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♡ Capítulo 60: "Eu não consigo."

Um fantasma.

Um fantasma de Marie é como estou me sentindo.

— Me desculpe pelos meus pais, eles bem... Não há justificativas. — Katherine se desculpa repetidas vezes.

Estamos voltando de um jantar na casa dos pais de Katy e durante todo o jantar, ambos os Olsen faziam comparações entre mim e Marie. Em um certo ponto da noite, Suzan Olsen me chamou pelo nome de Marie.

Não foi um bom jantar.

Eu estou péssima.

Me sinto uma sombra, um fantasma sem vida própria.

Katherine, depois do Steven Stoucker, é a única pessoa que entende quem de fato sou. Apenas a alma é a mesma, a energia pode até ser parecida também, mas não significa nada além disso. Katy entende que Marie foi uma pessoa, e eu, sou outra. A mesma alma, mas pessoas diferentes.

É fato que somos bem parecidas fisicamente, os cabelos longos e castanhos, os olhos com heterocromia e admito que também compartilhamos de gostos semelhantes, mas eu não sou ela!

Eu não sou Marie.

Eu apenas carrego a alma que pertencia a ela, assim como a mesma alma pode ter percebido a outra pessoa antes dela.

— Está tudo bem, Katy. Não é culpa sua. — Tento aliviar minha amiga deste fardo. — Vou para o quarto descansar.

O dia tinha sido bastante agitado. Tive mais uma sessão com Steven, mas desta vez tive uma recordação mais calma do que as anteriores, as vivências foram apensas de algumas conversas e momentos carinhosos entre Marie e Keanu.

Eu ainda posso sentir o quão intenso era o amor de Marie por ele.
A mulher o amou tanto que doía o peito.

Deitada na cama, analiso as várias terapias regressivas que tive até agora. Eu finalmente consigo entender com mais clareza a atração que há entre mim e Keanu. O amor de Marie era tão forte que vinha de sua alma, o qual eu acredito ter sobrevivo a passagem de planos e que permanece vivo em mim.

O verdadeiro significado de alma gêmea.

Esse pensamento me faz sentir ainda pior.

Costumava pensar que eu amo o Keanu pelo seu sorriso e o jeito que ele cuida de mim, mas não. É o amor que Marie sentia por ele que me faz ama-lo.

Me levanto da cama, saindo do quarto e me viro para o banheiro.  Eu estou me acostumando com os flashes de memória que me atingem e quando mais um vem, apenas permito.

Keanu e Marie estão sorrindo em frente do Grand Teatro da cidade, os dois comentam animados sobre o quanto a peça foi agradável. Por trás do sentimento de felicidade vinda de Marie, eu posso sentir um misto de angústia. Ela sente um mal pressentimento sobre o que aconteceria naquele fatídico dia. Marie está prestes a ser beijada por seu marido, Keanu. Mas, um homem encapuzado aparece, ele está armado com um revólver.

A minha visão começa a ficar turva e um zilhão de sentimentos me engolem. Dor, angústia, barulho de pérolas caindo ao chão e o som agudo do tiro que ceifou a vida de Marie. Vejo Keanu ao lado do corpo da mulher, todo ensanguentado. O nariz de Keanu esta vermelho de tanto chorar, o sangue de Marie também suja o seu lindo rosto.

Volta para mim! — O grito de Keanu faz meu coração explodir.

Uma sensação de estar em queda livre me atinge, meu estômago sobe e desce e eu estou de volta ao banheiro do apartamento que divido com Katy. Minha cabeça dói e a inconfundível dor no peito está presente.

Começo a me despir e entro no box do chuveiro para tomar um banho.

Ao me deitar na cama, a dor no peito está suave, eu não posso dizer o mesmo da dor de cabeça, mas é algo que ao acordar tenho certeza que vai sumir.

Tudo parece mais claro agora, não sabíamos o que forçava uma alma a retornar, mas o grito de tristeza de Keanu ao perder o seu grande amor, poderia muito bem ser o responsável por fazer a alma de Marie atravessar o plano e se apegar em mim, enquanto eu nascia no Hospital John Radcliffe.

Na manhã seguinte, eu estou pronta para ir para a universidade, apenas espero Katy para me dar uma carona até lá.

Eu estou me sinto bastante sufocada pelas minhas hipóteses da noite anterior e também pelas coisas que aconteceram na última semana.

Foi difícil pegar no sono quando tudo me dizia para ir embora.

Paranóias me dizem para desistir do Keanu, afinal, ele ama a Marie e não á mim.

— Bom dia. — A voz de Katherine me resgata dos meus pensamentos.

— Bom dia, Katy. — A sigo para o carro.

Eu não sei ao certo o quanto eu sonhei com essa universidade e agora, essa instituição é um incômodo para mim, assim como tem sido as terapias de regressão.

Tudo está me sufocando.

Ao ouvir o sinal tocar, me apresso para entrar na sala de aula e ao pisar no ambiente, sou enviada para mais uma maldita visão.

O casal está feliz na sala. Keanu deposita uma mão na cintura de Marie, e eu sinto a tensão sexual que há entre os dois.

Eu me lembro da manhã em que me entreguei completamente ao Keanu, a sensação é indescritível.

Que tal um jantar naquele restaurante que você gosta?

Claro, podemos ir. Só vou demorar um pouco para chegar em casa. Eu tenho muitos trabalhos para corrigir. — A voz de Keanu é carinhosa.

Eu posso ajudar, aliás, nos formamos no mesmo assunto. — Marie pisca para ele e Keanu abre o sorriso mais brilhante que já vi.

Eu me casei com a mulher certa! — Vejo o homem que amo puxar Marie para o seu colo, em um beijo caloroso.

Aquilo faz meu corpo acelerar.

Keanu tem a mesma atitude em relação a mim.

—  Zoey! —  Um grito me traz de volta. — Você está atrapalhando o caminho. — Mirna é minha amiga, mas consegue ser extremamente irritante às vezes. A ignoro e vou para minha mesa, sendo acompanhada pelo olhar questionador de Keanu.

— Não é nada. — Digo, sem de fato sair o som da minha voz, apenas para que ele leia o movimento dos meus lábios.

Hoje a aula é bastante interativa. Keanu parece estar mais animado do que em todos os outros dias.

Eu gosto de vê-lo assim, porém minha áurea é outra, eu estou visivelmente perturbada. É um milhão de coisas passando pela minha cabeça, as paranoias só aumentam com o passar dos minutos.

Se a minha cabeça pudesse aumentar de tamanho conforme vários pensamentos a preenchessem, ela estaria maior que um balão.

São muitas as coisas que estão me rondando.

Eu pensei ser forte para suportar tudo isso.

Stoucker tinha me avisado que as visões fossem ficar mais frequentes,  e eu, ingênua, pensei que lidaria bem com elas, mas tudo está desmoronando.

Eu não consigo.

Também estou farta de me compararem com a Marie.

Eu amo o Keanu, mas eu me sinto uma impostora ao seu lado.

Me sinto tomando o lugar de Marie.

Sinto que estou roubando o homem dela.

Há também essa voz em minha cabeça dizendo que o amor que sinto por ele, não vem de mim genuinamente, diz que é um amor manipulado pela alma de Marie.

Estou um caos de sentimentos.

Me levanto o mais rápido que posso assim que a aula chega ao fim.

— Zoey? — Eu congelo na porta de saída ao ouvir Keanu me chamar.

— Sim? — Giro em meus calcanhares para olha-lo.

— Vamos almoçar? — Ele olha para o relógio em seu pulso. — Acabo aqui em cinco minutos

— Estou com uma forte dor de cabeça, só quero ir para a casa. — É uma meia verdade. 

Eu não quero estar na presença de Keanu hoje, mas não posso dizer isso para ele e eu, realmente estou com dor de cabeça.

— Tudo bem, amor. — Keanu beija a minha testa.

Ainda é estranho ouvir da sua boca a palavra amor. Toda vez que a ouço, o meu coração erra erra alguns compassos.

Seus olhos me fitam e eu sei o que ele está fazendo. Assim como eu, Keanu também tinha uma forma de me arrancar segredos através de expressões. Para me defender, lanço o melhor sorriso de garota apaixonada e vejo seu rosto suavizar.

— Melhoras. — Keanu diz e eu comemoro internamente. Consegui evitar perguntas das quais eu não queria e nem saberia como responder no momento.

— Obrigada. — Respondo, dando um selinho em seus lábios e me retiro dali o mais rápido possível.

Conforme caminho em direção ao prédio onde moro, minha cabeça ia piorando, o sol está me torturando também.

Falta pouco para chegar.

— Só mais um pouco, Zoey. — Incentivo a mim mesma.

A dor de cabeça se torna tão intensa que mal consigo abrir os olhos.

— Boa tarde, senhorita Lancaster. — Otto, o porteiro, me cumprimenta ao me ver parada em frente a portaria.

— Boa tarde, Otto. — Respondo com o que resta de minhas forças.

— Você não parece bem, precisa de ajuda?

— Não, Otto. — Sorrio tranquilizando-o. — Eu estou bem. Obrigada, por tudo.

Pego o elevador para o meu andar e lugar espelhado me força a encarar minhas botas sujas. A música que toca não é tão alta, a ópera melodiosa é gostosa de se ouvir e eu agradeço ao síndico do prédio por isso. Finalmente estou em meu andar, giro a chave e entro. Jogo a mochila no sofá e caminho com urgência para a cozinha. Por precaução, Katherine sempre deixa analgésicos no armário. Engulo o comprimido e em passos arrastados vou até meu quarto, jogando-me na cama e apagando logo em seguida.

Horas mais tarde sou despertada pelo tocar do meu celular, o apanho no bolso traseiro da minha calça jeans. Olho para o visor, é uma chamada de Keanu e antes de atender, confiro o horário.

São sete horas da noite, eu dormi demais.

Arrasto meu dedo em cima do botão verde, atendendo a ligação.

— Oi. — Minha voz sai completamente baixa e arrastada.

Estava dormindo? Desculpa por ter te acordado...

— Não tem problema. Aconteceu alguma coisa?

Não, por aqui está tudo bem. Eu só queria saber... Bem, quer vir aqui? Eu passo te buscar e podemos assistir juntos algum filme antigo que você gosta e também podemos pedir alguma coisa para comer.

Keanu é um homem bom. Um verdadeiro príncipe encantado, daqueles que a gente só encontra  uma vez na vida, é uma pena que eu o tenha o encontrado nessa confusão.

Eu não estou com humor para ir até a casa dele.

Lá é como se fosse um museu em homenagem a Marie, havia fotografias dela espalhadas por todo o lugar.

É sufocante estar indo sempre lá.

— Minha cabeça ainda não melhorou e... — Sou interrompida pela voz do homem do outro lado.

Eu posso ir cuidar de você.

— Keanu, eu quero ficar sozinha hoje! — Exclamo por fim.

Um silêncio toma conta da ligação.

— Desculpa, eu só... Quero ficar sozinha. — Repito dessa vez com os ânimos controlados.

Eu que peço desculpas por estar sendo inconveniente. — Sua voz soa completamente decepcionada. Eu me sinto culpada, mas eu preciso disso agora, ficar sozinha. — Me liga quando quiser companhia, eu vou com o maior prazer.

— Você é um homem incrível, Keanu. — É tudo o que consigo dizer antes de encerrar a chamada.

Me levanto indo até a cozinha, eu estou com fome.

— Não sabia que estava aqui, pensei que estivesse na casa do Keanu. — Reage Katy ao me ver.

— Não estava me sentindo bem. — Falo pegando um dos sanduíches que ela havia feito. — Estou completamente perturbada! — Desabo, contando tudo o que estou sentindo e as paranoias que ando alimentando.

— Zoey, eu amo você como uma irmã. Se você não está dando conta da regressão a gente pode por um fim nisso. — Katherine fala, sua reação é a esperada por mim. — Keanu já te ofereceu isso, não?

— Sim mas, não é só isso. Você ouviu a parte do... — Katy não permite que eu termine a minha fala.

— Eu ouvi sim, mas não acho que o seu sentimento esteja sendo manipulado. Acredito que o amor sobreviveu sim, mas você se apaixonou pelo Keanu porque, bem, o Keanu não é um homem de se jogar fora.

Fico em silêncio.

Eu me apaixonaria por Keanu em outras circunstâncias?

Me pego pensando em seus detalhes, os cabelos castanhos até os ombros, sua boca pequena e carnuda, olhos castanhos que me hipnotizam, um sorriso lindo que ele esconde por trás da postura séria de professor.

Sim.

Eu me apaixonaria fácil por ele.

— Eu preciso voltar para Oxfordshire. Eu não consigo mais ficar na Saint Andrews. Ela é cheia de lembranças de Marie e do Keanu. Eu sinto que estou invadindo um lugar que não é meu. — Suspiro profundamente, minha garganta dói. — Me sinto no piloto automático!

— Vai desistir de tudo? — A pergunta de Katherine soa baixa.

— Eu preciso. — Me levanto de supetão. — Eu preciso me desprender de tudo.

— Onde você vai, Zoey?

— Falar com o Keanu.

Terminar tudo.

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