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Capítulo 3 - Preocupação


Capítulo 3 – Preocupação

— Estou bem, mãe! — repeti pela trigésima vez. – Acho que meu almoço estava estragado, só isso.

Naquele momento, a Doutora Valéria Sorrentino não era a famosa pesquisadora de biotecnologia animal. Era uma mãe preocupada porque a filha teve um pequeno surto seguido de um desmaio. Ela andava de um lado ao outro da enfermaria localizada no térreo do maior hospital da cidade. Passava a mão direita na cabeça, em um gesto nervoso. Bagunçando os fios que estavam perfeitamente alinhados em seu corte chanel. Encostei mais no travesseiro duro, enquanto ela continuava a reclamar.

— Você estava no meio da aula quando simplesmente se calou e começou a encarar o seu slide. Depois tocou na tela, gritou, caiu e apagou. Isso não é normal! — Ela se sentou na cadeira de plástico azul ao lado da maca e me encarou, uma ruga de preocupação se formou entre os seus olhos. – Estou exigindo demais de você, né? Eu não quero você em minha sombra, Tita. Espero que você seja maior e melhor do que eu. Quero te dar as oportunidades que eu não tive no início da carreira. Se eu estiver exigindo demais, a gente para. Mais importante do que os trabalhos que apresentei ou artigos que publiquei, é você. Filha, você é o meu legado.

Encarei o teto branco com uma luminária simples. Ter uma mãe como a minha era ao mesmo tempo uma benção e um estigma. Ser uma Sorrentino abria muitas portas, porém eu sempre precisava me esforçar mais, me destacar e ser melhor do que os outros. Fazer jus ao sobrenome.

— Eu sei. Foi só... — Dei de ombros, sem saber explicar a visão que tive com o lobo.

Ela pegou minha mão entre as suas e apertou.

— Você vai tirar a semana de folga.

— Nem pensar! — Sentei-me tão rápido na maca hospitalar que fiquei tonta. O mundo girou e mamãe pulou para me ajudar a deitar novamente. Aceitei a ajuda, porém continuei reclamando: — Quem vai cuidar da minha pesquisa? A senhora vai colocar a mão na massa e cultivar as cepas?

Ela acariciou meu rosto e colocou uma mecha de cabelo atrás de minha orelha.

— Não se preocupe com nada, meu amor. — Mamãe beijou minha testa. — É para isso que serve os estagiários.

Ri, só ela para fazer uma piada às custas de trabalho extra para os alunos. A risada morreu quando pensei em todas as possibilidades que mamãe não falava, porém que estavam claras em sua óbvia preocupação.

— Voltou, né? — Engoli em seco, evitando que lágrimas brotassem. — Eu estou morrendo... De novo?

O medo no olhar dela se espelhava ao que eu sentia. Tive um raro tumor cerebral quando criança e a minha sobrevivência até a vida adulta era o que os médicos consideravam como milagre da medicina. Minha mãe dizia que os médicos em nada ajudaram.

Merda... Precisava de outro milagre ou estaria fodida.

— Não! Tenho que certeza que não. — Ela quase conseguiu dizer com convicção.

— Então, eles vão me liberar?

Mamãe pegou o meu celular e colocou na mesa ao lado da cama:

— Seu pai ligou, ele virá amanhã para te buscar. Eu preciso fazer algumas ligações...

— Mãe...

Tentei chamar sua atenção, contudo ela continuou sem me responder:

— Quer que chame uma de suas amigas para ficar com você enquanto isso?

— Mãe... — Chamei de novo.

Ela pegou a bolsa da cadeira azul e deu um beijo na minha testa.

— Vou em casa tomar um banho e volto logo, tá? Você não ficará...

— Mãe! — gritei. — Eles vão me deixar ir ou não?

Ela tirou os óculos com uma mão e esfregou o rosto com a outra, manchando sua maquiagem perfeitamente delineada. Mamãe suspirou, soltando todo o ar pela boca.

— Não... Farão alguns testes para ter certeza que está bem. — Ela acariciou delicadamente meu rosto com a ponta dos dedos, como se eu fosse sua menininha frágil mais uma vez. — Não se preocupe, filha, eu vou cuidar de tudo. Vou tomar um banho, comer alguma coisa e voltar para dormir aqui com você.

Peguei sua mão e beijei a ponta dos dedos. Sabia como a minha infância tinha sido desgastante para ela, o medo e o estresse de me perder a tornaram mais rígida, com um coração de pedra. Coração este que se quebrava por apenas uma pessoa: eu.

Tanto que o meu câncer custou o casamento de meus pais.

Eu era muito pequena e não lembrava quando as brigas começaram ou o motivo exato e, mesmo que eles sempre negassem, sabia que o motivo tinha sido eu. Claro que foi uma época difícil para mim também, mas era nova e já não lembrava como era o cotidiano. Restou mais uma memória e o meu ódio por hospitais.

— Vá descansar, amanhã será um dia cheio, não preciso de babá. — Pisquei um olho.

O canto de sua boca se levantou com um sorriso tímido:

— Sei que não, mas não vou te deixar sozinha durante os exames.

— De que adianta? A senhora não poderá entrar na sala de ressonância mesmo e o resultado só deve sair pela manhã. Vá para casa e descanse, eu ligo para a Lana vir dormir comigo, ok? — Tentei tranquiliza-la

— Mas... — começou a argumentar.

Eu, no entanto, a interrompi.

— Eu não sou mais criança. A senhora nunca foi de me tratar como um bebê, não vai começar agora, né? Além do mais — levantei o braço esquerdo para mostrar o soro em minha veia —, não vou a lugar algum.

— Ver você assim, em uma cama hospitalar, me dá tantas lembranças... Sei que não é mais uma garotinha, mas será sempre o meu bebê. — Soltou um longo suspiro. — Ligo mais tarde, ok? Não esqueça de chamar sua amiga.

Garanti que não esqueceria.

Ela ainda ficou pelo quarto, verificando tudo que eu pudesse precisar antes de ir. Quando tudo que eu precisava era ir embora também. Não liguei para ninguém, queria ficar sozinha um pouco. A doença era um fantasma que estava no passado, algo que não pensei em reviver.

Depois que houve a remissão do tumor e não precisei mais de quimioterapia, raramente adoecia. Levei minha mão aos cabelos, uns cinco centímetros acima da minha orelha direita havia uma pequena cicatriz, um rastro daquilo que passei e não pretendia reviver. Sem ninguém ao meu lado, permiti que as lágrimas viessem. Um momento de fraqueza antes de enfrentar a tempestade.

Um técnico de enfermagem veio me buscar para a ressonância magnética, sequei meu rosto com pressa. Não gostava quando as pessoas sentiam pena de mim ou achavam que eu era frágil.

Venci um câncer, não era fraca!

Odiava a máquina de ressonância, a bata do hospital não me protegia direito e o frio do metal penetrava em minha pele. "Não se mova", o técnico disse e eu obedeci, fiquei estática enquanto acionavam as luzes intensamente brilhantes daquele aparelho infernal.

Tudo que eu queria era voltar para o quarto, fechar os olhos e dormir.

*****

Eu estava correndo.

Adrenalina pulsava em minhas veias, instigando-me a ir cada vez mais rápido. Desviei dos diversos obstáculos na rua com agilidade, seja pessoa, paralelepípedo, barraca, sujeira ou lata de lixo. O sinal vermelho não era páreo para mim, ziguezagueava no trânsito, recebendo uma ocasional buzinada ou xingamento.

Fui me afastando do centro da cidade, indo para um bairro residencial. O trânsito diminuiu, as ruas se tornaram silenciosas e as pessoas já estavam dentro de suas casas. Era tarde e ninguém, além de mim, se aventurava no frio da noite.

Eu era incapaz de parar.

Precisava alcançar aquilo que cheirava tão bem. Não conseguia comparar com nenhum outro aroma que já tivesse sentido em toda minha vida. Inebriante como o canto de uma sereia, chamando-me para caçar.

Eu precisava achar a minha presa e me banquetear de sua carne. Minha boca se encheu de saliva, acelerei minha corrida. No alto da ladeira envolta em penumbra, estiquei o meu pescoço para farejar o ar. Ele — quem quer fosse — estava perto, duas ou três quadras de onde eu me encontrava.

Quanto mais me aproximava, mais sorrateiro meus passos se tornavam. Um bom caçador era aquele que não se permitia ser visto até o momento do ataque. O vento frio roçou a minha pele e levantou um pouco da minha camisola fina. Eu parecia fantasmagórica descalça, com meus cabelos soltos e de roupa branca.

Escondi-me em um beco escuro, longe da luz amarelada do poste. O cheiro do meu alvo mudava de posição, como se ele estivesse se movendo tão rápido quanto eu. Talvez até mais. Ele parecia estar em todo lugar e em lugar nenhum. Olhei para o alto, os telhados das casas emoldurados pelo céu estrelado. Vi um movimento, alguém passando de uma casa à outra em grande velocidade.

Te achei!

Como eu subiria ali? Tentei encontrar um apoio para escalar a parede das casas, mas não encontrei nenhum. Talvez eu pudesse... Ah! Um impacto em minhas costas me faz perder o equilíbrio e eu fui jogada ao chão, mais adentro do estreito beco que não era grande o suficiente para permitir a passagem de um carro.

Um homem alto de roupas escuras preenchia a entrada do beco. Seus olhos brilhavam com uma luz verde não natural, como dois diminutos faróis. Um vento soprou, jogando o seu aroma contra o meu rosto. Era ele! A pessoa que eu caçava. A luz da lua brilhou contra sua face e eu pude ver como suas feições eram retorcidas por um sorriso maligno, por trás dos lábios distendidos, despontavam dois caninos alongados.

— Quem é você? — O estranho indagou com raiva. — E por que está me seguindo?

Do jeito que estava caída no chão, ajeitei-me em uma posição agachada. Dando impulso nas minhas pernas, saltei sobre o homem. Pego de surpresa, as costas dele bateram contra a parede com um baque.

Apesar de ser bem uns quinze centímetros mais alto do que eu, consegui prendê-lo pelo pescoço contra o muro de concreto. O que era muito estranho, considerando que minha mão era pequena.

Não estava interessada em conversa, queria... Não tinha certeza do que queria. Meus instintos me trouxeram até aqui, porém não fazia ideia de como prosseguir. Aproveitando-se da minha hesitação, o estranho me deu uma cabeçada, batendo com força sua testa contra a minha. Ai! Caramba, sua força era desproporcional aos poucos músculos que preenchiam o casaco de couro.

Ele avançou para cima de mim, caninos alongados tentando perfurar minha carne. Não tinha certeza do que aquilo significava — vampiro não era algo que se via fora da televisão —, mas, definitivamente, não queria que se aproximasse da minha pele.

Gostaria de afirmar que lutei bravamente, com socos de direita e de esquerda, rolamentos e chutes giratórios. A verdade, no entanto, não era tão enfeitada. Apenas tentei bater sem apanhar, o que era uma tarefa árdua para alguém sem noção de luta.

Minha situação não estava nada boa. Eu era uma mulher fisicamente despreparada, lutando com um desconhecido com uma dentição suspeita em um beco escuro, que desmaiou durante uma aula e ainda estava usando apenas uma bata hospitalar.

Como diabos eu vim parar aqui mesmo?

O homem acertou um gancho de direita na lateral do meu rosto e eu ouvi um estalo na minha mandíbula. Eu estava — literalmente — de queixo caído. Cansada de ser jogada contra os muros do beco, agarrei-o pela cintura e o empurrei com toda força que tinha. Funcionou! Pelo menos sob o luar, eu conseguia enxergar com quem estava brigando.

O homem rosnou e xingou, dizendo que era divertido ter um jantar que brigasse de volta. Aparentemente, eu o estava deixando com fome e sangue com adrenalina era mais saboroso. O que ele não sabia, entretanto, é que a fome dentro de mim aumentava cada vez. Ela me alimentava, me deixava mais forte. Se ele queria sentir o sabor de seu sangue, eu pretendia provar o dele.

Meu cérebro ia se dividir em dois, o lado racional dizia que tais pensamentos eram impossíveis e ilógicos, já o lado instintivo só queria se saciar. A luz da lua me atingiu, cada poro que recobria cada centímetro do meu ser, energizou-se. Joguei minha cabeça para trás e berrei a plenos pulmões, como uma louca desvairada.

Fui dominada por uma sensação única, como se eu quisesse escapar do meu corpo. A minha pele parecia uma barreira que escondia o meu verdadeiro eu. Os meus ossos estalaram, dor irradiava pelo meu corpo, uma força invisível estava me desmontando e remontando de novo. Caí de joelhos na grama úmida do quintal.

— Já desistiu? — O vampiro sorriu e avançou, ele agarrou um punhado do meu cabelo e puxou minha cabeça para cima. Entretanto, paralisou assim que encarou o meu rosto. O monstro de olhos verdes brilhantes e dentes afiados congelou de medo quando me viu. Sim... Ele tinha medo. Eu podia sentir, deixava o cheiro dele ainda mais inebriante.

Minha coluna se torceu e eu gritei mais uma vez, a dor insuportável pretendia me partir em duas! O homem ainda tentava entender o que acontecia quando foi puxado para trás. Outro rapaz, um de cabelo castanho claro, quase loiro, começou a lutar com ele.

Era uma dança bonita que os dois faziam, chutes e murros quase sincronizados. Como uma luta ensaiada e em alta velocidade de caratê. Adoraria apreciar melhor, porém a dor lancinante ainda atravessava o meu corpo.

Oh, Deus! Meus dedos... Eles alongaram! As unhas enegreceram e cresceram como garras afiadas. Meus pés estavam em um ângulo estranho. Não tinha mais força para gritar, apenas gemidos escapavam de meus lábios. Voltei a encarar a briga dos dois, um deles tinha uma clara vantagem. Se eu pudesse, comemoraria.

— Bertoni, você vai se arrepender disso! — O que me atacou, cuspiu sangue no chão depois de um murro certeiro em seu maxilar. — Isso é guerra.

O segundo rapaz sacou uma espada curta, menor do que um braço, de um coldre na sua cintura:

— Eu sei, mas não posso ficar parado enquanto você tortura uma inocente. Você não precisa fazer isso, Mathias! Poderia se alimentar sem matar.

— Inocente? Essa louca me atacou! — Ele apontou para mim e os dois me encararam. Me encolhi ainda mais, escondendo meu rosto e minhas mãos esquisitas atrás dos cabelos. — Eu sou seu único aliado! Guarde essa espada.

Meu corpo convulsionava, um calor se formou em meu coração e a cada batida, penetrava em minhas artérias. Como uma lava incandescente no lugar de sangue. Da minha boca, nem o gemido conseguiu sair. Eu sentia que era uma bomba atômica em forma de mulher. Os olhos fechados não me permitiam mais ver ambos os homens, contudo, detectei a ferocidade na voz do recém-chegado.

— Não me alio a sádicos torturadores! — Sua declaração foi seguida por um grito e o silêncio. Os únicos barulhos vinham dos grilos e dos carros que passavam esporadicamente na principal, umas quatro ruas de onde nos encontrávamos. Podia ouvir também os seus passos se aproximando: — Não vou te machucar. — Ele disse com delicadeza e senti um toque em meu ombro, me encolhi mais apesar de sua voz tranquilizadora. — Confie em mim, quero ajudar.

Eu levantei minha cabeça e os olhos azuis do homem se arregalaram, ele deu um passo para trás e elevou ambas as mãos em sinal de rendição. Meu queixo quebrado se posicionou novamente, porém em um local diferente. A dor abrandou e eu tentei ficar em pé, era meio estranho, não conseguia ficar ereta. Tampouco me era permitido fechar a boca, todos os meus dentes eram maiores e mais fortes.

Grandes.

Feitos para apreender e dilacerar.

Ele parecia tão perdido quanto eu. Olhei ao redor, o outro homem havia sumido, esvanecido completamente. Esse novo rapaz não tinha um aroma tão apetitoso, estava diluído de alguma forma. E eu sentia tanta fome! Ele tirou a minha chance de comida...

Não sei se algo em minha expressão denunciou minha intenção, mas o cara voltou a sacar a espada. Falar era difícil, não sabia articular direito e as palavras saíram em uma voz gutural estranha:

– Fome.

Esse foi o meu jeito de pedir desculpas por atacá-lo logo após ele ter matado um colega para salvar a minha vida.

Não tinha outra escolha, estava faminta.

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FELIZ DIA DAS MULHERES!

Lembrem que vocês são fortes, inteligentes e poderosas. Ser mulher já é o nosso próprio dom sobrenatural! 

Beijos, Aretha V. Guedes

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