Algo errado
KURT
Darius começou a rir como um louco, jogando a cabeça dele para trás. Eu vi que ele tinha lágrimas nos olhos. Aquele bastardo!
— K-kurt... você não é um idiota! — Ele falou entre risos e enxugou com o dedo indicador a lágrimas que caiam de tanto rir — Você me mata e vai preso por traição. Além disso, a sua amada vai ser morta.
— Você estará morto — Eu disse, cruzando os braços na frente do meu peito.
— Ah, mas o Conselho já está avisado, primo. Se eu morrer de maneira estranha, ou violenta, porque eu sei como você é, não vai te adiantar de nada — Ele sorriu em minha direção e eu não podia deixar de imaginar como ele ficaria sem os dentes — Nem tente. Você morre e leva a sua "Rosa" com você.
— Eu nunca achei que conseguia odiar você, Darius, mas neste momento...
— Calma, deixe para me odiar mais tarde. Amanhã teremos um evento muito importante aqui no reino.
Ele se levantou da cama, como se estivesse cansado e só então percebi que ele não tinha o cálice com ele, que parecia fazer mais parte do corpo dele do que a própria cabeça.
— O que teremos? Esse seu negócio bizarro com os humanos? — Eu perguntei, confuso. Que eu soubesse, o tal evento só ocorreria dali a dois meses ou algo do tipo.
Ele me deu uma olhada significativa e eu sabia que era algo relacionado comigo. Algo que eu não gostaria nada.
— Giselle deve chegar pela parte da tarde e teremos o casamento imediatamente — Ele declarou, já com a mão na maçaneta da porta.
Aquelas palavras caíram como um balde de água gelada na minha cabeça, fazendo o meu corpo todo doer como se várias agulhas o perfurassem.
— Não — foi tudo o que eu consegui dizer, mas ele riu de novo.
— Não foi um pedido, ou algo que você possa argumentar contra, Kurt. Você casa amanhã mesmo ou não vai ver mais a sua Rosa com vida. Eu não vou te manter de castigo pra vida toda. Basta me obedecer.
Com isso, o desgraçado saiu do quarto e eu me deixei cair de joelhos no chão. Eu... eu casaria com Giselle, no fim das contas. Eu achei que Darius entenderia e eu poderia. Mas aí eu não estava com a minha fêmea. Ela estava sozinha, vulnerável e é claro que os meus guerreiros não poderiam abandonar o bando para ficar com ela. Os rogues com certeza se aproveitaram e o meu bando estaria ferrado.
A minha preocupação não era apenas em perder as terras, mas sim a morte de vários inocentes. Inocentes estes que cabia a mim cuidar e proteger.
Eu não tinha outra escolha, não é mesmo? Então, eu tomei banho e fui para a cama, mas não consegui dormir. Eu só podia pensar em Rosa e em como eu diria a ela que eu tinha fodido com tudo.
Resolvi tomar um remédio para dormir. Eu precisei muito disso quando Alexandra me sacaneou e eu andava sempre com alguns comigo. Não precisei tomar nenhum enquanto com Rosa, mas eu levei na viagem. Certo, não eu. Finn.
Ele sempre cuidava de mim, eu tenho que admitir. E naquele exato momento, eu me senti bem mal por ter deixado ele praticamente isolado de mim. Mas... eu não queria muito contato e eu não tinha opção quando se tratava de Darius.
Após tomar os remédios, eu precisei esperar um pouco e logo, eu estava no mundo do sonho. E só havia uma pessoa que poderia me acompanhar ali: Rosa.
Ela estava comigo a todo o momento e no sonho, nós dois passeamos, nos divertimos e, finalmente, nos beijamos. Claro que, com o fogo que eu tinha por ela, não tinha outro destino que não um sonho erótico. Ela era deliciosa demais.
Primeiro, ela me chupou. Eu amava aquela boca e ela sabia como usá-la perfeitamente. No início, Rosa era super inexperiente, claro, mas ela tinha talento. Um talento só para mim. Quando me derramei nela, ela me olhou safada, bebendo até a última gota.
— O melhor gosto do mundo — Ela disse e lambeu os beiços. Isso sim é fêmea! Aquele olhar, o jeito que o corpo dela se movia...
Rosa subiu na cama e engatinhou até mim, que me recostei melhor nos travesseiros, pronto para ter ela montada em mim. Nós ainda não tínhamos chegado nos finalmentes, mas eu sonhava com aquilo. No sonho, ela tirou a camisola, deixando aqueles peitos suculentos e redondos livres. Coloquei a mão nos dois e apertei, bem do jeito que ela gosta. Ela gemeu, como eu gosto.
Rosa estava nua, bem linda. Eu tinha que prová-la antes de tudo, ter certeza de que ela estava bem molhadinha, mas ela negou.
— Depois. Agora, eu quero você dentro de mim.
A voz sensual dela tinha uma entonação diferente da normal, mas eu não me importei com isso, ali.
— Isso, putinh@, monta bem gostoso em mim. Sente ele todo dentro de você.
Ela começou a descer nele e aquela quentura...
— Ah! Você é o melhor que eu já tive!
Aquelas palavras me acertaram forte. Como assim? Rosa era virgem e nunca deu pra outro! Foi então que eu pisquei e vi cabelos loiros na minha frente. Mas...
A minha visão estava desfocada, ainda, mas tudo era estranho. O cheiro dela...
— Mas o que..
DARIUS
Kurt estava se mostrando mais rebelde do que eu imaginava que ele seria. Mas que inferno!
Certo, ele e eu não tínhamos uma diferença de idade absurda, porém, desde pequeno eu fui atormentado com responsabilidades. Ser um bom rei, um bom soberano, as minhas responsabilidades. Eu não tinha uma vida minha. Tudo era o reino, os outros lobisomens.
Muitos pensam que nós, soberanos, levamos a melhor das vidas, livres para fazermos o que quisermos, mas na verdade, quanto mais poder você, mais responsabilidade. E com isso, mais pesadas são as correntes que te prendem.
Eu escolhi a melhor fêmea que eu encontrei. A minha companheira predestinada nunca apareceu, ainda que eu tenha rodado vários bandos, não só nesse país. Então, decidi me casar com a filha do Alfa de maior prestígio dentre os que tinham filhas. Ela era a mais bonita, com a melhor linhagem disponível para mim.
Hanna era a fêmea ideal, exceto que ela não foi enviada pela deusa, para mim. Eu a cortei e ela não me rechaçou, claro, ela seria rainha se me aceitasse. Mas na verdade, era tudo coisa que os pais dela colocaram na cabeça dela. Ela se apaixonou por outro, que não era o macho enviado para ela e, sendo assim, eu pude chamá-la para mim.
O pai dela deu todo o apoio. Tivemos um casamento razoável por alguns anos, mas ela sempre me pedindo mais tempo para ter filhos. Dizia querer aproveitar o tempo sem crianças. Eu aceitei, sem saber que na verdade, ela não queria ter filhos comigo.
Ela sempre arranjava uma desculpa aqui e outra ali para não dormir comigo e com o tempo, isso só foi piorando, até chegarmos ao ponto de não termos relação alguma.
Eu descobri que ela andava saindo do bando enquanto eu me matava de trabalhar num maldito escritório - sim, ser rei demanda um monte de papelada, principalmente quando os rogues estão atacando constantemente - e ela aproveitava isso para sair e se encontrar com humanos.
Mulheres, principalmente. Ela, eu fiquei então sabendo, adorava mulheres humanas. Machos ela preferia os lobisomens, pois eram mais viris, mais brutos.
Foi então que eu comecei com os meus jogos.
Agora, por que eu não a reportei? Simples: estávamos passando por um momento delicado com os bandos e eu não podia deixar que soubessem que a família real estava em desarmonia. Por isso, eu esperei, e esperei. E eu nem sequer perguntei nada a ela.
Comecei então a tomar o vinho especial, feito apenas para mim. Eu posso parecer um inútil para muitos, mas sou excelente com botânica e sim, wolfsbane se tornou o meu objeto de interesse. Dosei o suficiente para fazer uma droga capaz de anular os meus sentimentos, o meu lobo, mas não para me matar ou me deixar debilitado.
Eu não podia reportar Hanna, eu não queria ser motivo de piada. Apesar de que, se ela já estava fazendo o que bem entendia, eu devia ser, à boca miúda, entre os servos.
Os jogos com humanos me ajudaram a tirar um pouco da minha raiva ao vê-los se matando, nas minhas mãos, e achando que estavam se divertindo. Os que não morriam, eu prendia e poucos conseguiam sair, claro. Eu não podia matar todos eles ou o governo humano suspeitaria.
Após sair do quarto de Kurt, eu fui para o meu e minha cabeça estava doendo horrores. Eu preferi não me exceder mais bebendo wolfsbane. Meu corpo estava enfraquecido devido ao estresse e tomar veneno, ainda que em quantidade menor, poderia significar a minha morte ou que eu adoecesse de verdade.
Tomei banho, tomei pílulas para dor de cabeça e nada. Uma aflição no meu peito só crescia. O meu lobo estava retornando, aos poucos. Zairo. Ele não estava nada contente comigo por ter sido mantido por mais de ano dentro de mim, silenciado.
Conforme o tempo foi passando, eu fui me sentindo mais e mais sufocado e foi quando a dor me atingiu. Hanna não era a minha companheira predestinada, mas eu a marquei e, sendo assim, ela estava conectada comigo. Diziam que não era a mesma dor de quando se é traído pelo companheiro predestinado (no meu caso, eu sentia menos porque era com humanos e não compreendia perfeitamente. Além de ser com uma outra fêmea...). Agora, Hanna estava trepando com algum lobisomem, bem debaixo do meu nariz!
Zairo rosnou, enraivecido. Eu pensei em ir atrás da droga, mas ele não deixou. Senti minha consciência sendo colocada na parte de trás da minha cabeça, enquanto Zairo tomava o controle. Ele iria atrás de Hanna e eu sabia disso.
Eu me vi saindo do quarto, as imagens diante dos meus olhos estavam bagunçadas, turvas, avermelhadas.
"Ela está nos traindo! Aquela vadia!" Zairo rosnou a passou as unhas nas paredes, arranhando-as.
Percebi que o caminho que estávamos tomando era dentro do corredor real, não nos desviamos. Estaria ela com... Kurt?
Ao chegar mais perto da porta, eu podia sentir o cheiro de sexo. Sim, os dois estavam tansando. Kurt... mas... ele disse que só queria a fêmea dele e ele pareceu ignorar os charmes que eu percebi que Hanna jogava para cima dele! Aquilo não fazia sentido!
Antes de abrir a porta, eu ouvi ele gritando com ela e o cheiro mudou. Eu conseguia sentir raiva, frustração. Abri a porta e a vi nua, tentando convencê-lo a transar, de quatro para ele, enquanto ele estava longe dela, olhando para o outro lado. Ele também estava nu e eu senti o cheiro de gozo. Ele tinha sim transado com ela.
— Hanna! — Eu esbravejei. O cheiro do medo dela encheu o quarto.
— Darius! — Ela gritou, buscando um pano para se cobrir. Maldita!
— Eu devia pendurar você nas paredes, mas não...
Zairo avançou mais rápido do que eu imaginei e logo o gosto metálico de sangue estava na minha boca. A cabeça de Hanna estava jogada em um canto escuro.
Kurt não estava cheio de medo, mas sim de preocupação. Zairo queria matá-lo, mas eu não podia.
Eu tinha que falar com o Conselho. Merd@!
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