Como vocês já sabem, a universidade onde estudo é bem grande, e por conta disso tem um ônibus interno pra ajudar na locomoção dos alunos - só pra relembrar vocês disso mesmo.

E esse ônibus nos horários em que as aulas acabam normalmente são um estágio de inferno pra conseguir entrar. São lotados demais, gente em pé quase saindo pelas janelas.

Ele só vai esvaziar na parada final, onde todo mundo desce para pegar os ônibus normais para irem para casa. Inclusive eu, preciso fazer isso para ir pra casa.

Consigo pegar o ônibus interno e nem preciso me segurar em nada nem ninguém pra me manter em pé dentro dele, de tão lotado que aquele maldito estava. Mas como o percurso é curtinho, cerca de cinco minutos, dá pra aguentar.

Finalmente o ônibus chega na parada final e vai aquele turbilhão de gente pra descer. E na parada está um monte de gente que vai se aproximando da porta para poder subir no ônibus e entrar na universidade.

Estou eu, bem tranquila, seguindo o fluxo para sair, quando a pessoa condenada que estava atrás de mim, na pressa de sair, quase sinto a respiração no meu pescoço de tão colada que a pessoa estava. Se pudesse, acho que atravessaria o meu corpo para sair logo.

Estava já na escada, saindo ônibus, quando o infeliz pisa no meu tênis, meu corpo indo na frente e meu pé ficando atrás.

Claro que eu vou caindo pra frente, indo de cara com um rapaz que estava esperando para subir no ônibus. Caímos os dois no chão, igual aquelas comédias românticas.

Sim, ele se comportou e se parecia como os mocinhos de comédia romântica. Lindo de doer as minhas vistas, e me segurou com firmeza, perguntando se eu estava bem enquanto me levantava como se eu não pesasse nada. Minha mocinha de livro de romance ficou em polvorosa e disse que estava bem sim.

Mas aí eu lembrei rapidamente que sou uma moça compromissada e que era pra largar do corpo do rapaz bonito. Perguntei se ele estava bem, e ele disse que não foi nada - minha mocinha de livro fez beicinho na minha mente, mas como ela também ama meu namorado, então se aquietou.

Eu apenas agradeci e me desculpei com o rapaz bonito e soltei uma mandinga pro infeliz que pisou no meu tênis caia de cara no asfalto. Sai o mais rápido possível da parada sem olhar pro rosto de ninguém ao caminhar.

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Parece uma desgraça, mas eu que nunca tinha visto o rapaz bonito na faculdade antes, agora parece que todo lugar que olho, lá está ele... Credo. Nem o nome dele eu sei, estou sempre fugindo dele.