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O castigo de Lydia

Algumas semanas antes...

Numa estrada isolada, nos limites de Londres, um jovem casal partia para sua futura moradia dentro de uma decadente carruagem de aluguel. As fortes chuvas dos dias anteriores pioraram as condições do solo, e os constantes solavancos eram cada vez mais incômodos para ambos e também para o cocheiro que os conduzia. Este último ordenou aos passageiros:

— Desçam neste ponto da estrada. Daqui pra frente, a quantidade de buracos é maior, e eu não estou disposto à danificar as rodas da minha carruagem, nem de ficar à mercê dos saqueadores. — explicou, ríspido.

— Grande carruagem... — o jovem senhor desdenhou — Nunca me senti tão mal em toda a minha vida! Minhas costas estão doloridas, creio que nunca mais voltarão ao normal. — resmungou, amargurado.

— De nada lhe valerão essas lamúrias, meu caro rapaz. Não irei diminuir o preço da condução, se é o que pretendes. Gente da tua estirpe conheço aos montes. — disse, examinando-o de cima a baixo, com desconfiança — Pague-me o valor combinado e retire seus pertences daqui antes que eu perca a paciência. — retrucou o homem de meia-idade, com cara de nenhum amigo.

O jovem, percebendo que a tarde não tardaria à findar, enfiou a mão direita no bolso do surrado paletó, entregando as últimas moedas que lhe restavam. Sequer ajudou a esposa a descer da carruagem. Puxou uma mala, e ela retirou a outra. Só possuíam aquelas duas pequenas bagagens, com algumas peças de roupa desgastadas pelo tempo.

Após percorrer quase um quilômetro a pé, o homem empurrou a porta da casa. O aspecto do local era de total abandono. A habitação era muito escura e cheia de umidade. As aranhas, provavelmente, haviam sido as únicas moradoras daquele lugar desde a sua construção, pois era impossível ignorar a quantidade de teias penduradas no antigo telhado.

A jovem senhora estava chocada com a péssima escolha do marido, e reclamou:

— Então esperas que eu aceite viver aqui, em meio à esta imundície?! Os poucos móveis estão caindo aos pedaços. Ainda por cima só há insetos. Mal cheguei e já vi um rato entrando num dos buracos daquele sofá. — apontando para o canto esquerdo da sala, onde estava encostado o móvel — Não poderei suportar esta precariedade. Minha família nunca foi rica, mas sempre tivemos dignidade. Isto aqui é um horror! Sinto enjoo só de olhar para o mofo dessas paredes...

— Ora, pare de importunar-me com tantas queixas! Sabes muito bem porque viemos morar aqui. E que história é esta de enjoo? — apertando os pulsos delicados da esposa — Por acaso estás grávida?

— Não, sabes muito bem que perdi nosso bebê na última vez que chegaste bêbado e me espancaste. — ela passava as mãos nos pulsos que ele soltara e o encarava, com profundo rancor.

— Não sou o único homem no mundo... — respondeu ele, cínico, enquanto sentava no sofá que servia de morada para o rato — Nunca fostes uma santa.

Lydia fitou-o com indignação. Sentia que as lágrimas queriam escorrer por seu rosto fino, mas engoliu o choro. Havia insinuado-se para vários homens quando ainda era solteira, mas apenas na tentativa desesperada de arranjar um marido e salvar a família da ruína, antes que o pai morresse e ela — junto com as quatro irmãs e a mãe — fossem despejadas de suas terras, sem nenhuma perspectiva de vida.

— Deves saber que nunca lhe traí. Tu merecias sofrer esta humilhação, e se não o faço é apenas para preservar o mínimo de dignidade que restou-me. Acontece que um porco nunca quer chafurdar na lama sozinho. Por causa das tuas traições e das dívidas contraídas em jogos de azar estamos aqui —dando um giro de 360°, parando de frente pra ele — neste casebre imundo, tão imundo quanto tu és! — desabafou, dando vazão às lágrimas que prendera com muito esforço.

Wickham levantou-se com os olhos vermelhos pela ira. Lydia nunca o enfrentara daquela maneira antes. Corrigiria aquela situação antes que perdesse o controle sobre ela:

— Como ousas falar comigo desta maneira? Pensas que és gente? — puxando-a bruscamente pelo braço — Não és nada nem ninguém, sua vadia! — dando-lhe um tapa no rosto, tão forte que a fez cair no chão. — Não fosse por mim, estarias em algum bordel. Tens vocação para rameira. Todos os militares falavam do quanto tu te oferecias para todos eles.

— Qualquer um deles teria sido mais homem que tu, seu covarde! — levantando-se do chão — Tenho ódio de mim por ter te querido um dia, e nojo de ti por teres me transformado numa sombra de mim mesma. Ouviu bem? Tenho NOJO de ti! — gritou, cuspindo no rosto dele.

George, descontrolado pela fúria, tirou o cinto da calça, ameaçador. Ela sabia o que estava por vir, e por isso começou à implorar, ajoelhando-se diante dele:

— Por favor, eu lhe suplico, de novo não! — tremendo e chorando como uma criança.

— Pensasse nisto antes de desrespeitar teu marido, sua maldita! Saberás quem manda de uma vez por todas.

Depois disso, seguiu-se uma sessão de espancamento, como tantas outras que Lydia já havia sofrido desde o início daquele infeliz casamento.

                                                                                             ***
Voltando ao presente...

Jane estava deitada, com os longos cabelos loiros caindo sobre os ombros, quando ouviu batidas suaves na porta do quarto. Sabia que era Bingley, preocupado com sua saúde, mas não disse nada. Ele entrou devagar, imaginando que a esposa estivesse adormecida. Surpreendeu-se ao vê-la acordada.

— Foi-me dito que estavas descansando. Quis saber como estás, mas se a incomodo, voltarei mais tarde — endireitava o corpo para sair do cômodo, mas ela o deteve.

— Fique, preciso dividir minha angústia com alguém, e ninguém melhor do que tu. — sentando na cama, com lágrimas correndo livres sobre seu indefectível rosto.

— O que tens? — oferecendo um lenço que logo foi aceito, ele emendou uma pergunta na outra, sabendo de antemão qual seria a resposta — Um novo problema com Lydia, não é?

A simples menção do nome da irmã a fez cuvar-se sobre o ombro do marido, desconsolada.Bingley tocou seus cabelos com carinho, esperando que ela se recuperasse. Um pouco mais calma, Jane falou:

— Pegue a carta.Está na primeira gaveta do criado-mudo. Pode ler, não tenho segredos contigo. Não repetirei o que está escrito porque me parte o coração. — assoando o nariz no lenço que Bingley lhe emprestara.

Ele atendeu prontamente ao pedido da amada. Leu com o semblante cada vez mais sério e preocupado. Lydia relatava em detalhes os maus tratos que vinha sofrendo por parte de Wickham. Quando Charles terminou a leitura e voltou os olhos para Jane, ela disse:

— Percebes a gravidade do que tem ocorrido? — Bingley concordou com um gesto de cabeça, sem saber o que poderia dizer para confortar sua mulher — Lydia, indiretamente, está pedindo socorro. Pobre irmã, era uma menina tão risonha e cheia de sonhos, e agora tendo que passar por isso... Não é justo! — voltou a chorar; ainda mais sensível que sempre, fora devido à gravidez; recebendo um outro abraço de Bingley.

— Não te preocupes, meu amor, eu moverei céus e terras para encontrar tua irmã e colocá-la em segurança. Dou-lhe minha palavra de honra. — jurou, com o queixo sobre o ombro da esposa.

Afastando as cobertas, Charles deitou-se do lado dela. Ele não tinha sono. Abraçou-a com o intuito de mantê-la tranquila até que Jane dormisse novamente. O plano funcionou.

Enquanto Jane repousava, Bingley meditava. Não esqueceria da promessa que fizera à esposa e a cumpriria, custasse o que custasse.

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