♡ Capítulo 50: "...somos um casal?"
Ao abrir os meus olhos, sou engolido pela ansiedade. Hoje será a sessão de terapia regressiva evolutiva com Zoey e Stoucker. Abro meu notebook e vejo que Steven confirmou o horário para às três e meia, isso é um alívio para mim. Agora é apenas controlar os nervos, uma missão implacável.
A chuva cai forte sobre os telhados da Saint Andrews e eu estou falando mais alto que o habitual para que os meus alunos me ouçam. Na aula de hoje decidi dar adeus aos ideais cruéis da Alemanha nazista de Hitler e parti para outro governo de viés completamente oposto.
— Nas aulas anteriores conhecemos o governo de Adolf Hitler, um governo que imperava o fascismo e seus derivados. Hoje, iremos conhecer uma outra forma de governar, composto por uma teoria de convivência social! — Minha voz é alta e grossa, mas não tanto quanto a chuva que está caindo lá fora.
Será que essa chuva cessará até o momento da sessão? Durante toda a aula, os meus pensamentos não deixavam de me preocupar com isso e nem de imaginar a Zoey na mesma posição daquela garotinha, que em outra vida tinha sido Marilyn Monroe.
Esse vídeo nunca mais saiu da minha memória.
Parece algo completamente irreal.
A sala de aula se esvazia, conforme a chuva lá fora também diminui. Zoey passa por mim, sorridente.
Quando estava em aula, eu me controlava ao máximo para não olha-la. Ao fundo da sala há um reprodutor de vídeo, é lá que sempre concentro a minha visão quando tinha que encarar a turma.
— Senhorita Lancaster, eu preciso falar com você. — Chamo-a, ao vê-la chegando ao lado da porta de saída. — É sobre o estágio. — Completo ao notar Mirna ao seu lado. Zoey me encara confusa, afinal, até onde a minha garota sabe, o assunto do estágio está resolvido.
— Mas, já não está tudo certo? — Pergunta ela, ao se aproximar de mim.
— Sim, está tudo certo. Eu só quero conversar com você em particular. — Sorrio gentil para Zoey, a mesma me retribui.
— É sobre a terapia? — Seu sorriso é mínimo, como quem assume estar evitando de pensar sobre o assunto.
— Também, é sobre isso e mais uma coisa. — Meu tom de voz soa conquistador. — Stoucker aceitou nos atender às três e meia e Katherine estará presente, como você me pediu.
— Obrigada, Keanu. E qual é a outra coisa? — Seus olhos me encaram, procurando algum traço em meu rosto que fosse revelar qual o outro assunto.
Mania de Marie?
Respiro profundamente e sorrio de lado.
— É isso. — Coloco uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha e levo a ponta do meu dedo para o seu queixo, levantando suavemente sua cabeça na altura da minha e tomo seus lábios para mim. Primeiro deposito um selinho, depois outro e em seguida, Zoey está rendida em um beijo.
Eu posso viver com esse pecado.
A excitação está tomando conta de mim. O desejo cresce conforme Zoey passa as mãos em meu cabelo, acariciando a minha nuca.
É uma sensação única.
Ter feito sexo com Margareth não chega ao pés desse simples beijo.
Quebramos o beijo para recuperar o fôlego. Zoey me encara, seus lábios estão inchados e mais rosados que o normal, suas bochechas estão muito coradas e sua respiração está acelerada.
É a perdição ver ela nesse estado.
Minha mente imagina como seria estar na cama com ela.
Sinto algo em meu corpo ganhar vida.
— Quer almoçar comigo? — Pergunto. Passo as mãos por meu cabelo, na expectativa de esvair os meus pensamentos e desejos.
— Geralmente, os casais saem para jantares românticos. — Zoey tem um sorriso encantador nos lábios.
— Assume que somos um casal? — Arqueio as sobrancelhas e sorrio mínimo para ela.
— Nós nos beijamos algumas vezes. Você passou a noite em uma cadeira desconfortável de hospital apenas para não me deixar sozinha e em seguida, passou a tarde toda em meu apartamento. — Zoey sorri ao me lembrar de tudo isso.
— Acho que somos um casal, você me convenceu. — A puxo pela cintura, para que fique ainda mais próxima de mim. — Estive pensando em preparar um espaguete à carbonara. Você gosta?
— Gosto sim, bastante aliás. Minha família tem um pouco de descendência Italiana. — A olho encantado. — Tudo que tem massa e queijo, eu aprecio bastante.
— Muito interessante, Zoey.
Estamos caminhando juntos até o estacionamento.
Algum dia seremos pegos. Penso comigo mesmo.
— Você disse preparar, então não vamos a um restaurante? — Destravo a porta do carro enquanto Zoey pergunta.
Olho ao redor do estacionamento e não parece haver ninguém.
Abro a porta para Zoey entrar e dou a volta até o lado do motorista.
— Estive pensando em algo mais caseiro já que a sessão vai ser em casa, poupa o pouco de tempo que temos.
— Inteligente. Eu tenho que ir embora logo depois da terapia.
— Deixo você em casa e depois no trabalho, sem problema algum. — Respondo girando a chave na ignição, o rádio liga automaticamente. A música que toca é calma, assim como a conversa entre nós.
— Você não tem que se preocupar com isso, eu posso ir para o trabalho de ônibus.
— Somos um casal, Zoey. Se lembra? — Não deixo de alfineta-la.
— Você é péssimo, Keanu! — A música é abafada pelo som de nossas risadas.
Há tempos não me sinto assim.
Minha tentativa de fazer um carbonara vai por água a baixo ao errar o cozimento do espaguete. Fiquei tão encantado com a presença de Zoey na minha cozinha e preso em nossas conversas que me esqueci completamente da panela no fogo. Por sorte, Zoey é uma garota incrível e nos salvou ligando para um restaurante e pedindo pizza.
— Minha tentativa de te impressionar foi arruinada. — Falo, pegando um pedaço da pizza de dois queijos, constituída por muçarela e catupiry. A garota não mentiu quando disse que é amante de queijo.
— Você me impressiona todos os dias em sala de aula, Keanu. — Seus olhos me encaram sinceros e sinto novamente aquele desejo crescer dentro de mim. O super poder de Zoey é me deixar completamente encantado por ela.
— Obrigado, Zoey. — Respondo e olho para o relógio em meu pulso. — Anda temos algum tempo antes da Katy e Stoucker chegarem. O que quer fazer? Comparado a você, possuo poucos filmes, mas tenho alguns canais pagos na televisão.
— Eu tenho uma sugestão melhor.
Inesperadamente Zoey está em meus braços.
O calor do seu corpo junto ao meu é algo delirante. Ela me beija com tanta paixão. Sinto meu membro sexual ganhar vida, estou tentando a todo custo mantê-lo sob controle, luto contra meus desejos e pensamentos, é incomodante a sensação.
É cedo demais.
Precisamos parar.
Eu a puxo ainda mais forte para mim. Mordo seus lábios e entrelaço ainda mais meus dedos por suas mechas castanhas. A minha garota, sutilmente, se movimenta em meu colo e de nossos lábios escapam sussurros de prazer.
Meus batimentos estão frenéticos.
Algo poderá acontecer aqui.
No sofá.
— Keanu! — A voz de Katy me salva. Ou não? Estava muito bom, eu não queria ter parado.
Mais rápido do que Zoey tinha vindo ao meu colo, ela o deixa.
Seu rosto está da forma que mais me deixa excitado: lábios inchados e bochechas coradas. O cabelo de Zoey está um pouco bagunçado devido aos meus leves puxões e carícias, eu adoro a sensação deles em meus dedos.
Me levanto e levo as mãos aos bolsos para desfaçar o volume.
— Oi Katy. — Coço a garganta. — Chegou cedo. — Olho desconcertante para Zoey.
— Sim, estou muito ansiosa, não consegui ficar em casa e muito menos suportar meus pais discutindo por conta de tudo isso.
— Você contou para eles? — O tom de Zoey me pega de surpresa.
A garota está em pé ao meu lado.
— Sim, eles são meus pais e os pais de Marie. — Katherine fala como se fosse uma coisa óbvia.
— Entendo. — Zoey responde baixo, voltando a se sentar no sofá. — Compramos pizza, você aceita? — A garota é muito gentil com Katy, assim como é com todos, na verdade.
— Pelo menos um de vocês tem educação. — O olhar de Katherine para mim é provocativo.
Não estou em condição de oferecer o que quer que fosse para ela.
Eu estou tentando controlar a minha imaginação.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro