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G L O S S Á R I O
Sejabin: princesa herdeira.
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ALGUMA COISA ESTÁ ERRADA. Jae Ho ainda não está aqui e ele sempre chega antes de mim.
Vasculho o parque Yeouido em vão, nem sinal dele.
Há uma semana não conseguia escapar em virtude de alguns imprevistos que tive no palácio, todos envolvendo o possível noivado com Lee Min Suk.
Eu nunca o vi pessoalmente, apenas por fotos. Ele pertence à uma família influente e seu pai, apesar de não estar inserido diretamente na política, possui contatos valiosos no exterior que podem ajudar na expansão do comércio tecnológico da Coreia.
Lee Min Suk é alto, só que nem tanto. Possui traços bonitos, porém não tão marcantes. Mantém uma vida particular reservada e não se envolve em escândalos na mídia, por isso toda informação que sei a seu respeito é superficial.
Ele pode ter muitas qualidades, mas não é Choi Jae Ho.
Aflita, me sento de frente para o lago e apoio a cabeça nas mãos. Ele virá, eu sei que sim. Só está um pouco atrasado.
Quando alguém toca meu ombro, instintivamente sei quem é.
— Você veio! — Exclamo aliviada e noto uma expressão abatida em seu rosto. — O que houve?
— Precisamos ir.
Com pressa, ele me puxa em direção à saída do parque.
— Pra onde? — Questiono assustada, porém ele não responde.
Continuamos a nos deslocar com rapidez até que ele me empurra contra o tronco de uma árvore e se posiciona de frente pra mim, cobrindo meu corpo com o seu.
Jae Ho pede que eu fique em silêncio e então entendo. Estamos nos escondendo! Mas de quem?
— Por que estamos fugindo?
— Não há tempo para explicar. — Ele diz.
— Jae Ho! — Elevo o tom da minha voz.
Assustado, ele tampa minha boca e seus olhos suplicam que eu não faça barulho. Meneio a cabeça concordando e ele me solta.
Sentindo a ansiedade me corroer, espio com cuidado o que se passa atrás de nós.
Alguns homens suspeitos estão reunidos numa roda, discutindo acaloradamente assuntos que não consigo ouvir com clareza, contudo parecem irritados. Para meu desespero, o olhar de um deles cruza com o meu.
— Eles estão ali! — O sujeito brada.
Jae Ho e eu corremos.
Estou usando sandálias sem salto, mas mesmo assim encontro dificuldade na corrida. Tropeço algumas vezes e ele me ajuda a levantar.
Os homens são rápidos e, nesse ritmo, não demorarão a nos alcançar.
Fazemos uma curva à esquerda e entramos numa viela apertada. Subimos alguns degraus e viramos novamente à direita. Avistamos um beco apertado e nos refugiamos nele.
Ofegante, apoio as costas contra a parede, respirando com dificuldade. Jae Ho, no entanto, não parece cansado.
—Fique aqui. Eu vou lá fora distraí-los.— Ele diz.
— Nem pensar! Eles estão em maior número!
— Sun Hee, me escute.
— Não! Me recuso a permitir que você faça essa loucura!
— Ei, olha pra mim. — Ele envolve meu rosto com as mãos.— Não vai acontecer nada comigo, eu prometo.
— Como você pode garantir? É por culpa deles que você sempre aparece ferido? Por que estão te perseguindo?
Jae Ho abre a boca para falar, porém as palavras não saem. Exasperado, ele suspira e seu rosto assume uma expressão de seriedade que me incomoda.
Nem sei o que ele dirá e já quero que pare. Tenho um mau pressentimento.
— Esqueça, não precisa explicar. Vamos apenas pensar num jeito de escapar em segurança.
— Fomos descobertos...
— Eu disse que não precisa...
— Estão atrás de você. — Ele me interrompe.
— Como é que é?
— Você é o alvo, não eu. Por isso, enquanto eu os distraio, volte imediatamente para o palácio.
Meus peito começa a queimar quando enfim assimilo a informação. Um zunido dispara nos meus ouvidos e preciso me lembrar de soltar o ar dos pulmões.
— C-como você... p-por que v-você...
— Explicarei amanhã. Me encontre na ponte Mapo, visitar o parque não é mais seguro.
Atordoada, assisto Jae Ho sair do beco. Não consigo me conter e vou atrás dele. Paraliso ao vê-lo lutando contra outros quatro. Ele é rápido, mas não sei por quanto tempo aguentará.
Um deles derruba Jae Ho no chão e ele cai imóvel.
Levante.
Por favor, levante.
Contudo, antes que eu possa descobrir se ele está bem, os sujeitos param de agredi-lo e se viram na minha direção.
Por pouco não me veem
Entro rapidamente de volta no beco estreito e me escondo entre alguns entulhos lá depositados, aguardando eles deixarem o local.
Não sei quanto tempo se passa até que eu finalmente crie coragem para sair. Quando o faço, Jae Ho já se foi.
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No dia seguinte, chego ao local combinado e ele está à minha espera.
Não consegui pegar os olhos durante a noite inteira tentando compreender o que estava acontecendo.
Ao me ver, ele vem ao meu encontro. Apoiamos os corpos contra as grades de segurança e eu passeio os olhos pela vista enquanto aguardo que ele ofereça qualquer explicação que, por favor, pareça minimamente plausível.
— Eu vim da Coreia do Norte. — Jae Ho quebra o silêncio e me pega desprevenida.
Coreia do Norte?
— Faço parte da equipe de inteligência e espionagem. Quero dizer, fazia.
Oh, não. Do que ele está falando?
— Nosso grupo está infiltrado em Seul há seis meses. — Ele explica. — No dia em que nos conhecemos, eu havia tido uma briga séria com meu superior. Estou apenas cansado disso tudo. — Ele suspira.
— E-espião? Infiltrado? Jae Ho, não tem graça.
Procuro em seu rosto qualquer sinal de que ele não esteja falando sério, contudo não encontro.
— Para ser sincero, aproveitei essa missão como uma oportunidade para escapar do meu país. Minha intenção era fugir para o exterior e pedir refúgio. Conhecer você simplesmente não... estava nos planos.
— Então me diga. Qual é a missão de que você fala?
— Sun Hee, é melhor não.
— Fale agora! — Bato os punhos contra seu peito e, antes que me dê conta, estou gritando. — Eu exijo saber!
Ele hesita antes de confessar.
— Você era nossa missão. Eliminar a sejabin.
Perco a noção do tempo e espaço, bem como de qualquer senso de descrição. Palavras absurdas jorram da boca dele e eu só quero fazê-lo parar.
Bato com mais força em seu peito enquanto choro e soluços guturais escapam involuntariamente da minha garganta.
Os transeuntes na ponte Mapo provavelmente pararam para assistir a cena e devem estar assustadas com os barulhos que emito.
Jae Ho me aperta num abraço intenso até que a fúria me abandone e meus braços cedam ao lado do meu corpo.
Estou mais do que desesperada.
Estou irremediavelmente apaixonada por alguém que tem a missão de me matar.
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