Capítulo 4
Após quase três meses trabalhando na empresa, tudo parecia correr bem, até Samantha não me incomodava mais depois da dura do seu Luiz Felipe.
Na sexta-feira pela manhã seu Renato finalmente apareceu na empresa e de acordo com Camille ele se trancou em sua sala durante toda a manhã ao sair na hora do almoço ele me abordou quando eu já me preparava para almoçar com Camille.
-Olá, Sophie, como está indo, todos têm te tratado bem? - pergunta, e já que Samantha não me incomoda mais deixo de fora todo o ocorrido que houve a dois meses.
-Tudo correndo perfeitamente bem, muito obrigada por essa oportunidade seu Renato. - Respondo agradecendo mais uma vez, acho que nunca serei capaz de demonstrar toda a minha gratidão.
-Você está indo almoçar? - Eu confirmo, é quando ele pergunta algo que me surpreende. - Você poderia almoçar comigo hoje? Gostaria de discutir um assunto um tanto delicado com você.
Meu coração se aperta, pois já estou quase no fim da minha experiência, será que eu fui tão mal assim e ele vai dispensar meus serviços, mas eu me esforcei tanto, isso não pode estar acontecendo, não pode!
- Sophie? - Seu Renato chama minha atenção.
-Vai lá Sophie, tudo bem, não se preocupa comigo. - Diz Camille chegando naquele momento e tentando me tranquilizar.
-Claro, tudo bem. - Respondo meio desconsertada e com o coração apertado.
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Quando já estamos sentados com nossos almoços servidos, sinto o cheiro agradável do meu strogonoff mais sem apetite nenhum, meu estômago embrulha. Seu Renato parece inquieto, sem saber como iniciar o assunto. E eu não consigo comer nada, sentindo um nó na garganta com a apreensão do que estava por vir.
Quando ele finalmente fala sua voz está embargada, como se estivesse se contendo para não chorar.
-Sophie, eu quero falar com você sobre meu filho. - Diz ele, tirando um peso das minhas costas e ao mesmo tempo me surpreendendo pela segunda vez no dia. - Você soube sobre o acidente dele?
-Sim, a Camille comentou comigo, como ele está Seu Renato? - Pergunto me sentindo desconfortável, sem saber ao certo o porque esse assunto agora.
-Então, serei direto com você. Meu filho perdeu os movimentos das pernas no acidente. Ele se encontra de cadeira de rodas agora e os médicos têm poucas esperanças sobre um dia ele voltar a andar. Nesse momento ele se sente desolado, se tranca no quarto o dia inteiro e não quer falar com ninguém, nem com os melhores amigos dele, e eu não sei mais o que fazer, tenho medo da depressão tomar conta dele e então pensei em você, pois você Sophie, é uma garota forte, guerreira e não se deixou abater com as circunstâncias que a vida te proporcionou, você tem amor pela vida, talvez pudesse conversar com meu filho, tentar mostrar esse amor pela vida para ele. Eu estou te pedindo isso como pai, não como chefe.
E mais uma vez eu estava surpresa, pois era gratificante saber que alguém pensava dessa forma sobre mim, principalmente um homem bom e amigo dos meus avós. Eu sabia que essa seria a maneira que eu poderia agradecer, e sem pensar duas vezes disse que com certeza eu estava disposta a ajudar o seu filho, o que acabaria sendo um divisor de águas em minha vida.
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Ficou combinado então que eu iria conhecer o filho do seu Renato, encerramos o almoço e nos encaminhamos para a empresa, eu segurando no braço do seu Renato, é quando ele para no meio do caminho e fala;
-Só mais uma coisa Sophie, eu gostaria que você fosse muito discreta quanto a esse assunto que conversamos. -Fico sem compreender o real motivo desse pedido.
-Mas porque, ele não deve saber que o senhor me pediu isso? -Pergunto mais confusa do que pretendia.
-Eu prefiro que não, ele vai achar que estou tentando controlar a vida dele. E sem que ele saiba será melhor. -Conclui ele.
-Mas então como irei conhecê-lo? -Pergunto.
-Eu também já pensei nisso, e você vai encontrar com ele em um parque casualmente. Como se você fosse para um passeio com sua avó. Ai você cria um momento e assim conhece ele.-Explica, como se fosse a coisa mais fácil do mundo.
-Mas que momento eu posso criar, seu Renato? - Pergunto sem saber onde aquilo ia dar.
-Eu tenho certeza que você dará um jeito, eu confio em você Sophie, não é atoa que estou solicitando os seus serviços. -Fala como se estivesse me contratando para ser amiga do seu filho. Sinto um embrulho no estômago com suas palavras, não tenho mais certeza se estarei fazendo a coisa certa.
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No outro dia seu Renato me dispensa do trabalho, garantindo que aquele dia seria como uma folga não registrada no calendário. E eu combino com ele que aquela tarde eu iria tentar conhecer seu filho, ele estava apostando todas as fichas que aquilo daria certo, eu não tinha tanta certeza, mas garanti que iria dá meu melhor.
E quando o momento de sairmos se aproximava eu ficava cada vez mais nervosa, sem ter certeza de mais nada, eu, minha vó e meu avô saímos de casa, pois naquela tarde vovô ficou de nos levar para o parque que ficava um pouco mais longe de onde morávamos.
No caminho decidi conversar com a minha avó e minha mãe sobre o assunto perguntando o que elas achavam sobre isso.
-Meu bem, eu acho que isso pode mesmo ajudar o garoto, ele saberá as coisas que você passou, isso pode fortalecer ele. Mas confesso que não sou de todo acordo você esconder que foi a pedido do Renato. - Diz vovó. - Ele pode se sentir usado, e isso seria muito ruim.
-Mas, como já conversamos, é você quem decide sobre isso filha. - Responde mamãe.
As palavras da vovó martelam em minha cabeça durante todo o caminho, e se ele descobrisse, será que entenderia?
Decido que é para o bem dele e continuo disposta a ajudar o seu Renato, afinal ele me ajudou quando eu mais precisei.
Enquanto nos aproximávamos do parque meu coração acelerava mais, gostaria que aquilo fosse bom, que a sensação de estar fazendo algo errado saísse do meu peito, mas eu não era capaz de controlar isso, nem seria capaz de controlar todo o resto.
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