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C A P Í T U L O 11

Sedutor pacífico

          Por alguns segundos a minha visão não era nada mais do que um grande borrão negro, mas não era preciso ver para saber quem havia entrado ali. Eu não piscava, não respirava, não engolia ou sequer me movia, e somente no segundo em que consegui enxergar aquelas íris azuis, que o meu coração voltou à vida como se quisesse me escapar pela boca, mas logo se contraiu, apertou, e foi diminuindo sob aquele olhar opressor.

          Meus pensamentos se desordenaram e tudo que eu conseguia ver, era aquele vampiro. Cinicamente lindo. Cabelos bagunçados, o blazer com detalhes em couro parcialmente aberto revelando a camiseta por baixo, calça ao estilo destroyed, e aquelas malditas botas selvagens.

          Cada mínimo detalhe do seu corpo dizia que não se devia brincar com ele, e droga, eu estava muito ferrada. Ferrada não pelas consequências que viriam por ter invadido o seu quarto, mas sim, pela percepção de que não era receio, apreensão ou vergonha o que eu sentia naquele momento, era algo muito maior, mais intenso, que eu não conseguia parar ou evitar. A atração estava lá, me corroendo por dentro, se tornando uma imposição, uma carência.

          Ainda mais assustador era perceber que eu estava, de certa forma, feliz... feliz em tê-lo de volta em casa.

          Que droga estava acontecendo comigo?

          ― Oi, Anton ― cumprimentou a Mel passando por ele e depois pela porta.

          ― Olá, Anton ― Sophi repetiu a saudação seguindo o mesmo caminho.

          Aonde elas estavam indo?

         Ainda parado no mesmo lugar, ele não respondeu, e no momento que a Sophi fechou a porta atrás dela, os ruídos do ambiente sumiram como se estivéssemos debaixo d'água e todo cômodo completamente mudo. Um encarando o outro, a tensão misturada ao fascínio fluindo entre nós, tornando o quarto pequeno demais. Dada a sua expressão, eu não saberia dizer o que estava acontecendo ou o que ele iria fazer comigo.

          Anton estava bravo? Surpreso? Ou confuso? 

          Seus olhos, afilados e cintilantes, me mediram de cima a baixo várias vezes, e sério, eu não conseguia pensar quando ele me olhava daquele jeito, pareciam mãos percorrendo e marcando o meu corpo como se quisessem provar o seu domínio sobre mim. Era tão injusto que eu estivesse me tremendo toda enquanto ele mantinha aquela postura fria e controlada de vampiro mau.

          Eu só sabia que não queria sair dali, mas ao mesmo tempo também não queria ficar. Escapar parecia a solução mais fácil e menos devastadora, mas do que de fato eu estava tentando fugir? Dele ou de todas aquelas coisas que estava sentindo? No fundo, meu coração sabia a resposta, só não queria admitir.

          Era preciso fazer alguma coisa. Tentei engolir, mas a minha boca estava seca, então me forcei a parar de tremer sentindo um súbito cansaço tomar conta do meu corpo. Puxei o ar pelo nariz e o soltei devagar, buscando alguma luz no intenso breu que estava a minha mente.

          Com um grande esforço consegui desviar meus olhos dele, e então obriguei minhas pernas a se moverem até a porta.

          ― As meninas queriam conhecer a casa, eu estava tomando banho e quando vi, elas estavam aqui dentro. ― Meus dedos envolveram a maçaneta nervosamente. ― Sinto muito por isso.

          ― O que você pretende fazer com a minha cueca, fada? ― sua voz rouca me atingiu em cheio, fazendo-me paralisar e olhar para a minha mão esquerda.

          Céus, para completar o vexame, eu nem ao menos tinha percebido que os meus dedos continuavam fortemente agarrados à cueca dele. Dei meia volta e, toda sem jeito, a entreguei para ele. Mais do que depressa corri para a porta, mas parei ao ouvi a sua voz autoritária atrás de mim novamente.

          ― Da próxima vez que eu te pegar no meu quarto sem a minha autorização, você não sairá ilesa.

          Babaca. Libertei todo o ar pesadamente sentindo a respiração áspera ferir minha garganta. O que eu queria era dizer que não tinha medo dele e que não me importava com suas ameaças, mas estava tão errada em estar ali, que perdi a razão ou qualquer direito de me defender. Apenas deixei o seu quarto em silêncio, indo direto para o meu.

          Sophi e Mel terminavam de arrumar suas coisas e estavam prontas para ir embora. Acredito que por causa da minha cara, nenhuma das duas se atreveu a comentar ou fazer qualquer piadinha a respeito do que ocorrera. Me despedi delas e assim que saíram, aproveitei para retirar o meu carro da garagem antes que o Anton falasse alguma coisa e acabássemos brigando outra vez.

          Apesar de não achar justo não ter uma das vagas da garagem, eu não me importava em parar o carro perto do portão de entrada. Anton era perturbado demais, desde o começo tudo o que eu tinha feito era confrontá-lo e nunca dera certo, então me restava seguir os conselhos de Avigayil, e tentar uma abordagem diferente. Se eu quisesse tentar me aproximar dele, deveria relevar muitas coisas para evitar discussões desnecessárias.

          Eu tinha consciência das minhas escolhas, e talvez estivesse errada sobre ele e sobre tudo, talvez estivesse procurando por algo que nunca iria encontrar, ou tentando entender o inexplicável. Era um risco que eu sentia a necessidade de correr, portanto, estava disposta a lançar a minha mão no escuro para sentir o que ela me traria de volta.

          Após voltar para a casa, fui arrumar a bagunça que havíamos feito perto da piscina. Juntei o lixo, recolhi a louça suja e levei tudo para a cozinha. Arrumei as almofadas e as cadeiras que estavam espalhadas, e foi sobre uma delas que encontrei o meu celular largado.

          Ao desbloquear a sua tela, me deparei com a foto que Mel tinha tirado, onde eu aparecia da cintura para cima, sorrindo, com o braço sobre os seios. Não havia nada demais naquela foto, a não ser o fato de que eu estava sem a parte de cima do biquíni. Não parecia sensato guardar algo assim, por isso o meu primeiro impulso foi tentar apagá-la, e foi então que percebi que ela não estava na galeria de imagens, mas sim, em um chat de mensagens instantâneas.

          Mel havia enviado aquela foto para alguém?

          Meu coração morreu quando li:

"Maldito"

          Não... não.

          Foto. Legenda.

"Advinha o que estou usando agora..."

          Não, não, não... ela não tinha feito isso.

          Sentei-me na primeira cadeira que apalpei pela frente, porque além das minhas pernas perderem a total capacidade de me sustentar, eu não conseguia enxergar mais nada. Como a Mel havia feito aquilo comigo? Rolei a mensagem outra vez e vi que ela tinha sido visualizada, mas ele não havia respondido, e eu não sabia o que era pior. Céus, eu ainda o tinha encarado dentro do quarto, e provavelmente ele já a tinha visto! Anton acreditava cegamente que eu morria de amores por ele, o que devia estar pensando agora depois daquela foto?

          Eu ia matar Melissa Hierro.

          De um modo impiedoso e cruel.

          Mas primeiro eu precisava tentar amenizar aquela situação. Não era como se houvesse volta, já estava feito, só que ele precisava saber que não havia sido eu. Me coloquei de pé antes que a coragem sumisse, e sem qualquer consciência, saí correndo para dentro de casa, subi as escadas e fui direto para o quarto dele. Bati na porta, e só então me dei conta de que nem sabia por onde começar. De qualquer jeito, na minha cabeça não havia esperanças de que essa conversa não acabasse em outra briga.

          A porta se abriu e aquelas geleiras azuis me fizeram congelar, perder os sentidos e então, estremecer, mas foi o peito nu, a cueca baixa, o volume na virilha e as pernas expostas que arrancaram todo o ar dos meus pulmões. Talvez fosse a deficiência de oxigênio, mas por um momento pensei que iria desmaiar. Deuses, devia ser um pecado imperdoável aquele vampiro andar por aí seminu.

          Fechei os olhos e me virei jogando as costas contra a parede ao lado da porta. Por que... por que eu tinha ido lá? Aquela era a mesma cueca que eu estava segurando? A onda de alguma coisa começou a me sobrepor, junto de um calor insustentável. Me faltava coragem para abrir os olhos, mas eu podia sentir que ele havia se aproximado e se colocado na minha frente.

          Perto, muito perto. Muito quente. Muito perigoso.

          ― Fo-foi...  a Mel ― minha voz falhou, e eu apenas expirei porque se inspirasse aquele cheiro, estaria ainda mais perdida. ― Não fui eu quem te enviou aquela foto.

          Esperei e esperei, mas ele não falou nada.

          Arrisquei abrir os olhos, e sim, ele estava bem na minha frente, com suas incríveis íris glaciais medindo as minhas. Perfeito, com os cabelos molhados, e quase nu. Céus, como eu iria desvendá-lo se ele confundia até a minha habilidade de discernir quem eu era ou deixava de ser; quando ele diminuía o domínio da minha mente sobre o meu corpo e transformava qualquer pensamento em apenas... sensação?

          ― Você... você... não devia andar por aí só de cueca ― gaguejei constrangida, mas incapaz de afastar meus olhos dos seus.

          ― Ah, não? ― disse ele, em uma voz muito baixa e suave, mas letal. ― Eu não posso andar de cueca dentro da minha casa, mas você pode sair por aí enviando fotos nua, com legendas insinuantes.

          ― Eu já disse que não fui eu! ― Anton cruzou os braços fortes, com uma notável desconfiança, mas ao mesmo tempo parecendo interessado em ouvir as minhas desculpas. ― Estávamos na piscina e acabei sendo vítima de uma brincadeira das meninas que soltaram o meu biquíni, foi então que essa foto surgiu. Só agora, quando encontrei meu celular, que vi o que a Mel fez. ― Confesso que ouvindo toda a história em voz alta, realmente parecia ser uma grande mentira. ― Eu simplesmente não vi ela te enviando a maldita foto! ― Tentei me explicar outra vez, mas estava falhando miseravelmente conforme seus olhos entrecerrados me indicavam, e eu já estava ficando nervosa e sem palavras. ― Não que isso seja da sua conta, mas eu não tenho o costume de tirar fotos como aquela e muito menos de sair enviando por aí, e também não me importo se você acredita em mim ou não, o que eu tinha para falar, já falei. Agora faça-me o favor de apagá-la.

          Ergui o queixo e abracei minha cintura buscando esconder o quão trêmula estava. Talvez também estivesse tentando resistir à enorme vontade de tocá-lo. Maldição, ele não precisava ficar tão perto assim.

          ― Hum, e a parte de baixo, suponho que você também estava sem? ― A sua maldita voz saiu num tom ainda mais rouco e provocador.

          ― O quê? ― Meus olhos foram se abrindo além do normal à medida que fui absorvendo o que ele tinha perguntado. ― Não! Não, de jeito nenhum! Por Aine! Que tipo de pessoa você pensa que eu sou?

          Anton apertou os lábios como se estivesse tentando reter todos os sons que pudessem sair por eles, seus olhos se fecharam por um segundo, e quando se abriram, estavam com uma turvação diferente, de divertimento. Não entendi muito bem a sua reação, ou o que quer que estava acontecendo com ele. Apenas assisti o seu peito se encher de ar, e ao se esvaziar, o ouvi limpar a garganta.

          ― Não devia usar biquínis pequenos, fada. ― Anton se virou dando um passo em direção à porta do quarto, mas parou antes de entrar. ― Aquele azul deixa a sua bunda ainda maior.

          O quê? Como ele sabia que o meu biquíni era azul? Na foto não aparecia nenhum pedaço dele.

          ― Como você sabe a cor do meu biquíni? ― Anton me olhou e inclinou a cabeça levemente para o lado de maneira presunçosa.

          ― Talvez eu tenha só arriscado um palpite ou ainda posso ter o dom de sentir as coisas, ou talvez apenas existam câmeras te vigiando o tempo todo. 

          Ótimo, o nível de loucura daquele vampiro só estava aumentando. Ele deu um passo para dentro do quarto, e eu mais do que depressa me virei para não perder o contato visual.

          ― Do que você está falando? Não há câmeras no pátio. ― Anton se virou lentamente, seus ombros se flexionando e definindo à cada movimento quando ele estendeu o braço e segurou a porta.

          ― Há câmeras por toda a parte externa da casa, fada. ― Eu ia abrindo a boca para falar, mas ele ergueu a mão. ― Aquelas imagens que você viu na sala de segurança são apenas as que permito os meus seguranças verem. As outras, somente eu tenho acesso.

          A porta foi fechada, e eu fiquei lá parada olhando para ela, tentando processar aquilo entremeio ao meu estado completamente atônito. Era inegável, quanto mais eu tentava entendê-lo, mais confusa e perplexa ficava. As suas reações funcionavam na base da adivinhação, e cada palavra que saía da sua boca, era um susto, uma incógnita impossível de se prever ou desvendar.

          Quais os outros lugares que haveria câmeras? Ele realmente estava me vigiando? Primeiro ele pergunta se eu usava a parte de baixo do biquíni, e depois me revela que havia me visto pelas câmeras, e se ele havia me visto, então sabia que não tinha sido eu quem enviara a foto. Por que algo me dizia que ele só havia feito isso para me testar e me confundir?

          Anton estava fazendo aquilo de novo, me provocando, tentando me desequilibrar, e conseguindo. Só que os meus planos haviam mudado. Enfrentar e me render aos seus ultrajes, deixou de ser uma opção no momento que não era mais o suficiente. Eu descobriria seus segredos e todas as suas iniquidades, mesmo que fosse para ajudá-lo ou somente para me proteger dele.



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