Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

× Capítulo 01 ×

A DESTEMIDA IRMÃ MAIS VELHA E O MELHOR AMIGO.
"Juro solenemente, não fazer nada de bom!"
Mapa do Maroto - HP

Music: It is halloween - do filme " O estranho mundo de Jack"
Obs: O filme favorito da nossa Alice

• • •

É Halloween!

Uma data comemorativa conhecida também como "Dia das bruxas", a animação e a expectativa são palpáveis. Usaremos nossas fantasias em busca de doces sob a ameaça de travessuras. É algo incrível! Bom, para as outras crianças e para mim ao menos, é sim! Hoje, estou mais feliz do que o normal, pois estou completando meus treze anos! Sim! Hoje é o meu aniversário! E o incrível, não é isso! Eu vou poder aproveitá-lo com a minha irmã! Claro, desde que não lhe desse trabalho, caso contrário, teria que voltar imediatamente para casa.

Na minha frente, terminando de se arrumar, está Anabel! A minha incrível irmã mais velha! Ela, como sempre, está bem animada, ansiosa para sair desde o almoço. Ela, este ano, sairá fantasiada de viking! Uma guerreira forte e incrível! Sem aqueles chifres feios, só a roupa viking mesmo. Está com uma longa trança com alguns fios escapando, como se tivesse realmente brigado numa daquelas lutas muito legais, igual às que vemos nos filmes! Na sua armadura, fizemos arranhões e sujamos com um pouco de terra para que ficasse mais real! Ficou maneiro demais!

Anabel é tão perfeita que, mesmo agora, enquanto sujo as suas bochechas com um negócio marrom, está linda! Engraçado, ela parece ignorar o mundo ao redor, não parece estar ansiosa. Mas eu sei que está animada, pois só eu conheço o lado da Anabel que ninguém conhece. Ou eu só reparo muito nela mesmo. Todos têm muito orgulho da Anabel, madura e controlada. Inclusive eu! Ela parece um arcanjo, mas eu sei que, como um, ela está sempre pronta para guerrear, e isso é para mim uma das coisas mais legais da minha irmã! Como aqueles que lemos sobre, na igreja, eu a vejo brigando pelas coisas erradas, como quando estou na escola e ela vem em meu socorro como uma heroína. Quando crescer, quero ser como ela ou metade do que é! Não parece, mas tem apenas quinze anos! E no Natal completaria dezesseis!

Mamãe e papai sempre dizem que ela foi um lindo presente de Natal. Ela é inteligente, carismática, charmosa, atrevida, altruísta, habilidosa em tudo que se propõe a fazer. Uma velha da vizinhança dizia que ela é um espírito velho, que trouxe consigo a maturidade da vida passada e que talvez tenha sido uma rainha.

Neste momento, viro-me e olho para o espelho, vendo o meu reflexo já não tão animada. Eu? Bom, sou a narradora e protagonista, eu sei. Não sou feia, só não sou tão bonita ou incrível como ela, penso, voltando a olhá-la de soslaio. Ela é como uma flor delicada, eu... sou uma flor do campo.

“Exótica”... É o que diziam quando tentavam ser delicados comigo após tanto elogiar Anabel.

Em minha família, todos são loiros... menos eu. Sou ruiva com cabelos ondulados e sardas em todo meu rosto como se meu rosto estivesse enferrujado. Nariz arredondado, maxilar mais largo e os lábios carnudos. Também não parecia ter treze anos, poderia passar por uma menina mais velha devido aos meus traços não serem tão finos e delicados. Também sou a mais alta da minha classe. Parecer mais velha ou ser mais alta também não me ajudou. Se te falar que meu dia a dia é divertido, bom, é mentira. Como deve ter percebido, minha única Luz é a Anabel.

Segundo minha mãe, sou minha falecida bisavó renascida. Achavam-na estranha e chamavam-na de bruxa. Mas minha bisavó conquistou meu bisavô depois que ela o esbofeteou, brigou com ele como iguais e, na época dela, isso, era um grande problema. Diferente, não é? Minha bisavó era muito à frente do seu tempo e sempre levada pelas emoções. Ou seja, não acho que, quando me comparam com ela, chegue a ser um elogio feliz. Embora ela pareça uma heroína, eu não sou uma. A vida dela também não foi tranquila… ela foi muito perseguida. Também sou e, infelizmente, pelos mesmos motivos.

Mas é exatamente por isso tudo que eu amo a Anabel! Ela sempre diz  “Te amo, irmãzinha! Minha Alice!” sem procurar uma desculpa, sem me comparar com alguém, sem me chamar de exótica. Ela me defende com unhas e dentes, sempre ao meu lado. Seja abraçando, protegendo ou acolhendo... Sempre me chama de ‘linda”. Eu sei, todos dão tanto valor para ela que quase me esquecem no caminho. Sei que por ciúmes ou inveja eu deveria odiá-la! Mas ela é a única que me vê, que se importa. Eu a amo tanto!

Contudo, você deve se perguntar o porquê de eu falar tudo isso como um trem desgovernado. É talvez por ser o único bom assunto ou melhor, meu único assunto. Ah! Sim! A Anabel está de guerreira viking, isso eu já disse. Mas eu estou fantasiada de noiva cadáver! Maneiro, né?! Este é o meu desenho favorito! Eu sei o que está pensando, não bastava ser estranha, a irmã feia, nascer no dia das bruxas, tinha que ser fã do Tim Burton!? Pois é! Quando nasce para ser diferente, não tem como fugir…

Papai e mamãe estão na sala, e posso vê-los quando vou descer as escadas. Estão terminando de arrumar os baldes de doces. Quando, neste momento, a campainha toca, na minha inocência e animação, corro para abrir. Quem será o primeiro ou a primeira a pedir doces este ano?

Ao abri-la dou de cara com um garoto muito lindo e alto! Claramente mais velho que eu e a Anabel, ou da mesma idade, não sei dizer. Com a face esbranquiçada, olhos maquiados de preto, algo em torno da sua boca para aumentar o seu sorriso. Assim que seus olhos azuis chegaram à minha face, ele se surpreende, abrindo um pouco a boca, mas logo abre um sorriso. Sua roupa denunciava exatamente que personagem estava fantasiado. Estava fantasiado de Jack Skellington! Era meu sonho virando realidade?

— Princesa! — exclama, vindo atrás de mim, a Anabel. — O que foi? Quem é na porta? — Assim que o vê, parece ficar um pouco tensa, mas logo relaxa fazendo pouco caso — Ah! É você! Até que fim! — diz ela quando seu olhar chega ao rapaz na minha frente.

É amigo da minha irmã, e o sorriso dele para ela faz com que eu desperte do meu devaneio. Mais um dos encantados apaixonado pela Anabel.

— Desculpe, Bel. Fiquei surpresa em ver o Jack na porta — justifico, usando um dos meus personagens favoritos. Como se isso explicasse tudo e que não fosse nada demais. Somente eu posso chamá-la assim, pois Anabel odeia apelidos, mas como ela me ama, então posso.

Ela sorri, como se entendesse, e então parece lembrar de algo. Vira-se para a mesinha à sua esquerda e mexe no vaso de "Trecos". Ele contém várias coisas: dinheiro, chaves, bolinhas, papeizinhos, elásticos… bom... trecos. Dele ela tira algumas flores de mentirinha. Ela se vira para mim, sorridente e carinhosa, ignorando a presença do visitante. Sob seu encanto, faço o mesmo. Ele deve ser alguém que ela confia, não preciso pensar muito nisso.

— Antes de sairmos, vamos colocar isso, minha linda princesa — diz ela ao prender as flores no meu cabelo. — São de plástico, sempre que quiser usar, poderá! Elas são lindas, assim como você.

Só ela me vê, só ela cuida de mim, só ela me ama e só tenho ela no mundo. No entanto, tiro uma das flores que ela acabou de colocar no meu cabelo e coloco no dela. — Agora, estamos parecidas! — Quando falo isso, ela me abre outro lindo sorriso e isso me basta.

Uma risadinha masculina atrás de nós, nos tira da nossa ligação, nossos olhares voltam ao "Jack", que sorria encostado na porta, com os braços cruzados, ao mesmo tempo que nos olha divertido.

— Lindo este amor fraternal, se não fossem irmãs, juraria que são um casal.

Sinto-me tímida pelo comentário, afastando-me um pouco da Bel. Olho para o chão e levo as mãos diante do corpo, um pouco arrependida. — Ele tem razão, sou a noiva cadáver e você a guerreira viking. Não deveríamos estar assim... tão melosas.

— E o que este babaca sabe das coisas?! — diz ela, puxando-me para um abraço, acolhendo-me e, quando menos espero, começa a me fazer cócegas. Ainda estou me recuperando das risadas, quando me solta e se afasta, já mais séria. Ajoelha-se diante de mim, atuando como um príncipe.  — Hoje, serei teu cavalheiro! Minha princesa, defender-te-ei de qualquer mal! Incluindo aquele ladino ali! — diz ela, referindo-se ao seu amigo. Ladino? O que é um ladino? Por que o chamou disso? Bom, não importa, pois acabo rindo.

O garoto de lindos olhos também ri e, quando meus olhos recaem sobre ele, sinto-me perder no tempo, enquanto minhas bochechas coram. É diferente quando tem alguém de fora. Ele não parece hostil. Ele também é tão bonito quando ri. Ao olhá-lo um pouco mais atenta, noto que o seu olhar não estava sobre mim. Também porque estaria quando Anabel estava ali, brilhando como a estrela que é? Contudo, algo em mim doeu.

Mas como culpá-lo? Como não a amar?! Percebendo que o percebi admirando a minha irmã, ele fica sem graça e tenta reverter a situação. — Vamos aproveitar o Halloween, garotas!

Anabel o olha, faz uma expressão falsa de pouco caso, obviamente brincando com o amigo. — Ah! É mesmo! Você está aí! Quase me esqueci! — termina, gesticulando com a mão.

O rapaz se faz de ofendido, leva a mão ao peito, fazendo o maior drama. — Eu sabia! Sabia que não se importava comigo!

Não aguento e dou risada. Risada que logo depois também toma Anabel e o tal "Jack". Porém nossos risos são interrompidos pela voz do meu pai vindo até nós.

— Ah! Que bom que ainda estão aqui! Quero lembrá-los que devem tomar cuidado com estranhos, fiquem sempre em lugares bem movimentados. Anabel, você é uma moça bonita, tem que tomar cuidado com os outros, alguém pode te drogar para te sequestrar. Não apronte, não quero que nada lhe aconteça, viu minha linda?

— Sim, papai... — Ela não parecia feliz, e eu nunca entendi isso... Queria eu ser tratada assim, pelo menos com este zelo.

— Não deixe sua irmã se perder e não voltem tarde. Sabe que amanhã é dia de ajudar o padre e fazer suas orações. — Ela o olha claramente chateada, fecha com força os punhos, mas abre um sorriso e concorda. Logo se vira para mim com a expressão mais suavizada. — Alice, vamos, minha pequena princesa?

— Sim, Bel! — digo, abrindo um largo sorriso. Contudo meu pai me chama a atenção.

— Alice, não dê trabalho para sua irmã. Qualquer reclamação, não sairá novamente — avisa-me severo, roubando e apagando por completo o meu sorriso.

— Sim, papai... — respondo e abaixo a minha cabeça. Meus olhos ardem e sinto as minhas lágrimas brotando em meus olhos. Será que sou um incômodo? Anabel, pisa firme ao meu lado, entrando na minha frente, entre papai e eu. Segura a minha mão e me tira dali rapidamente.

— Vamos, Alice! Não ligue para o papai — diz ela ao puxar-me, enquanto saímos de casa. — Temos o seu aniversário para comemorar!

• • •  

Esta noite tem tudo para ser inesquecível. Anabel parecia brilhar enquanto guia-me pelo caminho. O sentimento de felicidade parece não ter limites para mim. De um lado a minha irmã,  do outro um rapaz bonito, embora não o conheça, vestido do meu personagem favorito. Em um senso comum, não gostávamos dos nossos próprios vizinhos. Então fomos algumas casas adiante até escolher nossa primeira casa.

Entramos no primeiro quintal e, animada, reparo no primor da decoração do Halloween. Todos os detalhes foram bem pensados. A grama está um pouco seca, como se não fosse regada há algum tempo. Na janela, bonecos de pessoas dão a sensação de que os passantes estão sendo observadas. Cabeça de abóboras com velas iluminando o seu interior estavam caídas de lado, como se tivessem rolado. Teias de aranha pendem do teto  como se a casa estivesse abandonada. A frente da casa está igualmente suja de pó e folhas secas. As madeiras rangem sob o nosso pé, assim como a porta faz um som terrível ao abrir após tocarmos a campainha. Horripilante se não fosse tão maneiro!  

Esta é a casa do senhor Down. Ele, que geralmente é muito animado, nos surpreende vestido de mordomo, um morto-vivo malvado.  Quem diria que esse senhor de idade gosta tanto de Halloween?  Na verdade, quase não o reconheceria, mas, além de ser a casa dele, ao nos ver, ele abre um grande sorriso característico.

Estamos saindo da casa dele com os nossos doces quando um rapaz muito bonito, loiro e forte pisca para a minha irmã. Ele está vestido de Denis, o pimentinha, mas acho que ele está muito bonito para a tal fantasia. Olho para minha irmã e observo  sua reação quando o rapaz para bem no nosso caminho. Vejo-a com cara de poucos amigos e, quando meu olhar recai no tal "Jack", reparo que sua expressão também não é das melhores. No entanto o cara loiro parece ignorar não só o "Jack" como a mim também. Seu olhar está fixo em Anabel.  

— Anabel, acho que o idiota ainda não desistiu... — comenta, num tom mais baixo, o Jack mal humorado.
Minha irmã dá de ombros e passamos por ele como se ele não fosse ninguém.  Não sei a razão de falarem assim, mas parecem mais sérios do que o normal.

Olho para trás, vejo o bonito menino. Halloween é um dia de se divertir, não namorar. Ele não sabe disso? Além disso, se a Anabel o trata tão friamente, ele deve saber que não seria bom ficar em seu caminho, então por quê?  Ele gosta tanto assim da minha irmã ou está perseguindo-a? Talvez seja perigoso. E por que tenho a impressão de conhecê-lo?

A voz de Anabel chama a minha atenção. Sua postura e irritação a deixam parecendo realmente uma guerreira. Mas uma do tipo problemática, talvez, pois ela sorri perversa antes de dizer:

— Será? Se for verdade, veremos o reflexo disto logo... Claro que realmente não me importo, ele não faz meu tipo e é um babaca! — diz ela. Anabel e Jack riem e se entendem. Não é como se precisassem de muitas palavras e isso me causa ciúmes.

Fora esse incidente, a noite correu tranquila. Nossos baldes de doces ficaram cada vez mais cheios. Sorridentes, fizemos algumas travessuras como jogar papel higiênico em algumas casas e árvores daqueles que não íamos tanto com a cara. Quando percebíamos o risco de nos verem, saíamos correndo como se nossa vida dependesse disso, cada um indo para um outro lado, ao mesmo tempo em que ríamos. Depois voltávamos a nos encontrar.

Quando estamos saindo da casa dos Howell, no fim da rua, encontramos a Madeleine. Ela é inimiga mortal da minha irmã e também a minha carrasca, pois adorava me incomodar. Anabel me disse uma vez que Madeleine odiava outras pessoas bonitas, por isso competia com ela e me menosprezava sempre que podia. A chata,  assim que nos vê sorridentes, olha-nos com uma expressão de nojo. De alguma forma, sinto-me errada como se não passasse de um verme. Pessoas como Madeleine têm um olhar ruim para a Anabel também, mas parece que somente eu sou afetada por ela.

Ela foca seu olhar na Anabel, mas logo depois seus olhos caem em mim, um lento sorriso maldoso abre em seus lábios.

— Alice... — diz como se estivesse cantando. — Definitivamente não tinha outra fantasia que combinasse contigo tão perfeitamente. Uma trouxa, enganada e largada no altar?! Parece até uma previsão do futuro! — diz ela rindo. — Patética, assim como você!

— Incrível como conhece bem a animação para tentar diminuir minha irmã com isso, Madeleine. Isso é o que chamo de solidão ou falta do que fazer mesmo — diz Anabel, dando de ombros, fazendo pouco caso da menina. Madeleine, por sua vez, abre bem os olhos e a boca, parecendo ofendida e, quando parece que vai responder, minha irmã volta a falar. — Não gaste saliva, todos nós sabemos como você é tão miserável que persegue uma menina tímida de treze anos.

— Anabel, sua… — começa Madeleine, mas Anabel não permite que ela continue, pois a olha de cima a baixo, notando a sua fantasia, e ri.

— Um anjo, Madeleine?  Sério?

— Te incomoda? Você vai passar a querer mandar em mim, como faz com a cachorrinha da sua irmã? — responde a mal educada, ainda de queixo erguido. — Você pode achar que é muita coisa, mas não é bem assim, Anabel.

— Mandar em você? Lá tenho cara de gente que trabalha guiando gado? Mas um anjo combina muitíssimo com você, assim como uma auréola combina com o diabo. — retruca Anabel, muito séria. E as pessoas que param para nos observar riem. Não entendo direito o que disse, não faz muito sentido… se bem que Lúcifer já foi um anjo, então já foi anjo…

"Jack" parece notar que olho estranho para a Anabel. Ele se aproxima de mim, toca o meu braço, e surpreendo-me. Ele sorri, abaixa-se um pouco e sussurra próximo ao meu ouvido. — Você é daquele tipo de pessoa bem literal, não é? Ela está sendo sarcástica. Não leve ao pé da letra, bobinha.

Eu o olho e sinto o meu rosto todo ruborizar. Eu sou muito lerda. Como eu posso passar vergonha bem na frente dele? Seu olhar é lindo e ele parece um príncipe. Com calma, ele leva a mão à minha cabeça, e o meu estômago revira, então parece pesar uma tonelada enquanto meu coração dispara, e evito o seu olhar de tamanha timidez.

— Acho que a Anabel andou exagerando te super protegendo… Bom, você acabou de fazer treze anos, mas ela está dando uma boa resposta. Fique tranquila.

— HM... Ok — respondo tímida, olhando para o chão. Nunca senti isso, mas parece coisas que vejo em livros. Coisas que definitivamente nunca aconteceriam comigo. Por causa da minha timidez, tento não fazer mais nada vergonhoso.

— Fala você, a dona da razão?  Me poupe, Anabel. Você sabe que você só é uma grande farsa. Somente uma mentirosa… — diz Madeleine.

— Oras, isso era para me ofender? Uma mentirosa reconhece a outra. Mas se você não sabe o que falar, vou te dar motivos para sair da minha frente — diz maldosamente Anabel, dando um passo para frente. — Seu ex namorado mais velho que você se vangloriava. Ele é o mesmo cara que me pediu em namoro e eu, claro, recusei. No entanto, este não é o foco, o foco é que você levou um pé na bunda e precisa de um bode expiatório... Um que não consegue debater com você, certo? Não esperava menos de uma qualquer do time de futebol... Ah! Já que este assunto chegou, sinto muito não ter sido aprovada.

Eu nunca vi Anabel tão nociva. O sorriso que mantém em seus lábios, ca usa-me uma risada que me faz tremer dos pés à cabeça. Eu sei que Anabel está me defendendo. Nos últimos tempos, as perseguições comigo têm sido cada vez mais pesadas. Talvez isso seja culpa de Madeleine, e a minha irmã descobriu.

— Você tramou tudo, forçou falarem mal de mim! — diz ela em defesa, embora ainda esteja furiosa. —  E eles nunca falariam mal de mim, como se eu fosse uma qualquer!

— Será? Você acha que são seus amigos? Você é estranhamente inocente, Madeleine. Acho que é porque, apesar da sua aparência e suas atitudes, é apenas um pouco mais velha que a minha irmã. Jonathan, você, um garoto consideravelmente bonito e popular, pode dizer a ela a tradução dessa "amizade"? — procuro o menino que minha irmã chamava até o "Jack" se pronunciar... Oh! Ele é o Jonathan!

— Anabel... melhor não falar, porque... Não é como se não gostasse de ca… digo, dela… afinal sou um garoto, posso precisar numa noite solitária... — Ele abre bem os olhos e tapa a boca, como se tivesse deixado escapar. — Opa!

— Não precisa de tradução, né? Vamos, Alice. Temos um Halloween para nos divertir. — Sorri divertida. Segura o meu braço e leva-me com ela. Minha mente dá voltas ao lembrar das últimas coisas que a Madeleine fez comigo: sumiu com meus cadernos, empurrou-me para cair na frente de todos na refeitório, jogou tinta vermelha na minha cadeira para que quando eu sentasse, manchasse a roupa. Ela debocha e faz com que eu seja a piada da sala, a excluída da sala. O sentimento de ser odiada por todos ali me consome e algumas lágrimas ameaçam rolar. Sinto um aperto um pouco mais forte no meu braço e meu olhar foca nela. E ela parece brilhar, defendeu-me e fez a Madeleine passar vergonha. Um tanto vingada, meu olhar para a Anabel se torna ainda mais carregado de admiração.  

A MELHOR IRMÃ DO MUNDO!

Como estava perdida em pensamentos, não percebi que ela e o Jonathan “Jack" estavam falando animados e rindo. O meu coração ainda palpita acelerado, mas acho que deve ser porque é um bom rapaz. Ele ficou em silêncio, observando e não saiu  do meu lado. Tratou-me com cuidado como um gentil e paciente… príncipe. Mas ele é dela... Não é? Deixo isso de lado, pois chegamos na próxima casa para pegar alguns doces. Por todo fim de tarde e início de noite, continuamos a nos divertir ao ponto de chegarmos em casa exaustos, mal tiramos as fantasias e caímos na cama em sono profundo.

• • •

Obrigada por ler!
Não deixe de comentar e votar!❤️

Ladino* ladrão

Jack Skellington* é o protagonista no filme da Disney de 1993, “O Estranho Mundo de Jack”, de Tim Burton.

Jack é o "rei das abóboras" de Halloween Town e vive em um mundo de fantasia baseado unicamente no feriado de Halloween.  Fonte: Wikipédia

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro