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♡ Capítulo 46: "Sou louca?"


Estar na presença do Keanu faz o meu estômago revirar. Conversar com ele me traz uma montanha russa de emoções, o homem sabe como me deixar envergonhada. Todo o meu corpo ficou alvoroçado com o seu toque, aquele simples gesto de colocar meu cabelo rebelde atrás da orelha, fez meu coração quase saltar pela boca.

Eu ainda não sei como reagir na presença dele.

Estivemos o domingo abraçados, conversamos sobre tudo e ele até ouviu minhas teorias malucas sobre vidas em outros planetas. Dividimos a cozinha e posso dizer que além de um excelente professor, Keanu também é um ótimo cozinheiro. Suas mãos trataram a comida com um respeito que nunca vi antes.

Revisando a forma que ficamos juntos, sem nenhum teor sexual, me faz finalmente entender sobre a conexão que ele havia falado. Conexão de almas. Muitos diriam que isso é pecado. Uma aluna com seu professor... Mas eu não me importo. É real, eu sei que é. Keanu tem sido atencioso comigo desde o início e eu procurei por seus lábios uma segunda vez. Eu tinha ido atrás. Toda vez que estamos juntos em um único cômodo é como se existisse um laço invisível me puxando para ele. Hoje, resisti ao máximo a seu chamado, saindo da sala de aula o mais rápido que pude.

Meus planos eram chegar em casa e fazer um almoço simples e após comer, cochilar um pouco já que a noite será longa. Perdida naqueles cabelos até os ombros e intensos olhos castanhos, acabo queimando o arroz que está na panela.

Sorrio comigo mesma por esta estupidez.

Desligo o fogo e apanho a panela, conferindo se o estrago fora total ou se dá para comer o que está por cima. Por sorte, somente o fundo do arroz está queimado, vou conseguir comer.
Apanho uma frigideira e a coloco sobre a boca do fogão, com um fósforo acendo as chamas e adiciono óleo dentro da frigideira. Espero até que o óleo esteja um pouco aquecido e coloco um pedaço de filé de peixe empanado. O óleo começa a estourar e espirrar para fora da frigideira, me afasto com cuidado. Eu odeio fritar peixe, mas amo comer na mesma proporção.

Após ficar pronto, me sirvo e caminho para a televisão. Está passando um clássico em um canal aleatório, Romeu e Julieta. Eu amo a atuação do Leonardo DiCaprio nesse filme. Essa adaptação do romance de William Shakespeare é o meu favorito, um romance com um fim trágico. O amor dos dois é tão intenso que eles eram capazes de tudo para ficarem juntos.

Sinto meu coração apertar ao ver Julieta acordando após o efeito do remédio que o Frei tinha dado para ela forjar sua morte, ter acabado. A garota se vira para o lado e encontra um Romeu sem vida.Todo o meu corpo se tenciona e meu coração dói ao imaginar Keanu desfalecendo em minha frente.

Depois de comer, deito na cama. O cheiro de Keanu está impregnado em meu travesseiro e em um gesto de querer senti-lo perto, abraço o travesso, adormecendo em seguida.

Acordo com o barulho irritante do despertador. Quero joga-lo longe.

A contragosto, me levanto da cama e caminho em direção ao banheiro. Tomo um banho rápido, apenas para me despertar e em menos de quinze minutos, saio debaixo da água quente. Visto minha roupa de garçonete e prendo o cabelo em um coque. Nas bochechas passo um pouco de blush, só para dar um ar de saúde. Já fora de casa, me sinto absurdamente exausta e meus olhos pesam enquanto espero pelo ônibus.

O restaurante está lotado. Perdi a conta de quantas mesas eu havia atendido esta noite. Richard, meu colega de trabalho, está no mesmo estado que eu.

— Hoje meus pés viram paçoca. — Richard diz, assim que cruzamos a porta da cozinha. Acho graça de sua analogia e decido brincar junto.

— Veja pelo lado positivo. Seus pés terão um sabor bom se realmente virarem paçoca. — Richard ri comigo.

— Vocês não estão aqui para conversar! Vamos Richard, circulando! E Zoey, abre o olho! Você está a um fio de ser despedida. Faça o seu trabalho e não fique de namorinho em minha cozinha! — O grito do meu chefe faz meu coração encolher.

Um fio de ser despedida.

Essas palavras ecoaram em minha mente durante todo o expediente.
Eu não posso perder esse emprego.

A noite de trabalho finalmente chega ao fim e eu preciso correr para pegar o último ônibus para casa, faltam apenas alguns minutos para ele passar.

— Zoey, eu preciso falar com você. — Meu coração para de bater por algum tempo. Me mantenho ali, petrificada em frente ao meu gerente.

— Me desculpe! — Falo apressadamente. — Eu sei que sou um pouco estabanada, mas não é por mal. Eu prometo melhorar, por favor... Não me demita! — Meus olhos ardem com a vontade de chorar que me atinge.

— Não vou te despedir... — Ele diz sério e meu coração aflito se acalma um pouco. — Quero que você tente chegar um pouco mais cedo amanhã, preciso que ajude na limpeza do salão de jantar.

— Ok. Eu prometo chegar mais cedo e ajudar. — Respondo, sorrindo. Ao sair pela porta dos fundos, vejo meu ônibus passar.

Eu não vou chegar a tempo no ponto de ônibus.

Suspiro derrotada. Droga, tenho que ir caminhando.

A noite está estrelada.

As estrelas me guiarão até em casa.

O vento bate suavemente nas árvores, o que me faz lembrar da Polônia e o seu clima frio. Por sorte, as lâmpadas dos postes estão acesas naquele horário, o que me trazem uma falsa sensação de segurança. A cada passo que dou, a sensação que outrora estava sentindo, se dessipa.

Me sinto a todo instante sendo observada. Não sei ao certo se é real ou coisa da minha cabeça, ocasionada por paranóias por estar caminhando pela rua sozinha tão tarde da noite. 

Torço para que seja a segunda opção.

Enquanto passo por uma vitrine de uma loja de vestidos qualquer, posso jurar que vejo uma mulher com as mãos no vidro. É uma visão meio turva e borrada, tenho a impressão de vê-la surgindo e desaparecendo por duas vezes. A pouca luz não ajuda a dizer com clareza quem é, apenas pude ver o seu vestido branco, por isso concluo que seja um manequim usando um vestido de noiva.

— É apenas um manequim, Zoey. — Sussurro comigo mesma. Tinha de ser, apesar de parecer completamente humano. Por via das dúvidas, acelero os meus passos.

A sensação de estar sendo vigiada me segue até em casa. Antes de adentrar a porta, observo tudo ao meu redor. Não há ninguém, estou sozinha ali, acompanhada pela lua, as estrelas e pela neblina que começa a se formar devido ao clima. Carregada pelo medo, entro rapidamente dentro do apartamento e giro a chave duas vezes  para trancar a porta.

Mesmo estando entre as proteções das paredes grossas do apartamento, a   sensação de estar sendo observada não me abandona.

Eu estou a ponto de surtar com isso.

Não há mais nada! A porta e janela estão fechadas. O que pode estar causando isso? Não tem explicação. Me forço a deixar aquilo tudo de lado.

Caminho até o armário e pego uma camisa duas vezes maior que meu número e uma calcinha limpa. Apanho uma toalha e sigo para meu pequeno banheiro. Saio do banho e me sinto um pouco mais tranquila. Concluo que tudo isso não passou de paranoia pela tensão de ter que caminhar sozinha a noite.

Em frente ao espelho com a toalha cobrindo a minha nudez, eu tento pentear o ninho de pássaros que eu chamo de cabelo. Na maior parte do tempo, meus cabelos são comportados, deixando a desejar em apenas duas mechas rebeldes que insistiam em quase nunca ficar no lugar. As mechas que Keanu sempre gostava de tocar e colocar atrás da minha orelha. Sorrio subitamente, passando a mão por uma dessas mechas e me lembrando do seu toque por entre os fios castanhos.

Eu sinto a falta de Keanu.

Abruptamente a dor de cabeça me pega de surpresa. Em um gemido de dor, levo as mãos na região lateral da minha cabeça, entre os olhos e as orelhas, deixo cair a escova de cabelo.

Não consigo mais visualizar o meu reflexo no espelho. Toda a minha visão está embaçada.Tento forçar um pouco a minha vista e solto um enorme grito de dor ao sentir meu peito queimar.

Uma ardência insuportável.

Uma dor nauseante de causar enjoos e arrepios.

Em meio ao meu desespero, consigo ver o que está refletido no espelho e isso me aterroriza. Pele clara, cabelos castanhos tão intensos quanto o meu, boca levemente rosada, um tom de rosa pálido.

E os olhos.

Os meus olhos.

Em meio as dores agonizantes, posso senti a minha boca secando e a minha garganta me sufocando. O que está refletindo ali, se parece comigo, mas não sou eu.

Eu já a vi antes.

Ela estava em todo o lugar.

Ela estava em meus sonhos.

Sorrindo nos braços de Keanu.

Ela já esteve em minha frente uma vez e queria me dizer alguma coisa.

Reúno toda a coragem que tenho e questiono o reflexo no espelho.

— Quem... — Falho ao pronunciar a primeira palavra, pigarreio e volto a abrir a boca. — Quem é você? — Minhas cordas vocais estão falhando e minha pergunta soa mais baixa que um sussurro. A imagem que reflete ali sorri gentilmente para mim, cessando por um instante a dor angustiante em meu peito.

— Eu sou você, Zoey. — A mulher no espelho diz.

O que está acontecendo aqui?!

Ela sou eu?!

A dor em minha cabeça se intensifica.

Eu estou enlouquecendo?!

É isso?!

Estou beirando a loucura?!

Delirando e imaginando coisas?!

Deixo o banheiro correndo o mais rápido que posso, escorrego e caio no chão durante o processo. Meu joelho sente toda dor pela queda e a minha cabeça não dá trégua. Levanto rapidamente, antes que ela ou o que quer que fosse saísse do espelho e viesse me pegar.

Eu preciso sair daqui.

Eu preciso ir para longe.

Eu não sou louca!

Sou? Não!

Minha mente parece que vai explodir a qualquer momento.

Sou um caso de internação?

Sou louca?

Eu preciso sair.

Mas para onde vou?

Onde eu vou?!

Esses e outros pensamentos se misturam uns aos outros em minha cabeça, aliados com um bilhão de sentimentos confusos.

É um verdadeiro turbilhão.

Coloco um vestido qualquer e ainda tremendo, eu abro a porta.

Eu não sei ao certo para onde estou indo, meus pés nus sentem o gelado do asfalto e o vento me causa arrepios devido ao meu corpo molhado.

Meu pés caminham sozinhos, sem rumo, pela avenida movimentada. Desconexa, passo por entre os carros e ouço as buzinas ao longe.

Eu estou em um transe.

Um surto psicótico muito real.

Sinto uma textura macia tocar em meus pés descalços. Minha visão ainda está turva porém, abaixo a cabeça em direção ao chão, forço meus olhos um pouco mais e posso ver o verde abaixo de mim.

Estou com meus pés na grama.

Passo meus olhos ao redor e vejo uma caixa de correspondência, mais uma vez exijo um pouco mais da minha visão embaçada e um gemido de dor escapa de meus lábios devido a forte enxaqueca. Por um instante tudo o que estou sentindo, se acalma, ao conseguir ler o que está escrito na caixa de correspondência: 

K. Davies.

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