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C A P Í T U L O 16

De encontro ao caos

          Eram quase sete horas da noite quando cheguei em casa com a intenção de somente tomar um banho, colocar um pijama e cair na cama. Eu já estava muito perto de fazer isso, mas no momento que abri a porta do meu quarto, me deparei com uma significativa caixa preta em cima da cama.

          Muito estranho. 

          Coloquei a minha bolsa sobre o aparador, e me aproximei do objeto com a mesma cautela daquelas pessoas prestes a desarmar uma bomba. Desfiz o laço vermelho com cuidado e retirei a tampa, encontrando uma espécie de corpete drapeado, escarlate, sobre um amontoado de tecido de igual tom.

          Peguei o cartão preto que estava por cima, o qual sustentava uma linda escrita cursiva com o meu nome, e o abri.

"Sweetie, um presente para 'apimentar' a nossa noite, que será incrível. Uma cortesia de Madeleine ao me ajudar a escolhê-lo. Um vestido de rainha, para uma verdadeira rainha. Espero que goste. Estou demasiado ansioso. XOXO"

Nicolae Skarsgard

          Ah, minha nossa. 

          Eu havia me esquecido completamente do evento, ainda mais depois da confusão que acontecera. Contudo, ao ler aquele bilhete, fui tomada por uma enorme sensação de alívio e paz no coração, como se o simples pedaço de papel fosse a garantia de que o Nick estava vivo. Eu queria muito vê-lo para ter a certeza de que realmente estava tudo bem, e sinceramente, por mais que estivesse cansada, nem me importaria de ir a esse evento com ele.

          Larguei o papel sobre a cama e corri para o banheiro, se ele chegaria às vinte horas como havia me dito, então eu não tinha muito tempo. Foi um pouco mais de uma hora para tomar banho, secar o cabelo e fazer uma maquiagem rápida. Eu já havia colocado uma delicada sandália de salto, dourada, quando retirei o vestido da caixa. Até então, eu nem ao menos o tinha pegado, e fiquei admirada com o quanto era macio e leve, mesmo na parte de cima, que era formada por um corpete tomara-que-caia texturizado por delicados drapeados simétricos, já a sua parte de baixo, era de um tecido esvoaçante ainda mais suave.

          Ao puxar o zíper lateral para colocá-lo, vi que dentro havia uma espécie de collant, e a princípio não percebi o motivo daquilo, o grito chocado que dei só veio depois que eu o vesti. Havia duas fendas, uma de cada lado, que praticamente deixavam o meu quadril à mostra caso eu andasse, e junto dele, aparecia as laterais da minha calcinha.

          Quem teria coragem de usar uma roupa daquela?

          Confesso que era um dos vestidos mais lindos que já havia visto, mas precisava muita coragem para usá-lo.

          Eu ainda assimilava aquele susto quando Rose bateu na porta avisando que o Nicolae já havia chegado. Desesperada, saí de dentro do vestido à procura de outro entre as minhas roupas, mesmo sabendo que não existia a menor possibilidade de encontrar algo que chegasse perto da sofisticação daquela peça.

          Concluí que só havia duas escolhas, ou eu iria com um dos meus vestidos simples e talvez fizesse o Nick passar vergonha ao meu lado, ou iria com aquele vestido vermelho e me manteria parada igual a uma estátua. A verdade era que eu me sentiria desconfortável de qualquer jeito, provavelmente, mais ainda não usando uma roupa apropriada.

          Certo, eu precisava ousar uma vez na vida.

          Retirei a minha calcinha e voltei a colocar o vestido sem ficar olhando muito a parte de baixo, para não perder a coragem. Ajeitei o meu cabelo uma última vez, então peguei a minha bolsa de mão e desci. Já nos últimos degraus da escada, vi a silhueta esguia do Nick envolvida em um elegante smoking preto, parada perto dos sofás. Ele segurava um enorme buquê de rosas cor-de-rosa, e sorria lindamente para mim.

          Caminhei até ele e, sem pensar duas vezes, o abracei.

          ― Nick, você está bem? ― perguntei me afastando, à procura de qualquer arranhão em seu nariz e pescoço. Era bobeira procurar por essas coisas em um vampiro, mas era meio que instintivo, eu precisava ter certeza de que estava tudo bem.

          ― Sweetie, sweetie, se toda surra me render um desses seus abraços, ficarei feliz em apanhar todos os dias ― gracejou ele abrindo um daqueles sorrisos lentos e arteiros.

          Soltei um riso baixo pegando o buquê que me era oferecido.

          ― Bobo, obrigada ― agradeci cheirando as delicadas rosas. ― Elas são lindas.

          ― Não mais que você, minha cara. ― Nick deu um passo para trás correndo os olhos ao longo do meu corpo. ― Devo dizer que fascínio me preenche neste exato momento, você está maravilhosamente deslumbrante, e... ― Seus olhos se afilaram e um sorrisinho malicioso curvou o canto dos seus lábios finos. ― Sexy, muito sexy.

          ― Quase nua, você quer dizer ― falei olhando para baixo me certificando de que as fendas estavam fechadas.

          Nick soltou sua gargalhada costumeira, e não demorou para incorporar sua melhor e expressão ressentida.

          ― Ora, não gostou do meu presente?

          ― Não, não é isso. Ele é lindo, é só que... ― Maravilha, eu já podia sentir o rubor se acentuando em minha face. Que espécie de mal-agradecida eu estava sendo? Nick se dera o trabalho de me dar um presente e eu ainda estava reclamando. ― Ele é muito provocante, só isso.

          ― Não se preocupe, sweetie, você estará em minha companhia. Por certo, irá atrair centenas de olhares, mas não irá provocar ninguém mais, além do meu querido irmão.

          Ah, droga. Não. Não.

          Minha mente se reteve no "meu querido irmão", e muito rapidamente começou a latejar ecos gritantes, me alertando sobre a loucura que eu estava prestes a fazer. Anton fora contundente ao afirmar que, o que fizera com o Nick, fora pela minha aproximação com ele. Naquele momento o problema maior não era o que ele faria comigo, mas sim, o que poderia fazer com o irmão. 

          Com delicadeza, Nicolae pegou as rosas dos meus braços e as colocou na mesinha próxima ao sofá, então segurou a minha mão e a apoiou em seu braço, mas imediatamente me afastei balançando a cabeça nervosamente.

          ― Não... eu não posso, Nick. O Anton pode te machucar de verdade dessa vez, acho melhor...

          ― Mantenha-se calma, sweetie ― interrompeu-me ele num tom muito sereno. ― Anton não fará nada contra mim, ou contra você. Aquele dia ele estava um pouco mais insano do que de costume, e eu o provoquei, porque é isso que eu faço, mas só o faço, porque identifico os seus limites. ― Eu ainda continuava irresoluta, mas Nick buscou a minha mão outra vez, e me olhou nos olhos. ― Confia em mim, o conheço há vinte séculos.

          Ainda que eu tenha visto sinceridade em seus olhos, não consegui evitar a apreensão, porque algo me dizia que ninguém, nem mesmo o Nick, conseguia prever qualquer ação do Anton. Na verdade, eu me sentia presa em uma pluralidade de pensamentos e sensações divergentes. Não queria ir por receio do que poderia acontecer, mas ao mesmo tempo, sabia que não podia deixar o Anton ditar as regras da minha vida, dizendo o que eu devia ou não fazer, ou com quem eu poderia conviver.

          Era preciso impor esses limites, por isso apenas me deixei levar.

          No entanto, eu não podia negar que existia aquele desejo secreto de conhecer um dos ambientes o qual ele pertencia, e quem sabe até mesmo, de vê-lo. Certo, admitir isso era preocupante e constrangedor, ainda que só na minha cabeça, mas era a verdade. Não nos víamos há dois dias, desde o momento em que ele saíra do meu quarto praticamente correndo. Anton estava ainda mais estranho. Depois de tudo que havia aprontado, até conseguira ter alguma conversa comigo, sem que toda ela não tivesse sido apenas uma troca de ultrajes. 

          Segui absorvida em profusos pensamentos até o carro parar em frente a um alto paredão de vidros escuros e espelhados, com uma entrada imponente sustentada por duas colunas de mármore negro, para onde se escorria um longo tapete azul. O lugar estava iluminado e decorado para algo grande e luxuoso, havia seguranças por toda a parte, e também alguns amontoados de pessoas em ambos os lados da aleia que levava à porta de entrada.

          ― Chegamos ― anunciou Nick sorrindo. A porta do lado dele acabava de ser aberta pelo motorista que nos guiara até lá. ― Preparada?

          Não, eu não estava, mas forcei um sorriso e anuí com um gesto sucinto. Ele foi o primeiro a descer do carro, e tão breve me ofertou a mão para me ajudar a sair.

          ― Bem-vinda ao império Skar ― falou ele, e apontou para o prédio à nossa frente. ― Este é o centro de convenções, onde acontecem os eventos de lançamentos da empresa, workshops, palestras educativas e afins. Já aquelas ― Nick mudou a direção da mão para os altos prédios negros que ficavam logo atrás ―, são as Torres Negras. O seu excelentíssimo marido trabalha na mais alta delas.

          Então era ali que o Anton passava os seus dias. Não que eu nunca tivesse ouvido falar daquele quarteirão apelidado de "morte", ou visto aquelas cinco torres. Elas eram imponentes, poderiam ser apreciadas a vários quilômetros de distância e entre os inúmeros outros prédios que existiam ao redor, porque simplesmente eram únicas e chamavam a atenção. Tão estranhas por serem todas negras e soturnas, mas ainda assim, lindas pelo design moderno, exuberante e arrojado. Eu só não sabia que era ali, a tal Skar Technologies.

          Eu ainda olhava para cima quando um flash foi dado, seguido de outro e outro, me deixando parcialmente cega. Nick apoiou a minha mão em seu braço, e me puxou pelo longo tapete azul rumo à entrada enquanto alguns seguranças que pareciam conhecê-lo, se esforçavam para manter os fotógrafos nos limites sobrepostos pelas fitas azuis.

          Acredito que nunca havia me sentido tão exposta em toda a minha vida, e por consequência, tão desconfortável. Nicolae apenas sorria descontraidamente, parecendo se divertir com toda aquela situação, ao passo que eu, estava quase me escondendo atrás dele, forçando a minha mão com a bolsa contra uma das fendas para retê-la no lugar.

          Ainda que parecesse uma eternidade, aquela tortura não demorou mais que poucos segundos. Logo Nick e eu nos encontrávamos no grandioso salão de entrada que, embora também tivesse alguns fotógrafos, estes se mantinham reservados e quietos em um canto, perto de alguns stands de acrílico que expunham alguns tablets, notebooks e celulares.

          Foi impossível não me sentir como se estivesse em algum filme de ficção científica. Havia enormes telas para todos os lados, algumas com o logotipo e nome da empresa ou com o nome IA, outras com algumas propagandas conceituais de muito bom gosto, e ainda existiam imagens de pessoas em terceira dimensão, andando de um lado a outro. Aquilo era intrigante, creio que fiquei um bom tempo observando de boca aberta uma delas, onde uma criança mexia, com o auxílio do pai, em um tablet.

          ― Hologramas ― sussurrou Nick ao meu lado. Ele me mostrou algumas trilhas de pontos no teto, e me explicou que era dali que saiam as projeções. ― Logo mais, poderei elucidar todas as suas dúvidas sobre o que vê, sweetie. Todavia, agora precisamos ir para a apresentação.

          Nicolae me puxou para a porta dupla de metal que ficava na lateral esquerda daquele salão, a qual dava para um gigantesco auditório que estava bem cheio. Acabei descobrindo que ele faria uma breve apresentação para explicar sobre o IA à todas aquelas pessoas. Nos sentamos na primeira fileira, em cadeiras que estavam reservadas. De onde estávamos, não era possível ter uma visão muito ampla, mas ainda assim, corri os olhos pelo local sentindo as variações de energia. Eu podia sentir a mais intensa delas, me comprovando que o Anton realmente estava ali, mesmo que eu não estivesse conseguindo encontrá-lo.

          A minha busca foi interrompida pelo apagar das luzes, e não demorou para que começasse a passar um vídeo no grande telão que ficava acima do palco, com basicamente toda a apresentação do programa. Ao seu fim, um homem, que julguei ser o apresentador, iniciou um breve discurso sobre a ideologia, visão e missão da empresa. Depois falou sobre a qualidade dos produtos comprovando com estatísticas de mercado, e então começou a dar crédito a toda equipe envolvida no desenvolvimento do IA, e foi assim que ele chamou o Nicolae até o palco.

          Nick discursou como nenhum outro, com seu característico jeito galanteador, sempre sorrindo e acenando para todos, sem perder o humor, arrancando risadas, aplausos e até mesmo suspiros de algumas mulheres que estavam na fileira de trás, o que me fez rir. Não tinha como negar, ele era naturalmente charmoso e carismático.

          Após agradecer a atenção, Nicolae se despediu e saiu do palco voltando a se sentar ao meu lado. O apresentador retomou a atenção de todos para, desta vez, chamar por Anton Skarsgard. A maldição era que só de ouvir o nome dele, sentia o meu corpo inteiro esquentar e estremecer. Mais uma vez corri meus olhos pelo lugar, o encontrando já em pé, próximo à primeira fileira de cadeira que ficava do outro lado, a vários metros de distância de onde estávamos.

          O segui com os olhos até o palco, seus movimentos eram ínfimos, elegantes. A sua expressão era firme e calma, que lhe projetava uma aura de poder inquestionável, como se ele fosse um Deus e estivesse acima de tudo e de todos. Foi a primeira vez, naquela noite, que senti o tempo parar. Não era a sua altura ou a sua beleza, e nem mesmo o sofisticado smoking preto que ele trajava, a sua atitude sobressaia a todo o conjunto. Existia aquela coisa de presença, que espelhava a sua soberania e domínio natural sobre as pessoas e o ambiente.

          Quando a sua voz baixa e rouca reverberou pelas caixas de som, senti uma passageira falta de ar conforme meu peito se acostumava com o bater enlevado do meu coração. Anton discursou sobre o Inteligência Artificial e o seu impacto no futuro das gerações, falou também sobre o futuro da Skar Technologies, e sobre os planos e metas para os meses que se seguiriam. Ele foi conciso, direto, prático, e após um rápido "Boa Noite", se retirou do palco sendo aplaudido de pé.

          Depois de avisar que haveria um coquetel, e que todos os produtos estariam disponíveis para a compra no saguão de entrada, o apresentador apontou para a tela com um cronômetro de dez segundos, revelando que ao zerar dele, o IA estaria disponível para download em toda América do Sul, Central e do Norte.

          Nicolae aproveitou esse momento para me retirar dali, antes que virasse um tumulto na hora da saída. Voltamos para o saguão central, onde já havia inúmeros repórteres e fotógrafos a postos, com olhos perseguidores só esperando sua primeira vítima. O vampiro ao meu lado conseguiu atrasá-los com um segurança, à medida que me puxava para longe deles.

          ― Assustada, sweetie? ― indagou Nicolae me observando, e o seu sorriso travesso se abrindo.

          Eu ri, porque estava mais do que assustada com aquilo. Era algo tão longe da minha realidade, e não pude deixar de me perguntar o que eu fazia ali. Francamente, nem compreendia o porquê Nick fizera tanta questão que eu fosse àquele evento. Já estava prestes a respondê-lo, quando um homem se aproximou nos olhando de um jeito esquisito.

          ― Nicolae, como vai? ― inquiriu ele.

          ― Grande Newell, vou bem e você? ― Pude notar o tom zombeteiro na voz de Nick, provavelmente por causa da alfinetada a respeito do tamanho do homem que poderia ser considerado baixo. Precisei de um momento para engolir o riso antes de voltar a respirar.

          ― Estou ótimo ― respondeu ele prontamente, estava fingindo ignorar a piadinha do Nick ou realmente não se importava. ― Tenho que dar os parabéns, estou admirado com o progresso do IA, e que evento, hã? Tão grandioso quanto o de Londres. ― O homem sorriu entusiasmado, e então me olhou, um tanto curioso ou até malicioso. ― Não vai me apresentar a sua acompanhante?

          ― Certamente. ― Nick se virou para mim, e apontou para ele. ― Sweetie, este e Hermes Newell, diretor de engenharia planificada da Skar Technologies Brasil. Newell, esta é Liz Aileen Irwin Skarsgard.

          ― Encantado, senhorita. ― Ele estendeu a mão e eu a segurei em um cumprimento breve.

          ― É senhora, meu caro ― Nick o corrigiu, lhe arrancando uma expressão surpresa.

          ― Não me diga que o maior libertino de todos os tempos, o incorrigível Nicolae Skarsgard, foi finalmente laçado ― falou o homem parecendo satisfeito por devolver a provocação do Nick, fazendo com que ele soltasse uma gargalhada. ― Quando vocês se casaram?

          ― Nós... nós não somos casados! ― apressei-me em corrigir.

          Céus, se pessoas indevidas ouvissem aquilo, eu ia estar bem encrencada.

          ― Claro que não somos casados. A Liz é a minha amante ― brincou Nick com um sorriso de orelha a orelha, fazendo-me entreabrir os lábios e quase perder a percepção do chão sob meus pés.

          ― Quê? ― Olhei horrorizada para o vampiro ao meu lado. ― Não! Não somos, eu sou apenas a cunhada dele.

          O tal Newell compartilhou o riso do Nicolae, mas logo o desfez para me encarar com um brilho compreensivo nos olhos.

          ― Ambos sabemos que o Nicolae adora fazer piadas sobre tudo, no mais, com qual dos irmãos você é casada? ― Eu ainda estava atordoada demais com a piada sem noção do Nick, e não sabia o que responder. Na verdade, sabia, mas não tinha certeza se deveria sair por aí revelando sobre o meu casamento, principalmente para pessoas do círculo de relações do Anton.

          ― Ela é a esposa do Anton ― entregou Nick, e eu tive de me segurar para não dar uma cotovelada nele.

          O homem arregalou os olhos de um jeito que pensei que iam saltar para fora, e no mesmo segundo inventou uma desculpa qualquer, pediu licença e saiu quase correndo. Não entendi aquilo, mas também não falei nada, só fiquei assistindo o Nick se desmanchar em uma risada.

          ― Você ficou maluco? ― falei muito séria, o encarando.

          ― Sweetie, foi somente uma brincadeira.

          ― Uma brincadeira? Nick, isso não é brincadeira. O Anton já não vai gostar de me ver aqui com você, agora imagina se esse tipo de coisa chega aos ouvidos dele, já imaginou a confusão que iria dar?

          ― Há de anuir comigo que seria divertidíssimo. ― Franzi o cenho e estreitei meus olhos balançando a cabeça.

          ― Vou fingir que não escutei isso.

          Nicolae riu outra vez, mas nem prestei muita atenção, pois naquele momento eu já podia sentir o característico frisson que me assolava em todas às vezes que o Anton estava próximo. Antes mesmo que eu pudesse me virar, já podia ver todos os olhares à nossa volta se convertendo para algum ponto atrás de mim, o qual eu tinha certeza de que era ele.

          Virei-me devagar e o vi. Cercado por alguns vampiros que eu nunca tinha visto, e por vários seguranças que afastavam incessantemente os repórteres e fotógrafos.

          Anton era o eixo da curiosidade geral dali. Sim, ele era desses que absorvia toda atenção de cada ser que o cercava, principalmente das mulheres. Pela visão periférica, eu podia ver inúmeras delas o secando com os olhos, tentando chamar a atenção com aqueles sorrisos oferecidos.

          Expeli o ar com força, voltando-me para o Nick outra vez. Não queria ficar assistindo aquilo, não pretendia compactuar com o ridículo instinto primitivo que as mulheres tinham de se sentir atraída pelo homem mais poderoso do local. Eu não era assim, não era nenhuma oferecida. Se ele me atraía tanto, eram por outros motivos...

          ― Nathan Saunders, Diretor de Marketing; Srecko Drazen, Diretor Administrativo; Ron Croft, Diretor Econômico-financeiro; e Francis Wallard, assistente pessoal. ― Encarei Nicolae sem saber do que ele falava.

          ― Como?

          ― Os vampiros que estão ao redor dele, são diretores da Skar. Os que aparentam ser mais velhos são os capachos discretos, enquanto o mais novo é o assistente, capacho assumido.

          ― Ah... ― Dei uma risada, sentindo um pouco daquela tensão aliviar.

          Afastei uma mecha de cabelo do meu rosto, virando-me para olhá-lo mais uma vez, mas só para conferir o que Nick havia acabado de me revelar. Foi então que percebi que eu tinha a sua total atenção, sob o olhar mais quente e feroz que eu já o vira dar. A sua postura rígida era uma guerra com o calor impetuoso dos seus olhos, que se desviavam do meu rosto para o meu corpo, repetidas vezes.


Hermes Newell




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