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C A P Í T U L O 73

A árvore da vida

          ― Não é quem, mas o que há ali.

          Nada mais foi dito, pois acabávamos de fazer a curva e para o meu espanto, uma espécie de jardim se revelava à frente. Sim, um jardim, submerso em uma caverna. Algo tão extraordinário que poderia ser facilmente confundido com uma ilusão óptica, por isso precisei de alguns segundos para acreditar, de maneira que nem notei ter parado até Anton me guiar para fora d'água.

          Das pedras, os meus pés alcançaram um tapete verdejante de soleirolias que imediatamente se agarraram aos meus pés, e da escuridão do túnel, os meus olhos agora percorriam a variedade de plantas exóticas que se alastravam pelo salão cavernoso; de todos os tamanhos, cores e formas, das rosas trepadeiras e as heras que cobriam as paredes, às petúnias negras em meio à cortina de folhagens, às lótus vermelhas e a delicadeza cor de rosa dos corações sangrentos.

          Fechando os olhos, puxei o ar apreciando as fragrâncias doces e tenras misturadas ao aroma terroso. Tudo ali respirava e se movia em uma frequência tão diferente à da floresta de fora e ainda assim de modo tão imperceptível, que era como se o tempo não existisse. Cada suspiro que davam era um sussurro, uma música hipnótica que aos poucos preenchia os meus ouvidos; era um exalar contínuo de força vital envolvendo o meu corpo, me reconhecendo, me tornando parte dela.

          Parecia sagrado demais para ser real, mas ao mesmo tempo, eu vivenciava com cada célula trêmula do meu corpo, sob a minha pele, em minhas veias e em meu ventre. E foi ao pousar as mãos sobre ele que senti, através de pequenas contrações, a mesma vida que vibrava à volta, pulsando inteira dentro de mim.

          ― Reconhece?

          Abri os olhos deixando as minhas mãos caírem. A primeira coisa que notei foi a tímida camada de luz que eu expelia, e então que, sem perceber, eu havia avançado para dentro do jardim e Anton me observava a alguns metros atrás, à sombra de uma reentrância rochosa. Ao ver a incompreensão em meu rosto, ele inclinou a cabeça à frente, levando-me a seguir seu olhar em direção a uma árvore frondosa que parecia dourada sob o feixe de luz que entrava pela abertura no teto.

          O efeito a tornava tão singular que mais uma vez me vinha a sensação solene de estar diante de algo divino. O mesmo algo que senti ultrapassar a minha alma e se intensificar conforme eu assimilava seus galhos cheios, os longos cachos floridos que despendiam deles, o tronco robusto coberto por trilhas de pequenos botões de rosas, estendidas às raízes e ao tapete de soleirolias que cobriam o chão ao redor.

          O calor que pulsava em meu ventre se acentuou alcançando meu peito num tipo de encantamento, uma alegria sem sentido que pressionava meus pulmões e embargava a minha voz. Eu não tinha uma resposta para a sua pergunta, porque alguma parte minha reconhecia, mas os meus olhos e conhecimentos não identificavam aquela espécie.

          ― Não ― sibilei, e o silêncio perdurou por longos segundos antes que eu ouvisse a sua voz.

          ― É a mesma árvore que você projeta nas suas costas.

          Voltei meu rosto para ele, a respiração interrompida e os olhos saltados.

          ― A árvore da vida?

          Anton anuiu, e novamente me virei para a árvore, porque não era possível.

          Céus... céus! Eu a reconhecia! Era a árvore da vida, o símbolo de Aine e uma lenda entre a minha espécie. A primeira árvore erguida por Aileen e Irwin, debaixo de onde tiveram seus filhos, as primeiras fadas, e a qual nunca mais havia sido vista por ninguém durante os cinco milênios que se passaram. Agora eu entendia, a minha reação emotiva a ela e ao lugar ia muito além de uma conexão com a natureza, no entanto, por que justamente ali? Se existiam razões que ligavam a mim ou a qualquer fada àquele lugar, eu desconhecia.

          ― Você... você acha que tem alguma ligação comigo, é isso?

          ― Eu não apenas acho, mas tenho certeza. ― Aproximando-se alguns passos, ele apontou um pouco mais à esquerda da árvore, para uma pedra semicoberta de hera, cujo topo plano lembrava uma mesa. ― Foi ali que Avigayil me mostrou o contrato pela primeira vez. ― O contrato? Há dois mil e seiscentos anos... ― Esse jardim apareceu no segundo em que derramei o meu sangue nele e selei a minha promessa.

          Eu não tinha certeza se realmente balançava a cabeça, parecia mais uma sugestão do meu cérebro lutando para acreditar no que ouvia. Se um trovão tivesse rompido de repente, não teria feito meu coração trabalhar tão forte e descontrolado quanto naquele instante.

         ― No entanto ― continuou ele em sua calma, aproximando-se um pouco mais ―, ninguém além de mim conseguia vê-lo, nem mesmo Avigayil, o que me garantia, além da sua palavra, que não era efeito de alguma magia dela.

          Com a mente em caos e incapaz de distinguir meus próprios pensamentos, recebendo cada nova informação como um soco no peito, eu não sabia o que dizer. Anton parou atrás de mim e, com a delicadeza de uma flor, afastou os meus cabelos para o lado, fazendo-me arrepiar ao tocar os dedos na minha escápula e em seguida deslizá-los pela minha espinha.

          ― Desde o dia em que a vi refletida nas suas costas, confirmei que essa árvore, o jardim, é algum efeito, consequência, mundo paralelo ou seja lá o que for, do contrato.

          A nossa história... tentei dizer, mas a minha voz não saía. A emoção tomava os meus olhos, tudo se embaçou e quando as primeira lágrimas caíram, girei para ele e afundei meu rosto em seu peito, a pressão nos pulmões se tornando insuportável, transformando-se em um choro convulso.

          ― Fada.

          ― Está... está tu-do bem ― assegurei, não conseguindo refrear os soluços.

          ― A sua definição de "bem" é um tanto contraditória. ― Um riso breve se somou ao meu choro. Com o seu pouco tato para tudo que envolvia sentimentos e emoções, dificilmente Anton perceberia que as minhas lágrimas não eram de tristeza. Encaixando as mãos no meu cabelo, ele tentou fazer com que eu levantasse a cabeça. ― Olhe para mim.

          Afastei-me erguendo o rosto e encontrando aquelas íris cristalinas, espelhando sutilmente o excesso de verde que refulgia ao nosso redor. Era nesses momentos, nesses pequenos gestos, quando o meu coração batia tão forte que doía, que tudo fazia sentido e eu descobria o meu lugar, o meu propósito. As imagens se apagavam e eu me entregava àquelas profundezas sem ressalvas, apenas eu e ele.

          ― Obrigada ― agradeci, porque era só o que eu conseguia dizer.

          A nossa história havia começado ali, e para ele podia não ser nada, Anton nem devia ter noção do quanto o seu gesto tinha me deixado feliz, e agora tudo que eu sentia era a mais terna e genuína gratidão. Não só por ele, mas por Aine, pela minha vida e por aquele sentimento sufocante que, a cada vez que eu o olhava, consumia a minha alma.

          ― Obrigada por ter me trazido aqui, significa muito pra mim.

          ― Não me agradeça ― replicou apertando meu corpo ao seu. ― A minha intenção não foi nobre e nem despretensiosa como está pensando.

          Relanceei um olhar indagador a ele, piscando algumas vezes e esfregando o dorso das mãos nas bochechas para livrá-las das lágrimas.

          ― Não? ― o murmúrio confuso saiu antes que eu compreendesse os fatos, o que não demorou a acontecer, pois a maneira como ele grunhiu buscando a minha boca e desdeu a mão espalmada para a minha bunda apertando-me contra aquela ereção convidativa, deixou clara sua intenção.

          ― Me diz que está pronta pra mim ― rosnou, a voz abafada pela sucção dos lábios.

          Apoiei-me em seus ombros, suspirando e retendo todos os sons que quis me escapar ao sentir a necessidade em seus gestos, mergulhando naquele beijo e estremecendo ao perceber o quanto também precisava dele, sempre. Como negar se eu o queria a todo momento?

           ― Pra você sempre vou estar pronta ― sussurrei encaixando meus braços ao redor do seu pescoço, deixando-o me arrastar lentamente, seus passos à frente, os meus para trás.

          Sem cessar o beijo, Anton puxou minhas coxas para cima, e após mais alguns passos, com cuidado me guiou para o chão até o tapete gramado acomodar as minhas costas. Ele se afastou e os meus olhos se abriram para um céu mágico coberto de galhos luminosos e cachos floridos, que muito rápido foi substituído pelo céu transparente daqueles olhos, observando-me impetuosos e cintilantes.

          Suas mãos instintivamente espalmaram-se nos meus quadris, deslizando pela lateral do meu corpo, me sentindo em um silêncio concentrado, suas íris seguindo os movimentos e as pálpebras abrindo e se fechando em sintonia lânguida, sob o efeito de um encanto que recusava gestos bruscos ou dissonantes.

           Novamente aquele fascínio secreto era expresso de forma inconsciente, e novamente inflamava meu coração com fantasias tolas, mas desta vez não as neguei, não me recusei a acreditar. Talvez eu tivesse subestimado a sua aptidão emocional, não que essa ideia significasse que ele estava perdidamente apaixonado, eu poderia estar vendo coisas onde não existiam ou estar afogada nas minhas próprias emoções, mas naquele instante eu não pretendia deixar que as minhas inseguranças corrompessem o momento sendo ele uma fantasia ou não. 

          Era só um momento, um raro e inesquecível momento que eu me permitiria ter. Eu merecia. Merecia sentir, ainda que através de uma ilusão, que ele tinha por mim os mesmos sentimentos que eu nutria por ele.

           ― Você está chorando de novo ― Anton notou, e só então me dei conta das lágrimas que tornavam a escorrer.

          Muito rápido as limpei e, fitando a sua testa franzida, abri um sorriso. A precipitação levou-me a tocar o seu rosto com a pontas dos dedos enquanto ele, em sua introspecção, continuava traçando as minhas curvas lento e carinhosamente absorvendo as emanações do meu corpo, contornando-me até os ombros e subindo como um pincel abrasado pelo meu pescoço e lábios, ainda me analisando à sombra daquela veneração melancólica.

          Mais uma vez me vi hipnotizada pela sua perfeição, desejando grudar o resto do meu corpo ao seu e beijá-lo até perder os sentidos, mas também querendo congelar o momento, querendo perpetuar aqueles segundos em que eu me sentia o seu mundo. A minha mente girava dividida entre o que eu via e as sensações que o seu toque fazia borbulhar em mim; meu coração rebelando-se à cada sentimento emergido, tornando-se maior, mais enervado.

          Sem mais conseguir me conter, inclinei minha cabeça e alcancei os seus lábios. Um projeto de sorriso se formou neles antes que me aceitassem e voltassem a acariciar os meus, desta vez, como se tivessem a intenção de me dizer que estava tudo bem e que ele estava ali, o que só acentuou aquela ilusão conflituosa que tanto me perturbava.

          E como sempre, em segundos o beijo afetuoso e experimental ficou fora de controle e se estendeu à mordidas e chupões. A reverência se tornou respirações aceleradas, mãos sólidas e calor viril, reivindicando o meu corpo. Anton capturou os meus pulsos e os levou para cima da minha cabeça, escorregando a língua pela minha garganta e descendo os dedos de encontro aos meus seios, pesados, com os mamilos tesos desejando o seu toque.

          ― Como consegue ficar ainda mais gostosa à cada vez que te tenho, hum? ― murmurou contornando minhas auréolas com os lábios úmidos e quentes, o roçar vagaroso entrecortando meu fôlego. ― Maldita droga... tão fodidamente gostosa.

          Anton pegou meu mamilo na boca, avaliando a textura com a ponta da língua, umedecendo e tomando-o delicadamente entre os dentes. Uma suave sucção, e a provocação dos lábios e do canino raspando o montículo sensível, em fazendo contorcer.

          ― Amor... ― Inquieta, arqueei as costas oferecendo-o a ele.

          O toque das suas mãos, ardente como a sua língua, se apressava por onde aquelas contrações se acentuavam, espalhando a excitação, inundando. De olhos cerrados, cabeça e braços estendidos para trás, eu fechava os dentes no lábio inferior e me entregava à dominação delas, sentindo-as escorregarem pelo meu abdômen e incendiarem todo e qualquer caminho até o meio das minhas pernas. Quando alcançaram o topo da minha pélvis, parei de respirar, absorvendo o resvalar de dedos mudando de direção e seguindo para a minha virilha.

          Mais que tortura ou dominação, ele me preparava e me sentia como um ritual ao próprio desejo, ainda me levando à sua boca, línguas e presas se revezando em meu tormento, descendo as mãos pelas minhas coxas e traçando de volta o caminho em direção às minhas dobras úmidas, latejando em expectativa.

          Anton levantou os olhos encontrando os meus, e com uma última sucção, deixou meu mamilo escapulir da sua boca, erguendo-se e repuxando um sorriso atravessado. A mão que me acariciava, se afastou e o vazio deixado muito rápido se dissolveu no que parecia a suspensão de tudo à nossa volta. O meu mundo se condensou a ele, tão ausente quanto eu, sentado sobre os calcanhares, entre as minhas pernas, contemplando o meu corpo e a mão abraçando o próprio membro. Empunhando-o para frente, Anton o esfregou em meu sexo, provocando-me um tremor ao roçar a glande na pequena intumescência, movimentos para cima e para baixo a lubrificando com meus fluídos, descendo e se encaixando na minha abertura, devagarinho.

          ― Céus... ― sibilei, interrompida por um ofegar abrupto.

          Mais uma vez o seu olhar buscou o meu com aquela coisa indecifrável que ele dirigia só a mim, um milhão de palavras não ditas, o desejo em erupção me afogando e fazendo-o entreabrir os lábios à cada centímetro em que me abria, tão quente e rígido. A cada batida irrefletida em meu peito, ele avançava mais, o ar suspendia-se e o meu corpo o recebia, trêmulo, ávido. Pés estendidos e pernas oscilantes ao seu redor, mais e mais fundo, até a completa sensação de preenchimento e um som de prazer ressonando de mim e dele.

          Anton se manteve imóvel, túrgido, latejante, e o meu sangue inflamado fluindo para a minha intimidade cheia, pulsando ao seu redor. O suspense, a espera tormentosa, e eu querendo mais, e foi precisando de mais que tensionei meus músculos internos apertando-o dentro de mim e o ouvindo grunhir um "Porra!" enquanto pressionava os olhos. Após um suspiro arrastado, tornou a abri-los e a me encarar com aquelas duas esferas turvadas.

          ― Estou de pau duro desde o momento em que te vi entrar no rio, então vamos com calma, babe. ― Tive vontade de rir, mas me contentei em mordiscar o lábio, maravilhada com o seu tom sofrido. Para provocá-lo, me contraí novamente, de novo, e mais uma vez. ― Caralho, para com isso!

          Desta vez me permiti rir, erguendo a cabeça e dando um selinho em seus lábios.

          ― Quero você, amor ― sussurrei, e tive a ligeira impressão que ali quase foi o seu fim.

          Com um rosnado tão manhoso quanto o meu pedido, puxou o ar com força logo o soltando, e sob um controle que parecia o corroer por dentro, moveu os quadris, calmo, gradual. Um arquejo forçou a minha garganta ante a percepção do abandono deixado quando se retirou, e então a consciência do preenchimento quando voltou a me possuir. De novo e um soluço, de novo e a lentidão dos seus quadris enevoaram os meus olhos.

          ― Abra os olhos ― ele exigiu, e eu que sequer havia percebido tê-los fechado, o obedeci. Anton tinha acomodado as mãos ao lado da minha cabeça, seu corpo suspenso sobre o meu e as pupilas dilatadas de desejo, atentas às minhas expressões quase hipnoticamente. ― Quero que olhe para mim.

          Pousando a mão na lateral do meu rosto, ele fechou o polegar no meu queixo dando ritmo a uma nova sequência de investidas ainda mais lentas, indo mais e mais fundo, sem pressa. Seus músculos dos braços se flexionavam sob os meus dedos, e as sensações se alastravam me desmanchando à cada arrastar calmo, indo e vindo como a languidez de uma chama ondulante, investida após investida reprimida por uma inércia que só a tornava mais e mais poderosa.

           O seu toque, o seu cheiro e a sua calidez comandavam o meu corpo aos poucos, e aos poucos eu ia me tornando mais consciente dele, de mim, da corrente ardente expelida pela minha carne em forma de luz, e das soleirolias agarrando-se à minha pele e subindo pelos nossos corpos. Ambos entorpecidos naquela nuvem de prazer tal qual um sonho, unidos pela vontade de prolongar o momento, eternizá-lo em nossas mentes.

            À cada investida controlada, carregada de emoções, de respirações curtas e olhares reveladores, a ansiedade asfixiava, milímetro a milímetro percorrido, meu ventre se retesava sentindo-o com ainda mais intensidade dentro de mim. Indo e vindo, nos refugiávamos no que tínhamos a receber um do outro, nos redescobrindo em novos detalhes, novos prazeres, que ultrapassavam a necessidade imediata e acalentava desejos mais profundos e menos físicos.

          Não, não era apenas sexo o que fazíamos ali, não era mera satisfação carnal. Se agora eu entendia, diria que aquilo era o que alguns denominavam de fazer amor, e talvez Anton também tivesse percebido isso. Por mais torturante e confusa que fosse, ele parecia apreciar, assim como eu, a simplicidade e a demora dos movimentos. Não precisávamos de mais, porque éramos o instante, o lugar um do outro, éramos a mesma alma concebida para o mesmo destino.

          ― Quero que me olhe assim ― repetiu ele descendo a mão pelo meu maxilar e fechando-a ao redor do meu pescoço, e eu o olhei, não mais como se olhasse para o abismo que era aquele ser, mas como se já estivesse dentro dele.

          Assisti às suas íris, tão límpidas, serem engolidas por um mar de sangue, vívido, devorador, com todos os riscos de uma destruição inevitável, a perversidade e a violência oculta de sua natureza inconscientemente expostos a mim por um segundo. Um curto e único segundo em que consegui ver além da sua excentricidade, consegui ver as suas perturbações, e todas tão parecidas com as minhas. Não entendíamos o que era, o que nos arrastava para aquele vórtice, sendo a única certeza, que não tinha como parar e que não havia volta.

          Foi nesse segundo que percebi, com um certo pânico, que ele não era o único a se expor ali. O cessar dos seus quadris e a expressão transtornada em seu rosto entregava o que ele acabava de descobrir através dos meus olhos. Anton via o que eu sentia, via lá no fundo da minha existência todo o sentimento destinado a ele, mas antes que essa convicção pudesse se assentar e o desespero vir, o instante revelador se desfez, e com a confusão restante, a loucura que eu tão bem compreendia, Anton procurou os meus lábios como a quem precisava de ar.

          A emoção se tornou muito física, muito pungente. As suas investidas voltaram e o toque das suas mãos cobriram a minha carne me aferrando a ele com uma sofreguidão que eu nunca havia visto; entrando e saindo, entrando e saindo, e eu ofegando em sua boca sentindo meu interior se contrair e os seus dedos em meu pescoço se apertar. Em contradição ao desespero do seu beijo, ele continuava a mergulhar com aquele ritmo agoniante, indo e vindo como o fluxo contínuo de um oceano, sucessivas ondas ardentes que se levantavam e se atenuavam em um vai e vem cadenciado, como as ressonâncias de um eco, tocando aquele ponto secreto onde se concentrava o prazer.

          Mais e mais a sua carne se afundava em mim, mais as minhas unhas se enterravam na sua pele e mais eu estremecia sem ar e me entregava àquele caminho sem retorno. Dentro e fora, o destino e o incerto deixando de existir, consumidos pelo presente que era a completude, a perfeição da vida pulsando de um para o outro.

          Um inspirar sonoro, e o expirar trouxe à superfície um gemido engasgado.

         ― Anton... ― E mais uma vez fui tragada de volta para aquele êxtase, minhas contrações o sugando para dentro de mim.

          Por meio instante tudo ficou muito silencioso, suspenso e escuro. Eu sentia apenas a crescente temperatura do meu centro irradiando, então as minhas veias ramificando para fora do corpo e o prazer fluindo em tremores na mesma força da seiva que corria no interior daquelas plantas, pulsando, expandindo. Por um instante me tornei o próprio solo, a própria água, as sementes e o ar. Eu era aquele mundo e ele a mim, um só núcleo, um só nervo em seu limite. Eu era o coração daquele que me preenchia, o prazer em sua face, os espasmos do seu corpo e o reflexo em seus olhos sombrios.

          Ele sabia. Não tinha mais volta, o sentimento havia se tornado intenso demais para não compreender, para negar.

          ― Eu... ― A garganta contraída forçou-me a um último suspiro em que eu não saberia dizer se a confissão que chegava à minha língua se tornava mais que um pensamento. ― Eu...

          Eu te amo, realmente te amo. 

          Essa era a verdade, única, inegável, e a assustadora certeza dessa percepção me abateu com tamanha força, que os meus sentidos já exauridos se apagaram, restando somente a grave vibração de um eco distante.

          "Fada?" 


Falling Free - Eivor



Soleirolia soleirolii


Coração Sangrento



+ 💬 = 💓


Queridas leitoras,

😳 rs...

Esta é a terceira e última parte do capítulo, e não sei se perceberam, mas este é um dos capítulos da saga que mais contém simbolismos. 

Demorei mais para revisar este porque como vocês sabem, minha maior dificuldade são hots. Sempre quando escrevo um, acho que foi o pior que já escrevi, e com esse não foi diferente. Não quero nem comentar, pois estou profundamente decepcionada comigo mesma, e por isso que para manter a minha sanidade mental, estou tentando forçar meu perfeccionismo garganta abaixo e ignorar tudo aquilo que não gosto, afinal, eu preciso sair do lugar!

Finalmente o próximo será um capítulo do Anton, eu ouvi um amém? Amém 🙌. Ele tem me atormentado há muito tempo para se expor, mas não é só a Liz que ele faz tremer, a mim também. Tentei segurar o quanto pude porque os capítulos dele não são fáceis. Ele não é fácil. Os sentimentos que ele me provoca não são fáceis. 

Outra coisa, queria pedir a vocês, fantasminhas, que votem! Sério, é só apertar a estrelinha e podem ter certeza que ao fazer isso, vocês me farão uma autora muito feliz. 

Quanto às demais e maravilhosas leitoras, eu não canso de agradecer o carinho e o amor nos comentários. Reconheço que ando muito displicente em não responder um a um como eu fazia antes, mas as coisas estão se ajeitando e estou tentando reorganizar meu tempo. Mesmo assim, muito obrigada, muito mesmo, por não desistirem de mim. Meu coração é de vocês. ❤️

No mais é isso, sem previsão para o próximo. 


Beijos!😘

Kass Colim 



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