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♡ Capítulo 64: "O amor ainda está presente, mas a minha amada se foi."

"A longa distância apenas serve para unir nosso amor.

A saudade serve para me dar a absoluta certeza de que ficaremos para sempre unidos."

— William Shakespeare.

Quero entender os motivos que levam os poetas a romantizarem tanto a dor da saudade.

A saudade é  uma dor de cabeça constante. Ela habita em nós de um forma angustiante, corrói o nosso cérebro e nosso coração. A saudade deturpa todos os nossos sentidos, suga nossa saúde e leva consigo a nossa vontade de viver.
Pessoas que já foram vítimas dessa dor, sabe e entende que não é algo bonito igual aos poemas de Pablo Neruda. As lembranças de tempos bons se instalam em nosso peito e traz uma dor delirante, uma dor capaz de nos deixar sem ar.

Não há beleza em dor alguma, mas em alguma coisa eu tenho que concordar com o Neruda... A saudade é mesmo uma solidão acompanhada.

O amor ainda está presente, mas a minha amada se foi.

A chuva cai fria lá fora e a data que aparece em meu calendário não me agrada. Treze de Novembro não é a minha data favorita do ano.
Há vinte anos atrás, durante o clima frio de Novembro, eu perdia a minha esposa. A única mulher que eu havia amado desde o ensino médio.

Há anos atrás, eu diria que a dor é insuportável, mas hoje, ela está até bem tolerável, não é mais de rasgar o peito e também não me sufoca ou nem me faz desejar estar morto.

Eu sinto falta do seu toque macio, da doçura de sua voz e do perfume que Marie usava todos os dias. Sinto falta dos momentos e das viagens, também das nossas intimidades... Mas de certa forma, já não dói tanto, a dor é suportável.

E eu devo agradecer a Zoey por isso.

Tocar no nome dela me faz sentir triste e um tanto vazio.

A minha garota havia ido embora há alguns meses, três meses atrás para ser exato. Nós mantemos o contato e através da webcam, eu posso admirar como ela fecha os olhos e lança os sorrisos mais bonitos que meus olhos já viram, mas não é a mesma coisa. Zoey conseguiu um bom estágio com a minha carta de recomendação e se tudo ocorrer bem, no próximo ano ela será uma profissional formada.

Me recordo dos meus planos para a sua formatura. Pedi-la em casamento é o meu sonho... Eu me casaria com Zoey sem pensar duas vezes, mas devido as consequências que a levaram para longe, eu dúvido que ela aceitaria o pedido.

Eu tinha estragado tudo.

Por mais que estamos regando uma boa amizade, não acho que a minha garota queira retomar o que tínhamos antes. Zoey está feliz em Oxfordshire. Eu não posso pedir para que ela volte, sabendo que sou o motivo para que se sinta sufocada.

Minha mãe me deu um conselho muito bom quando ainda era viva e só agora, muito tempo tempo depois,  entendo o que ela quis dizer.

Victoria Davies costumava me dizer que, se amamos alguém de verdade e a nossa companhia no momento não está sendo o melhor para essa pessoa, é melhor deixar que ela se vá.

É melhor para Zoey que eu permaneça distante, não quero levar o fantasma de Marie até ela novamente.

Conselhos de mãe são eternos e agora eu tenho certeza disso.

Encostado na janela enquanto tomo um café quente,  vislumbro os primeiros flocos de neve se formando. No Reino Unido, este fenômeno dura apenas dez dias e eu agradeço por isso.

Eu nunca fui fã de neve.

Ela atrapalha nossas vidas. O trânsito atrasa muito, sem contar que a entrada da casa fica abarrotada daquela água congelada e precisamos limpar toda hora. Marie ao contrário de mim, possuía um fascínio por neve e eu nunca entendi o motivo.

Ela amava observar os pequenos cristais de gelo, enquanto eu, não conseguia enxergar beleza alguma na neve.

Como de costume, todos os anos desde que Marie morrera, visito seu túmulo. Não há palavras que possam descrever como me sinto toda vez que vou lá.

Eu a sinto mais perto, como em um sonho.

As primeiras idas até o cemitério, eram torturantes ao ponto de sentir vontade de desenterra-la.

A saudade é uma dor nauseante.

Depois de sua morte, eu questionava todos os dias o ciclo da vida, estudar, trabalhar, amar e depois, fim?

Tudo está acabado?

Será por uma acidente de carro ou o cano de uma arma... As coisas só foram se estabilizar meses atrás, quando notei que precisava superar. O que, aparentemente, não o fiz por completo. As fotos de Marie nas paredes de casa são provas disso, o fato de Zoey ter ido embora também é uma prova disso.

Neste treze de novembro, não será diferente. Eu vou visitar Marie mais uma vez, só estou me preparando mentalmente para fazê-lo. Ir até lá está menos difícil do que antes, mas não quer dizer que seja mel na sopa.

Não noto por quanto tempo fico encarando os flocos de neve, bebo o café que está frio e amarga a minha boca. Eu realmente me perdi nos milhões de pensamentos e lembranças.

Se me perguntar qual a melhor palavra para me descrever, digo com total certeza, que é confusão.

Há muita confusão em torno da minha vida, na minha mente e em meu coração. Eu estou amando uma mulher, que na verdade eu via como sendo minha esposa falecida, mas ela diz não ser. Não somente, Zoey diz isso, mas todos os outros pesquisadores de reencarnação também dizem o mesmo.

Eu estou lutando para mudar e não está sendo fácil. Eu tive que abondonar o meu olhar cético ao dar ouvidos a história de Katherine sobre Zoey ser Marie que voltou e mais uma vez, me perco tentando organizar os meus pensamentos.

Meu cérebro não me dá um descanso.

Caminho até a cozinha, jogo o restante do café frio na pia e subo para o meu quarto. Não sigo muito as normas de vestimentas para visitar um ente querido já falecido, visto uma camisa preta comum, uma calça jeans lisa e calço os meus sapatos. O frio lá fora me faz optar por um sobretudo grosso e touca, ambos em cores escuras. Estou me sentindo um adolescente rebelde naquelas roupas e não um professor de universidade, me sinto  estranho em não estar usando minha roupa social. Escovo os dentes e desço as escadas desmotivado, pego as chaves do carro em cima do balcão e sigo para o meu destino, o cemitério.

Os cemitérios são os únicos lugares do mundo em que não mudam nunca. Ao chegar, passo pelo enorme portão de ferro. O clima frio corta o meu rosto enquanto caminho entre as placas e as gramas até o repouso eterno de Marie.

Quando era criança, eu vim aqui poucas vezes. Matthew e eu costumávamos olhar as datas de nascimento e morte nas lápides e se não havia uma foto, imaginávamos como aquela pessoa teria sido em vida. Hoje em dia, eu tinha abandonado esse costume, mas não deixo de pensar que, em cada uma dessas lápides contém histórias que chegaram ao seu ponto final.

Com facilidade,  encontro o repouso de Marie. Eu me sento em frente a sua lápide, a frase cravada nela são lindas, mas não descrevem com precisão a mulher incrível que Marie foi.

"MARIE LISA OLSEN DAVIES, uma linda mulher com um coração bondoso e uma alma repleta de felicidade. Tão inteligente quanto Stein poderia ser. Aqui descansa, uma filha muito querida, uma esposa muito amada pelo marido e uma irmã muito apreciada. Nasceu como uma radiante estrela cadente em Sete de Dezembro de 1971 e retornou aos céus em Treze de Novembro de 1996. Permanecerá em nossas lembranças para todo o sempre."

— Marie, aqui estou novamente como prometi que faria. Vinte anos se passou e não tem um momento em que eu não pense em você... — Com quem eu estou falando?

Eu tive medo de que alguma coisa pudesse me fazer esquecer Marie por completo e por isso me manti recluso por tanto tempo. Mas agora, ali sentado em frente aquela lápide fria e vazia, entendo que não há mais nada ali. A alma, a essência de quem um dia Marie tinha sido, está em Zoey. Ali só estão seus ossos secos e mais nada.

Me lembro do dia que falei com Zoey pela primeira vez e ela me contou sobre o motivo de sua desistência de Oxford.

Me lembro dela escapando de mim após eu beija-la.

Todos os momentos ao lado de Zoey se passam como um filme em minha cabeça.

Aqueles meses sem a minha menina e, ali diante do nada, percebo que eu amo ela independente de toda a história de reencarnação. 

A garota que conheci em Saint Andrews, não é Marie, apenas possui a alma dela.

Zoey é uma vida.

E como todo ser humano, possui sonhos, desejos e vontades.

A garota de cabelos castanhos seda, possuir os olhos de Marie, não significa nada.

E agora, só agora, a faixa que tapava minha visão para tudo isso, finalmente cai ao chão.

Finalmente me sinto livre.

Eu entendo tudo agora.

O fato de um dia eu ter amado Marie tão intensamente, não pode me impossibilitar de amar outra pessoa. Eu não posso projetar a Marie em outro alguém por meus delírios, ela se foi e quem está aqui é a Zoey.

Eu fiz muitos planos de vida com Marie, sonhei em ter filhos com ela, viajar muito e sermos felizes para sempre, mas infelizmente tudo isso foi tirado de nós muito cedo e a nossa linda história teve um ponto final.

Eu vou amar Marie para sempre pela vida que compartilhamos juntos, mas está na hora de seguir em frente de verdade e parar de ferir o coração de Zoey.

A garota não tem culpa de ter a alma de Marie, isso não foi planejado e essa circunstância é imutável, mas não posso anular ela quanto um sujeito.

Agora eu entendo, de fato, o desejo de Zoey em querer viver a sua própria vida.

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