🌬 Capítulo 2 - Um Alfa Conservador 🐺
Alcateia de Kurohk
— Então, todos estão prontos para o grande baile de inverno? — Perguntou Macawi, ômega e companheiro do alfa Gus, melhor amigo de Nap.
— Sim! — a resposta de todos os ômega do recinto foi eufórica. Eles esperavam pelo baile de inverno o ano todo.
Nap olhava com orgulho para o "clube dos ômegas" de Kurohk, ele foi feito a muitos anos atrás pelo seu então avô, o ômega Kin. A ideia do clube não era somente para ensinar como um ômega deveria se comportar, ok, talvez ele tenha sido criado com esse propósito, mas com o passar dos anos, ele sofreu algumas transformações, e nos dias atuais, os ômegas usavam do espaço para compartilharem suas experiências.
Nap, antes se recusava a entrar nele, até para poder dar mais espaço e não retrair nenhum ômega com sua presença. Porém o alfa lúpus, passou a participar das atividades a 20 anos atrás. Ele sabia que poderia estar sendo maluco, mas ele não deixava de pensar em seu ômega, no dia que ele chegaria e ocupasse seu lugar de direito. O de presidente do clube, o vice era Maca o companheiro de Gus.
Nap, estudava disfarçadamente todos os ômegas, seus gestos delicados e graciosos. Ele sempre sorria orgulhoso quando os via comer de maneira atraente, era impossível para ele não fantasiar seu ômega naquela circunstâncias. Qual seria a comida preferida dele? Sua cor preferida? Nap o imaginava lindo e gentil, passando seus ensinamentos e boas maneiras para todos os ômegas de Kurohk. Assim como um bom rei ômega deveria ser.
O grande alfa lúpus suspirou e saiu do clube. Enquanto caminhava para o Castelo, ele pensava na sua vida e na solidão. Vinte anos, já haviam se passado desde a última visita da Deusa e do comunicado dela. Vinte anos de espera, e mais espera. Vinte anos de sonhos. Ele imaginava que com esse tempo seu ômega já deveria estar um belo rapazinho, afinal, a vida de um lobo começava a ficar lenta a partir dos 25 anos. Eles levavam até essa fase para crescer da mesma forma de um humano, depois disso, seus anos começavam a demorar para passar.
Ele chegou até o Castelo e se deu conta que era noite, era o inverno. E como ele amava aquela estação! O cheiro da neve era único, a cor do inverno era única. E ele sabia que seu companheiro predestinado tinha chegado numa noite de inverno. Ele olhava para a lua aquela noite, seu lobo ansiava para sair em uma caçada, ele vinha inquieto ultimamente. O motivo nem mesmo Nap sabia, talvez a solidão de muitos anos, uma vez que Nap se recusava a sair com qualquer ômega que não fosse o seu.
O alfa lúpus tentou controlar seu ímpeto de sair em disparada pela floresta, ao invés disso ele observou sua alcateia. Era noite de lua cheia, em noites como aquela os alfas saiam para caçar, naquela hora uma boa parte deles já estava voltando com o alimento de seus ômegas.
Mesmo que quando humanos, não faltasse nada a eles, era uma espécie de tradição o alfa caçar para alimentar seu ômega. Nap sentou-se na escada que dava entrada para o castelo, e de longe observava silenciosamente aquele ritual. O alfa voltava com a caça em sua boca, em seguida ele chamava seu ômega para que pudesse se aproximar. Os ômegas não saiam para caçar. Isso era o papel do alfa. Por esse motivo o alfa sempre se alimentava primeiro, quando estava em sua forma de lobo, mas ele sempre tomava cuidado para deixar ao ômega, a melhor parte do alimento. Shiffers quando na forma de lobo, tinham necessidades de alimentos diferentes dos alimentos humano.
—Está muito pensativo esses dias? — Questionou Gus, amigo de Nap.
— Pensei que você estivesse aproveitando essa linda noite com seu ômega.
—Macawi já está dormindo, ele não pode fazer muito esforço em suas condições. —disse Gus todo orgulhoso de seu ômega grávido.
Nap sorriu ternamente, ele ansiava por sentir essa mesma sensação, um suspiro triste tomou conta dele.
—O que está acontecendo? Você anda diferente ultimamente. — Gus estava curioso com o comportamento do amigo e líder.
— Meu lobo anda inquieto e eu nem mesmo sei o motivo. — Nap revelou com um suspiro.
— Será que isso tem algo a ver com a batalha da qual partiremos mais tarde? —Gus estava intrigado, Nap era o alfa mais temido de sua era, não haviam motivos para seu lobo está inquieto.
— Creio que não, essa não é a primeira batalha, tão pouco será a última. — Nap estava com um brilho no olhar que só as batalhas davam. Ele adorava estar no meio de uma.
— Vi seu olhar a pouco no clube dos ômegas? Posso estar errado, mas acho que você estava sonhado novamente com seu ômega.
—Essa espera estar me deixando impaciente, vinte anos, e nenhuma notícias dele e nem da deusa. As vezes me pergunto se aquele inverno realmente aconteceu ou se ele foi fruto da minha mente. Talvez na minha ânsia de ter meu ômega, eu tenha fantasiado.
—A deusa não ia brincar com você a troco de nada, acho que seu ômega está sim por aí. — Gus tocou o ombro do amigo em conforto.
—Eu sonho todos os dias com ele, no dia que ele vai assumir seu lugar a meu lado, já crie e recriei mil imagens dele em minha mente. —Nap sorriu.
— Eu posso até imaginar, você passou sua vida toda idealizando seu ômega.
—Sonho com ele desde que nasci. Esperei por ele a minha vida toda. Todo meu poder, minha força, minha vida foi para que ele se sinta seguro a meu lado, e assim nenhuma ameaça o venha colocar em risco.
Gus sorriu em entendimento, ele compreendia o amigo, o maior objetivo da vida do alfa, era dar segurança para seu ômega.
— Espero que você o encontre em breve. —disse Gus para o amigo.
—Eu também.
🌬🐺
Algum tempo depois, Nap foi para seus aposentos, foi duro conseguir dormir aquela noite, depois de muito esforço, ele tentou aquietar seu lobo, para que assim ambos dormissem. Aos pouco ele se deu conta de que não estava mais em sua cama quente. E sim numa bela relva com vários tipos de flores. O cheiro que elas tinham eram únicos, viciante. Era o melhor cheiro que ele já havia sentido na vida.
Demorou um pouco para se dar conta de que aquele cheiro não era da relva, mas de algo mais profundo que ia além dela, muito além. Aturdido ele franziu o cenho em completa confusão. Era muito real. Era como algo feito para ele, que fosse exclusivamente dele.
— Sempre meu.
Foram essas palavras que saíram de seus lábios, ele, um alfa lúpus forte e temido por todos, sentiu vontade de chorar. Mas chora por quê? De saudade, saudade de algo que nunca teve, o que sempre teve estava ali. Até que no meio da relva apareceu alguém que lhe era conhecido.
— A quanto tempo não a vejo?
—Há pelo menos vinte anos meu Nap, como tem passado? —Perguntou a deusa com seu olhar e sorrisos amorosos.
— Ansioso, isso é um sonho? —Nap estava realmente confuso.
— Sim e não! —Revelou a deusa sorrido da confusão de Nap. —Eu quis dizer sim, você está dormindo, mas não, isso não é um sonho.
—Por que me trouxe até aqui? —Quis saber um confuso Nap.
—Mas eu não fiz nada meu caro, foi você que veio sozinho. Aliás, você sempre esteve aqui.
Nap estava muito confuso para embarcar nos enigmas da deusa, até que algo clareou sua mente, a visita dela, mesmo em seu sonho, deveria ter algum motivo.
— Você mentiu para mim, meu companheiro nunca chegou. —acusou Nap.
A deusa franziu as têmporas em confusão, até que seu sorriu se abriu em entendimento.
—Eu jamais faria isso com você meu alfa. Eu o avisei que ele não estava pronto, porque na verdade ele precisava crescer e alcançar uma certa idade para encarar seu destino.
Nap abriu um lindo sorriso, seus olhos estavam cheios de vida agora.
—Então.... Agora ele está pronto? Diga-me aonde ele está! Irei atrás dele imediatamente. —O lobo de Nap começou a ficar inquieto.
—Calma meu alfa! sim, agora ele está pronto. Mas não adianta você sair correndo atrás dele. Não se preocupe. Logo vocês estarão juntos, já esperou vinte anos, o que são mais alguns dias?
Nap gemeu em frustação, ele colocou as duas mãos no cabelo impaciente.
—Sabe muito bem que não são só vinte anos. —Ele enfim pode explodir toda sua irritação.
A deusa chegou perto dele, e gentilmente tocou seu obro.
—Eu sei, mas o que estou tentado lhe dizer, é que ele virar até você, só siga seu rumo, ele sempre veio até você. Eu só estou aqui, porque quero que você esteja preparando.
— Como assim? —Nap já recuperado da sua explosão, fitou a deusa ainda mais confuso.
— Você idealiza uma coisa, e na verdade o destino te mandou outra. Não para te castigar, mas sim porque você não é qualquer um! E como tal, você não teria algo comum. Quando você se lembrar da tradição, do que é certo e errado. Lembre-se que o amor vai além de qualquer detalhe, ele é sentimento que não precisa de padrão. A sua felicidade está em suas mãos, em suas escolhas. Daqui para frente você terá dois caminhos: ou você escolher o amor, ou vai escolher aquilo que sempre achou certo. E no fim, suas escolhas farão diferença só em sua vida. Afinal é seu caminho, sua estrada. Ninguém poderá decidir por você.
A deusa o deixou mais intrigado e foi embora, e como sempre, Nap ficou sem suas respostas. Pelo menos ele ainda podia desfrutar daquele cheiro único. Até que ele olhou novamente para a relva, espantado se deu conta de que ela não estava mais carregada de flores coloridas, mas sim de belas e exóticas flores azuis. Azuis em todas suas tonalidades. O vento da relva fez com que uma rosa , delicadamente chegasse até suas mãos. Quando ele a tocou, o alfa sentiu todo seu corpo ficar em alerta. Trêmulo.
O que era aquilo? Uma simples rosa, uma rara rosa azul. Por que ela haveria de deixa-lo naquele estado de euforia? Nap a levou até o nariz e cheirou a rosa com devoção, de olhos fechados, ele a tocou como se fosse uma relíquia sagrada. Uma rosa feita para ele. Que só ele poderia ver e mais ninguém. Com um sorriso terno no rosto, ele mergulhou em um sono profundo, com a certeza de que o dia de ver seu ômega estava perto, mais perto que nunca.
🌬🐺
Nap acordou naquela manhã de inverno meio atordoado. O sonho que ele tivera foi tão real, que o alfa podia jurar para si mesmo, que o cheiro daquela relva estava impregnado em sua pele. Ele saiu de seus aposentos e foi preparar sua viagem para auxiliar um aliado vizinho. Nap sorriu presunçoso, ele estava louco por uma batalha, ainda bem que existiam tolos suficientes para entrarem em confusão. Assim ele tinha a oportunidade de rasgar alguns pescoços.
Não demorou muito, ele, e um considerável número de sentinelas, saíram a caminho da batalha. Poderia levar algum tempo, mas Nap não via hora de extravasar toda sua frustação. Ele notou duas coisas estranhas. A primeira era que seu coração batia cada vez mais rápido com sua aproximação da batalha. A segunda, era que o cheiro daquele sonho estranho estava cada vez mais real. Do nada ele estancou perplexo no meio de uma floresta de inverno. Ali, para além daquela neve, algo no cenário despertava toda sua atenção.
Era uma rara e bela rosa azul, única e majestosa no meio daquele inverno. Em sua forma de lobo, Nap se aproximou da bela rosa. Então nada daquilo fora um sonho. A deusa realmente esteve com ele? Foi real, isso só podia significar uma coisa. Seu companheiro estava perto. E Nap, agarrou com força aquela rosa e correu como alguém que sabia que estava indo de encontro a seu destino.
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Sei que demorei demais, prometo tentar não fazer isso novamente, e assim que possível farei uma maratona. Ah!, tem um grupinho de zap. Quem tive interessado e só enviar o número. Beijinho E até o final da semana. 💙💙💙
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