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Sigmund despertou, deitado em uma cama confortável.

Observou o cômodo e a arquitetura era diferente. Uma vela de um castiçal, perto da porta, mantinha o baixo nível de luz. As paredes tinham escritos, acesos com um leve brilho fátuo.

Havia uma mesa de cabeceira próxima — com livros e cadernos de partitura em branco, canetas-tinteiro e tinta nas gavetas. Um jarro d'água e caneca de barro vazia, estavam sobre a mesa.

Sigmund sentou, observou estar vestindo calças largas; o tronco estava enfaixado, embebido por um unguento de cheiro bom.

Ele se levantou e foi ao armário nos pés da cama, onde encontrou alguns quítons — vestes gregas — negros, sandálias de tamanhos variados, feitas com tiras de couro trançadas.

Uma partitura estava entalhada no interior do armário, o que dava sofisticação ao simples móvel. Dado o nulo contato, Sigmund entendeu as notas musicais como iguais aos caracteres na parede.

Deixando o quarto, ele estava num corredor com nove portas.

Os dois lustres tinham uma única vela acesa.

Sigmund olhou nas duas direções que podia tomar e vendo uma porta, indicando o fim do corredor, seguiu na direção oposta.

Os motivos e ditos com o tênue brilho fátuo o fascinaram.

Deixando o corredor, ele chegou a um salão tão grande quanto o pagode. Candelabros e o grande lustre tinham sua única vela acesa.

Alguns homens e moças, vestidos com quítons, estavam quietos, mesmo seus passos eram suaves, manutenindo o silêncio taciturno.

Haviam assentos pelo salão e outras passagens que ele não se aventurou a descobrir aonde iriam. O menino parou no centro do salão, viu a grande porta levando ao exterior.

Era dia e o sol brilhava intensamente do lado de fora.

Imediatamente oposta a entrada, estava uma grande estátua de uma mulher sentada, representada dedilhando uma grande harpa com os olhos fechados e um lírio, adornando os longos cabelos soltos.

Sigmund impressionou-se, afinal nunca vira nada tão grande.

Um rapaz jovem, com grandes cabelos negros, olhos castanhos e pele branca, pálida, aproximou-se invocando a atenção de Sigmund.

— Olá, rapazinho. Podemos ajudar?

— Não sei onde estou. O que aconteceu?

— Não sei o que houve, mas está no Grande Cemitério de Macária. Aldous o trouxe. Precisa de algo? Sente fome ou sede?

— Morri!? Não deveria ser, não sei... diferente após a morte? — perguntou Sigmund, observando o próprio corpo.

— Pela extensão dos ferimentos, foi por pouco, mas Aldous e nossa Grande Sacerdotisa dos Vivos, Althea, lhe socorreram.

— Onde está este homem Aldous?

— Se for paciente, o levarei a presença de Althea e ela ajudará. — Ele sorriu, gesticulando para Sigmund segui-lo. — Posso servir uma refeição enquanto aguarda? Estamos em meio a sesta e ela deve estar comungando com nossa mãe.

— Tudo bem — concordou Sigmund, seguindo-o, desconfiado.

— Sou Arri. Como se chama? — apresentou-se, sorrindo.

— Sigmund.

Ambos caminharam, passando por um enorme salão de jantar, onde havia uma mesa, capaz de acomodar dezenas de pessoas.

Na cozinha, haviam dois rapazes e uma moça. Era uma cozinha grande, o fogareiro era maior que Sigmund já vira, haviam bancadas, prateleiras e armários. Uma pequena mesa, no canto, tinha uma jarra d'água e algumas canecas viradas para baixo.

A moça cantarolava algo baixo enquanto trabalhava.

Os três cumprimentaram-nos e um dos rapazes aproximou-se.

— Este é Karrick. — Arri apontou o mais próximo.

Karrick tinha estatura alta, cabelo preto na altura dos ombros e olhos, cor de mel. Ele acenou, sorrindo, e Arri continuou falando:

— Aqueles são Dieter e Tiana. — Eles acenaram, mas logo voltaram ao trabalho. — Este é Sigmund, o menino que veio com o pai. Ele acabou de acordar, podem servi-lo uma refeição?

— Claro. — Karrick assentiu. — Pode aguardar a refeição na mesa — sugeriu, apontando para o salão anterior — ou sentar aqui.

— Posso ficar — disse, sentando à mesa no canto.

— Retornarei. Agradeço, irmãos. — Arri sorriu, saindo.

Karrick preparou a refeição rápido, servindo peixe e legumes.

O menino estranhou a forma como foi servido, mas comeu.

— Essa senhora Althea, como ela é? — perguntou.

— É nossa mãe. Foi quem ajudou em seus cuidados, eram feridas extensas — disse Tiana, uma moça tipicamente grega, muito expressiva —, estava em meio a alguma guerra, pequeno Sigmund?

— Se tudo aconteceu como me lembro. Sim! Sou responsável pelo início da guerra, eu era o demônio tentando devorar todos.

— Alguém tão jovem começando guerras? Deve ter sido uma vida difícil! — respondeu, intrigada. — Que Macária lhe dê sabedoria.

— Quem é ela?

— Nossa mãe divina, senhora da Boa Morte, Macária. — Sorriu Tiana. — Aldous é um de seus mais estimados servos.

— Ele levou minha mãe e pedi para me levar. Suponho que ele não me deixou morrer. Estranho! — Intrigou-se o menino.

Findada a refeição, Sigmund levantou para cuidar da louça, mas parou ao perceber não fazer ideia de onde ir naquela cozinha.

— Deixe-me ajudar! — Karrick riu. — Espero que tenha apreciado a refeição. Sempre estaremos aqui. Se precisar, venha.

Sigmund o entregou a louça e voltou para o salão com a estátua.

Sentou, observando os poucos sacerdotes cuidarem do salão.

Em dado momento, as velas das luminárias, castiçais, lustres e candelabros, acenderam, assustando Sigmund com a súbita mudança no nível da luz, que ofuscara o tênue brilho nas paredes.

Dez minutos se passaram e Arri se aproximou.

— Vamos à Althea?

— As luzes acenderam — disse, curioso.

— Sim. A sesta encerrou. — Arri sorriu, seguindo. — Durante as tardes temos a sesta, o momento do dia onde nossa mãe caminha conosco e, para estamos mais próximos a ela, dormimos — explicou.

— Vocês não estavam dormindo.

— Alguns precisam ficar despertos para os cuidados do templo. Logo, hoje eu estava acordado, mas amanhã dormirei. No dia seguinte dormirei, porém, no próximo, estarei desperto novamente.

Ambos seguiram por um corredor que, em adição aos motivos vistos antes, tinha uma partitura musical em toda sua parede.

— O que são? — O menino indagou, apontando para a partitura.

— Notas musicais, juntos formam uma canção sagrada. Como poesia, não declamada. Deixe-me mostrar.

Arri, com o semblante empolgado, tirou uma flauta doce de seu quíton e apontou para um ponto da partitura, dizendo:

— Começamos daqui.

Ele tocou a canção, enquanto seguiam pelo corredor.

A melodia era doce, melancólica, preencheu o corredor com amor, luto, saudade. Sigmund ficou curioso. Outros instrumentos se juntaram a Arri, mas era impossível dizer a origem dos sons.

Chegando na única porta, ao fim do corredor, Arri cessou a canção. Antes de bater à porta, uma mulher alta, muito bela, com longos cabelos castanhos claros, pele branca bem pálida e olhos castanhos que não escondiam o cansaço da idade, abriu a porta.

— Arri, belíssimo! — elogiou com doçura, dona do sorriso mais belo que o menino vira. — Uma ótima forma de despertar da sesta.

— Obrigado, minha mãe. Trouxe Sigmund. Despertou durante a sesta. Já ajudei com a refeição — disse, constrangido com o elogio.

— Olá, Sigmund. Vem? Assim vemos como estão os ferimentos.

Arri despediu e ela entrou, deixando a porta aberta. Era uma grande sala de estar. Haviam dois estofados para três pessoas, uma poltrona com uma mesa ao lado e um caderno fechado sobre a mesa.

A mesa de centro entre os estofados tinha dois jarros: um com água e outro com vinho. Alguns livros estavam em duas estantes e uma lareira agraciava o local com uma temperatura mais quente.

— Sente. Sou Althea. Grande Sacerdotisa de Macária, responsável pelo Grande Templo dos Vivos, aqui, em Tebas, na Grécia — apresentou-se, pegando duas canecas de porcelana no armário.

— Sou Sigmund, de Aakash em Burma — apresentou-se, sentando, enquanto a olhava. — A senhora foi quem cuidou de mim?

— Sim. — Althea serviu vinho. — Beba. Observei que nunca bebeu alcoólicos, será um bom anestésico. Como se sente?

— Estou confuso, mas bem. Por que estou vivo? Por que não morri? Onde está o homem Aldous? O que aconteceu? Por que estou aqui? — questionou Sigmund, olhando para o interior da caneca.

O cheiro do vinho era bom, mas Sigmund, desconfiado, o encarou por algum tempo antes de tomar o primeiro gole.

— Devagar... — Ela sentou a sua frente. — O que aconteceu? Aldous o trouxe ferido e cuidamos das feridas mortais. Por que está vivo? Conseguimos salvá-lo, apesar de feridas extensas, é forte e pelo que vi, não pretendia largar a vida facilmente, o que facilitou.

Sigmund continuou prestando atenção no vinho e ela seguiu:

— Por que não morreu? Acordaram que Aldous o guiaria, mas ele não foi deixá-lo morrer... não poderia! Por que está aqui? Até estar pleno, cuidarei de ti. Onde está Aldous? Cuidando-se, volta logo.

O vinho, apesar de suave, deixou o menino tonto com um gole.

Althea deixou sua caneca na mesa e se aproximou para tirar as ataduras, permitindo a Sigmund ver as feias cicatrizes em seu tórax.

— Não quero ficar aqui — disse.

— Ficará até melhorar. Se quiser ir, será reabilitado e voltará a sociedade. Aqui, podemos falar com você, mas, lá fora, salvo em sua terra, ninguém entenderá. Com personalidade difícil e alma ferida, será como soltar um animal feroz em meio a coelhos encarcerados.

— Não preciso de cura para lidar com outros. Só tive problemas com Ranna — disse Sigmund, olhando-a nos olhos.

— Se o problema era com a mulher, por que outros morreram?

— Eles me fizeram mal. Talião. Se não quer apanhar, não bata!

— A sociedade baterá e não poderá matar. Não entendem a força como é, têm suas burocracias e dependências. Para se adequar a esta forma pouco espontânea de viver, será necessário trabalho com você.

— Por que se importa comigo ou com eles? A tal Macária não é deusa da boa morte, logo, uma deusa dos mortos, não é!? Ela deveria regozijar da morte! — retrucou Sigmund, irritando-se.

— Aqui, vivo em paralelo aos humanos. Dedico minha pouca vida à manutenção do ciclo de vida e morte. Macária é deusa da boa morte, mortes que edificam, resolutas. A deusa que amo servir e sirvo por amar, ama a vida sendo meu trabalho cuidar ao custo da minha.

Althea fitou o olhar do menino.

— Discordo de como humanos vivem, mas não posso matá-los. Primeiro, sei que sou mais forte e por sê-lo devo ensinar; segundo, não posso julgar alguém por tentar sobreviver, se encontraram, desta forma, um ponto de equilíbrio, o tempo ensinará métodos eficientes.

— Discordo de você! — falou, aumentando o tom de voz.

— Não pode despejar seu lixo emocional nas pessoas como se fossem lixeiras, a independer de onde estiver, ficando ou partindo. Ajudarei, cuidarei de ti, até que Aldous chegue e vocês conversem.

— Posso fugir, sei como sair daqui! — teimou Sigmund.

Althea riu com a pirraça do menino.

— Conhecer a morte dificulta conviver com vivos. Façamos um acordo — sugeriu. — Terminarei de cuidar das feridas físicas e conversamos de novo, aí me diz se aceita meus cuidados, o que acha?

— Tudo bem! — concordou, desconfiado.

— Precisa se banhar para eu aplicar os unguentos. Vem? — chamou, seguindo à porta que ele nem reparou dada a simplicidade.

Althea entrou. O cômodo era extenso. Tinha uma cama no centro, uma mesa de cabeceira com uma jarra de vinho. Ao fundo, estava o altar com uma estátua de Macária alta. Um incenso, com o mesmo perfume doce da morte de Ranna, queimava no altar.

Althea seguiu, chegando ao banheiro, onde preparou o banho em uma grande piscina, com algumas ervas cheirosas.

— Ervas? É cerimonial? — Lembrou-se dos banhos de Ranna.

— Não. Ajudarão com cicatrizes e são ótimas para os músculos.

— Remédios só tem bom cheiro quanto têm gengibre — afirmou o menino, entrando no banho, ainda mais desconfiado.

Althea pegou dois assentos no canto, pôs um, no interior da piscina, e outro fora onde se sentou e gesticulou para Sigmund sentar. Apesar de desconfiado, ele sentou e ela o ajudou.

— Os músculos estavam mal. Treinava ou eram maus-tratos?

— Deve ser pela dor.

— Dor? — Franziu o cenho. — Sentia dor frequentemente?

— Ranna se envenenava e morria... doía. Ficou pior porque ele fazia doer mais... A cada dia, eu tinha menos vontade de viver. Era injusto. Por que não podia ser outro? Agora, Ranna morreu, estou aliviado! — Suspirou, chateado com a lembrança dos olhos de Ava.

— Meus pêsames. Que Macária lhe traga paz e sabedoria para lidar com o luto — desejou, afagando seu rosto. — Trarei calças.

— Obrigado.

Althea saiu e voltou com calças limpas; o ajudou secando a área ao redor das cicatrizes, que ainda apresentavam sensibilidade. Sigmund vestiu-se. Saindo, ela gesticulou para ele se sentar na cama.

— As camas não eram assim, como fazem? — arguiu, ao sentar.

— Algodão, penas, areia, depende — disse, mexendo no armário.

— Esta é do quê?

— Algodão, como a maioria, salvo alguns que preferem areia.

— Como parece esse algodão?

— É branquinho e bem macio.

Ela tirou um chumaço de algodão de um saco de ráfia.

— Os campos são lindos. Aqui, algodão — disse, o entregando.

Curioso, o menino pôs um pedaço na boca para experimentar.

— Comer algodão não é saudável! — Althea repreendeu.

— Desculpa.

Sigmund tirou o pedaço da boca e deu à Althea.

— É macio, supus que teria gosto bom, mas não tem nenhum.

Althea riu, abaixou-se para aplicar o gelado unguento nas cicatrizes. Terminando, envolveu seu tronco com novas ataduras.

— Terminamos. Quer continuar com o vinho?

— Não, fiquei tonto.

— Pode ficar em minha cama. Dormitar até o jantar é bom. Tocarei uma canção para ajudar — disse, tomando de um estojo pequeno, bem ornado e tirando uma flauta transversal prateada.

— O que é isto? O rapaz Arri tinha algo parecido.

— Isto é uma flauta transversal. Arri tem uma flauta doce — explicou, posicionando-a em seus lábios e tocando uma breve nota.

— Essa Macária deve gosta destas flautas!

— Macária aprecia toda forma de música. A vida é uma canção, que jamais desafina. A maior de todas! — Sorriu Althea, deitando-o. — Que Macária o abençoe com um bom sono — bem-disse.

Althea, sentada à beira da cama, tocou sua flauta.

Uma canção doce de notas descoloridas, que tocou o íntimo do menino, relembrando-o dos momentos em Aakash. Foi um turbilhão de emoções e revivê-las o levou às lágrimas. Mesmo o que vivia em seu íntimo chorou, causando o escorrer de negras, pesadas lágrimas.

Althea seguiu a música, mesmo após o adormecer do menino.

***

Sigmund viu-se sobre a mandala e deitou para olhar para baixo.

— O que faremos agora? — questionou, observando seu reflexo.

Melhoramos. Fico feliz que estamos vivos, não queria morrer! Estou tão aliviado que dormiria, pena que você é quem dorme.

— Será que matamos Tarusa e Romir?

Não sei. Estava ocupado matando o máximo deles. Se matei vinte, estou satisfeito. Como se sente após matar Ranna, monge?

— Sinto-me vivo!

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