Doce agonia
Elizabeth, que encontrava-se um tanto sonolenta, ainda não acreditava que era Fitzwilliam quem estava ali, junto dela. Depois de alguns segundos contemplando-o, tocou o rosto de traços harmoniosos que ela tanto amava, para certificar-se de que ele era real e não outro delírio que a frustraria como o que tivera na cabana.
Sorriu ao constatar que, daquela vez, Darcy saíra do seu próprio quarto para deitar-se no leito dela. Ele devolveu-lhe o sorriso, ainda um tanto nervoso e intimidado com a situação:
— Desculpe-me se a incomodo de alguma maneira. Estou aqui porque não conseguia dormir pensando em ti, em nós... Chegando neste aposento, distrai-me e fiquei à velar o seu profundo sono. — justificou-se, sincero.
Elizabeth sentou-se na cama. Sentia-se cada vez mais entusiasmada diante das ideias que passavam-lhe pela mente. Ele havia falado "nós", algo que Darcy nunca mais fizera desde que perdera a memória. Era claro que a intenção dele era dormir junto dela. Mas Lizzy preferiu não aprofundar-se no tema, pois ainda percebia-o reticente.
Com a clara intenção de fazê-lo sentir-se mais à vontade, não tentou beijá-lo como ela tanto desejava. Assim sendo, ela preferiu dar início a um breve diálogo:
— Não tens motivos para me pedires desculpas. És meu esposo, podes vir até mim sempre que quiseres, assim como acredito que de hoje em diante, poderei voltar à fazer o mesmo em relação à ti. Apesar de, evidentimente, preferir dormir na mesma cama que tu... Esclareça-me apenas uma coisa: é impressão minha ou esta tua visita sugere que chegastes à conclusão de que nós devemos tentar uma reaproximação? — avaliou Lizzy, mais afirmando do que perguntando.
— Sim, foi justamente o que pensei. Quero que voltemos à ser marido e mulher, de fato. — respondeu, olhando-a nos olhos.
O brilho de contentamento que percebeu naquele olhar deixou-o tenso, fazendo-o desviar os olhos para as próprias mãos. Lizzy tocou-as carinhosamente, surpreendendo-se:
— Suas mãos estão geladas! — disse ela, espantada.
— Nunca estive tão próximo de uma mulher... Não que eu me lembre — corrigiu-se em seguida.
— Queres dizer-me que... — teve o raciocínio interrompido pela poderosa voz dele.
— Que a minha mente não chega sequer até o momento em que perdi minha virgindade. Sim, é como se eu fosse puro novamente. — admitiu ele.
Elizabeth estava profundamente surpresa. Não sabia que a ausência de recordações da parte dele havia sido tão severa. Se em parte lamentava por ele, por outro lado regozijava por si mesma: viveria a fantasia de ser a primeira mulher da vida dele. Porém, apesar de ter pensado em tantas coisas em tão curto espaço de tempo, ela limitou-se à externar:
— Não precisas temer. Tudo o que contigo aprendi, ensinarei-te de volta. Não deixa de ser uma troca justa, não concordas? — ela brincou, tentando descontrai-lo. Percebeu que sua tentativa foi eficiente ao vê-lo sorrir, ainda que timidamente.
— Sim, pode ser — respondeu ele, evasivamente. Não queria revelar que guardara muito da teoria fornecida por Bingley horas atrás.
Ele aproximou-se na tentativa de beijá-la, porém Elizabeth esquivou-se. Ele não entendeu de imediato quais eram as intenções dela, mas nada disse. Viu-a levantar-se da cama, sem nunca perder o contato visual dele. Ele, agora sentado, também não conseguia desviar os olhos dos dela. Ela era como um intenso ímã, que atraia-o irresistivelmente.
Elizabeth passou a despir-se lenta e gradualmente. Enquanto isto, a expressão de Fitzwilliam era de espanto e ansiedade, fazendo-a sentir-se a mais poderosa das mulheres. Aquele homem divino, sem dúvida, desejava-a ardentemente.
Primeiro, surgiram os belos seios, atiçando-o ainda mais. Desceu a camisola até a barriga que ainda não crescera. Ele beijou-a no ventre, e Elizabeth empalideceu. Por um breve instante, supôs que Charles tivesse revelado sua gravidez ao marido, traindo sua confiança. Mas logo em seguida percebeu que aquele não era um gesto de carinho com o bebê, e sim de desejo, tão logo ele olhou para cima, fitando-a nos olhos com paixão incontida.
O fogo do desejo inflamava Fitzwilliam à tal ponto que até mesmo a timidez já não era mais um empecilho. Amava-a ardentemente, e precisava demonstrar tal sentimento, e assim o fez. Levantando-se, baixou a comprida camisa que vestia, ficando apenas com as roupas de baixo. Elizabeth tratou de tirar o pouco de tecido que ainda encobria o seu próprio corpo, revelando-se inteiramente para o marido. Seus pelos pubianos revelavam-lhe o caminho que ele deveria seguir, mais adiante.
Darcy estava praticamente hipnotizado. Não conseguia acreditar na sua própria sorte: sua esposa era adoravelmente despudorada. Entretanto, como ele não tomasse a iniciativa, foi a vez de Lizzy dar vazão aos próprios desejos. Beijou-o com urgência. Suas bocas abriram-se instantaneamente, permitindo o contato das línguas ávidas pela paixão que os consumia. Antes ressecadas pela ânsia de tocarem-se, agora umedeciam-se com a troca de saliva.
Fitzwilliam, ainda com os lábios presos aos dela, retirou a última peça de roupa que lhe cobria.Lizzy percebeu os movimentos que o corpo dele fazia para livrar-se do tecido, e embora estivesse com os olhos fechados por causa do beijo, imaginava-o nitidamente.Já o havia visto nu outras tantas vezes, mas a imagem de seu membro teso e ereto sempre excitava-a.
Elizabeth não sabia ao certo se era culpa da saudade provocada pelo longo tempo de privação sexual ou se por saber que ele praticamente voltara à ser virgem — ao menos mentalmente —, porém sentia-se completamente úmida entre as pernas, pronta para consumar o ato, embora eles ainda estivessem apenas no início das preliminares.
Quando desgrudaram-se do beijo para retomar o ar, encararam-se, cúmplices daquela doce agonia. Estavam tão próximos que sentiam a respiração ofegante um do outro. Encostaram-se as testas para apoiar-se, donos e reféns do próprio desejo. Darcy agora tocava-a nos seios, massageando-os calmamente. Lizzy cravava os dentes no seu ombro esquerdo, abafando alguns gemidos, ao mesmo tempo que erguia uma das pernas, esfregando o seu sexo por toda a extensão da virilidade dele.
Mais uma vez, Darcy surprendia-se. Bingley não o alertara para a possibilidade de tal carícia, porém ele não tinha do que reclamar. Seu corpo correspondia às ousadias de Elizabeth com a mesma paixão com que ela provocava-o. Pegou-a pelos ombros, com o intuito de jogá-la na cama, porém ela percebeu sua intenção e resistiu à investida, mantendo-se de pé.
Lizzy não queria ceder, não ainda. Compreendia a ansiedade provocada pela inexperiência dele, mas ela não permitiria que tudo se acabasse tão rápido. Queria prolongar aqueles momentos o máximo de tempo que pudesse. Antes que Fitzwilliam esboçasse qualquer reação, Elizabeth acariciou o próprio corpo, porém com as mãos dele.
Darcy já não estava surpreso, e sim enebriado. Era tudo muito intenso, muito mais do que ele havia imaginado. Ver e tocar o corpo dela despido era imensamente excitante. Mais ainda quando somados às expressões de prazer, aos sussurros e gemidos que vinham dela.
Ela guiava-o com delicada firmeza, até chegar ao próprio umbigo. Daí por diante, mirava-o como se o desafiasse. Darcy teve a sensação de que já havia visto aquele olhar, mas não sabia bem em qual momento. Provavelmente em algum que eles tivessem vivido antes que suas recordações sumissem de sua cabeça.
Aproveitando que uma das pernas continuava levantada, Elizabeth colocou o dedo indicador dele em seu clitóris, fazendo com que ele a massageasse neste ponto. Jogava a cabeça para trás de pura volúpia, apoiando a sua outra mão num dos ombros de Fitzwilliam. Ele estava amando tudo aquilo. Era muito bom observá-la rubra e suada de prazer, mas queria ser mais ativo.
Tomando-a pela cintura, beijou-lhe o pescoço, provocando arrepios por todo o corpo dela. Elizabeth sentia que iria delirar, mas não o faria sem antes senti-lo dentro de si. Enroscou-se em Darcy como uma gata manhosa, soltando sua mão, permitindo assim que ele continuasse masturbando-a como bem entendesse. Ele seguia afastando seus pelos e suas dobras, umedecendo os dedos para tornar à tocar a carnuda saliência que latejava de prazer.
Ela tomou o sexo dele nas mãos, devolvendo-o a alucinante carícia que recebia. Por sorte as paredes do quarto eram grossas e as portas extraídas de madeira de lei, porque de outro modo poderiam ouvi-los em outros cômodos. Ambos gemiam alto, libertando o tesão reprimido por todo aquele tempo.
Darcy mais uma vez tentou deitá-la na cama, e Elizabeth não mais ofereceu-lhe resistência. Já estava louca para entregar-se ao gozo. Ela apenas deitou-se na cama, de frente para ele, curvando as pernas num pedido mudo, porém evidente. Ele deitou-se sobre ela, não sem antes apreciar aquela visão privilegiada. Buscando o encaixe, fitava-a enquanto a penetrava, excitando-a ainda mais. Em seguida, iniciou os movimentos.
Lizzy sentia-o pulsar dentro de si, instigando-a à prosseguir no mesmo ritmo. Num primeiro instante, lentamente, como se receassem um ao outro. Por baixo dele, ela mordiscava-lhe as orelhas e o queixo, alternando com beijos e lambidas espalhados por aquele largo peito suado. Em resposta, ele beijava-lhe a boca e os mamilos rosados, induzindo-a a envolvê-lo com as pernas.
Darcy estocava cada vez mais rápido e fundo, ofegante de desejo. Elizabeth, extremamente excitada e percebendo que naquele ritmo ambos atingiriam o clímax muito rápido, reverteu a posição. Num momento de distração dele, ela ficou por cima, dizendo:
— Mostrarei-te agora como foi o sonho que tive na cabana, meu Will. — recolocando-o em sua encharcada fenda, cavalgou com precisão, rebolando os quadris freneticamente.
Fitzwilliam nada disse, deixando-se levar pela luxúria da sua mulher. Sentiu-se ir e vir naquelas entranhas quentes inúmeras vezes, até que entre espasmos e contrações, Lizzy atingiu o orgasmo, permitindo que ele fizesse o mesmo em seguida. Deitaram ao lado um do outro, entregando-se à alegria e ao prazer daquele instante sublime.
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