Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 5 Debut

Londres

As ruas estavam repletas de pessoas que transitavam de uma lado para o outro. O centro comercial de Londres era intenso, homens e mulheres percorriam as alamedas em busca de artigos industrializados, importados, tudo da última moda. Ninguém queria estar aquém nas tendências de vestuário, acessórios ou perfumaria.

As ruas eram largas e os transeuntes circulavam tranquilos. Os coches de aluguel passavam suaves pelos ladrilhos, a cidade era muito moderna, destoa de outros distritos mais afastados da capital, aquela região era privilegiada, havia uma concentração de nobres, os de nascimento e, tinha também aqueles que compravam sua posição, uma classe que não eram bem aceite, contudo, o seu dinheiro movia essa sociedade supérflua e mesquinha, os novos-ricos.

A entrada dos burgueses em seus círculos restritos, era o simples fato de terem muito poder aquisitivo, toleravam, pois, alguns nobres vinham perdendo suas riquezas, as terras já não davam o retorno como antes, se endividavam, ou por viverem de apostas frívolas, ou mesmo porque a economia agrícola era tímida em relação às finanças arrojadas do setor industrial, nas quais a burguesia dominava todos os segmentos, desse modo, a aristocracia não tinha outro remédio senão resignar-se a aceitar tal convívio.

Gertrud Stanton, uma nova rica, estava na corrida, em fazer Sophie uma senhorita perfeita, a ponto de confundi-la com uma filha de um nobre, na sua ânsia de fazer sua pequena brilhar em sua estreia na temporada londrina. Não poderia faltar nada a garota. A euforia tomava conta da mulher, que passeava no centro comercial de Mayfair, uma comitiva de empregados seguiam mãe e filha, carregados de pacotes e caixas de chapéus e outras mercadorias, o dia do Baile no Almack's se aproximava como uma rajada de vento.

Sophie Stanton caminhava pelas ruas arborizadas da região, contudo não apreciava a paisagem tão graciosa a sua volta. Queria estar bem longe dali, sentia falta do amigo. Passou os dedos suavemente no lábio inferior sentia ainda o toque suave  de Ben. Seus pensamentos estavam bem próximos de Manchester quando sua mãe a roubou de seus sonhos.

— Sophie algum problema, está tão quieta?

Olhou para a voz feminina. — Estou bem mamãe, apenas cansada. — Isso era sincero estavam caminhando pelas ruas comerciais a manhã inteira.

— Você tem razão ma petite vamos para casa, tomaremos um chá enquanto esperamos Madame Toussaint com os nossos vestidos para a prova.

Sophie suspirou. Seus planos eram outros, na verdade. Desejava se encerrar no seu quarto não queria interagir com mais ninguém, mas compreendia que não poderia fugir desse compromisso, afinal o baile estava muito próximo. Não tinha a intenção de se rebelar. Tinha planos para ganhar a confiança de seus pais. Com o intuito de ter mais liberdade, quem sabe viajar com uma preceptora, encontrar Benjamin Crowford em Manchester.

Desse modo, às duas subiram numa carruagem aberta o dia estava luminoso, muito oportuno para um passeio assim. As ruas os carros de aluguel disputavam espaço com os tílburis particulares dos jovens da nobreza. Os pedestres caminhavam tranquilos aproveitando o dia ensolarado tão raro em Londres.

A carruagem se distanciou alcançando a parte residencial de Mayfair, o bairro mais cobiçado pela nobreza. Muito poucos burgueses conseguiram uma casa na Park Lane, um endereço muito exclusivo. Contudo, Tom Stanton nunca se conformava com o mediano, por isso a família Stanton conseguiu entrar na região, pois um marquês endividado precisou vender sua propriedade para manter os bens que não eram inalienáveis, as propriedades que estavam ligadas ao título. Assim Tom como um bom homem de negócios, usou esse revés do nobre a seu favor, desse modo conseguiram uma excelente residência. Sendo algo muito positivo para uma família emergente.

A propriedade era imensa com muitos cômodos, amplos e espaçosos. A mansão possuía um salão de bailes, sala de música, uma biblioteca com uma variedade muito grande de títulos, o lugar preferido de Sophie, a residência exalava requinte e luxo nada ali era grosseiro ou de mau gosto, Gertrud Stanton, aprendeu a se refinar com muito cuidado para não afugentar as famílias mais tradicionais da região, tinha as preceptoras de Sophie, Abigail Thornton e Maude Crowen que a auxiliavam nesse sentido, a senhora da casa aprendia os jogos sociais de maneira muito rápida, era uma mulher muito inteligente.

Assim que o transporte chegou um rapazote uniformizado abriu a porta auxiliando as mulheres a descerem da carruagem, o mordomo Simon, prontamente abriu a porta para elas entrarem e pudessem se refrescar após estarem tanto tempo ao sol. Os pacotes e compras uma governanta, imediatamente se ocupou de levar ao lugar correto para que não atrapalhasse o hall. Gertrud pergunta solenemente.

— Simon, meu marido está em casa?

— O senhor Stanton está na residência, madame, em uma reunião com sócios em seu escritório. — O homem de modo educado continuou. — Madame Toussaint espera a senhora juntamente com a senhorita na sala orquídea.

— Ótimo! Mande uma bandeja de chá para lá.

Assim às duas seguiram para o lugar indicado pelo mordomo.

Madame Toussaint ainda não tinha um ateliê em Londres, viajou com a família Stanton com o intuito de se projetar na alta sociedade londrina como uma grande modista francesa. Tinha total confiança que Sophie Stanton e Gertrud Stanton quando se apresentassem no baile que abriria a temporada social na capital inglesa, com seus vestidos iriam brilhar. Elas seriam perfeitas para exibirem seus vestidos porque eram muito bonitas e corpos curvilíneos que realçam a leveza dos modelos. Com isso todas as ladies iriam almejar ter esse brilho. Assim, Toussaint seria um sucesso entre as mulheres da alta sociedade.

Essa estratégia teria um retorno muito positivo, pois Sophie era uma moça muito linda, os rapazes iriam notar ela, assim que entrar no salão, as mães logo associaram esse fenômeno ao seu traje, assim todas vão desejar o mesmo brilho, Madame Toussaint, arquitetava tudo com muito cuidado em sua mente.

Nesse instante Sophie e Gertrud entraram na sala de modo festivo, a mãe estava ansiosa em ver como haviam ficado os vestidos.

— Olá Madame! — Se aproximou da modista. — Que alegria vê-la.

— Espero não estar atrapalhando a Senhora.

— Imagine, a senhora nunca atrapalha. — Gesticulou delicadamente. — Vamos sente-se um pouco. Aceita tomar chá conosco?

Avec plaisir! — Então todas se sentaram em poltronas confortáveis, a modista voltou para Sophie.

Ma petite, está cada dia mais radiante, será uma beldade em destaque no baile! — Sorria sincera.

Merci, Madame. — Baixou a vista timidamente. — Tem sido muito bondosa com a nossa família.

Rien! — Deu um tapinha carinhoso no dorso da mão da garota. — A senhorita é muito bondosa, isso só ressalta a sua beleza.

Então uma serviçal adentra o recinto com uma bandeja com chá acrescido com algumas guloseimas. Gertrud indicou onde deixar o alimento num aparador próximo dela. A garota atendeu a solicitação, deixou tudo organizado e se retirou silenciosamente.

— Madame Toussaint como prefere seu chá?

— Apenas creme, por favor, gosto assim. — Logo em seguida segurou a porcelana entre seus dedos com um guardanapo de linho bordado. A francesa notou que a senhora Stanton havia aprendido à perfeição como servir um chá, em nada se parecia com a mulher perdida e tímida que conheceu em Manchester. Sentia orgulho de ser uma pessoa que contribuiu com essa mudança positiva. — Merci. — Bebericou da bebida tépida.

A sala orquídea era ampla, confortável, o cômodo era de uso exclusivo de Gertrud Stanton, o nome vinha por causa de uma estufa próxima, com muitas orquídeas, Sophie reavivou todas elas, por cuidar do jardim de inverno, quando as plantas floresceram passaram a chamar o local desse modo.

A modista tornou a falar.

— Sei que me adiantei em ir à mansão Stanton, isso foi muito indelicado. — Mordiscou um canapé. Deu uma pequena pausa, limpou o lábio. — Contudo, estava muito eufórica em fazer a prova dos vestidos, ansiosa para ver como ficarão os vestidos no corpo de cada uma.

— Céus! Não se envergonhe. Sabe que sempre é bem-vinda nessa casa. — Depositou a xícara na mesa de centro. — Não concorda, minha princesa?

Sophie saiu de seu pequeno transe, meneando a cabeça, para tentar se situar na conversa das mais velhas.

Désolé, Madame, Sophie está assim distraída há alguns dias, muito mais do que o costumeiro, Tom e eu não sabemos mais o que fazer. — Suspirou.

— Não se incomode, isso é muito normal nas jovenzinhas. — Deu uma piscadela cúmplice para a garota. Ela sorriu minimamente para a modista.

— Concordo com minha mãe em tudo. — Respondeu de modo genérico para não ter que dar mais satisfações as mulheres que continuaram a conversação animada.

Sophie Stanton estava ali só o corpo, no entanto, a sua mente estava muito longe dali, criava estratégias para colocar seus planos em prática. O objetivo maior era ganhar a confiança de seus pais, se mostrando sempre gentil e obediente, a fim de que quando solicitasse sua viagem eles não teriam motivos para se negarem a seu pedido, então seguia serena e cordata com tudo que seus progenitores decidiam.

— Vou começar a prova com ma petite, se não se importam! — Falou animada para a jovem. Ela voltou sua atenção à mulher de sotaque carregado. Se levantando muito devagar. — Poderia chamar a minha auxiliar na ala dos criados?

— Oh! Sim, certamente! — Gertrud chamou algum serviçal com a sineta. Entrou uma mulher corpulenta. — Por favor, chame Marie, para se juntar a nós. — A mulher anuiu. Em pouco tempo a jovem entrou na sala com a ajuda de mais duas pessoas trazendo algumas caixas com ela.

Magnifique! — A mulher aplaudiu ao ver entrar suas obras no local. — Marie, s'il. te plait, vá com a Mademoiselle Rey até seu quarto, em seguida veremos como ficou. — A ajudante anuiu seguindo até o aposento da garota.

Não demorou muito elas alcançaram o cômodo, Sophie tentava disfarçar o desânimo, uma vez que Marie estava radiante em fazer a prova do vestido nela, parecia que seria ela a ter sua estreia na sociedade londrina. Cerrou a porta para não terem nenhuma interferência externa.

— Por favor, me ajude a tirar esse vestido, ele tem muitos botões. — Marie foi até ela sorridente.

— A senhorita é tão bonita! — Começou a tirar o traje pesado da jovem. — Parece uma boneca de porcelana. — Suspirou romântica. — Em seu baile terá muitos jovens apaixonados pela Mademoiselle.

— Não desejo nada semelhante. — Bufou.

— Como não, isso é o sonho de toda jovem!

— Não é o meu.

Se apartou do amontoado de tecido que ficou em torno. Estava apenas com as roupas internas e espartilho. A outra foi até a caixa retirando um lindo vestido de baile. Pousou ele delicadamente na cama. Sophie se encantou pelo tecido e a cor era realmente linda. Meneou a cabeça, precisava manter a cabeça racional, seguir com os seus planos.

Vestiu o traje com muito cuidado. Era realmente encantador. Então entraram nos aposentos da debutante, sua genitora com a modista. Gertrud ficou estupefata ao ver a filha tão linda, mas sentia que o brilho de sua joia mais preciosa estava mais apagada desde que saíram de Manchester. Precisava saber o porquê disso, no entanto, a filha não permitia a entrada de sua genitora em seus pensamentos mais íntimos, isso agoniava a mais velha.

Disfarçou seu incômodo, entrando no quarto de Sophie com sorriso nos lábios.

Ma petite, está tão linda! — Batia palmas de orgulho.

— Ela irá brilhar como diamante no baile do Almack's. Farão fila para valsar com A senhorita Stanton.

A modista começou a fazer pequenos ajustes demarcando onde precisaria ajustar, e onde seria melhor soltar, para dar leveza e movimento ao vestido, o fato era que pouco precisava ser feito, pois, Madame Toussaint conhecia as medidas da jovem como a palma de sua mão. Sorria em satisfação ao ver seu modelo se encaixando de modo tão perfeito na garota, como se fosse parte do corpo curvilíneo da jovem.

Em seguida foi a vez de Gertrud Stanton, sua prova foi tão satisfatória quanto a da sua menina, o vestido dela também ficou magnífico, lhe caiu muito bem, era uma mulher muito bonita, sua filha tinha a quem se assemelhar. A modista sabia desde o momento que as viu pela primeira vez que seriam uma vitrine ambulante para seus modelos, sua ambição em ser modista de nobres e ricos em Londres seria uma consequência do sucesso da jovem Stanton em seu Debut. Isso já estava garantido.

Concluiu sua tarefa na residência dos Stanton, colocou os trajes com muito cuidado nas caixas. Garantindo às mulheres que suas vestimentas para o baile estariam pronto a tempo que não precisariam se preocupar. Assim, se despediram amistosamente, então Toussaint foi para a sua casa totalmente satisfeita.

(...)

O café da manhã na residência dos Stanton seguia o costume dos seus vizinhos, que tinham seu desjejum em horário tardio, devido à frequência a bailes, saraus e jantares. Dormiam muito tarde, com isso, suas atividades se iniciavam depois das onze da manhã. Acordar cedo era muito provinciano, desse modo, a família não desejava passar essa imagem a seus criados.

Sophie não perdia o hábito de se levantar muito cedo, corria para a sua estufa, um refúgio dentro daquela enorme casa. Ali podia ser ela mesma, podia confessar para as suas flores que nunca deixou de pensar no beijo afetuoso que trocou com Benjamin, o sorriso sempre brotava em seus lábios ao lembrar deles, no estábulo. Acariciava uma pétala de rosa por seu rosto, suspirando ao pensar que não via hora de que esse baile acontecesse, assim poderia pedir aos pais para visitar sua casa em Manchester, talvez alegar sentir saudade de alguma amiga da região, tinha que ser uma desculpa acima de qualquer suspeita. Entrou sua preceptora com passos suaves no local.

— O que faz a senhorita aqui, com esse sorrisinho? — Avaliava a jovem. — Há dias não via seu rosto tão iluminado.

Sophie se sobressaltou ao ouvir a voz feminina, tentou esconder o motivo de sua verdadeira motivação para a alegria.

— Pensava no meu Debut. — Os lábios franziram num esboço de riso. — Estou empolgada em colocar meu lindo vestido de festa.

— Oh! Será a jovem mais linda em todo aquele salão. — Sentia orgulho em ter testemunhado o progresso da menina, que havia se desabrochado numa linda mulher. Às vezes perdia um pouco de paciência com a aluna, pois sempre estava distraída, no entanto, era surpreendentemente inteligente. Suspirou. — Agora senhorita Sophie, ouça meu conselho: A noite quando estiver na festa, não concorra com o jovem que estiver dançando quem é mais inteligente. Os nobres não se encantam por jovenzinhas de língua afiada. — Acariciou o rosto da mais nova. — Se o seu par disser algo espirituoso, não tente dizer algo mais tenaz, apenas sorria e concorde com ele. — Sophie levantou os olhos para a mulher. — Isso... — apontou para o rosto dela, — não faça também. — Sorriu. — Vim procurar a senhorita, seus pais querem conversar consigo.

Caminharam lado a lado silenciosas pelos corredores que parecia um museu, Sophie não sentia qualquer sentimento de pertencimento naquela casa tão fria e impessoal, sentia falta do aconchego dos pais, que agora estavam sempre tão ocupados em seus assuntos, pouco tempo gastavam juntos, o café da manhã eram os poucos momentos que compartilhavam, no entanto, as conversas sempre eram frívolas ou de cunho material. Sentia falta de sua infância. Alcançaram a sala de refeições pequenas.

— Aí está a mocinha sumida. — Tom falou com alegria, abaixando seu periódico na mesa. — Como minha linda filha está? Pronta para seu grande Debut?

— Estou pronta. — Falou calma, já se sentando à mesa com seus progenitores.

— Ótimo! — Estava satisfeito com os progressos que fazia com os negócios. Agora, só restava sua filha se casar com um nobre, não se importava que estivesse falido, tinha muito dinheiro, poderia comprar um para entrar na família, porém, ainda não era o momento de interferir, sua filha era muito linda, conquistaria a quem ela quisesse, sentia muito orgulho da menina. — Fico muito satisfeito em ouvir isso. — Voltando a sua atenção para a esposa, pegou em sua mão dando um toque de lábio em seus dedos. — Os preparativos do Baile quanto aos trajes e joias como estão?

— Meu querido, estão todos sob controle, tudo funcionará perfeitamente. — Estava muito orgulhosa. — Madame Toussaint não poupou zelo e capricho em nossas roupas, seremos muito comentados, no caderno social de notícias.

O marido tinha um semblante de satisfação, continuaram a refeição conversando sobre outros tópicos menos importantes, Sophie sentiu até um alívio por seus pais ignorarem por completo que ela encontrou e conversou com Benjamin Crowford, assim tudo ficava mais fácil para os seus planos.

O dia seguiu de acordo com a agenda de cada um naquela casa, o senhor Stanton foi para seu escritório na Bond Street um lugar muito luxuoso, onde passava a maior parte de seu tempo, Gertrud, ia a um número interminável de chás beneficentes das senhoras da alta sociedade. Enquanto que Sophie ficava trancada em casa em uma infinita sequência de aulas com as suas preceptoras.

(...)

Os últimos raios de sol deixaram o céu com alguns tons avermelhados no horizonte, a noite do baile por fim havia chegado. A família estava muito empolgada, Sophie estava por motivos muito diferentes dos seus pais. Comia um pãozinho com geleia para não sentir fome. Betty sua dama de companhia, a instruiu a comer algo antes dos eventos sociais porque nem sempre a comida e a bebida que era oferecida eram de qualidade.

Com isso, seguiu a pequena dica da serviçal, tratando de se alimentar, A jovenzinha bateu à porta, então Sophie mandou ela entrar. A garota atendeu a solicitação.

— Aqui estão as roupas internas, passadas e engomadas, vai começar a se arrumar? — Estava animada. Olhou para o vestido deslumbrante que estava pendurado. Sabia que a sua patroa iria ficar linda toda adornada.

— Sim, vamos começar. — Se levantou limpando os seus lábios e mãos.

Caminhou até o quarto anexo que utilizava para se arrumar, estava com a lareira acesa, as velas de cera de abelha todas iluminavam o ambiente. Ficou no centro do local. Tirou o robe e foi colocando uma a uma, as peças de roupa, com o auxílio de Betty, por fim colocaram o vestido com cuidado, ajustando o traje de modo lindo ao corpo de Sophie.

Assim que se aprontou, sua mãe entrou no quarto muito animada com a noite de estreia da família, tinha uma caixa de veludo em seus braços. A garota engoliu em seco, sabia serem joias e não gostava de ostentar, sua progenitora se adiantou.

— Oh! Mon Dieu! Como minha menina está linda! — Trouxe Sophie para junto de si, ambas estavam prontas. — Sei que não gosta de usar, mas pense que tem que ser, pois isso seria para mostrar que seu pai tem valor e que não nos falta nada. — Beijou o topo da cabeça da sua preciosa. Assim, colocou um colar de água-marinha lindíssimo com brincos combinando. Estavam prontas e seguiram juntas até as escadas onde Tom Stanton aguardava as mulheres mais lindas que já vira, na parte inferior. Sentia muito orgulho e felicidade de que elas eram suas, ficou um pouco enciumado da filha, meneou a cabeça, ela tinha que arrumar um bom marido, esta noite seria decisivo para isso.

Os três seguiram de carruagem até o salão de bailes do Almack's. O lugar se situava na King Street, em St. James. A fachada era gloriosa com muitas janelas, por todo o ambiente. A luminosidade que preenchia a calçada era a que saía do edifício que se fazia por meio de gás.

Sophie desceu do transporte com o auxílio de seu pai, ficou admirada com a beleza do local, todos estavam muito arrumados. Os trajes das ladies pareciam um mar de seda. Sua mãe desceu logo em seguida também encantada com o que via, o trio subiu os degraus de acesso ao grande hall, a entrada no recinto só acontecia por meio de um convite por parte das matronas, após isso deveria comprar um voucher no valor de dez xelins, para cada membro. Esse privilégio não alcançava a todos. As mulheres que organizavam o evento eram muito elitistas agindo despoticamente. Ter bom nascimento, ou ter muito dinheiro não eram garantias que conseguiria fazer parte do clube. Uma boa aparência, possuir alguns talentos, agregaria pontos positivos para alcançar esse almejado status. Dançar bem, especialmente se fosse homem. Eram requisitos que as matronas levavam em consideração.

As patronesses, não eram quaisquer mulheres. Eram ladies de bom nascimento, boa fortuna e uma boa quantidade de esnobismo. Com isso, Tom Stanton apresentou os ingressos para entrarem no salão. Então o cerimonial recolheu os papéis anunciando a entrada da família no recinto. Colocou no pulso esquerdo de Sophie Stanton um livrinho atado a uma fita de cetim, e um lápis de carvão. Era costume nos bailes essa prática, para que os cavalheiros pudessem colocar seus nomes mantendo ordenado com quem a jovem fosse dançar.

A entrada só acontecia até as vinte e três horas, porém os Stanton entraram numa hora muito conveniente, tudo muito bem arquitetado para causarem uma boa impressão aos que estavam ali.

Ao ouvirem o nome deles todos se voltaram para a entrada, estavam muito curiosos em ver aquele grupo que havia despertado o interesse das matronas do Almack's, todos queriam conhecer a família que estava causando um grande burburinho desde que chegaram a Londres. Ficaram impressionados com a beleza das mulheres. Elas estavam muito bem vestidas, o traje era primoroso, se assentava perfeito ao corpo, continuaram a olhar eles descem as escadas até chegar ao patamar onde seguiram até um estrado, onde ficavam as patronesses todos ao chegar as cumprimentavam.

O vestido de Sophie era de um azul-céu, delicado, as donzelas não usavam cores intensas, reservado apenas às mulheres casadas ou viúvas, a seda era toda trabalhada em florais com textura, não era exagerado, no busto era todo bordado com renda muito fina e delicada com fitas de cetim, a cintura era muito bem marcada, a deixando lindamente curvilínea, com a saia que se abria num lindo godê. O caminhar da garota fazia a seda farfalhar, deslizava como um anjo pelo salão. Então, um homem muito bonito fitou Sophie estratejando um momento oportuno para ser apresentado devidamente à jovem que debutava lindamente na abertura da temporada.

O cumprimento foi delicado, totalmente apropriado, as matronas ficaram muito satisfeitas em não terem se enganado em convidar a menina para abrilhantar o baile, assim a família se afastou se misturando entre os demais convidados.

Todavia Sophie Stanton, se sentia como um peixe fora d'água. Olhava o ambiente muito luxuoso e amplo, haviam colunas e pilares dourados com emblemas clássicos. No fim do recinto, havia uma secada onde a orquestra se posicionava, com o intuito de que o som se propagasse confortavelmente por todo o ambiente, os primeiros acordes se iniciou, os rapazes começaram a se agitar para serem apresentados adequadamente para poderem solicitar uma dança com as moças que mais se destacavam no baile. Uma prática muito comum, e dentro do que era próprio e aceitável não se dançava mais que uma dança. A contradança já apontaria um comprometimento entre o casal. Esses costumes Sophie havia aprendido todas essas regras sociais ao longo dos anos com sua preceptora Abgail Thornton, sentia alívio por isso.

Os rapazes começaram a se aglomerar perto da família Stanton, com o intuito de dançar com a mais nova beldade que entrou no circuito matrimonial de Londres, todos concorriam para colocar o nome no livrinho de danças da jovem. O primeiro a conquistar, em pôr seu nome no objeto foi o Duque de Connaught e Strathearn, escolheu uma valsa, assim usufruiria um momento a sós com a jovem.

Logo as páginas foram todas preenchidas, a garota não conseguia ficar um momento quieta, esse era um fator mais que positivo do tremendo sucesso que seu Debut foi muito positivo. Entre uma dança e outra ela se sentou no fundo do salão, se escondendo um pouco para evitar o assédio dos participantes do baile, tentou pegar um pouco de refresco quando uma voz a distraiu.

— Se fosse você não beberia isso. — Sorriu. A limonada era uma bebida medíocre, sem sabor e terrivelmente morna — A propósito deixe que me apresente, sou Megan Carlson. — Fez uma pequena mesura que a outra correspondeu.

— Olá meu nome é...

— Sei senhorita Sophie Stanton, a bela do baile. — Estava com um riso nos lábios.

— Não desejava toda essa atenção, queria mais tranquilidade.

— Está brincando? Todas nós desejamos estar onde a senhorita está. — Estava alegre de conhecer a famosa da noite. — Tenho uma ótima sensação de que seremos muito amigas.

— Sim, seremos. — Sophie foi sincera desejava ter alguém de sua idade para conversar e trocar confidências, aquela jovem parecia ser muito interessante para conhecer.

Então um homem muito belo de modos finos de boa estatura, cabelos castanhos e olhos azuis se aproximou, numa mesura milimetricamente calculada para as jovens.

— Senhorita Stanton, creio que chegou o momento de nossa dança. — Sophie anuiu tímida, e depositou a sua mão delicadamente no dorso da mão do homem que se despediu de Megan caminhando com elegância até o centro do salão.

Então, o Duque de Connaught colocou sua mão de modo respeitoso na cintura da jovem. Ela por sua vez, colocou suas mãos no ombro largo do homem, ao ouvirem as primeiras notas melodiosas da valsa se puseram em movimento ele a conduzia suavemente, pareciam que deslizavam em nuvens, que não valsavam, flutuavam. Todos no salão estavam atentos àquele casal que dançava tão graciosamente. Os pais de Sophie não se cabiam em felicidade por ver sua menina ser a beldade do baile, e, melhor, dançando com o partido mais cobiçado da temporada.

Os seus pares sabiam como era difícil dobrar aquele homem, as jovens mais bem nascidas e ricas tentaram enlaçar o duque, no entanto, sempre saía de modo educado das armadilhas para fazerem dele um marido. Agora ao que tudo indicava ele estava mostrando interesse especial na jovem Stanton.

Os acordes da valsa envolvia os dançarinos que rodopiavam no meio da pista de dança. Rey de modo discreto observava ao seu redor, a seda das saias sussurravam ao sabor do movimento das danças. Um mar de vestidos que pareciam flores girando alegremente, então a voz masculina a tirou de seus pensamentos.

— Senhorita Stanton a valsa está a seu contento?

Levantou sua vista para visualizar o rosto do homem. — Sim, Lorde Connaught, tudo está muito agradável. — Desviou o olhar.

— Por favor, não vamos nos tratar com tanta formalidade, me chame Connaught.

— Acredito que não somos tão íntimos, se não se importa prefiro continuar a lhe chamar pelo título. — Esboçou um pequeno sorriso.

— Então façamos assim. Irei em sua casa, com o meu cartão, solicitando uma visita a sua família, assim, poderemos nos conhecer mais. — Sua face era alegre.

— Acredito que por hora, devemos continuar a valsar, amanhã veremos o que poderá nos acontecer Lorde Connaught.

Então, continuaram a rodopiar pelo salão ao ritmo suave da orquestra que era muito talentosa. O Duque estava encantado com a beleza enigmática da jovem, agora estava mais curioso em conhecer uma jovem tão eloquente, que em nenhum momento quis esconder o quanto era inteligente.

Ao término da valsa, ao ouvir os últimos, acorde da música ambos fizeram uma mesura educada, Sophie caminhou até seus pais que estavam eufóricos com o que havia acontecido, isso era realmente muito benéfico aos seus negócios e aceitação efetiva da nata londrina em seus círculos mais seletos. As jovens no salão sentiram inveja de Sophie. Exceto Megan Carlson que estava feliz por fazer amizade com uma celebridade da noite, estava ansiosa para conversar mais com a nova amiga.

Sophie ainda dançou mais algumas quadrilhas, eram as mais animadas, junto de sua nova amizade, se divertiram como podiam, evitando de modo educado o Duque que sempre a observava. Todavia ela não se abalava com isso, contudo seus genitores estavam radiantes com o interesse que o nobre dispensava a sua filha.

O final do baile aconteceu a alta madrugada, já estava no despontar da manhã, Sophie Stanton, não aguentava mais a dor em seus pés, tudo que pensava era voltar para casa, colocar os pés em água quente com um pouco de sal. Depois cair na cama e não acordar tão cedo. Ao contrário de Gertrud Stanton, que estava eufórica, sabia que não dormiria por estar plenamente satisfeita com o tremendo sucesso do Debut de sua joia preciosa. Tom orgulhoso, estava plenamente ciente que com a introdução bem-sucedida da filha teria muitos negócios sólidos e lucrativos.

A família seguiu silenciosa na carruagem rumo a sua residência, só se ouvia o som das rodas nos ladrilhos junto com o ruído das ferraduras no trotar na rua. Cada um com um plano muito claro em mente. Cada um decidido em executar seus projetos, a noite já se dissipou ao chegarem à mansão. Se despediram indo cansados para os seus aposentos. Sophie se trocou caindo na cama num sono profundo e sem sonhos.


Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro