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Em meio a refeição, sem olhar para Aldous, Chase disse:
— Mestre Algos, Epidotes quer lhe ver!
— Nossa! — Aldous arfou. — Ótima forma de acabar com meu apetite, Epifron. Obrigado! — Aldous ironizou, cruzando os talheres no prato e pegando sua taça. — O que ele quer?
— Não sei dizer, meu pai. Nêmesis deixou a mensagem que seu pai queria vê-lo. Quer que eu prepare algo para essa reunião?
— Não... há algo ocorrendo no Oriente? — O mestre indagou.
— Implosão de regimes... Povos se levantar por independência... O caos do coiso, apesar de estar chegando ao fim... Conflitos semitas, mas creio que só — reportou, enumerando conforme se lembrava.
— Houve uma pandemia. — Fitz adicionou. — Calis, Ftisis, Anesiquia e eu trabalhamos junto aos hindus com as nossas almas.
— Isto eu já reportei ao mestre há alguns dias — disse Chase.
— Pois é... o conflito semita são as crianças de Mouses e as crianças de Muhammad de novo!? — indagou Aldous.
— Não sei os pormenores, sei não ser nada a níveis tão perigosos quanto sectos sacros. — Chase riu do descontentamento de Aldous.
— Claro! Alguma caçada santa por aí?
— Desde o último relatório de Calis, não há nada tão grave em curso, mas garantirei de perguntá-lo novamente sobre.
— Não precisa se mover para isso. — Aldous meneou a cabeça. — Era só para saber o que esperar da conversa com o monge... Irei...
— Sim, senhor, mestre Algos. Se precisar de algo, é só avisar que invado a oitava escadaria — sorriu de canto de boca.
— Só peço para lidar com o herdeiro durante minha ausência, por favor. Estudaríamos por ora... e eu avaliaria se já estamos prontos para lidar com um treinamento um pouco mais agitado.
Aldous se escusou para ir ao asseio e partiu com sua lira abaixo do braço. Chase sorriu para Sigmund e ambos, ao fim da refeição, seguiram até o salão principal.
— Bom, o plano vivo é regido por muitas leis e princípios que, no decorrer das eras, foram descortinadas e apelidadas por seus habitantes — disse Chase.
O general sentou à beira dos degraus e dedilhando seu morin khuur. O menino sentou ao seu lado e ele seguiu sua fala:
— O desenvolvimento físico e a lapidação de nossa sinfonia nos permite não precisar obedecer essas leis enquanto estamos no mundo vivo... Isso é particularmente muito fascinante!
— Entendo. — O menino assentiu, curioso.
— É bom conhecer essas leis e princípios para dar inteligência à nossa morte, mas, claro, não é essencial. Observar as circunstâncias onde a física afeta o comportamento social vivo é mais interessante.
Chase começou a tocar uma lenta canção. Foi exótico para Sigmund observá-lo caminhar com o arco nas cordas, algo que ele não tivera contato até ver o general tocando.
— Aqui, nós obedecemos nossas próprias leis e princípios; não voamos por ainda sermos atraídos ao chão, como ocorre com os nativos em seus planos... mas... diferentes corpos, indesejados, não caminharão nos degraus facilmente.
— Algo como um mecanismo de proteção dos degraus?
— Também... os planos se ajustam exoticamente na existência. Aqueles que estão nos inferiores ao nosso terão dificuldades naturalmente... enquanto nós, por estarmos acima, não sofreremos do mesmo efeito ao caminharmos por seu plano natal.
— Faz sentido... mas também há a proteção.
— Com certeza há. Algo que é de responsabilidade das Grandes Sacerdotisas. — O general assentiu. — Enfim... em suma, entender as leis sempre nos permite burlá-las ou, ao menos, dobrá-las à nossa vontade; o que não necessariamente nos permite fugir de nosso anseio por obedecê-las — sorriu, fitando os degraus com paixão.
— Essa é a parte dos estudos com os números? — O menino acompanhou o olhar de Chase.
— Sim, números parecem chatos, mas podem ser interessantes. Por exemplo: o resultado da força atuando em um corpo é igual ao produto de sua massa por sua aceleração, vivos chamam Princípio Dinâmico. Com base nisso, consegue imaginar o som te empurrando?
Com semblante brincalhão, o general o olhou.
— Não... o som é muito leve... eu acho.
— Errado! — riu. — Ondas sonoras podem carregar massa e algo como um intenso tremor carrega bilhões em massa. Podemos fazer algo parecido, quer ver? — cochichando, o general parecia aprontar.
Contagiado, o menino assentiu rapidamente com a cabeça.
O general se concentrou e investiu energia na ponta dos dedos. A energia passeou e preencheu todo o arco tocando as cordas e intensificando o som que deixava o morin khuur.
Sigmund sentiu o som estremecê-lo. Arregalou os olhos e o general continuou, investindo o mesmo nível de energia até que as ondas realmente empurrassem o menino para trás, fazendo-o rir.
Apesar do tom brincalhão, Chase foi cuidadoso, aplicando apenas o necessário para arrastá-lo um pouco e rapidamente cessou para impedir que o menino se machucasse no processo.
— Uau! — O menino sorriu largo.
— Interessante, não!? — O general o indagou. — Quando o mestre voltar, se ele me permitir, fazemos a experiência com o tremor... mas, só se ele deixar!
Empolgado, o menino voltou a assentir rapidamente.
Após captar a atenção do menino, Chase seguiu a conversa sobre a física por trás do som, explicando como funcionava no plano vivo e como funcionava nas escadarias.
Sigmund nem perguntou nada para não atrapalhar a forma extrovertida e divertida que o general usava para ensinar — por histórias, música e alguns exemplos práticos diferenciados.
Passada metade da noite, Sigmund dormiu ali mesmo.
Aldous voltou para casa bem cedo. O general o cumprimentou.
— Mestre, fiquei preocupado... O senhor está bem?
Assustado, Sigmund se levantou, olhando ao redor.
— Sim. — Aldous lhe sorriu. — Bom dia, monge!
— B-bom dia... mestre... Vou ao quarto — disse o menino, olhando na direção dos castiçais. — Acabei dormindo.
— Não se atrase para a refeição, monge! — Aldous o alertou. — Também não se esqueça de não correr!
Sigmund já estava acelerando os passos quando parou de fazê-lo para caminhar mais devagar ao quarto. Ele se banhou, teve sua lição com Althea e não teve pressa para ir à cozinha.
Aldous e Chase permaneceram no salão principal. Apesar do olhar de Chase arguir o mestre constantemente, nada ele disse. Chegado o momento da refeição, ele se levantou para ir à cozinha.
— Você vem, Epifron!? — convidou ao perceber que o general ainda olhava para sua direção, sem fazer menção de levantar.
— S-sim, meu pai! — Chase levantou rapidamente.
— Ainda não usa a bandura. — Aldous mencionou, sem olhá-lo.
— Ainda não sinto que devo — justificou o general. — O senhor sabe, não!? É... complicado! — falou sem jeito.
— Não se preocupe. — Aldous riu. — Estava ponderando deixá-lo curioso pelo resto do dia para melhorar seu humor.
— Nem é justo, mestre Algos! — Chase riu de nervoso. — Está aprendendo a ser chantagista com Epidotes?
— Deve ser contagioso — brincou, gargalhando.
Quando chegaram à cozinha a mesa já estava servida.
As gêmeas estavam à mesa, bebendo um suco qualquer.
— Nossa! Estávamos inspiradas hoje? — elogiou Aldous, passando por elas e beijando as testas de cada uma com todo seu zelo.
— Acabamos não conseguindo dormir... estávamos preocupadas com o senhor — disse Latisha, analisando-o. — Está tudo bem?
— Sim, eu me sinto bem. — O mestre sorriu.
— Chase!? — Laura o indagou, olhando-o.
— Não sei — respondeu, frustrado. — Creio que sim.
— Estou bem! — reafirmou Aldous, servindo vinho e sentando.
Todos começaram a se reunir para a refeição.
— Primeiro, comunico a retomada dos treinamentos com o herdeiro gradualmente. Peço, por favor — disse o mestre, olhando Latisha —, mantenha a distância e, se tiver dificuldades, avise!
— Crescimento, não é!? — A moça indagou, fechando os olhos e corando. — É bem complicado! — respirou fundo.
— Sim... crescimento. — O mestre assentiu. — Ele deve começar a caminhar sozinho pelos degraus, isso exigirá que nós... no caso vocês... também o façam. É a parte chata do treinamento... eu sei!
— Contem comigo... eu ajudo! — Delano disse. — Uma das raras oportunidades que tenho para isso — sorriu.
— Deixe que eu vigio. — Aldric riu.
— Vez ou outra, já tenho o costume de passear mesmo. — Chase deu de ombros. — Nada mudará... ao menos, para mim.
— Você não sair para passear — repreendeu Fitz. — Sai para ficar mendigando e criando intrigas nos degraus!
Chase e Byron caíram na gargalhada.
— Isso não é uma piada! Não é para rir — Fitz arfou com seriedade no semblante. — Nenhum dos dois... esse é o exemplo que querem dar para o herdeiro do pai?
— Paramos, paramos! — disse Chase, tentando suprimir o riso.
— Vocês são incorrigíveis! — reclamou Fitz.
— Perdão, meu irmão! — Byron disse, escondendo o sorriso.
— Crianças, não vamos brigar antes de comer! — Aldous riu — Ao menos, não vamos brigar antes de eu ter a minha refeição...
— Sim, senhor! — disse Chase, retomando a seriedade. — Então... era isso que Epidotes queria conversar com o senhor?
— Sim e não. Falamos sobre o crescimento de nossos herdeiros? Sim! Também falamos dos novos herdeiros... os guardiões que têm, que não têm... ou que já tiveram um — explicou Aldous, paciente.
— Hm... entendo — disse o general.
— O herdeiro de Penia está realmente envolvido em outro desafio. Os rumores reais e esse é o segundo desafio dele. Estamos um pouco preocupados com esse novo herdeiro.
— Nossa... e nós somos os problemáticos! — Chase exclamou, rindo. — Pelo menos, nós somos apenas loucos! — riu.
— Pois é! — O mestre deu de ombros. — Conversamos sobre alguns levantes da Eurafrásia, alguns futuros eventos nas Américas e outros assuntos relacionados ao plano vivo...
— Nossa! Que coisa! — O general disse com tom cabisbaixo.
— Está com ciúmes, Epifron!? — Laura riu.
— Um pouco — riu acanhado —, eu acho...
— Para poupar Himeros de algumas problemáticas, tenho a pretensão de treinar durante a noite! — Aldous disse após rir do enciumado semblante de Chase.
— Isso me ajudará bastante. Lembrarei de sempre me recolher durante a noite para ajudar — disse Latisha, olhando para a mesa.
— Quero observar o desenvolvimento, personalidade e horda, para saber se devo privar Epifron do contato também... — O mestre disse, olhando para o general e os tenentes-generais.
— Há algo errado!? Posso trocar com Profasis, meu pai — sugeriu Chase, ficando imediatamente preocupado.
— Primeiro, observarei e atestarei para conversarmos sobre a motivação por trás dessa decisão. Claro, preciso da ajuda de todos.
— Sim, senhor! — Todos assentiram em uníssono.
— Preciso ser removido da lista dos que ajudarão em casos urgentes? — Chase perguntou, franzindo o cenho.
— É precipitado fazê-lo...
— Claro... é só preocupação... perdão!
— Não precisa ficar desse jeito. Não está interferindo em nada... tudo bem!? — O mestre tentou tranquilizá-lo.
— Que bom! — suspirou, relaxando os ombros.
— Bom, se for estudar sozinho, quero que resuma os estudos a, no máximo, uma hora... e, se possível, prefira os momentos após a sesta, tudo bem? — Aldous pediu, olhando para Sigmund.
— Sim, senhor mestre. Ouvirei!
— Ótimo, agora podemos comer! — Aldous permitiu.
Todos iniciaram sua refeição, sem mais questionamentos.
"Temos algo a fazer monge... leve uma manga com você!", disse seu reflexo com a voz calma, apesar de ainda muito melancólica.
Sigmund assentiu. Foi ao cesto de frutas, ao fim da refeição, pegou a manga e saiu. Estava curioso com o que faria.
"O que queremos fazer?", arguiu, antes de sair da escadaria.
"Suba... vamos à décima primeira escadaria..."
O menino seguiu à décima primeira escadaria. Encontrou Yurri e Patience conversando, sentados nos degraus, riam bastante.
— Criança... perdido nos degraus!? — Yurri o indagou.
— Não, senhor. — O menino o respondeu. — O que queremos!? — arguiu-se, esquecendo de não falar alto.
"Queremos ter com o herdeiro dele."
— Viem- — interrompeu-se. — Eu vir, eu vim — arfou, confuso. — Viemos ver seu herdeiro — Rendeu-se, mantendo o plural.
— Menino, você é lindo! — Patience elogiou, sorrindo largo.
Sigmund acanhou-se, fugindo o olhar dela.
— Ah... ainda ficou coradinho! Ain...
Mais acanhado, ele abaixou a cabeça, tentando se esconder.
— Pode entrar, pequeno. — Yurri riu. — Samyasa deve estar no salão principal... Pode falar em terceira pessoa... não estranhamos!
— Obrigado! — disse, entrando apressadamente na escadaria.
O salão principal de décima primeira escadaria tinha muitas cores vibrantes, vívidas, estendida por todo ele, contrastando com a preferência pelas cores escuras que a cultura invocava.
Sigmund abraçou o saung, olhando ao redor.
Samyasa estava sentado num canto, mas se levantou ao vê-lo.
— Visita!? — O mulato perguntou, olhando-o.
Vestia apenas calças e estavam bem surradas.
"Sim... como ele gosta de culinária, queria oferecer a mangar por ser bem prestigiosa em Burma...", explicou seu outro eu.
— Como gosta, trouxem- trux- — tentou novamente. — Argh! Não consigo! Trouxemos manga para você...
— Hm... obrigado! — sorriu largo. — Gosto muito de comer!
O menino o estendeu a fruta e Samyasa pegou, sentou ao chão e o convidou para começar a comer.
— Não se preocupa... o idioma pode ser complicado mesmo!
— É difícil me adaptar. — O menino disfarçou. — Em Burma, lugar de onde viemos, dizemos que, de todas as frutas, a manga é a melhor. Daí partiu a ideia de oferecer algo prestigioso...
— Está muito boa! — Samyasa elogiou. — Se veio agradecer por aquilo, não precisa... só ajudei por ser justo, sabe!? Foi só por isso.
"Não gosto de ingratidão..."
— Nós não... ele... eu... — arfou. — Não gostamos de ingratidão.
— Está se sentindo bem? — Samyasa se preocupou.
— S-sim! Partirei... Não demorarei. Mais... — O menino disse, sem jeito. — Até logo... ah! Quase esqueci... sou Sigmund — sorriu.
— Já sei disso. Sou Samyasa-gebrek, como tenho treino logo, não o convidarei para comer algo com a gente... mas, na próxima, pode chegar durante a sesta que posso recebê-lo melhor.
Sigmund assentiu e saiu. Cumprimentou os guardiões, ignorando as falas constrangedoras de Patience. Enquanto caminhava nos degraus, observou tudo.
"Tem um jardim numa plataforma perto da primeira escadaria..."
— Tem!? — pasmou, observando os arredores.
"Embaixo, monge... desça... você gostará de vê-lo!"
Sigmund desceu, ignorando os olhares e murmúrios dos outros aprendizes. Chegando no plateau, um largo sorriso foi estampado em seu rosto e ele não acreditava em quão belo era o local.
Ele correu e se ajoelhou perto de um dos muitos lírios petrificados. Era energia massiva, cristalizada, que os mantinham intactos, vivos, no interior.
— Como sabia disso!? — O menino arguiu, meneando a cabeça em seguida. — Claro... ele sabe de tudo, Sigmund! — ironizou.
"Lembrei há algum tempo, mas pude vir com Epifron Chase... tinha certeza que você gostaria de ver isso", ele gargalhou.
— É seguro tocar!?
"Não tenho certeza... toque... se não for seguro, lido com os danos."
O cristal era tão gelado a ponto de queimar as pontas dos dedos.
O menino se arrepiou com a dor, mas sua energia passeou e cobriu sua mão, como uma espécie de luva, que deu uma leve aquecida e lidou com os danos do congelamento.
"É... parece não ser seguro!", gargalhou.
Sigmund acabou rindo também.
"Ele chegou!", seu reflexo alertou.
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