou para ele que sorriu e sacudiu a cabeça negativamente. Atravessaram a parede sem o menor problema. Do outro lado havia uma esplendorosa casa. Era branca e havia diversas janelas, o que significava que havia muitos cômodos.

Tratava-se de uma imensa caverna, escondida no interior de uma montanha no fundo de um lago muito profundo. No teto da caverna havia grandes chamas brancas que a iluminavam por inteira. Duas grandes cavidades, uma em cada lado da caverna, deixavam entrar o ar que nutria todo o lugar. Algumas árvores cercavam um dos lados. Próximo à casa havia um tapete de grama verde e macio, onde um pequeno animalzinho acinzentado brincava.

Parecia uma espécie de esquilo, mas era mais peludo e tinha um par de asas transparentes que saiam do dorso de suas costas. Ao perceber a presença deles ele voou até o buraco de uma árvore, deixando apenas suas pequenas orelhinhas marrons à vista. Rindo eles entraram. Selina e seus amigos já haviam chegado e os aguardavam na sala de estar da casa.

Um corredor seguia da porta até o fundo da casa, muitas portas estavam dispersas pelo caminho. O interior da casa era tão bonito e sofisticado quanto o lado de fora. Alice e Alex se uniram a Catherine e Otávio que estavam acomodados num sofá branco e muito confortável. Samuel recostou-se no batente da porta e aguardou alguém.

— Onde estamos? — sussurrou Alice para Catherine.

— Em uma casa — Catherine fez uma piadinha. Parou de rir no momento que viu o olhar de desaprovação de Alice. — O.k., Senhorita-Estraga-Prazeres. Estamos na casa de uma grande bruxa, mas ainda não a vi. E já chegamos faz uns vinte minutos.

— Ela já está descendo — disse Samuel aos quatro. — Eu lhes apresento Evanora Verlaine, uma das bruxas mais talentosas de nosso tempo. Ela é uma Conselheira Sênior do Conselho Brasileiro de Magia.

Uma mulher alta e muito elegante desceu as escadas. Tinha longos cabelos negros, que foram trançados de um modo muito elegante e posto de lado. Seus olhos eram também pretos, a sua pele era branca como porcelana e dava para ver o rosado de suas bochechas claramente. Usava um vestido vermelho e um laço branco estava em sua cintura. Ela postou-se ao lado de Samuel e cumprimentou todos com um sorriso e um aceno de cabeça.

— Então você é Alice? É uma honra conhecê-la — sorriu para Alice e abraçou-a num gesto carinhoso.

— Obrigada, para mim também é uma honra conhecer a senhora — Alice disse tímida.

— Ora, pode me tratar pelo primeiro nome, agora nós já nos conhecemos. — Murmurou ela e riu ao completar: — Não quero parecer velha.

— Hã, me desculpe — Alice disse pondo uma das mãos no rosto que ficou vermelho.

— Bobagem — ela sacudiu uma das mãos. — Vamos ao que interessa. Samuel, vocês têm certeza de que não querem ficar?

— Agradecemos sua hospitalidade Evanora, mas temos de ir mesmo. — O híbrido a agradeceu com um gesto cortês. Evanora suspirou tristemente, ele olhou para Alice. — Em breve nos veremos Alice, foi um prazer conhecer vocês. Selina, vamos.

Selina abraçou Alice fortemente, com lágrimas nos olhos. Depois de se despedirem saíram. Alice correu para fora, seguida por Alex e seus amigos. No gramado eles transformaram-se em duas grandes aves azuis e brancas. Evanora acenou com a mão e agitou os dedos envolvendo-os numa pequenina bolha de ar. Os olhos de Alice ficaram marejados com algumas lágrimas, mesmo em tão pouco tempo acabou se afeiçoando aos dois irmãos.

Agora eles estavam indo embora, antes de atravessarem a parede agitaram suas asas e deram um melódico piado, despedindo-se mais uma vez e sumindo através da parede. Evanora cruzou os braços e ficou olhando enquanto atravessavam a passagem com segurança. Do outro lado se transmutaram em animais aquáticos e subiram nadando para a superfície. A bruxa pediu a eles que voltassem para dentro, teriam muito que conversar.

— Alice, Samuel provavelmente já lhe disse que você é uma bruxa muito poderosa. — A garota assentiu de cabeça baixa. — Claro que você ainda não está totalmente preparada para uma batalha. Você deveria ter se matriculado numa escola preparatória onde aprenderia como controlar sua magia com total perfeição, também aprenderia a fazer poções e muitos feitiços.

— Isso é sério? — Alice perguntou, ligeiramente incrédula. — Existe uma escola de magia aqui no Brasil? Ou aqui em Eliann? Eu acho.

— Com certeza, por todo o mundo. No Brasil existem duas escolas de magia, uma no Norte e outra no Sul. Os jovens bruxos de Eliann vão estudar no Brasil, com todas as mudanças que tivemos no Sistema Mágico, essa foi uma das únicas coisas que não foram mexidas. — Evanora respondeu calmamente.

— Mas como ninguém nunca as encontrou? — Catherine perguntou, chegando mais perto para participar da conversa.

— Ora, o que você diria ou faria se encontrasse uma escola cheia de alunos aprendendo magia, incluindo criaturas mágicas que a humanidade julga não existir? — Evanora olhou para Catherine que ficou refletindo.

— Acho que teria enlouquecido ou sei lá? — ela riu.

— Exato. Esse "sei lá" que é o grande problema. Muitas pessoas não compreenderiam e sabe se lá o que fariam. As escolas ficam muito bem escondidas e protegidas. Quem sabe se esse tormento passar você não poderá conhecê-las Alice? — Evanora acenou uma das mãos e uma bandeja de prata materializou-se no ar, com alguns pedaços de bolo de chocolate cobertos com uma superfície cremosa e açucarada. E uma grande garrafa, com um líquido castanho-amarelado. Nas mãos de cada um deles surgiu uma taça de cristal azul. Ela mandou que se servissem à vontade.

— Evanora, pode me dizer se você é a conselheira que tem os documentos que falam sobre o meu passado? — Alice perguntou à bruxa que a analisava atentamente.

— Sinto dizer que não! — ela suspirou. — Mas sei um pouco de sua história.

— O quê exatamente a senhora saberia? — Alex perguntou junto com Alice.

— Bem, todos os registros que fazem referência a você estão no Conselho. Protegidos pelo Sétimo Juramento, mas em algumas vezes eu pude ler alguns deles que passaram em minhas mãos — ela limpou os lábios com um guardanapo após mordiscar um pedaço de bolo.

Seus olhos ficaram sem foco e ela fez tudo que estava em suas mãos desaparecer com um estalar de dedos. Alice quis muito saber o que seria isso de Sétimo Juramento. Não perguntou, apenas continuou ouvindo.

— E nesses documentos, você foi mencionada como a maior bruxa de todos os tempos, maior até mesmo que muitos dos mais antigos bruxos e feiticeiros que já se ouviu falar.

— Tipo como o feiticeiro Merlin? — Catherine perguntou espantada, levantando-se da cadeira rapidamente.

— Ah, você quer dizer Leurin? Merlin é apenas um pseudônimo que ele usou para ficar no anonimato, mas sim, ele também. — Evanora riu e continuou. — Os integrantes do Conselho da época foram avisados de que você iria pôr fim ao reinado de horror e tirania da Imperatriz, quando completasse dezessete anos. Mas ela tentou impedir isso. Ela descobriu onde estavam te escondendo. Não sei responder como ela soube disso e acho que nenhum conselheiro soube ou ainda saiba.

Catherine ficou impressionada e sentou-se novamente.

— E como foi que eu consegui sobreviver até agora?

— Você foi entregue a Morgan Fritz, o bruxo que era líder entre os grandes bruxos da época. Ele conjurou um feitiço que fez você deslocar-se no tempo. E o trocadilho é esperto, mas foi bem a tempo. Poucos segundos após você ser transportada, a Imperatriz surgiu diante deles para tentar te capturar. Uma batalha desencadeou-se entre eles. Com esforço e muito sacrifício conseguiram contê-la. Então prenderam-na numa fenda temporal em um sono profundo, congelada. Como ela despertou e fugiu de sua prisão é um mistério.

— E o que ela pretendia fazer comigo? — questionou Alice chocada, jamais pensou que um dia fosse ouvir que alguém a faria mal.

— O mais provável é que ela tiraria sua vida a fim de que você não a impedisse de construir o seu império sombrio.

Catherine, indignada exclamou:

— Meu Deus, que horror!

Evanora sacudiu a cabeça concordando.

— Entendo. E quando vou aprender a controlar minhamagia? — Alice disse decidida. Se não podia evitar seu destino, o mais certoera aceitá-lo. Evanora sorriu com tal atitude, levantou-se e os convidou paraos fundos da casa.    


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