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C A P Í T U L O 36

Veneno delicado

          O tempo passou impercebível, enquanto eu assistia o fluir rumoroso da água fervente para dentro da banheira de mármore. Em um vago rastejar, o vapor subia e se espalhava pelo banheiro como uma bruma densa, atribuindo à atmosfera um aspecto fantasioso de um imaginário há muito tempo desprezado.

          O ambiente passou a me inquietar os sentidos, amalgamado a uma inusitada e contraditória sensação de ausência e existência. Era possível ouvir as ondas acústicas da água abafadas pela névoa crescente, se podia sentir a pressão do ar sobre a pele, e a essência de algas marinhas proveniente da superfície líquida e espumosa da banheira.

          Quente, úmida, convidativa.

          Assim como o veneno delicado que dormia na minha cama.

          Desci os olhos para a minha ereção, ainda estava tenra, desejosa, e definitivamente aquele tipo de banho não me ajudaria a controlar meus impulsos. Ela ainda estava em mim, os seus gestos, o seu beijo, o cheiro do seu corpo, do seu sexo, o aroma da nuvem loira, os seus olhos. Eu ainda a sentia me sugando, a ouvia me chamando e tremendo à minha volta. Por mais que eu tentasse conter, as minhas sensações acabavam me devolvendo as lembranças dos minutos anteriores.

          Maldita compulsão.

          Desliguei a banheira e fui para o chuveiro, a água fria ajudaria a manter-me centrado. Num exalar pesado expulsei o ar apoiando as mãos na parede, a válvula foi aberta e o fluxo gelado caiu cortante. Meus músculos subitamente se adstringiram e o iminente estado de alerta diminuiu parte do conforto, trazendo de volta a sobriedade da minha consciência.

          A verdade era que lidar com o desejo nunca havia sido um problema, uma vez que, jamais tinha chegado a ser uma obsessão. Nada me era significativo, não existiam limites, regras, ou efeitos morais autoimpostos que me impedissem de obter o que eu queria, portanto, ele nunca era atraente o bastante para sustentar o meu interesse por muito tempo.

          Então veio a tempestade, e tornou a minha realidade inverossímil.

          O nosso convívio foi um tecer estranho das sensações mais selvagens e dos desejos mais afiados que fora deteriorando o meu autocontrole aos poucos. Passei da digressão à necessidade de tê-la por perto, e da irritação à excitação constante. Todos os meus esforços para resistir apenas serviram para deixá-la ainda mais tentadora. Mas a quem eu queria enganar, a sensação de algo mal no prazer, a violação, a promessa de escarmento proveniente do pecado, fazia com que a perspectiva de o estar cometendo, o tornasse extremamente sedutor.

          A busca pela satisfação dos desejos sempre foi um dos segredos mais tóxicos da vida, e foi assim, como um narcótico perigoso, que o desejo se transfigurou na minha lucidez, unificou minhas sensações, e se converteu nas minhas necessidades física e mental. Quando percebi, ele havia virado o sangue que me corria pelas veias, o alimento que eu ingeria, o ar que eu respirava, e de repente, não existia mais nada senão aquela maldita e obsessiva tentação. O impulso sexual se tornou mais forte que o psíquico, e quando o desejo superou a razão, meu corpo deixou de obedecer à mente e a minha consciência resignou-se aos prazeres da carne.

          Se tornara inútil tentar esquivar de algo que já havia me consumido.

          Percebi que a tentação loira não era só um caos que chegou me desafiando e desordenando tudo, tampouco apenas uma droga que me alterava a mente por poucos minutos. Ela era como um veneno delicado, daqueles altamente irresistíveis e tão raros, que se fazia necessário experimentar para saber a profundidade dos seus danos.

          "... a única maneira de nos libertarmos desse desejo opressor, é nos rendendo a ele."

          Eu não só havia me rendido, como havia experimentado três vezes. Havia colocado o meu pau na guilhotina, e uma vez descoberta a sensação, me vi ainda mais fodido, obcecado e envenenado do que antes. Não era como se não houvesse o mínimo senso das consequências. Pelo pouco que a fada já havia me causado, eu sabia que poderia não querer me livrar dela por um bom tempo, de tal modo que este era um dos motivos que me levaram a resistir até o meu extremo. Porém, nenhuma linha de raciocínio pode abranger suas dimensões catastróficas, o seu efeito sobre mim, foi ainda mais devastador do que previ.

          Ela era virgem. Virgem, merda!

          Qualquer consciência normal se afastaria de vez para não terminar de destruir a perfeita personificação do etéreo e virginal, mas eu era um filho da puta sórdido, e a mera ideia de ter sido o único a estar dentro dela, me enchia de um prazer profano, o qual me tornara ainda mais ínvido e obsessivo. 

          Três vezes dentro dela não tinham sido suficientes, e era provável que mais cinco, dez ou vinte também não seriam. Eu queria tê-la de novo, de novo e de novo, e iria ter, até que o meu corpo desencarnasse aquele desejo insuportável, e se esquecesse que fora levado à supressão de todos os seus limites por um prazer que nunca nenhuma outra mulher havia conseguido me proporcionar, nem mesmo através das minhas demandas mais torpes.

          Se antes eu não podia expandir diante dela, minhas excêntricas exigências que há séculos a minha mente transformara na minha própria natureza, depois que a tive, sobreveio a peculiar constatação de que com ela os meus métodos haviam deixado de ser uma necessidade substancial.

          Não precisou muito, não precisou nada, eu só precisei dela.

          Tão inocente, mas provida de uma volúpia irresistível e uma intensidade perturbadora. Ela me parecia muito certa do que queria, livre, como se aquilo fosse tudo, como se não pensasse e não sentisse mais nada além de mim. Eu nunca havia presenciado um desejo tão ardente e um esforço tão obstinado vindo de alguém tão inexperiente.

          Durante o sexo, insolitamente comum, toda contradição que éramos se rompeu na comunicação dos nossos corpos. Tínhamos provado ser uma perfeita e completa unidade harmônica que provia um nirvana nunca alcançado, uma sensação de integralidade quase... sagrada.

          Um riso enrouquecido, quase infantil, me arrastou de volta das minhas abstrações fazendo-me deligar o chuveiro e ficar atento aos sons provenientes do quarto.

          ― Parem, vocês fazem cócegas! ― Era a voz da fada, seguida de mais algumas de suas risadinhas.

          Eu só conseguia pensar em quem poderia estar encostando nela.

          Enrolei uma toalha nos quadris e saí do banheiro, encontrando-a ainda deitada na cama virada para cima, perfeita e gloriosamente nua. Da pele rosada fulgurava uma suave luz dourada, entretanto, o mais curioso era a presença de várias borboletas da espécie fantasma sobrevoando o seu corpo. Duas pairaram nos fios loiros esparramados pelo travesseiro, uma ainda lhe subia pelo seio, e outra pela perna, mas a maioria delas se concentravam pousadas sobre a barriga plana.

          O rosto airoso virou-se para mim, e os olhos adormecidos, porém brilhantes, me fitaram com travessura.

          ― Como entraram aqui? ― inquiri parando próximo à cama ainda observando aquela cena singular com um certo fascínio.

          As borboletas pareciam ter se assustado com o tom da minha voz, visto que, rapidamente alçaram voo e saíram batendo suas asas transparentes em direção à porta da sacada. Uma pequena fresta por debaixo da cortina, entre o chão e o vidro, lhe serviram de passagem, e assim, uma a uma, conseguiram escapar.

          Intrigado, caminhei até o local e o analisei melhor. Estranhamente, a fresta por onde fugiram era quase inexistente, e por mais que as borboletas fossem pequenas, era quase irreal que tivessem conseguido passar. Puxei o tecido da cortina para o lado e olhei lá fora, algumas delas pareciam desorientadas, mas seguiam voando em direção ao jardim.

          A única razão coesa que me viera, era que aqueles insetos sempre buscavam a claridade, portanto, haviam sido atraídos para a luz da fada, já que o dia alvorecera em um cinza-escuro. Apesar de ser um pouco mais que seis horas da manhã, o sol ainda não havia despontado e eu suspeitava que não iria. O céu estava encoberto por nuvens condensas, daquelas que prenunciavam um temporal e todo o dia chuvoso, muito embora eu não me recordasse de ter lido sobre a previsão de chuva para aquela semana.

          De qualquer forma, eu gostava de temporais, de tempestades e furacões. Eu adorava tudo que me remetesse ao caos, principalmente, se a tormenta fosse loira, e estivesse na minha cama. Ela havia se sentado, encolhida, e a sua luz não mais refletia através da pele. Seus cabelos estavam bagunçados, um dos braços tentava falhamente esconder os seios fartos, e uma linda expressão de vida intensa emergia de sua delicada face, misturada a uma indecisão que lhe concedia um rubor característico à inocência.

          Merda, e lá estava o meu pau acordando de novo.

          Eu estava fodido, muito mais que fodido, e nem ao menos me importava.

          ― Não vi elas entrarem, eu estava cochilando ― respondeu coçando os olhos lentos e preguiçosos.

          O gesto pueril e a voz dengosa incitaram a minha inclinação mais básica, levando-me a dar um passo à frente, mas me detive no instante seguinte ao perceber as implicações que poderiam sobrevir. Eu estava com sede e precisava de sangue. No meu corpo já se irrompiam os primeiros incômodos, como as extremidades gélidas e parcialmente dormentes. Ela também quase não havia dormido, não tinha se alimentado, e se eu pegasse aquela fada de novo, não a largaria até o outro dia.

          Os enormes olhos azuis piscaram lânguidos assistindo à minha dúvida, e então passaram a analisar o meu corpo com um desvelo especial à minha virilha. Não de uma maneira maliciosa, estava em evidência apenas a curiosidade, mas porra, até o seu maldito jeito ingênuo era sedutoramente enervante.

          Será que ela tinha a mínima noção do efeito daquele olhar sobre mim?

          O sangue que me faltava nos braços e pernas, parecia ter migrado todo para as minhas partes baixas. Inspirei com uma calma quase infactível, não ir para cima dela me exigia um controle incomensurável, mas era preciso conservar a prudência e o bom senso.

          ― Eu... eu preciso de um banho ― enunciou tímida, e o lábio fora parar entre os dentes, uma mania que descobri ser proveniente de alguma insegurança.

          A sua necessidade era mais que oportuna, ela precisava de um banho e eu precisava sair dali quanto antes. Longe dela eu conseguiria me colocar no estado mental adequado.

          ― A banheira está cheia ― avisei enquanto seguia para o closet.

          Antes que mudasse de ideia, me apressei em vestir uma calça e, após colocar uma camiseta, peguei outra para a fada. Ao voltar para o quarto, vi que ela já não estava mais lá, e eu até poderia deixar a roupa na cama, mas na efusão do momento, a impropriedade me fizera ir para o banheiro.

          Detive-me à porta como um voyeur, evitando fazer barulho para apreciar por mais tempo o que se passava na banheira. A fada havia prendido os cabelos para cima; do alto dos seios para baixo, o corpo curvilíneo estava submerso na água; e as suas mãos buscavam a espuma e a levavam até próximo à boca para serem sopradas. À cada bolha que voava, era um sorriso singelo, os olhos emitiam um cintilar puro, e a felicidade era espelhada à cada movimento.

          A minha energia estava oculta e a sua posição não a permitia que me notasse facilmente, o que tornava o momento mais verdadeiro e íntimo. Ela estava sendo apenas ela, em seu próprio mundo, com a sua mania de ignorar o que era grande e exaltar o que era pequeno e simples. E porra, ela se tornava ainda mais fascinante assim.

          Essa simples visão, me deixou mudo.

          Por um segundo, os meus pensamentos e o meu corpo se extinguiram. Entretanto, havia um eco em meu peito que parecia ter sido realçado pela sensação de estupor, mas sobretudo, acentuado pelo que eu via. Ela era realmente linda, e não pude deixar de pensar nas razões pelas quais ainda era virgem. Excesso de timidez não parecia ser o caso, e muito menos frigidez, porque ela havia se revelado um ser facilmente excitável e dotada de uma predisposição sexual tão fremente quanto a minha.

          ― Anton?

          Ela havia me percebido, os olhos alternadamente meigos e penetrantes me miravam assustados, realçando o constrangimento explícito nas bochechas coradas, como aquelas meninas levadas pegas em uma peraltice. Levantei a mão com a camiseta para mostrar o meu propósito ali, e após colocá-la sobre bancada de mármore, caminhei até ela e me sentei na beirada da banheira sustentando a profundidade radiante das suas íris azuis.

          ― Por que você ainda era virgem? ― questionei, e por um momento seus olhos ficaram ainda maiores conforme ela absorvia a pergunta, e então fora a vez dos lábios se abrirem e fecharem sem que o som melodioso da sua voz saísse por eles.

          Desviando a atenção para as mãos que brincavam com a espuma ao redor, ela suspirou e ascendeu os ombros modestamente.

          ― Hum? ― insisti, e seu nariz afilado se elevou junto do olhar desafiador.

          ― Porque eu nunca havia sentido vontade de fazer essas coisas com alguém. ― Arqueei uma sobrancelha ante à conclusão elementar. Ela até poderia estar sendo sincera, mesmo assim, essa explicação me pareceu ser somente uma parte da verdade. ― Acredite, até nisso o destino zombou de mim.

          Apesar da sensação de algo mais, não havia como contestá-la, porque de fato o destino era uma merda. Apoiei minha mão em seu joelho dobrado emergido da camada espessa de espuma, ela me olhou em silêncio e mordiscou o canto da boca.

          ― Então quer dizer que sou o único para quem você já sentiu vontade de dar ― constatei tateando a parte interna da coxa macia, apreciando o modo como seus lábios se entreabriam e o seu olhar atento vigiava o meu movimento.

          ― Você... você tem um linguajar muito... ― escorreguei a mão um pouco mais para baixo, e instantaneamente o seu peito parara de se mover entregando a respiração suspensa ―, sujo.

          Um sorriso tanso quis me assomar espontaneamente, eu tinha que admitir, a sua inocência chegava a ser espirituosa, mas não fora apenas esse o motivo da satisfação. A minha possessividade havia ganhado um bônus, e já não era mais óbvio qual de nós dois estava mais fodido naquela relação.

          ― Responda, fada... ― Era um fato que eu não devia confiar nos meus instintos perto dela, e muito menos no meu controle, mas não resisti ao ímpeto de levar a minha mão ao seu sexo. ― Você nunca havia deixado ninguém te tocar assim?

          Deslizei os dedos pela sua vulva, até lhe capturar o clitóris entre o indicador e dedo médio, e quando o meu polegar começou a escorregar à sua volta em movimentos vagarosos e circulares, ela se agarrou à borda da banheira com força, ressonando um débil arquejo abalado.

          ― Nu... nunca...

          O meu pau começou a latejar, e porra, era para ela estar dormindo, e eu, longe daquele quarto. Tentei compreender por que não conseguia manter nenhum dos meus sentidos longe dela, não que fosse a minha vontade, e sim uma necessidade do momento. Ter as minhas mãos naquele corpo, era uma das sensações mais vivas que eu já havia sentido, e desprender-me da vida que tanto buscava, estava sendo profusamente mais árduo do que julguei.

          Moldei a minha outra mão à sua nuca, aproximei-me e cobri a sua boca com a minha em um beijo incisivo. Ela era doce, ardente e receptiva. Afastei-me para melhor observá-la, seus olhos estavam fechados e os quadris tremulavam absorvendo as minhas carícias exigentes. Sua carne era deliciosamente macia, lisa e sensível, tão agradável ao toque e completamente devotada a mim. Ela não era apenas perfeita, mas tinha o instinto consumado da sedução, o seu corpo era todo uma nota suave, fácil de ser tocado, contemplado e desejado.

          Corri-lhe a língua pela pele vistosa do pescoço, abocanhando o queixo até arrastadas mordidas me guiarem à sua orelha. O cheiro adocicado era um convite tentador, quase irrecusável, ao sangue mais puro e apetecível que eu já havia experimentado. A minha salivação aumentou, mas me contive com uma última mordida leve na carne melíflua, ante a memória dos efeitos daquele veneno em mim.

          ― Então ninguém jamais teve o que tenho ― sussurrei intensificando a pressão dos dedos, os movimentos circulares haviam virado sutis fricções de cima para baixo.

          Ela tremeu e ofegou.

          ― Ninguém...

          A voz embargada refletiu com um gemido sensual, e as sombras avermelhadas se acentuaram em sua face. Os olhos semicerrados eram como poços de desejo, ela estava tão excitada, tão gostosa. O meu dedo entrou fácil em sua vagina, e fora recebido com uma constrição forte, levando-me a um rosnado em consequência da dor pulsante na minha virilha. Raspei minhas presas em sua clavícula, e tão rápido senti sua mão se agarrar à minha camiseta, junto de uma súplica manhosa e arfante.

          ― Entra aqui comigo, por favor...

          Ah, porra. Eu estava quase entrando, o meu pau latente na calça, praticamente gritava para escapar dali e assumir o lugar dos meus dedos. Ela começou a puxar a minha camiseta para cima, e outra vez fora preciso um esforço infinito para não ceder à tentação. Concentrei-me na sede corrosiva, na algidez do meu corpo e na sensação de quase morte. Me prenderia também à cólera, mas incomumente, eu não estava irritado.

          Sangue, eu precisava de sangue bem como queria estar dentro dela, e assim, outra vez, o desejo e a necessidade se mostravam incongruentes.

          Eu não queria fazer nenhuma merda.

          ― Calma. ― Segurei-lhe os punhos com uma mão, e recolhi a outra do seu sexo. ― Preciso que descanse, quero você bem-disposta mais tarde.

          Levantei-me sob a sua expressão indignada.

          ― Mas eu... eu não estou cansada!


Voyeur – do francês, pessoa que sente prazer em observar atos sexuais ou práticas íntimas de outras pessoas. 


Borboleta fantasma



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