O despertar
Chegando à mansão temporária onde permaneceram nas últimas semanas, Bingley apeou do cavalo.
Os criados, percebendo a movimentação, foram de pronto recepcionar os patrões e ajudá-los no que fosse preciso. O espanto diante de tal cena foi geral: o Sr. Darcy encontrava-se imóvel, como se estivesse morto, inclinado sobre o próprio cavalo.
Bingley explicou o trágico acontecimento em breves palavras e ordenou que chamassem um médico imediatamente e levou o amigo para dentro do imóvel, com a ajuda dos serviçais.
O médico mais renomado da região foi chamado, e prontamente apareceu.Bingley direcionou-o até o dormitório de Darcy.
À porta do cômodo, o Dr. Faber solicitou a Bingley que permanecesse do lado de fora do recinto, enquanto fazia as primeiras avaliações médicas. Este, de pronto, obedeceu.
Aguardou ansiosamente por novidades, até que o médico surgiu à porta:
— Sr. Bingley, o Sr. Darcy já passou pela primeira avaliação.
Após breve pausa do Dr., Bingley inquietou-se:
— Sim, Dr. Faber, e o que o senhor pode adiantar-me quanto ao estado de saúde do meu amigo? — indagou, com voz levemente trêmula, em razão do nervosismo.
O médico prosseguiu:
— Num primeiro momento, não diagnostiquei nada de grave. Nenhuma fratura ou luxação foram constatadas. Os reflexos estão intactos. O que mais me preocupa é sua demora para recobrar a consciência. Sem que eu possa questionar o paciente, minha avaliação torna-se imprecisa.
— Mas não há um meio que o Dr. possa usar para fazê-lo acordar?
— Há, porém em alguns casos não é o mais aconselhável. Como o motivo do desmaio foi um trauma ocasionado pelo tombo de animal de grande porte, considero mais prudente aguardar que o paciente retorne naturalmente, sem intervenções externas.
Percebendo a crescente aflição no semblante de Bingley, Dr. Faber acrescentou, solícito:
— Posso permanecer mais alguns instantes, caso o senhor considere conveniente. Com sorte, o paciente poderá acordar em breve e poderei avaliá-lo com maior exatidão.
Bingley concordou com a proposta do médico.Encarregou um dos funcionários da casa que velasse por Darcy e orientou-o para que este avisasse assim que o patrão desse algum sinal de vida, por menor que fosse.
Encaminharam-se para a sala de estar, Sr. Bingley e o Dr. Faber.Foram servidos com chás e biscoitos finos, os quais Bingley degustou brevemente, e apenas para fazer campainha ao Dr. A verdade é que, na situação aflitiva em que se encontrava — à espera de melhoras do amigo — não sentia a mínima fome.
Cerca de meia hora depois, entretanto, eis que o empregado encarregado de observar Sr. Darcy enquanto este convalescia em seu leito, surgiu no alto da escada:
— O patrão acordou! — anunciou o serviçal, animadamente.
Bingley direcionou-se de imediato à escada, com a intenção de rever o amigo, e o médico foi em seu encalço.
Lá chegando, o médico fez novas avaliações. Perguntou se algo doía, onde e com qual intensidade. Darcy apenas queixou-se de leves dores nas costas e na cabeça, sintomas naturais após uma queda nas proporções que ele havia tomado.
Bingley, entusiasmado com sua recuperação, aproximou-se do leito de Darcy, nitidamente emocionado:
— Que bom vê-lo retornando a si, meu amigo!
Porém, algo de inusitado ocorreu neste instante. Darcy olhou-o no fundo dos olhos, confuso. Em seguida, indagou-o de volta:
— Quem és tu?
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