Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

C A P Í T U L O 30

Sorriso secreto

          Os meus dedos abraçaram a maçaneta e a puxaram para baixo lentamente, como se o menor dos ruídos pudesse despertar a pior e mais temida das feras. Lancei minha cabeça para fora do quarto perscrutando de um lado a outro à procura de qualquer sinal do Anton. Eu não o havia visto desde quando saíra do seu quarto naquela manhã, e depois da sua ameaça para me impedir de ir ao aniversário do Vincent, todo cuidado era pouco.

          Para o meu alívio, a porta do quarto dele permanecia fechada, não senti nenhum vestígio da sua energia, e não havia qualquer ecoar de movimentação pela casa. Saí do meu quarto devagar para que os meus saltos não fizessem barulho, tomando o mesmo cuidado para fechar a porta atrás de mim. A passos leves, segui pelo corredor escuro em direção à sala que, curiosamente, também tinha todas as suas luzes apagadas.

          Gradualmente, a adrenalina ia tomando conta do meu corpo, fazendo-me sentir como aquelas espiãs ultrassecretas dos filmes de ação, embrenhando-se nos corredores sombrios de uma missão perigosa. Eu já tinha chegado à sala, e a atravessava quando um "fric" seguido do acender das luzes me pegou completamente desprevenida.

          ― Ahhh! ― gritei assustada paralisando no lugar, o único movimento foi o dos meus olhos que instantaneamente se arregalaram para o ser sentado no sofá. ― Não! ― Balancei a cabeça me recuperando do choque inicial e levantei o dedo para ele. ― Você não vai me impedir de ir ao aniversário do seu pai!

          ― Não, eu não vou te impedir.

          ― Você é um... ― O insulto morreu no meio do caminho à medida que a compreensão veio. ― Espera, o que você disse?

          Anton desceu o tornozelo que descansava sobre o joelho, e se levantou elegantemente com seus sapatos sociais sem meias, sob a calça de alfaiataria moderna que demarcavam a maestria das pernas longas, com a camisa e suas singelas nervuras próximas aos botões, e o blazer com detalhes acetinados em suas lapelas e ombros.

          Tudo muito preto, muito sexy e tentador.

          Prendi o ar nos pulmões quando ele deu o primeiro passo até mim, ou talvez fosse o vestido extremamente justo que me impedia de respirar direito, mas não importava. Só sei que quando ele parou à minha frente, eu já podia sentir o meu ritmo cardíaco enervado golpear cada canto do meu corpo.

          Anton não me afetava apenas com a sua bela visão imponente, ele me fazia senti-lo em cada uma das minhas células.

          ― Não vou te impedir, mas vou te dizer o que irá encontrar por lá e o que acontecerá caso insista em ir. ― Apertei a minha bolsa entre as mãos e elevei o meu rosto para acompanhar os oceanos diáfanos que estavam bem próximos e ameaçadoramente voltados para mim. ― Nesse aniversário estarão dezenas dos mais velhos vampiros que existem depois de nós. Todos do círculo de confiança do Vincent, ou seja, nenhum deles me é confiável. Mais da metade irá se curvar por temor a mim, mas ainda existem aqueles que quebrariam qualquer regra, e aceitariam a pior morte só para provar uma única gota do sangue da rainha das fadas.

          Engoli seco, Anton percebeu o gesto e encostou um dedo em minha garganta.

          ― Também há aqueles que tentarão usá-la para me atingir ― prosseguiu, o dedo começou a descer sem pressa pelo meu pescoço, e a sua voz se transfigurou em um som muito cavo e soturno. ― Agora sabe o que irá acontecer, fada?

          Neguei em um meneio quase imperceptível, a apreensão havia enrijecido todos os meus músculos. Anton se inclinou sutilmente para frente e o seu olhar tracejou cada canto do meu rosto antes de pairar sobre os meus olhos, enquanto aquele dedo alastrava pela minha clavícula um queimor que era a combinação exótica de incitação e advertência.

          ― Alguns deles morrerão hoje. ― O seu toque terminou em uma mecha de cabelo, a qual ele levou para trás do meu ombro desnudo. ― Qualquer infeliz que se aproximar de você para tentar me desafiar, encontrará a morte através destas mãos. ― Elevando-as, ele balançou os dedos. ― Vincent ficará muito puto, e eu, satisfeito. ― Anton endireitou o corpo retomando sua postura impecável, e então levou as mãos aos bolsos da calça. A empáfia e o cinismo eram presentes em cada ínfimo movimento dele. ― Então pergunto, você ainda quer ir, fada?

          Maldito, ele estava tentando me confundir, me intimidar, e quase havia conseguido. Quase, porém, a provocação que transbordava em seu semblante me revelou a sua real intensão, e ele estava engando se acreditava que eu me deixaria levar por sua conversinha barata.

          Ele não faria nada disso, faria?

          Anton não era uma pessoa fácil, e a partir do momento em que ele atravessava a sua vida, o caos se estabelecia de maneira inevitável, mesmo que você tentasse se manter alheio, o que era impossível. Eu não era ingênua de acreditar que ele não fizera inimizades ao longo da sua existência, da mesma forma que eu sabia que quem quer que ousasse entrar numa briga com um imortal, estaria sentenciando a própria morte.

          Além do mais, por que pessoas do círculo de confiança do Vincent não seriam da confiança dele? Pelo amor de Aine, eram pai e filho, e ainda havia Eleonora que não me convidaria se houvesse perigo, do mesmo modo era certo que ela não permitiria que pessoas insidiosas frequentassem a sua casa.

          Assim como ele, endireitei o corpo e elevei o queixo.

          ― Falei para sua mãe que iria, e eu irei ― asseverei em tom firme, mas era inegável que Anton conseguira plantar lá no fundo da minha mente a semente da dúvida. O estreitar de olhos que me deu foi discreto e breve, mas ele não falou mais nada, apenas andou até o elevador e apertou o botão fazendo as portas se abrirem, antes de se virar para mim e fazer um gesto para que eu entrasse. ― A propósito, pensei que você não iria.

          Caminhei até ele e entrei no elevador.

          ― Acho que você não entendeu. ― Anton entrou em seguida parando na minha frente. Perto demais, e aqueles olhos me olhando de cima, especificamente para o decote generoso do meu vestido preto. ― Sem mim, você não vai. ― As portas se fecharam e o elevador começou a descer para a garagem.

          Ótimo, agora mais essa. Será que ele tinha noção do quanto soara possessivo?

          Até pensei em perguntar o porquê, mas resolvi deixar para lá, porque eu estava em êxtase por ele ir também, mesmo que uma insignificante parte minha receasse que suas considerações fossem verdadeiras. Era muito provável que eu me sentiria estranha no meio daqueles vampiros sem o principal elo que me ligava a eles, ou seja, sem toda aquela perfeição excêntrica bem à minha frente.

          Tão próximo, tão quente, tão vampiro... a respiração ficava cada vez mais difícil, e eu me perguntava por que ele tinha que ficar tão perto. O elevador não era dos maiores, mas ainda tinha espaço de sobra para que nos mantivéssemos a um passo um do outro, e não praticamente colados. Concentrei-me naqueles olhos lascivos que não paravam de me olhar como se quisessem me devorar, mordi o lábio e pisquei algumas vezes tentando dissipar os pensamentos impróprios que se convertiam para aquele corpo sobre o meu e aquelas mãos em mim.

          Não, não pense nisso, não pense.

          ― Isso tudo é medo que eu me alie a algum vampiro para te prejudicar? ― provoquei, e recebi um lindo sorriso malicioso de lábios fechados.

          ― Você pode tentar.

          Céus, o que aquele vampiro tinha que sempre me deixava à beira de algo que eu desconhecia, mas que sabia que não conseguiria controlar? Ele nem estava me tocando, mas um súbito latejar intenso desceu do meu ventre para o meio das minhas pernas, e eu precisei parar de inspirar para impedir que aquele cheiro de perigo agravasse a minha situação.

          A porta se abriu e Anton foi o primeiro a sair. O acompanhei até um dos seus luxuosos carros esporte, e depois de entrar, esperei até sairmos da garagem para voltar a me manifestar.

          ― Eu jamais faria isso ― assegurei e ele me olhou de lado. ― Não sei o que você pensa a meu respeito, mas saiba que apesar de a nossa relação ser conturbada, não tenho nada contra você e nunca faria nada que pudesse te prejudicar.

          ― Eu sei. ― Olhei bem para ele, eu não esperava por toda essa convicção. Será que ele confiava mesmo em mim? ― Mas é isso que a torna o alvo ideal para eles.

          Eu estava enlouquecendo ou ele pareceu irritado e até mesmo preocupado com essa possibilidade?

          ― Você não deveria ficar feliz com isso? ― Anton voltou o seu lindo rosto para mim, o cenho ligeiramente franzido entregava a confusão. ― Se eles me matassem, você estaria livre da sua promessa e deste casamento.

          Ele curvou um sorriso enviesado e balançou a cabeça.

          ― Tsc, tsc... Não é assim que as coisas funcionam, fada. Ninguém me desafia, e ninguém toca no que é meu. Se algum dia você morrer, será pelas minhas mãos. Além do mais, não sei se você se lembra, mas prometi que a manteria viva.

          O riso me veio irrefreável, porque a sua tentativa de ser legal era tão insana e incongruente quanto tudo relacionado a ele.

          ― Sinceramente, não sei nem o que pensar ― admiti, e o safado sorriu outra vez. ― Não sei se isso foi uma ameaça ou algum tipo de consolação. ― Ou se essa era a sua maneira de dizer que eu era importante para ele de alguma forma. Sorri com o pensamento bobo. ― De qualquer modo, saiba que sei me defender.

          ― Claro que sabe. ― Puro sarcasmo escorreu da sua voz, levando-me a retrair os olhos. ― Você enraivecida usa até os dentes.

          ― Idiota.

          Então ele riu, e eu levei todo o meu autocontrole para não me jogar em cima dele e acabar por fazê-lo bater o carro. No entanto, para a minha sorte, e para a integridade do meu juízo, ele sabia pilotar um carro de forma que quem estava dentro mal percebia a alta velocidade, e assim não demoramos para chegar à casa de Eleonora. Realmente parecia haver dezenas de convidados, pois toda a estrada para além do portão de entrada e boa parte da grama que ficava defronte à casa, estava tomada por automóveis de luxo, assim como ficara no nosso casamento.

          Anton parou o carro nos limites da estrada entre a fonte da escultura de pedra e a larga escadaria que levava à entrada da imponente casa. Um manobrista, que já estava a postos, agilmente abriu a porta e esperou que eu saísse, para então dar a volta e pegar a chave do veículo com o Anton.

          Todo o jardim e a parte frontal da casa estavam iluminados, mas não ofuscavam o brilho da lua cheia que saía por trás das nuvens escuras no alto do céu negro. O clima estava agradável, a brisa fresca com cheiro de orquídeas balançava os meus cabelos, e arrepiavam a minha pele, mas o frio não vinha de fora, e sim de dentro, conforme o nervosismo me preenchia.

           Como eu havia deixado minha bolsa no carro, aproveitei ambas as mãos livres para ajeitar meu vestido. Puxei a barra realocando para um pouco acima dos joelhos, depois me dediquei às finas alças e então ao decote meia taça. Detalhe este, associado à toda aquela compressão que esmagavam as minhas costelas, estavam me fazendo arrepender de o ter escolhido. Certo, era tarde demais para reclamar, apenas inspirei de acordo com que conseguia dentro daquele aperto, e alisei o tecido acetinado. 

          Aparentemente estava tudo em seu devido lugar.

          Alinhei o meu cabelo e elevei os meus olhos encontrando Anton parado com as mãos nos bolsos, me observando atenciosamente. O olhar misterioso só intensificou a minha ansiedade, e me despertou aquele tipo de efusão carnal que fez minhas bochechas arderem e as minhas pernas vacilarem, mas muito rapidamente tentei me recompor.

          Apenas tentei, porque num segundo, ele se aproximou e me puxou pela cintura unindo meu frágil corpo ao seu. Então houve aquele estremecimento prazeroso quando a sua mão se encaixou entre os meus cabelos, e os seus lábios foram friccionados e, lentamente, arrastados pelo meu pescoço. Eu, que não era mais tão boba, aproveitei cada gesto, cada movimento para me aninhar a ele e passar os braços ao seu redor, absorvendo o que podia daquele contato sensual.

          ― Três regras... ― O sussurro chegou quente ao meu ouvido. ― Primeira, não saia do meu lado. Segunda, não converse com quem você não conhece. Terceira e última, nós iremos embora daqui a uma hora e nenhum minuto a mais. ― Afastando a cabeça, ele me olhou nos olhos. ― Entendeu?

          Acenei um sim veemente, e o ar quase me faltou quando o assisti abrir um sorriso e a sua língua passar de um lado a outro no lábio inferior antes de se reter na presa. Aquele com certeza não era um sorriso qualquer, era um sorriso de quem não acreditava que eu seguiria essas regras, ou de quem estava tramando algo, ou até mesmo esperando as coisas darem errado.

          Temi que as minhas impressões estivessem certas, mas não tive muito tempo para refletir a respeito, porque naquele momento, tudo o que eu conseguia pensar era naquela língua dentro da minha boca. E para a o meu deleite que resultou em um gemido baixo, foi exatamente isso que Anton fez, puxando a minha cabeça para si e tomando a minha boca com a sua.

          No segundo em que aquela língua encontrou a minha e aqueles lábios sugaram os meus, só me veio à mente coisas erradas e impuras. Que Aine me perdoasse, mas aquele vampiro era o próprio Senhor do Caos, o próprio fogo do purgatório. Sob o domínio do seu toque, eu só pensava em dar tudo a ele, em sentir tudo dele em lugares que ninguém nunca esteve. Eu queria ser dele, só dele, e eu o queria, o queria tanto que doía e sufocava.

          ― Merda, fada ― o xingamento saiu com um grunhido baixo, desejoso, ao mesmo tempo que as suas mãos apertavam a minha bunda pressionando-me contra a ereção eminente. O formigamento foi intenso e inevitável, sentir o quanto ele me desejava tornava o meu próprio desejo difícil de ignorar. ― Se continuar cravando essas unhas nas minhas costas, juro que te levo embora agora, e te faço gemer no meu pau a noite inteira.

          Engasguei-me com o ar, e ligeiramente diminuí a força dos meus dedos. Quando foi que eu havia enfiado as minhas mãos por debaixo da camisa dele? Ele... ele falava coisas tão sujas, que só me deixavam mais curiosa para experimentar. Céus, onde havia ido parar o meu pudor? Que vergonha! Apoiei minha testa em seu peito tampando o meu rosto e murmurando um "Me desculpa", que terminou em um ofego e um choramingo manhoso, quando senti seus dentes me mordiscando a orelha e a sua mão se enterrando ainda mais na minha bunda.

          ― Não se desculpe pelo que não se arrepende, e muito menos pelo que você deseja. ― Os seus dedos capturaram os meus cabelos e fizeram-me encará-lo. ― É isso que você quer, não é?

          Eu não tinha certeza se ele perguntava sobre irmos embora ou se era sobre entrar para o aniversário do Vincent. Era fato que, dado o estado em que estávamos ali, eu escolheria a primeira opção sem pensar duas vezes, mas não tive tempo de questionar, pois naquele segundo um casal de vampiros se aproximava.

          Em evidente contragosto, Anton me soltou para se virar para eles que já haviam parado a alguns passos de distância como se temessem uma proximidade maior, mas a sua mão ainda permaneceu agarrada ao meu quadril. Provavelmente eu estava um pouco ruborizada, mas só pela dúvida do quanto eles tinham conseguido ver ou ouvir.

          ― Boa noite, Kaiser, Kaiserin ― cumprimentou o vampiro curvando-se para frente, em sucessão, a vampira, e eu me indaguei que raios deveria significar Kaiserin, na verdade, eu nem sabia o que significava Kaiser.

           ― Doubek ― Anton se pronunciou com sua indiferença costumeira, nem parecia que segundos antes ele estava excitado.

          Será que o negócio dele continuava duro? Não dava nem para espiar, aquela nuvem negra de camisa e blazer tampavam tudo. Por todos os Deuses, por que raios eu continuava pensando nisso? Minhas bochechas realmente arderam. 

          Foco, Liz, se concentre nos seres à sua frente.

          Reparando bem, eu já tinha visto aqueles dois no casamento, e foi essa percepção que fez o meu estômago embrulhar. A morena ao lado do vampiro alto e encorpado de cabelos pretos e olhos cinzas, era a tal Elvira que estava acompanhada da ruiva que havia se jogado para cima do Anton. Será que a oferecida tinha ido também?

          ― Imagino que tenha recebido a minha cortesia em seu clã ― Anton falou, e talvez eu tenha sentido uma certo incitamento irônico em seu tom.

          Elvira, que mantinha seu olhar preso ao chão, se encolheu ainda mais, ao passo que o vampiro ao seu lado, ficou mais enrijecido do que antes expondo o desconforto com o comentário. Por alguns instantes, seu olhar perdeu o foco, mas rapidamente ele se aprumou e acordou com a cabeça.

          Aquilo estava estranho.

          ― Somos uma família, mas cada um de nós escolhe o próprio destino. Foi lamentável a perda, assim como também imagino que as motivações para tal fim, foram justas ― declarou o vampiro, e eu não fazia a menor ideia do que falavam. ― O aviso foi recebido, e mais uma vez reitero, seguimos as regras à risca, e jamais iremos fomentar problemas à nossa espécie e muito menos aos seus planos, Kaiser.

          ― É claro que não irão, você é um vampiro sábio, Ephésius.

          A soberba se fez presente em suas últimas palavras, mas se os vampiros perceberam, não demonstraram ou talvez estivessem acostumados com esse comportamento vindo dele. O casal pediu licença e assim continuaram o caminho em direção ao jardim lateral da casa, onde havia sido preparada uma entrada para os fundos.

          Em vez de seguirmos pelo mesmo caminho, Anton me arrastou escada acima para dentro da casa. Todas as luzes do lugar estavam acesas, mas não havia ninguém por lá. O silêncio predominava, e aos poucos ia sendo preenchido pelo burburinho dos convidados, à medida que nos aproximávamos das portas do fundo da sala de estar.

          ― Hora do show, fada.

          Show?


Kaiser – do alemão, imperador.

Kaiserin do alemão, imperatriz.


Ephésius Doubek



+ 💬 = 💓



Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro