Revisitando Pemberley
Os sete primeiros meses de casamento de Sr. Darcy e Sra. Darcy (antes conhecida como Srta. Elizabeth Bennet), haviam transcorrido na mais completa harmonia.
Dia após dia, o casal Darcy sentia-se mais convicto de que a união de ambos fora a decisão mais acertada que tomaram na vida.
A relação entre Elizabeth e Georgiana também era ótima. Ambas já conversavam como grandes amigas, tocavam duetos ao piano e consolavam-se fazendo passeios e visitando conhecidos quando Darcy ausentava-se para cuidar dos negócios da família.
Lizzy surpreendia-se ao constatar que — apesar do, relativamente, breve período de convivência — era mais fácil conviver com Georgiana do que com Mary, Kitty e sobretudo, Lydia.
Esta última sempre fora a responsável pelos maiores problemas enfrentados pela família Bennet, e não deixara de ser.
Após o casamento forçado com Sr. Wickham, a caçula dos Bennet ainda importunava as irmãs mais velhas, pedindo-lhes uma ajuda de custo vez ou outra, incomodando ao ponto de fazer com que Jane, a mais velha e também mais paciente das irmãs, chegasse à queixar-se com sua sempre confidente Lizzy.
Uma das visitas da esposa de Sr. Bingley à irmã foi provocada justamente por este motivo.
A governanta de Pemberley, Sra. Reynolds, avisou Elizabeth, que encontrava-se à procura de um dos inúmeros livros da vasta biblioteca da mansão, que a Sra. Bingley encontrava-se na sala de visitas.
Surpresa mas também feliz com a visita inesperada da irmã, Lizzy agradeceu à governanta pelo recado e poucos instantes depois, já encontrava-se diante de Jane.
Esta, que estava sentada numa das luxuosas poltronas da propriedade dos Darcy, levantou-se para abraçar sua querida irmã:
— Lizzy, quanta saudade! — disse, levemente emocionada.
— Jane, querida, nem faz tanto tempo assim que não nos víamos, não é mesmo? — observou Lizzy, desvencialhando-se do abraço da irmã e apontando-lhe a poltrona na qual esta se encontrava antes da sua chegada. Ao ver a irmã novamente acomodada no confortável assento, Lizzy sentou-se numa poltrona idêntica que estava ao lado, logo em seguida.
Jane admitiu:
— De fato, Lizzy, não faz tanto tempo assim que não nos víamos. Pra ser mais exata, semana passada fez um mês desde a última vez na qual conversamos. No entanto, sinto muitas saudades dos tempos em que éramos unha e carne, sempre unidas em quaisquer circunstâncias.
Ao que Lizzy, após meditar por um breve instante, constatou:
— É bem verdade que nossas vidas mudaram bastante... Embora não possamos nos queixar de nossa sorte, uma vez que amamos nossos esposos, há momentos em que também sinto falta dos tempos de solteira. Nossas conversas, passeios, trocas de confidências...
Esse era o ponto ao qual Jane queria chegar, e não perdeu o ensejo:
— É justamente uma confidência que vim dizer-lhe.
Lizzy, cuja curiosidade fora imediatamente aguçada, inclinou-se para mais perto da irmã, sentada à sua frente.
— Pois então, diga-me logo sobre o que se trata. — incitou a Sra. Darcy, sem maiores delongas.
— Sei que tu não estás à par das novidades porque a carta que Lydia enviou-me e que me chegou ontem não dá margem à dúvidas de que sou a única, até o momento, a inteirar-me sobre o mais recente acontecimento na vida de nossa irmã caçula. Muito embora, segundo palavras dela própria, não seja segredo e logo todos saberão por ela mesma. Pode lê-la. — concluiu a mais velha, abrindo uma pequena bolsa que trazia consigo e entregando a carta à Elizabeth.
Esta, ávida que estava por ler as novidades, não perdeu tempo. Tomou-lhe quase abruptamente o papel das mãos de Jane e pôs-se a ler, apenas com os olhos, rapidamente.
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