Capítulo IV- Aproximação
Katherine depois de banhar-se e trocar de roupas, estava deitada em sua confortável cama mas não sentia nem um pouco desse conforto. Seu corpo todo doía, sentia ainda muito frio apesar de estar com pelo menos duas camadas de roupas e coberta com seus grossos lençóis e o pior de tudo era o tornozelo que latejava como nunca.
Mary havia saído há alguns minutos para preparar-lhe uma sopa e um chá quente para ajudá-la a recuperar-se.
Enquanto esperava pelo retorno de sua amada governanta ouviu uma batida suave na porta, certamente não seria Mary, muito menos Joseph pois ela sempre reconhecia suas batidas. Então, restava apenas o médico, o desconhecido mais insistente que ela já encontrara em toda a sua vida! Ela pensou por um segundo antes de autorizar a entrada:
- Pode entrar doutor! – Disse segundos depois de ouvir a batida.
- Olá, senhorita Katherine! Como a senhorita se sente?
- Eu estou...bem...na verdade poderia estar... Atchim! Atchim!- Antes de terminar a frase veio um espirro e mais outro...
- A senhorita não me parece nada bem! Perdoe-me a curiosidade mas como sabia que era eu antes mesmo de eu falar?
- Eu conheço muito bem as duas únicas pessoas além do senhor presentes nesta casa e portanto sabia que se não era nenhum deles só poderia ser o senhor além do mais eu consigo ouvir muito bem inclusive ouvi seus passos antes mesmo do senhor bater a porta.
- Isto é surpreendente senhorita! Bem mas agora devo pedir sua permissão para examiná-la. Posso?
- Se não há outra saída, mas saiba que eu não simpatizo muito com médicos. Sem ofensas, não é nada contra sua pessoa, apenas não gosto de ser tratada como algo a ser estudado!
- Ora, a senhorita não me ofende de modo algum! Mas garanto-lhe que não a tratarei dessa forma. Posso?- Alec pediu mais uma vez antes de tocar a testa da moça com as costas da mão para sentir a temperatura.
- Claro, doutor!
- A sua febre está bem alta. Sente frio, dor no corpo?
- Sim, sinto bastante frio e meu corpo dói principalmente no tornozelo. Atchim!- Mais um espirro.
- Deixe-me ver como está?
Por mais suave que tenha sido o toque de Alec Katherine não conseguiu reprimir um pequeno gemido de dor:
- Ai!
- Peço que perdoe-me não tive intenção de machucá-la! O inchaço aumentou e a sua dor também. Mas acredito que foi apenas uma torção. Nada que alguns dias de repouso não possam resolver. Quanto à febre e dor no corpo creio ser por causa do resfriado mas requer cuidados. Algo mais a incomoda senhorita?
- Ah, não na verdade nada além do que já foi citado. Ela respondeu rapidamente mas gostaria de ter falado que seu maior incômodo era a presença dele. Porém conteve-se afinal não seria nada educado da sua parte ser tão ácida em suas palavras.
- Bem, nesse caso irei repassar as recomendações à sua governanta e logo depois irei buscar alguns medicamentos na casa de meu tio e retornarei logo após para medicá-la. Ah, não esqueça repouso absoluto! Nada de sair dessa cama e dar passeios sozinha pelos arredores.
- Afff! Não sou criança já entendi. De qualquer jeito não poderia sair mesmo porquê além de não enxergar agora não posso andar.
- Não quis dizer que é criança, apesar de parecer! Apenas quis deixar claro que deve se cuidar.
- Saiba, senhor...doutor...enfim que não sou criança! Sou adulta e independente, já estou com 21 anos, idade suficiente para saber o que posso e o que não posso fazer!
- Desculpe mais uma vez, não quis irritá-la muito menos ofendê-la senhorita! Mas devo lembrá-la que na nossa sociedade uma mulher só se torna independente, se é que se torne algum dia, com o casamento.- Alec disse a última frase com um risinho sarcástico no canto dos lábios. Parecia se divertir com a reação da moça.
- Certamente, senhor mais uma injustiça da nossa sociedade repleta de hipócritas. Mas saiba que me referia a tomar as decisões mais importantes da minha vida e saiba o senhor que casamento não está em meus planos. Não creio que para uma mulher ser digna precise de nenhum homem controlando cada passo seu!- Disse Katherine mais alto do que gostaria devido ao seu estado de nervos que começava a se alterar.
- Sinto muito! Não tencionava ofendê-la apenas fiz um gracejo. Concordo com a senhorita realmente nenhuma mulher necessita de um casamento para poder tomar decisões como as citadas mas quanto ao casamento não compreendo o motivo de tal repulsa de sua parte. Confesso que em todos os meus 28 anos jamais ouvi uma mulher defender tão bravamente a ideia de não casar. Geralmente ocorre o contrário as moças fazem todo o possível para chegar ao altar.
- Talvez o senhor jamais tenha conhecido alguém como eu...e garanto-lhe eu tenho meus motivos!- Um alarme soou na cabeça de Alec então, ele soube pelo tom de voz de sua interlocutora que havia algo muito sério por trás daquelas palavras. Ele desejou não ter ido tão longe no seu discurso.
- Senhorita Katherine, sinto se a magoei ou ofendi. Proponho que recomecemos. Gostaria de oferecer-lhe minha amizade. Garanto-lhe que como amigo serei o melhor dos ouvintes. Dê-me a chance de provar que posso ser gentil. Mesmo com todos o defeitos desse mundo serei a sua melhor companhia.
- Não sei se posso aceitar pelo que me consta o senhor é o principal responsável pela atual situação em que me encontro. Também não sei como poderia dar certo uma amizade entre pessoas tão diferentes como nós dois. Ela não pôde mais conter sua verdadeira opinião.
- Seu ceticismo me impressiona deveras! Para alguém tão jovem a senhorita me parece bastante incrédula. Já me desculpei inúmeras vezes e prometo encontrar uma maneira de me redimir, basta que me conceda a oportunidade. Mesmo porque posso ser muito insistente e persuasivo quando quero conseguir algo.
- Não sei que interesse o senhor poderia ter em alguém como eu. Como vê não possuo nenhum atrativo que lhe cause admiração. Nem mesmo posso servir de boa companhia pois como vê não tenho a personalidade mais dócil e amável que se espera numa senhorita bem nascida deveria.
- Não vejo desse modo. Para mim a senhorita é extremamente interessante e espirituosa!
- As pessoas dizem isso quando querem dizer que o indivíduo em questão é desagradável. E são educados demais para pronunciar essas palavras diretamente.
- Não de modo algum eu diria isso!...
- Claro que não, o senhor é cortês em demasia para pronunciar tais palavras referentes a uma “dama”!
No momento em que ia retrucar Alec fora interrompido pela senhora Johnson que adentrava ao quarto de repente e tão rapidamente que Alec se perguntou se ela poderia ter ouvido parte da conversa e também o que teria dito a Katherine se não os tivessem atrapalhado.
Depois daquele diálogo algumas coisas ficaram claras para Alec a primeira era que Katherine sequer imaginava o quanto sua beleza desestabilizava o cavalheiro à sua frente muito menos como estava rapidamente ganhando espaço na mente daquele que a via de uma forma incomparável.
- Então, doutor como está minha menina?- Disse Mary.
- Senhora Johnson, a senhorita Katherine está realmente resfriada por isso a febre e o tornozelo encontra-se muito machucado mas com repouso e a medicação certa ela brevemente estará recuperada. Mas agora preciso ir à casa do meu tio buscar os remédios e me trocar.
- Realmente doutor o senhor deve ir mas prometa voltar o mais rápido possível.
- Certamente senhora eu jamais abandonaria minha paciente predileta! Mesmo porque eu fui o responsável pelo que houve com ela.
- Doutor na minha opinião isso poderia ter acontecido de qualquer forma, o senhor estava lá pela providência divina para salvá-la. Se não fosse o senhor quem sabe o que poderia ter acontecido. - Mary dizia isso se referindo a algo mais além do acidente. Ela acreditava que Alec poderia fazer uma grande diferença na vida de Katherine.
- Bem, já vou mas voltarei em breve! E assim saiu deixando-as sozinhas.
Enquanto Mary servia a sopa à sua querida menina ela questionava internamente o motivo de Kate não ter sequer dito uma palavra nem ter cumprimentado o doutor antes de sair e considerando as poucas palavras que ouvira antes de adentrar ao quarto pensou se estaria certa a respeito da ligação entre Alec e Kate. Só ai percebeu que estava distraída há tempo demais pois Kate a chamava.
- Mary...você me ouviu?
- Ah, sim querida só estava pensando...
- Mary não se preocupe eu ficarei bem!
- O que você me perguntou querida?
- Ah, eu quero saber porque você gosta tanto desse doutor se nós nem o conhecemos?
- Kate acredito que esse doutor como você disse pode ajudá-la a se recuperar. Agora coma querida, você precisa ficar forte!- Disse para encerrar o assunto. Fazendo com que Kate comesse um pouco da sopa. E depois dando-lhe o chá recomendado por Alec.
- Agora durma! – Disse Mary depois de concluir seu objetivo. Ajeitou as cobertas de Kate e antes de recolher os pratos e a xícara para levar de volta à cozinha pôs a mão na testa para sentir a temperatura da moça.
- Mary você volta?
- Sim, querida volto já! Vou apenas levar essas coisas até a cozinha.
O cansaço e o efeito do chá fizeram seu papel e Katherine caiu num sono profundo poucos minutos depois de Mary deixar o quarto. Dormiu durante horas. Cada vez que Mary ia vê-la ela estava adormecida. Ela entrava no quarto verificava a febre e depois saía. Mary já estava ficando aflita porquê com o passar das horas a febre parecia aumentar e Katherine não despertava nem mesmo para pedir água ou outra coisa. Foi assim até a volta do doutor.
Enquanto isso Alec chegou à casa do tio cumprimentou o mordomo rapidamente e subiu as escadas apressado. Tomou banho e depois de trocar suas roupas dirigiu-se ao andar de baixo na intenção de fazer um lanche antes do seu retorno. Já na cozinha enquanto comia foi interceptado por seu tio.
- Olá estranho! Parece que você esqueceu que tem um tio aqui esperando por notícias suas!
- Tio, desculpe-me mas tive que atender uma paciente e demorei mais do que o previsto. Na verdade já estava de saída para vê-la novamente e talvez eu precise passar a noite lá por causa o estado de saúde da moça inspira cuidados.
- Sendo assim vá fazer o seu trabalho mas lembre-se de que continuarei aqui esperando por você!
- Entendi tio, prometo que logo que a senhorita Katherine estiver melhor eu dedicarei o restante dos meus dias aqui inteiramente ao senhor.
- Ah, então este é o nome da beldade que está roubando a atenção do meu querido sobrinho!?
- Tio ela é apenas uma paciente que estou ajudando. Não imagine coisas, não há nada entre nós.
- Claro que não há mas em breve haverá!
- Tio preciso ir mas prometo voltar assim que puder! Até logo tio!
- Até logo meu sobrinho!
Alec por precaução arrumou uma pequena valise com uma muda extra de roupas junto com seus instrumentos de trabalho e alguns medicamentos, então saiu quase correndo depois de comer algumas fatias de bolo de nozes com geleia de framboesa, torta de carne com seu chá preferido de maçã com canela, cravo e caramelo. Ele não quisera incomodar a senhora Johnson por isso não lhe dissera que não havia comido nada durante todo aquele dia.
Com sua chegada Mary que o aguardava ansiosa tratou de informar todos os detalhes das ocorrências sem deixar de externar sua crescente preocupação. Alec subiu as escadas e foi de imediato examinar novamente a moça que permanecia na mesma posição que fora deixada. Ele tentou esconder sua apreensão tranquilizando a senhora ao seu lado mas ele mesmo encontrava-se incerto do estado de sua paciente.
- Senhora Johnson poderia buscar panos limpos e água fria, creio que iremos precisar para baixar a temperatura da senhorita Katherine.
- Imediatamente doutor mas será que irá funcionar?
- Caso não funcione tomaremos outras medidas.
- Como por exemplo o quê doutor?
- Não sei ao certo, tentarei ainda fazê-la tomar algo que talvez ajude a passar essa febre. Caso contrário tentaremos uma sangria.
- Não doutor, não creio que seja bom para Kate. Ela é uma moça muito delicada e devido às suas regras e o fato dela não se alimentar adequadamente ela está muito fraca. Talvez seja por isso que esteja tão debilitada.
- Pensando dessa forma realmente notei que ela parece bastante magra e pálida. Vamos concordar em usar a sangria somente em último caso.
- Ah, Bom Deus! Obrigada por compreender doutor talvez se fosse outro médico não aceitasse minha opinião como válida.
- Não se preocupe sou sensato para entender que existem assuntos que a experiência de vida valia mais que a ciência médica senhora.
- Sim realmente o senhor é bastante sensato e perspicaz. De todos os médicos que já atenderam minha menina o senhor foi o único a se preocupar com algo mais que não seja cumprir seu papel e receber seu pagamento. Talvez por isso minha Kate não simpatize muitos com os membros de sua categoria. O senhor é a exceção.
- Senhora é a segunda vez que me fala da simpatia da senhorita Katherine por minha pessoa mas não posso concordar com a senhora pois como deve ter ouvido mais cedo nossas opiniões divergem e discutimos por causa disso.
- Doutor eu a conheço desde que nasceu e se digo que ela gosta do senhor não falto com a verdade. O problema é que Kate tem dificuldades em expressar seus sentimentos e demora muito a confiar nas pessoas e mais ainda deixar que se aproximem. Desde a tragédia que levou seus pais e deixou sem a visão ela sofreu muitas decepções e foi muito magoada por pessoas sem escrúpulos. Por isso é difícil para ela permitir que cheguem perto o bastante para conhecê-la.
- Perdoe-me senhora Johnson mas gostaria de entender o que houve para ela se esquivar tão decididamente da companhia de quaisquer outras pessoas fora a senhora e o senhor Johnson?
- Bem, doutor não cabe a mim dar detalhes se um dia ela confiar o suficiente no senhor ela lhe dirá. O que posso falar é que ela fora iludida e humilhada por um cavalheiro que disse amá-la mas a traiu e condenou a um estado de espírito lamentável. Ele fez minha Kate quase sucumbir à tristeza. Por isso viemos para esse lugar tão distante de todos os nossos conhecidos.
- Obrigado senhora isso esclareceu muito meu entendimento. Agora entendo melhor o comportamento dela.
- Sim, doutor sei que entende. Agora irei providenciar o que o senhor pediu. Com licença!
Alec ficara estupefato com as recentes revelações mas tudo agora fazia sentido. Por isso ela tinha tanta aversão ao casamento e defendia sua liberdade e o direito de decisão tão afincadamente. Como ele fora tolo julgando-a como uma moça mimada. Ela era muito mais do que imaginou. Mais do que os olhos podem ver!
Após o sol se pôr a febre de Kate parecia que não pararia de subir. Quando a noite chegou ela começou a sentir calafrios e até a debater-se e falar palavras incompreensíveis. Alec conseguira fazer com que ela ingerisse uma infusão de uma raiz que em alguns casos fazia a febre retroceder e aplicava compressas frias sobre sua testa. Mary o auxiliava trocando a água e os panos quando necessário. Por volta das 20 ou 21 horas puderam sentir o efeito do remédio juntamente com as compressas, a febre foi baixando gradativamente até cessar por completo. Ela já não tremia nem delirava mas parecia esgotada fisicamente. Depois de muito insistir Alec conseguiu convencer Mary a ir descansar prometendo-lhe que a chamaria caso precisasse de ajuda ou se Kate despertasse. Ele passou o restante da noite sentado numa poltrona ao lado da cama da enferma.
As horas passaram depressa logo o dia amanheceria. Alec não conseguiu se segurar mais e sucumbiu ao sono. Dormiu recostado à poltrona em que estivera velando o sono da moça durante todo aquele tempo.
Mary levantou-se muito cedo como de costume e fora verificar como passava sua querida menina e deparou-se com o médico dormindo profundamente decidiu não acordá-lo.
Ao amanhecer Alec despertou com os primeiros raios de sol que entraram pela janela e levantou-se. De imediato constatou que Katherine ainda dormia. Ele foi até ela e verificou sua temperatura. Ela estava novamente com febre mas de intensidade moderada. Ele temia que seu estado fosse mais grave do que ele pensara no início. Observou-a dormir, ela era belíssima...seu rosto apesar de pálido possuía traços harmoniosos, seus cabelos formavam uma cascata cor de avelã sobre as fronhas dos travesseiros, seus lábios delicados e finos estavam entreabertos, seus longos cílios cerrados escondiam agora os olhos mais lindos que ele já vira em toda a sua vida. Ele a admirava enquanto ela dormia...sua respiração era suave mas seu sono era profundo. Após longos minutos de contemplação decidiu descer à procura da governanta para informá-la do estado da moça. Encontrou-a terminando de preparar a bandeja com o desjejum que levaria para o quarto dela.
- Bom dia, doutor eu já ia subir para levar algo para minha menina e chamar o senhor para que pudesse comer algo e descansar um pouco afinal fora uma longa noite.
- Bom dia senhora Johnson, não creio que a senhorita Katherine poderá comer agora. Ela dorme profundamente e ainda está febril mas parece relativamente bem. Talvez fosse conveniente deixá-la descansar.
- Tudo bem! Deixarei que ela durma um pouco mis. E o senhor não está cansado?
- Na realidade não. Mas confesso que preciso me lavar e que estou morrendo de fome.
Mary foi logo servindo-o de várias opções de bolos e pães junto com chá de frutas vermelhas.
- É verdade que insensibilidade a minha, o senhor não deve sequer ter comido nada ontem desde. Venha sente-se coma primeiro depois o levarei até o quarto e pedirei a Joseph que lhe prepare um banho quente.
- Obrigado! Mas não quero incomodar.
- Imagine não há incômodo algum. Sinta-se à vontade para pedir se precisar de algo!
- Obrigada senhora, a senhora me faz lembrar de minha mãe.
- É uma satisfação ser comparada a alguém por quem o senhor tem tão grande estima! Mas diga-me sua família é daqui mesmo doutor?
- Não senhora, aqui tenho apenas meu tio Thomas. Mamãe e papai moram em Castle Combe.
- E o senhor não se sente sozinho?
- Algumas vezes sim mas na maior parte do tempo estou trabalhando e não resta muito tempo para a solidão.
- Doutor perdoe-me minha indiscrição mas o senhor é um rapaz jovem e atraente porquê ainda não se casou?
- Bem senhora Johnson, na verdade eu sempre priorizei meus estudos e depois meu trabalho e nunca tive muito tempo para relacionamentos. Eu creio que para que um casamento seja bem sucedido é necessário investir tempo algo do qual eu não dispunha. Por isso adiei até o presente momento mas pretendo formar minha família o quanto antes.
- Devo supor que o senhor tenha alguém e mente?
- Para ser sincero tenho sim mas não sei se ela me aceitaria...
- Aposto que aceitaria sim. Qualquer moça ficaria honrada em ser sua esposa!
- Não sei se este é o caso mas fico grato por saber que a senhora me tem em tão alta conta.
- O senhor não mora aqui não é verdade?
- Sim, moro em Londres.
- Ah, sim claro. Suponho que o senhor deva ter deixado alguma pretendente por lá. Estou certa?
- Está enganada senhora Londres possui seus encantos e sendo uma grande cidade com muitas pessoas eu como médico sou bastante requisitado em qualquer momento do dia ou da noite. Estou aqui apenas de passagem numa visita a meu tio que não gosta da movimentação da capital e devido à sua saúde prefere estar na tranquilidade do campo.
- O senhor não aprecia o campo?
- Sim, muitíssimo mas sempre pensei que a capital fosse o melhor lugar para alguém com minha profissão. Mas agora não estou mais tão certo disso! - Alec falou a última frase mais para si mesmo.
Fez-se um silêncio cada um meditando em seus próprios pensamentos. Mary pensava que o cavalheiro diante dela era um tipo muito raro. Com fortes convicções. Alec por sua vez repassava todas as palavras que dissera tão abertamente e por um momento não reconheceu a si mesmo pois não era habituado a abrir seu coração.
- Senhora Johnson obrigado!
- Pelo quê está agradecendo querido! Oh, perdão! Eu não pretendia...
- Não se preocupe, na verdade já a considero muito. A senhora é muito amável e penso que seja desnecessário tanta formalidade entre nós. Para a senhora sou somente Alec. Quanto ao motivo pelo qual agradeço é que ao conversar com a senhora pude notar como nunca que eu desejo profundamente...Deus parece loucura mas...- Alec não terminou sua fala ele mal podia crer no que estava pensando. Só então deu-se conta do seus sentimentos. Ele estava apaixonado! Apaixonado pela moça mais linda e mais maravilhosa que ele conhecera em toda a sua vida.
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Olá, queridos! Aqui está mais um pedacinho do meu coração para todos vocês. Perdão pelos erros!!!
Espero que gostem.
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Até breve!!
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