Capítulo 15
Entro no escritório do meu pai quando ele está em um telefonema. Não sei exatamente com quem ele está falando mas parece muito preocupado. Fico esperando ele finalizar a ligação, e quando isso finalmente acontece ele me olha com seriedade.
-O que foi pai? - Pergunto me sentindo um pouco preocupado também, sem ao menos saber porquê, mas a cara dele era realmente preocupante e me senti alarmado.
-Filho eu preciso te contar uma coisa. -Começa.- A Sophie, a garota cega que você conheceu...Ela trabalha lá na empresa, a avó dela me pediu esse favor, pois eles precisam do dinheiro, e o avô dela havia acabado de ser demitido. Então eu a contratei, ela já está prestes a completar os três meses de experiência.
-Então quer dizer que você conhecia a Sophie todo esse tempo, porque me escondeu isso? - Pergunto um pouco irritado, mas acima de tudo confuso.
-Essa é a parte complicada filho, eu preciso que você me escute muito bem. Depois do seu acidente eu fiquei muito preocupado, e falei com a Sophie para ela se aproximar de você, pois você estava muito solitário, então ela aceitou. Disse que iria tentar te ajudar, se tornar sua amiga.- Meu pai fala me surpreendendo a cada palavra.
-Então você pagou a Sophie para ser minha amiga, é isso? -Pergunto com um tom na voz mais decepcionado que o possível.
-Não filho, pelo amor de Deus. Ela fez sem dinheiro algum na frente, ela é um doce de garota, estava apenas querendo ajudar você, por favor não foi culpa dela, eu pedi pra ela isso.- Explica ele, mas nesse momento já me sinto traído por todos e quando eu tento me retirar da sala meu pai me interrompe.
-Tem mais uma coisa filho, e na verdade é exatamente por isso que estou contando para você...- Continua ele baixando a cabeça.- A Sophie foi atropelada noite passada em frente a empresa. Ela está no hospital filho e parece que não passa muito bem.
Eu não conseguia acreditar em tudo que havia acabado de ouvir, parecia que tudo não passava de um pesadelo, eu estava extremamente preocupado com ela, meu coração apertou e a única coisa que eu queria naquele momento era vê-la, mesmo sabendo que aquela garota havia mentido para mim, minha única preocupação era seu bem estar, e o resto teria tempo para resolvermos depois.
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Meu pai e Henrique estão ao meu lado na recepção do mesmo hospital ao qual meu pai esteve dias antes, mas infelizmente apenas os familiares podiam vê-la e ter notícias suas. Então nós três ficamos apenas lá esperando por alguém de sua família.
Até que depois do que parece muito tempo, podendo ter sido apenas alguns minutos, nesse momento eu não sabia mais nada, a avó e mãe dela aparecem vindas de um corredor que certamente é o local onde ela se encontra.
-Oi Renato, olá meninos. - Cumprimenta dona Amélia nitidamente abalada.
-Você sabe quem fez essa barbaridade Amélia? O motorista prestou socorro? -Pergunta meu pai, querendo saber como ocorreu as coisas.
-Não Renato, quando Geraldo chegou lá já estava rodeado de pessoas e nem sinal do motorista, ela foi atropelada na calçada, quem fez isso agiu de má fé, mas meu Deus, quem faria algo assim com a minha princesa? - Diz dona Amélia se desmanchando em lágrimas, e a mãe da Sophie está em uma cadeira chorando muito pálida.
E eu apenas quero saber uma coisa aquele momento;
-Como ela está dona Amélia?
-Ah querido, ela está muito fraquinha. Mas ela é forte tenho certeza que vai ficar bem logo. Ela está internada na UTI nesse momento, mas os médicos disseram que tem tudo para logo logo ela acordar, está reagindo muito bem aos medicamentos. Minha neta tem um amor enorme pela vida, e não vai desistir fácil. -Diz a bela senhora com um brilho intenso no olhar, cheio de esperança.
Então continuamos lá, sentados conversando e esperando por uma notícia que não vem até então.
-Como está o Geraldo? -Pergunta meu pai.
-Ele ficou em casa, estava muito abalado, afinal foi ele que encontrou a Sophie. E também alguém precisava ficar com o Eduardo. -Explica Dona Amélia.
Naquele momento entra no ressinto uma jovem negra claramente nervosa e abatida.
-Vocês são familiares da Sophie? -Pergunta a moça se dirigindo a mãe e avó da mesma.
-Somos sim meu bem. Você só pode ser a Camille. -Diz dona Amélia se aproximando da jovem e a tomando em seus braços, onde a garota desaba, chorando.
-Ah meu Deus, foi culpa minha. Eu não devia ter deixado ela sozinha. - Fala Camille chorando.
-Não meu bem. Não se culpe, ninguém poderia imaginar uma coisa assim. - Dona Amélia fala e naquele momento como se houvesse tomado um choque a mãe de Sophie pula do sofá, mas então notamos que ela viu o médico se aproximar e então aguardamos na expectativa.
-Os familiares de Sophie Bragança ? -A avó e mãe dela se aproximam. - Me acompanhem por favor.
Então nos deixando na maior ansiedade, os três se retiram.
Depois do que parece meia hora a avó e mãe dela voltam e sinceramente naquele momento nem se eu quisesse saberia identificar a expressão no rosto das duas mulheres quando dona Amélia diz;
-A Sophie precisa de mais sangue, e o único da nossa família que era compatível com ela era seu pai. Ela vai esperar pelo banco de sangue agora.
-Qual o tipo sanguíneo dela Dona Amélia? -Pergunto, secretamente pedindo para eu ser compatível e poder ajudá-la.
-B Negativo. - Responde a senhora cabisbaixa. E então eu baixo a cabeça também, sabendo que não teria outro jeito se não esperar, por algo que ambos sabiam que poderia não vir.
Então surpreendendo a todos Camille fala alarmada:
-Eu sou B negativo também, posso doar o sangue que minha amiga precisa.
E a esperança retoma as feições de cada pessoa naquela sala, sabendo que agora Sophie se recuperaria mais rápido, era o que todos esperavam.
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